sexta-feira, julho 31, 2009

Adeus e Obrigado, Sir...

Acabei de saber: morreu o ex-treinador do Sporting (e também do Porto, mas não vamos lembrar agora os pecados do homem...) Bobby Robson.

Tenho pena. Num mundo mais ético e mais justo, as homenagens que se prestaram ao idiota do Michael Jackson seriam prestadas ao Sir Bobby, um verdadeiro gentleman do desporto-rei, e que marcou pela positiva todos os clubes por onde passou. E nesse mundo mais ético e mais justo, o Sporting seria sempre campeão, mas infelizmente não é nesse mundo que vivemos e sim num mundo de caca, onde a estupidez, a vigarice, a arrogância e a falta de talento são premiadas. Enfim, é um mundo onde existe um país cujo Tribunal Constitucional impede pessoas do mesmo sexo de se casarem, mas permite que benfiquistas e portistas se reproduzam. Bela merda...

Bobby Robson será sempre, para mim, o treinador mais estupidamente despedido da História do Sporting. Corria o ano de 1994 quando Sousa Cintra, então presidente do clube que possui o estádio mais bonito do país e do planeta, decidiu mandar embora o treinador da equipa, isto quando esta ocupava o primeiro lugar do campeonato nacional e vinha apresentando bom futebol, apenas maculado pela eliminação da Taça Uefa aos pés dos nazis austríacos cabrões desgraçados filhos de uma égua mal parida do Casino Salzburgo. Para o seu lugar, entrou um tal de Carlos Queirós, hoje seleccionador português, e a partir daí o Sporting afundou-se, acabando o campeonato em 3º lugar, com direito pelo meio a uma humilhação no próprio estádio de Alvalade oferecida pelo Benfica nos célebres 6 a 3.

Robson, esse, continuou a sua carreira noutros emblemas, mas qualquer sportinguista digno desse nome ficará com a imagem do Sir na memória; alguns até desejavam, um dia, o regresso feito D. Sebastião à casa que tanto o maltratara... mas not anymore, porque o treinador gentleman já não é deste mundo. E é pena...

Adeus, Sir Bobby. E vê lá se juntas aí umas almas penadas capazes de mexer uns cordelinhos para que o Sporting ganhe o título nacional na próxima temporada... Ah, e se puderes, faz um xixi, lá do alto, e acerta bem em cheio na careca do Sousa Cintra...

quinta-feira, julho 30, 2009

Eu também tenho mamas!

Antes de mais, penitencio-me por ontem não ter postado aquilo que ora posto. Tal deve-se a ter perdido o meu tempo laboral a ensinar tudo o que sei à pessoa que ficará a ocupar o meu lugar aquando das minhas férias. Desconheço para que lhe servirão os skills de procura dos melhores site porno (é tudo o que sei fazer, juro!), mas também não quero saber!

Bom, uma vez que já pedi desculpas, embora vocês nitidamente não as mereçam, é altura de passar adiante! Como se recordam (acho bem que se recordem!!!!), o assunto do último post era MAMAS, essa graciosa parte do corpo feminino que tanto enlouquece os representantes do sexo masculino. Prometi, nesse post, vir posteriormente a falar das minhas próprias mamas, e é disso que tratarei hoje (era para ser ontem, mas já foi dada uma justificação, está bem?! Não me moam a cachola por causa disso. Vão, sei lá, brincar com as mamas da Débora Montenegro).

Cá vai. As minhas mamas, então. E o que há a dizer? Primeiro que tudo, sou heterossexual, o que significa não ter desejo pelas mamas dos homens. Segundo, não sou narcisista, e isso implica que não tenho o mínimo interesse no meu próprio corpo. Sendo assim, o que me leva a falar das minhas próprias mamocas, além da parvoíce em que sou pródigo?

Isto: descobri que estou com um belo bar de seios! Calma, calma, não comecem já a ter vómitos. Primeiro, leiam o texto até ao fim. Porque há todo um nexo por detrás da coisa. E há que compreender que a vida, muitas vezes, é feita de ironias, e a minha actual condição mamária cabe debaixo dessa situação, como passarei a explicar.

Já sabem (até porque nunca o escondi) que sou um voraz apreciador de mamas, e isto há já vários anos. Mamas femininas, claro está, é bom que nos entendamos. No entanto, passei por um gravíssimo problema: quando eu era mais novo, é dizer, na altura da puberdade, nenhuma rapariga me ligava. Por outras palavras, eu buscava mamas mas as mamas (ó que linda expressão: "mamas mas as mamas"!!!) fugiam de mim! A frustração era evidente: eu só pensava em mamas, porém não lhes conseguia aceder porque as suas possuidoras, aquelas vacas de merda, não me davam trela. Deste modo, só havia uma maneira de eu tocar em mamas: virar-me para mim próprio, pese o facto, já afirmado acima, de não ser nem homo nem narcisista. Tratou-se apenas de um último recurso, nada mais.

O pior é que nem isto correu bem. Por uma razão muito simples: quando era mais novo, não tinha mamas! É verdade!!!! Era tão, mas tão magro que fui confundido várias vezes com um esqueleto acabado de fugir do cemitério. Como resultado, a minha frustração apenas aumentou: por um lado, não conseguia ir às mamas das gajas porque as gajas não deixavam, e por outro lado não podia virar-me para o meu próprio peito porque só lá estavam ossos. As mamas eram, assim, uma miragem.

Contudo, certas coisas - felizmente - mudam. Fui crescendo e envelhecendo e, embora ficasse mais feio (mais uma ironia), as gajas começaram a abrir a guarda e finalmente pude ter acesso às suculentas mamocas. Ficava para trás aquela época em que seios, só nos sonhos! E nos filmes porno! E nas revistas que vinham com o Correio da Manhã! E na Gina! E nas fotonovelas que o pai do Filipe guardava debaixo da cama e eu, à socapa, roubava sempre que ia a casa do tipo (parece que um dia, à conta destas merdas, o Filipe levou do pai uma tareia de cinto daquelas à antiga. O pai deve ter pensado que era ele que lhe andava a fanar as revistas. Tive pena do rapaz, sobretudo depois de ver as marcas da fivela nas costas, mas nem assim me descaí!).

Chegados os tempos de livre-trânsito para as tetas femininas, deixei de lamentar a minha magreza excessiva, a qual, lembre-se, me impedia de ter mamas. Mas é então que a ironia da vida resolve atacar. É como diz aquele célebre ditado popular: "não há fome que não dê em fartura"! É que se houve uma época de vacas magras, literalmente, em que às negas das gajas se juntava a minha ausência de mamas, actualmente vivo tempos de vacas gordas, também literalmente, porque de uma parte tenho uma gaja com mamas postas à minha disposição (pá, atenção: eu não estou a chamar "vaca gorda" à minha gaja, está bem?!?! Ouviste, gaja?!) e de outra parte eu próprio adquiri interessantes marmelos.

A causa da minha aquisição de mamas é eu estar mais gordo. Mais uma ironia, lá está... dantes, quando eu era puto, era tão lingrinhas que nem com um telescópio encontrava mamas no meu peito, as mamas por que eu tanto ansiava, na falta das suas congéneres femininas; agora que já tenho acesso a exemplares destas últimas, a vida pregou-me uma partida e engordou-me, dotando-me - A MIM - das mamas que não tive na adolescência! E, curiosamente, estou mais gordo à custa de não comer carne!... Ironias, ironias!

O resultado de tudo é: agora, quando já não preciso de ter maminhas minhas (digam isto três vezes, muito depressa!), é que as tenho! E por um qualquer mecanismo psicológico que desconheço, mas julgo estar associado ao meu antigo recalcamento mamário, fiquei atraído pelas minhas recém-adquiridas tetas. Estou constantemente a mexer e a remexer nelas, e isso já me tem causado alguns dissabores. Na cama, por exemplo, a minha gaja já se queixou: "Ouve lá, e se largasses as tuas mamas e apertasses as minhas?!". Na segunda-feira passada, outro caso: aguardava eu pela chegada do metro e, na falta de algo que fazer, pus-me a apalpar-me. Uma senhora chegou junto de mim e perguntou-me se eu estava a ter dores no peito e se era necessário chamar o INEM. Eu disse-lhe que "Não, muito obrigado, estou só a apalpar as minhas mamas, ui tão bom!", e ela mal ouviu isto caíu dura no chão com um ataque cardíaco. Era uma pessoa frágil, enfim... Também no emprego tenho escutado algumas bocas... Gente invejosa, é o que é!

Esta é, portanto, a minha história com as mamas. Teve um início triste, e agora tem um desenvolvimento feliz. Quiçá demasiado feliz. Ainda sou capaz de vir sofrer a bom sofrer por causa das mamas... Por agora, no entanto, resta-me aproveitar a dádiva e responder o melhor que sei a esta partida irónica que a vida me pregou.

Já agora: e vocês, têm mamas?!?! E quanto tempo conseguem estar sem as apalpar? (esta pergunta destina-se tanto a gajas quanto a gajos, e é motivada por pura curiosidade científica)

terça-feira, julho 28, 2009

Mamas!


De todas as coisas maravilhosas que a Natureza ou o Homem criaram, nenhuma é mais maravilhosa do que um bom par de mamas. Sim, há outras criações magníficas: um quadro do Kandinsky, uma sinfonia do Beethoven, um golo do Liédson... mas nada disto tem em mim o efeito que duas tetas bem redondinhas provocam. Sou tão mamófilo que chego ao ponto de atribuir às mamas o estatuto de "pináculo da vida na Terra": só a mera existência de mamocas faz com que o nosso planeta tenha, em comparação com os outros, mais valor, possuam estes ou não outras formas de vida (só mudo de ideias se, algum dia, as pesquisas do SETI demonstrarem que existe um planeta habitado apenas por seios inteligentes. Um planeta assim será claramente superior à Terra e eu apanharei o primeiro foguetão que lá fizer escala).

Mamas são uma coisa tão transcendentemente bela que jamais deveriam servir para amamentar. Dar de mamar em contexto de alimentação da prole é um atentado à própria essência mamária, pois as tetas devem ser um fim em si mesmas e não um meio para outra coisa qualquer, neste caso a amamentação. As mamas valem por si próprias, são até independentes das mulheres que as carregam. No fundo, um par de mamas está para a mulher tal como uma obra de arte para um museu: por mais importante que seja o edifício, o que verdadeiramente conta são as obras que lá são apresentadas. Ninguém vai ao Louvre para ver as paredes... Sem obras de arte, os museus são nada!

Traduzindo o argumento para o mundo das tetas, dá qualquer coisa como isto: nós podemos imaginar mamas sem o resto da mulher à volta (ui, as vezes que eu fiz isto!!!), mas não dá para imaginarmos uma mulher sem mamas! As mamas são o sal da terra, são a cereja no topo do bolo, são a nata da nata, são o champanhe, o perfume e o caviar! Que heterossexual com dois dedinhos de testa seria capaz de aturar uma mulher se esta não tivesse um belo par de marmelos?!? Sejamos honestos: os homens, desde que surgiu o primeiro ser com um pau e dois tintins entre as pernas, só suportam as gajas por causa das mamas! Quer dizer, convenhamos: as gajas são intrinsecamente cuscas? São! Chatas? Sem dúvida! Só se interessam por coisas estapafúrdias? Sim! Gastam o guito todo em sapatos, roupas, perfumes, cremes e o pirilau a sete?! Pois é! Elas são tudo isto, mas têm algo a seu favor: as mamas! Porque é a forma de a Natureza compensar tanta e tanta falha! Novamente, a comparação com os museus faz todo o sentido: o espaço, a estrutura, o design do edifício podem ser do mais rasco que há, mas basta possuir uma obra-prima de qualidade indiscutível para que se deseje visitá-lo. O mesmo para as mulheres: elas são como são, mas têm aquilo que há de melhor, e o que há de melhor são as mamas!


Amanhã, neste blog, o assunto mamas continuará a ser debatido. Desta vez, debaixo do título: "Eu também tenho mamas"!

segunda-feira, julho 27, 2009

O IKEA já não é o que era!

Já sabemos que, tirando as suecas, poucas são as coisas realmente boas que vêm da Suécia. Pronto, está bem, o Benfica teve sorte com o Maniche, o Magnusson, o Thern, o Schwartz... mas não esqueçamos que também apanhou com o Pringle, uma espécie de Nuno Gomes versão sueca (embora fosse mulato!), mas em pior, se é que tal dá para acreditar. Foram os suecos que, por exemplo, nos anos 70 cometeram um dos maiores atentados à música através desse verdadeiro holocausto que dá pelo nome de ABBA! Sim, apesar de todo o revisionismo histórico que se vive por estes dias em relação ao agrupamento sueco, e que consiste num discurso laudatório inqualificável, eu declaro alto e bom som que os ABBA são um lixo, uma piroseira, e que músicas como Dancing Queen, Fernando, Voulez Vous ou Mamma Mia, entre outras, jamais deveriam passar na rádio!

Bom, mas deixemos a cultura de elites (Pringle, ABBA...) para trás e fixemo-nos no mais relevante para este post: a cadeia IKEA, que supostamente era uma daquelas coisas boas a vir daquela nação escandinava. Penso que todos conhecem o IKEA. Penso, até, que todos já se dirigiram a pelo menos uma das suas lojas. Penso, ainda, que muitos já montaram móveis ali adquiridos. E penso, por fim, que por mais móveis do IKEA que montem, nunca baterão o record do casal mais ikeístico do país: eu e a minha gaja. Para terem uma ideia, nós conseguimos montar uma estante para livros daquelas difíceis em 5m e 23s, com pausa para discussões sobre onde é que entram as prateleiras e tudo! E duas estantes para cds ou dvds, essas conseguimos erguê-las em não mais do que 17s, com direito a trocas de marteladas nos dedos e afins! É verdade: somos uns pros das montagens...

Mas basta de diversão, porque o tema deste post é falar mal do IKEA. Porque sim, o IKEA tem baixado muito a fasquia da qualidade. Não dos móveis que vende. Não dos artigos que expõe. Não das comidas que se encontram à saída da loja. Não: aquilo em que o IKEA ultimamente tem falhado, e que muito me deixa constrangido, é na categoria dos lápis que coloca à disposição dos seus clientes!

Eu, confesso-o aqui, sou (era...) um adepto incondicional dos lápis do IKEA. Mal entrava na loja, o primeiro sítio a que me dirigia era o escaparate com lápis do IKEA aos molhos... ocasião para praticar a minha boa acção do dia, que no fundo se traduzia em enfiar para o bolso o maior número possível daqueles lápis. E, caso estejam atentos quando vão ao IKEA, poderão reparar que existem mais daqueles escaparates ao longo da loja; também estes se viam violentados aquando da minha passagem. Posso dizer com segurança que, num dia bom, e com uns bolsos das calças fortes, saía do IKEA com cerca de 200 lápis em cada bolso.

E tenho usado esses lápis com muita alegria. Pois eles revelavam-se extremamente úteis. Eram pequeninos porém resistentes, o que implicava facilidade e segurança no transporte, e serviam perfeitamente para as funções do dia a dia, como sejam fazer sudokus nos transportes públicos, tomar notas nos livros/revistas/fotocópias/Playboy ou até picar, com o bico, aquela velha gorda que cheira a couves cozidas logo pela manhã e que insiste em se sentar ao nosso lado na porcaria do bar! Para tudo isto os lápis do IKEA eram os lápis perfeitos, com a feliz agravante de serem "adquiridos" de graça!!!! O que mais podia um homem querer?! A Monica Bellucci na banheira com a Scarlett Johansson, sem dúvida!

Ora, o problema é que ultimamente os lápis do IKEA se têm revelado uma grande merda! Em aparência estão iguais, mas é só mesmo na aparência! Porque agora um gajo tenta escrever com aquelas coisas, e paf, repara logo que a qualidade se alterou! Os bicos estilhaçam-se mal contactam com uma folha de papel (picar a velha gorda das couves, então, fica completamente fora de questão!). Depois, se vamos a afiá-los, o mais certo é ficarmos, nós, só com a porcaria do coto, inútil, e o afia ficar com um monte de bicos, porque a merda da grafite não se aguenta!

Isto obviamente irrita-me, e é compreensível. É que sim, eu até podia viver sem os lápis do IKEA, mas não era a mesma coisa (ahhh, como eu gosto de gozar com os anúncios estapafúrdios da ZON...). Se não fosse o meu stock de lápis antigos, eu já não poderia contar com os lápis do IKEA para nada. Mas temo pelo futuro, pois aqueles primeiros lápis que eu saquei ao IKEA um dia ficarão extintos. E já não poderei espetar graciosamente o cu da velha gorda. Já não poderei fazer sudokus descansado. Nem anotar os meus livros. A não ser, claro, que passe a comprar lápis nas papelarias. Mas isto, quando se viveram tempos em que os lápis eram fornecidos ("fornecidos" é eufemismo para... bom, para gamados!) DE GRAÇA pelo IKEA, é nitidamente um passo atrás!

É uma pena quando a crise chega ao mundo sueco dos lápis do IKEA...

sexta-feira, julho 24, 2009

Os Malucos

Quem nunca apanhou com malucos em locais públicos?! Malucos daqueles mesmo malucos, falando ou, como é mais comum, gritando as maiores barbaridades. Eu já - aliás, eu devo ter algo que atrai os malucos, pois eles aproximam-se de mim com maior frequência do que seria desejável. Não sei porquê, porque eles - os malucos - deveriam ter medo de se aproximar do seu contrário, ou seja, alguém cuja lucidez e sanidade - eu - salta à vista!

Hoje, no transporte público onde mais malucos se apanham, o comboio, vi um maluco que já não via há vários anos. Quem costuma andar por Lisboa talvez já tenha dado de caras com ele: um homenzinho pelos seus 50 anos, anafado, calças puxadas para cima até ao peito, camisa, cabelos despenteados, à maluco, que deixam antever uma enorme careca, e que se caracteriza por debitar, por um lado, quadras de amor às meninas/senhoras que se encontram sentadas e, por outro, atirar piadas curtas e porcas. Depois da "actuação", o maluco faz um périplo pelo transporte e solicita as muito apetecidas moedinhas, com o argumento de que "mais vale pedir do que andar a roubar".

Nunca dei nada ao senhor em questão, porque o dinheiro faz-me falta, ainda mais agora que se publica a Playboy Portugal, e para isto todas as moedas são poucas. Mas vi gente, muita gente, a dar dinheiro ao maluco nos autocarros para o Rossio ou Cais do Sodré. E hoje vi, novamente, pessoas a darem guito no comboio para Entrecampos. Pelos vistos, a maluquice compensa e parece que é uma actividade que não está em crise.

Embora nunca lhe tenha dado nada, como já afirmei, eu gosto deste maluco, e foi com a alegria acrescida pela saudade que o revi. É simpático, ao contrário de uma senhora, já idosa, que pedia esmola no Chiado de uma forma algo agressiva. O seu modus operandi era este: postava-se à porta de uma loja ou café e, quando um cliente saía, pegava-lhe no braço com a mão esquerda e estendia a mão direita à procura de moedinha. Uma vez apanhou-me a sair da Livraria Sá da Costa e eu não estive com merdas: soltei o meu braço, olhei-a nos olhos e disse-lhe: "Ouça lá, se continua assim eu chamo o meu amigo Ricardo, que é gerontófilo, e ele vem cá e enraba-a ali ao pé da estátua do Pessoa à frente de toda a gente, turistas espanhóis incluídos!". Nunca mais me voltou a agarrar no braço...

Também gosto daquele maluco porque, embora atire piadas porcas, consegue fazê-lo sem ser ordinário, ao contrário de outro maluco que noutros tempos, já idos, apanhei na estação de metro do Campo Grande. Este lélé da cuca proferiu, altos berros, uma das frases mais enigmáticas que já tive o desprazer de ouvir, e que passo a citar (isto é mesmo verídico, por mais improvável que possa parecer!!!):

Já fui ao cu a Deus e à Maria lá de cima

Juro que andei dias a reflectir neste dito do maluco ordinário. Primeiro, a assunção da bissexualidade chocou-me. Depois, a intimidade sexual com Deus. Mais: a intimidade sexual associada à passividade de Deus. Teria sido esta passividade consentida? Ou, pelo contrário, o maluco foi ao cu a Deus sem que Este o consentisse? Mas, se não o consentira, e sendo Deus omnipotente, como foi capaz o maluco de sodomizá-Lo? Era uma questão teológica de graves proporções: ou Deus não é omnipotente, ou então gosta de dar o diviníssimo traseiro. E o puzzle não terminava aqui: quem, afinal, seria a "Maria lá de cima"? A Virgem Maria? Ou uma Maria qualquer, talvez uma vizinha do próprio maluco, que viu arrombada a sua porta das traseiras?!

Nunca deslindei estes enigmas, que tanto me perturbaram. Ao menos o maluco das quadras românticas e das piadas porcas nunca teve este efeito em mim. Nunca me incomodou ao ponto de eu ficar dias e dias sem pregar olho! E isso também tem a sua influência, porque mostra que é um maluco junto do qual nos podemos sentir bem. E eu sinto... mas continuarei, acaso nos voltemos a encontrar, sem lhe dar uma moeda que seja para a palma da mão!

Uma última coisinha: um maluco que pede dinheiro pode ser considerado, strictu sensu, um maluco?!?! Um maluco não deveria antes pedir, sei lá, coisas malucas?! Coisas do tipo: "bom, agora que acabei de contar estas histórias, gostaria às senhoras que me dessem pensos higiénicos usados e aos senhores que me agraciassem com um tufo dos seus pêlos púbicos". Isto é que seria uma coisa "à maluco"! Agora dinheiro?!?! Quem é o maluco que pede dinheiro?!? Tirando este, só me lembro do ministro Teixeira dos Santos...


Boas maluquices e bom fim-de-semana...

quinta-feira, julho 23, 2009

Eu vi a luz!


Os cientistas são aquela classe de pessoas dedicada à investigação e descoberta de coisas, na sua grande maioria, inúteis. Mas esta descoberta é uma daquelas que de inútil não tem nada: os seres humanos emitem luz!

Por mais bizarro que tal possa parecer, parece que é mesmo verdade. Somos autênticas lâmpadas biológicas, e só tenho pena de o saber tarde demais. Mas ainda vou (vamos todos?!) a tempo de tirar proveito disto.

A poupança na conta da luz já está assegurada! Pró caraças com os candeeiros e as lâmpadas ligados ao quadro eléctrico lá de casa! A partir de agora, quando eu quiser entrar, por exemplo, na despensa, levo a minha gaja comigo, enfio-lhe uma ficha no cu e zás, faça-se luz!

As minhas leituras nocturnas passam igualmente a não ter necessidade dos candeeirinhos pirosos localizados na mesa-de-cabeceira. É só pegar no livro, ligar o interruptor que ainda vou ter de instalar no corpo (já tenho um, que vai para cima e para baixo, mas esse está ligado a um mecanismo que verte uma pasta leitosa) e toma lá luminosidade suficiente para ler as palavras grafadas numa página.

Os jantares com amigos também terão outro requinte... Em lugar das sempre irritantes velas ou das luzes ambiente emitidas por abajours comprados no IKEA, lá em casa passaremos a dar o toque de classe através dos nossos próprios corpos. Já estou mesmo a ver: mesa posta, comida servida e cada um dos comensais com um castiçal em cima dos cornos. Se quisermos mais luz, podemos até pôr dois castiçais!

As possibilidades passam agora a ser infinitas. Ainda bem que os cientistas deram por isto... as nossas vidas tornar-se-ão muito mais agradáveis!

quarta-feira, julho 22, 2009

Comparações de gajas

Um dos mitos urbanos mais selvaticamente propagados nos séculos XX e XXI é o de que os homens adoram comparar uns com os outros o tamanho dos seus mastros. Pensa-se que tal comportamento é uma consequência do nível de testosterona dos machos, sequiosos de mostrar que são mais pujantes, no sentido peniano, do que os outros machos. É a velha história da competição e de que o homem com o maior pau será melhor e terá direito a mais fêmeas que os demais. Tolices, até porque eu sou praticante da monogamia...

No que à minha pessoa diz respeito, nunca tive desejos de comparar o meu mastro com o de outros homens, até porque não gosto de humilhar ninguém. Cada um com o seu tamanho, lá está, afinal o importante nem é a grandeza do pirilau e sim acabar o dia descansado dentro de um suave, fofinho e reconfortante órgão sexual feminino, vulgo grelo, vulgo pachacha, vulgo cona.

Portanto, nem todos os homens acham piada a essa coisa de comparar os cabeções de rodinhas. Mas as portadoras dos órgãos sexuais femininos, essas, além de apreciarem comparar os ditos cujos masculinos, gostam ainda mais de comparar algo entre elas...

Não, não são as mamas, infelizmente! O que as gajas gostam de comparar é o nível de magreza de cada uma. Esta é a grande verdade dos nossos tempos: as gajas só estão bem quando notam que são mais magras do que a melhor amiga, a colega do escritório ou a vizinha do 3º F. E é aqui que podemos observar a essência vil das mulheres. O seu cinismo. A sua hipocrisia. E a sua competitividade.

Vejamos: duas gajas amigas encontram-se na rua. Bláblá para aqui e bláblá para ali, já se sabe onde a conversa irá parar (coloco abaixo de cada fala uma "tradução" para melhor se compreender o desenrolar dos argumentos):

Gaja 1: Então e tu, estás tão magra...
tradução: "Minha ganda puta, como é que conseguiste?"

Gaja 2: Pois, é verdade, fiz uma dieta e resultou!
tradução: "Ahaha, estou muita gira, ao contrário de ti, pareces uma porca"

Gaja 1: Ui, fantástico! Deu muito trabalho?
tradução: "Puta, espero que tenhas ficado com uma doença qualquer"

Gaja 2: Sim, tive de fazer alguns sacrifícios, mas valeu a pena!
tradução: "Porra, nem me fales, tive de deixar de comer tudo aquilo de que gostava, mas em compensação agora estou uma boazona do caraças!"

Gaja 1: Eu é que, por mais que tente, nunca consigo emagrecer...
tradução: "Sou tão infeliz... porque é que esta puta consegue estar na linha e eu não?!"

Gaja 2: Ah, mas se quiseres eu dou-te o contacto do meu nutricionista...
tradução: "Pode ser que ele queira uns bifes de vaca para pôr na ementa. Nunca conseguirás emagrecer, minha foca!"

Gaja 1: A sério? Isso é óptimo! Deixa-me tirar a agenda...
tradução: "Vais ver, minha cabra, da próxima vez que nos encontrarmos vou estar mais magra que tu!"

E é isto! Quem não vive sem comparações são mesmo as gajas. Elas é que adoram competir umas com as outras, e à falta de pénis, competem por aquilo que é mais visível (mais uma vez: infelizmente, não se trata das mamas): o menor volume de gordura acumulada nos corpinhos. A mulher que nunca passou por uma situação semelhante à descrita acima com as gajas 1 e 2 que atire a primeira bolacha integral...

P.S.: Por falar em bolacha integral, uma história verídica: durante o secundário, uma colega minha que estava uns quilinhos acima do peso ideal resolveu iniciar uma dieta. Aconselharam-lhe que comesse umas bolachas integrais, de calorias reduzidas. Ora, um mês depois essa colega não só não havia emagrecido como tinha, inclusivé, aumentado visivelmente de peso. Como sabia que ela estava em dieta, resovi falar-lhe:

Eu: Ouve lá, meu bisonte [sempre fui muito simpático para com as pessoas], então estás a fazer dieta e engordas?!? Que raio de dieta é essa?!
Ela: Buuu, também não percebo! Ando eu a comer estas bolachinhas [e mostrou-me o pacote. Das bolachas, entenda-se...] e nada...
Eu: Mas quantas bolachinhas destas é que tu comes por dia, ó minha arraçada de baleia?
Ela: Uns 5 ou 6 pacotes...

Acho que esta merda diz tudo...

terça-feira, julho 21, 2009

A razão por que me afasto sempre de homossexuais nos transportes públicos

Não é por eu ser homofóbico (não, a sério, eu não sou homofóbico!!!).

Também não é por eu temer que o bicho da bichice se me pegue caso eu esteja a menos de 5 metros de uma bicha (não, a sério, eu não temo ser contagiado. Possuo um poderosíssimo antídoto que dá pelo nome "desejo e apetência incontroláveis por mulheres, em particular por suculentas glândulas mamárias").

O motivo é este e nada mais: eu afasto-me dos homossexuais nos transportes públicos porque NÃO SUPORTO ser intoxicado com o cheiro a perfume delicado! Dou-me mal com aquilo, pronto. Sinto logo a garganta a fechar-se-me, os pulmões a atrofiar, o coração a ansiar por glóbulos vermelhos que transportem oxigénio puro... Torna-se imperativo afastar-me o mais possível da bichanada, para meu próprio bem.

E vocês, possuem este problema? Conseguem estar sentados lado a lado com um homossexual? E suportam o cheiro?!?! Vá lá, confessem aqui ao Peter of Pan, eu estou sempre à disposição para vos escutar...

segunda-feira, julho 20, 2009

Ida à Lua



Custa-me a perceber o porquê de tanto forrobodó por causa dos 40 anos da chegada do homem à Lua, celebrados hoje. Sinceramente, aquilo que Neil Armstrong, Buzz Aldrin e Michael Collins executaram não me parece ter sido particularmente difícil ou extraordinário. E isto pelas seguintes razões que passo a enunciar:

1 - Ir à Lua é coisa para meninos. O que eu queria era ver a Apolo 11 aterrar na Amadora, na Brandoa, ou em Alfornelos e regressar incólume ao Cabo Canaveral. A Lua, que nós saibamos, não tem gangues nem malucos a passear de caçadeira na mão...

2 - Idolatra-se tanto Aldrin e Armstrong por terem andado aos saltinhos na superfície lunar. Isto é estúpido! Cá na Terra, os coelhos e os cangurus já fazem o mesmo há séculos e nunca ninguém lhes deu o devido crédito. Porque é que dar pulinhos na Lua é cool e merece ser celebrado ao passo que saltitar cá no nosso calhau é uncool?!?! Hmmm?!?!

3 - Ainda a questão dos saltinhos: as tristes figuras de Aldrin e Armstrong aos pulinhos na Lua, além de muito pouco viris, remetem claramente para o hino Ser Benfiquista, da autoria de Luís Piçarra, nomeadamente quando este canta "As camisolas berrantes/Que nos campos a vibrar/São papoilas saltitantes". No fundo, o que Aldrin e Armstrong andaram a fazer na Lua foi uma espécie de 1) ensaio para uma parada gay; 2) propaganda benfiquista (no fundo, 1 e 2 confundem-se). E querem fazer disto uma efeméride?!?

4 - Fala-se muito da ida à Lua e tal, do grande passo que isso foi para a Humanidade e coiso, mas no meu dia-a-dia as idas à Lua não são vistas como um bem e sim como algo depreciativo. Todos os dias eu ando com a cabeça na Lua, e ninguém me vem felicitar por isso. Não me atribuem medalhas, não me organizam festas, não me dão sequer palmadinhas nas costas. Ao Armstrong e ao Aldrin dão tudo - e eles só lá foram uma vez, catano!!!!!! - agora a mim, que - repito - ando sempre na Lua, o máximo que recebo são reprimendas e golpes de rolo da massa nos costados. Isto não é justo, nem aqui nem na Lua!

Por tudo isto, 20 de Julho de 1969 não é uma data para recordar ou celebrar. Vão mas é lançar foguetões para o raio que vos parta!!!

quinta-feira, julho 16, 2009

(De)Formação


Hoje e amanhã o autor deste blogue encontrar-se-á em formação intensiva. A partir de segunda-feira, o estaminé retomará a programação habitual. Portanto, fiquem descansados: as parvoíces não têm fim à vista!

quarta-feira, julho 15, 2009

A propósito do American Gods, um post de bota-abaixismo às editoras lusas

American Gods, na edição da Presença. 20€ de pura dor!

American Gods, na edição da Headline. 8.15€ de puro prazer!

Encontro-me presentemente a ler o American Gods do Neil Gaiman, autor famoso pelas suas BDs e por obras anteriores como Coraline e Stardust. Comprei em inglês por uma razão muito simples: os editores portugueses são tão cabrões, tão filhos-da-puta, tão bestas que um livro que custa, na língua original, pouco mais de 8 euros, em tradução portuguesa passa para mais do dobro do preço! Às luminárias que tiveram a ideia brilhante de inflacionar tão fortemente o preço, deviam enfiar pelo cu acima a colecção completa das obras do Stephen King em hardback!

É que não se compreende como o livro pôde chegar à fantástica soma de 20€ na edição portuguesa! Sendo que, como sabemos, o autor e o tradutor vêem um valor ínfimo (normalmente, 10%) do preço de capa. Ora, para onde irá o resto do dinheiro?! Para o design da capa?! Para os cadernos de papel? Para os amantes dos paneleiros dos editores?! Para a puta que os pariu a todos?!?!

Ademais, a edição que eu possuo (recordo: custou-me 8,15€!) é a "author's preferred text", querendo isto dizer que foi especialmente revista e modificada pelo Neil Gaiman, ao passo que a tradução portuguesa é feita sobre a primeira versão publicada. Significa isto que paguei menos para ter mais, ao passo que quem compre o livro da Presença paga mais para ter menos.

Urge, pois, colocar a pergunta: mas serão os editores portugueses loucos?!? Burros?!? Ou quererão eles fazer dinheiro à força toda, sem olhar a meios?!? Às custas, claro está, dos clientes/leitores?!

Seja qual for a resposta, deixo aqui a minha mensagem para todos eles:

Vão apanhar solenemente no pacote! Não dou nem mais um euro para a vossa chulice! Querem ganhar dinheiro fácil e à custa das necessidades dos outros? Basta colocarem um anúncio no Correio da Manhã, ou qualquer outro jornalzeco, a informar que trocam a vossa anilha por umas boas dezenas - quiçá centenas, tudo depende do melhor ou pior aspecto da vossa região anal - de euros. Estou certo que muita será a procura. Estou, também, certo de que vocês gostarão, pois quem está habituado a foder os outros secretamente deseja que os outros o fodam. Tenho certeza que serão bem sucedidos, bem mais do que a promover edições de caca.

Bem hajam e, quando estiverem a ser severa e brutalmente penetrados, não se esqueçam de fechar a porta. É que chateia-me ouvir gente estúpida a uivar de prazer...

terça-feira, julho 14, 2009

O Brüno destruiu todas as ilusões que eu tinha acerca da língua alemã!


Vi ontem o Brüno, a mais recente shock comedy protagonizada por Sascha Baron Cohen, o lunático por detrás de Ali G, Borat e, a crer na nova personagem, por detrás e pela frente de uma série de homens. Eu fiquei chocado, tenho de admitir, mas não foi com as cenas mais provocadoras. Nem com as imagens de pichas. Nem com as simulações de sexo apaneleirado. Aquilo que verdadeiramente me chocou foi isto: A LÍNGUA ALEMÃ É UMA RABETICE!

Para compreenderem melhor a minha surpresa, devo dizer-vos que sempre tive uma espécie de idolatria para com a língua alemã, a língua rude, forte, agressiva e máscula dos teutões. A língua dos panzers. A língua dos erres arranhados com raiva (esta frase dava um belo trava-línguas, não acham?!?). Pois bem: quando cheguei ao fim do filme Brüno, aquela idolatria caíra por terra. Enquanto Sascha Baron Cohen passou o tempo todo a abrir o olho, eu fiquei com os olhos abertos e percebi, por fim, que o alemão, na escala de paneleirice oral, só perde para o francês (indubitavelmente, a língua mais abichanada da história da humanidade) e para o italiano! Aqueles "fantastich", "unglaublich", "ich liebe dich" (tentem verbalizar estes termos, e vejam se não ficam com um ar apaneleirado!) e tantos outros mostraram-me que, para lá da capa de rudeza, a língua alemã esconde, no armário, uma essência de perfume Armani.

Esta avassaladora descoberta tem feito, nas últimas horas, com que eu veja todo o Terceiro Reich a partir de uma nova perspectiva. O que os nacional-socialistas queriam não era o domínio do mundo. E o extermínio dos judeus não passou de um mero epifenómeno. Aquilo que a máquina nazi queria era proceder a uma nova decoração humana, uma espécie de Querido, Mudei a Casa mas com pessoas. Em lugar dos feios (embora avantajados) negros e dos circuncidados e sexualmente diminuídos judeus, os nazis queriam colocar os altos, loiros, esbeltos e fortes espécimens da raça ariana, e isto pelo mundo todo. Foi por isto que se deu a II Guerra Mundial: porque as bichinhas alemãs queriam olhar para e fornicar com clones do Boris Becker. E por causa disto, milhões de pessoas perderam as suas vidas...

Chegado a esta conclusão, garanto que vou passar a ver os simpatizantes neo-nazis com outros olhos. Já sei que eles, no fundo, não defendem a supremacia branca. Aquilo que eles verdadeiramente querem é que todos passemos a falar como o Brüno e que cometamos o mesmo tipo de actividades de cariz homossexual. Uma sociedade assim será, para eles, "unglaublich"!

Não contem é comigo para estas merdas...

segunda-feira, julho 13, 2009

Das incompatibilidades entre sono e trabalho

Das muitas coisas prejudiciais ao bom desempenho profissional, poucas sê-lo-ão tanto quanto o sono. Ter sono é dos maiores handicaps que pode haver em contexto laboral, ao ponto de eu pessoalmente achar que é urgente adoptar um conjunto de medidas de bom senso capazes de impedir que aquele factor continue a perturbar o normal funcionamento do trabalho. Penso, até, que tais medidas deviam assemelhar-se às que são tomadas aquando da contracção de doenças contagiosas.

No fundo, o que eu defendo é nada mais que isto: trabalhadores ensonados devem ser postos de quarentena e impedidos de ocuparem os seus postos de trabalho até ficarem sem sono. Parece-me perfeitamente adequado e justo. À semelhança de um indivíduo que tenha apanhado o vírus H1N1, o trabalhador com sono é uma ameaça ao correcto cumprimento de funções laborais - ameaça quiçá maior do que a própria gripe A.

Vejamos: um funcionário com gripe A encontra-se doente. Ora, um funcionário doente trabalha menos. E pior. Logo, a sua produção ressente-se.

Mais: um funcionário com gripe A representa riscos de contágio. Ora, um funcionário que vá trabalhar nestas condições pode passar o vírus a mais funcionários, multiplicando deste modo o problema.

Daí que qualquer governo, ministério da Saúde, sindicato ou patrão resolva o caso com uma medida muito simples: quarentena para o(s) funcionário(s) infectado(s).

Ora, a mesma solução adequa-se às pessoas que padecem de sono. Um funcionário com sono não consegue trabalhar como deve ser. Um funcionário com sono é um funcionário com defeito. Um funcionário com sono não consegue apresentar um bom produto.

Além deste simples e óbvio facto, um funcionário com sono contagia os outros funcionários. Só quem nunca esteve ao pé de um colega que boceja constantemente pode julgar que o sono não é contagioso. Assim, e à semelhança do que se viu atrás no caso da gripe A, um trabalhador com soninho pode multiplicar o problema da má produção ao passar o sono a outros trabalhadores.

Desta feita, se queremos um país mais produtivo, empregados mais satisfeitos e diligentes, empresas mais saudáveis, temos de adoptar a seguinte política que acima defendi: METER DE QUARENTENA TODO E QUALQUER TRABALHADOR QUE APRESENTE SINAIS DE SONO!

Sei que isto pode parecer insano, mas se reflectirem bem, faz todo o sentido. Para melhor compreenderem, apresento aqui uma intrigante imagem: o que preferiam vocês, que um mau condutor se metesse na estrada e colocasse em risco a vida dos outros, ou que esse mau condutor ficasse em casa? Pois o mesmo se passa com o trabalhador com sono: além de não trabalhar a ponta de um corno, mete em xeque o trabalho dos outros. Daí que seja preferível ficar em casa, a fazer óó. O país, os restantes funcionários e até o próprio tecido empresarial agradecem este tipo de profilaxia.

Concordam agora que a minha medida é, ao fim e ao cabo, uma excelente medida?!?! E que eu, ao fim e ao cabo, sou um visionário?!?!

(Pronto, confesso: na verdade, estou com esta lenga-lenga toda porque tenho sono. E preferia ter ficado em casa)

sexta-feira, julho 10, 2009

O segredo do Porto é a estupidez do Benfica

Há muito tempo que não falo sobre coisas realmente irrelevantes e desinteressantes, por isso hoje tiro a barriga de misérias e faço uma breve mas lúcida exposição sobre as recentes estratégias do Benfica e do Porto. É que o Porto ultimamente tem surpreendido por vir roubar jogadores que se julgavam a caminho do estádio da Luz, e eu creio que tenho uma explicação para o caso.

Tome-se o exemplo do provável próximo reforço dos portistas, o jogador uruguaio Falcão. Os mais atentos recordar-se-ão que, aqui há coisa de poucas semanas, Falcão era dado como praticamente certo no Benfica. Ora, e o que sucede quando o Benfica se prepara para assinar um jogador?! Isto: o jornal A Bola (o segundo jornal do Benfica) entra no negócio e vai de propagandear o mesmo, por forma a gerar aquele sentimento de euforia tão típico nos inícios das épocas encarnadas. O que A Bola mostrou, em primeira página, sobre Falcão foi mais ou menos isto:

"Falcão é mesmo craque"

"Falcão é o melhor avançado do mundo. Melhor até do que o Nuno Gomes"

"Falcão quase a assinar. Comentadores dizem que tem mais técnica do que o Pelé"

"Falcão será provavelmente o melhor jogador de todos os tempos"

Com tanto panegírico, até o mais grunho dos dirigentes desportivos ficaria curioso pelo jogador. E os dirigentes do Porto, grunhos até mais não, ficaram obviamente curiosos. Depois de lerem A Bola durante quatro dias seguidos, até eles próprios se convenceram de que o uruguaio se calhar até sabe dar uns toques na bola. E então vá de se mexerem para contratar o jogador.

Deste modo, o Porto consegue contratar jogadores sem se chatear muito. Nem são necessários olheiros: basta ver o que o jornal A Bola diz acerca de presumíveis reforços lampiões. E ter atenção aos naturais exageros que tornam necessária uma equivalência de vocabulário, que é mais ou menos esta:

Quando A Bola diz "Benfica interessado em jogador medíocre", o dirigente do Porto deve ler "passar à frente".

Quando A Bola diz "Benfica interessado em jogador mais ou menos", o dirigente do Porto deve ler "passar à frente".

Quando A Bola diz "Benfica interessado em jogador bom", o dirigente do Porto deve ler "passar à frente. Deve ser tão bom quanto o Jorge Ribeiro".

Quando A Bola diz "Benfica interessado em jogador excelente", o dirigente do Porto deve ler "ver uns vídeos no youtube para avaliar o gajo".

Quando A Bola diz "Benfica interessado no melhor jogador dos 5 continentes", o dirigente do Porto deve ler "comprar o tipo só para lixar os lamps".

É este o segredo. O Benfica torna-se vítima de si próprio, pois ao tentar criar um ambiente optimista relativamente aos futuros reforços, abre a guarda e deixa o pássaro na mão do Porto, que mais não faz senão prestar atenção ao que é dito n'A Bola. Assim fica tudo mais fácil...

quinta-feira, julho 09, 2009

A Vita É Dolce (o pior são as gorduras acumuladas)


Não sei se já tiveram a oportunidade de visitar o novo antro de consumismo disponível em Portugal, o mega-Centro Comercial Dolce Vita. Eu já, precisamente no fim-de-semana que passou. Impressões? Poucas, e não lá muito boas. Deixo aqui os meus apontamentos:

1 - Aquela merda é de facto grande. Absolutamente descomunal. Havia necessidade de tanto?!

2 - Como é possível haver um país em que se pede o fecho de hospitais e maternidades por, argumenta-se, "estarem demasiado próximos uns dos outros e servirem o mesmo segmento da população" e abrem-se centros comerciais enormes a uma distância insignificante uns dos outros?!? No raio de poucos quilómetros quadrados (5 minutos de popó, se tanto...), temos o Colombo, o Dolce Vita e o Odivelas Park, além dos Estádios da Luz e Alvalade XXI, que possuem também um vasto terreno para comércio. Vá alguém perceber isto...

3 - Apesar de grande, o Dolce Vita nem por isso tem grande variedade. O comum: lojas de roupa aos pontapés, e pouco passa disto. Faz falta uma megastore tipo Fnac (mas não precisa de ser mesmo a Fnac, pessoalmente já estou farto do imperialismo da cadeia francesa...) onde se comercialize todo o tipo de produtos ligados à cultura, a saber, livros, cds e dvds. Ou seja, um sítio onde eu me sinta à vontade para gastar dinheiro...

4 - Percorrer o Dolce Vita é uma actividade desagradável. Não se trata apenas das dimensões: creio, isso sim, que a gerência exagera no volume da música ambiente e na potência das luzes. É extremamente chato andar pelos corredores a ver as montras das lojas, à procura de algo útil, e estar a apanhar com luzes directamente nas trombas e com canções dos Coldplay em altos berros. E se os Coldplay já são uma seca, então no Dolce Vita, com aquelas condições, tornam-se insuportáveis.

5 - Este é, talvez, o ponto mais importante. No Dolce Vita deparei com a maior concentração de baleias, focas e orcas que já alguma vez vi! Impressiona, e muito, a quantidade de carne gorda que por ali passeia, assim tão perto de nós, seres humanos. Atenção, não se pense que estou aqui a mandar bocas às pessoas gordas. Não há mal nenhum em ter excesso de peso ou umas gordurinhas a mais. Até é bom para variar da artificialidade ditada pelas revistas de moda. Um pouco de chicha nunca fez mal a ninguém e até é giro. Só que no Dolce Vita "um pouco de chicha" é algo que não existe, pelo menos no dia em que lá pus os pés. O que eu vi foram autênticas manadas de obesas mórbidas, daquelas que fazem o Jabba the Hutt parecer a Heidi Klum! Houve uma altura em que eu pensei estar no meio de um freakshow, não de um centro comercial. E ouve outra em que me imaginei dentro de um baleeiro, pronto a arpoar sem dó nem piedade aqueles seres agraciados com toneladas de banha. Juro: se eu tivesse de ganhar a vida na caça à baleia, podem ter a certeza certezinha que faria do Dolce Vita o meu território. O sucesso estaria garantido.

Mas vou dizer-vos o que mais dói no Dolce Vita. É a associação do ponto 4 (ser desagradável passear pelos corredores do centro comercial) com o ponto 5 (a proliferação de matacões idólatras do boneco da Michelin). Por uma qualquer razão obscura, e que devia ser alvo do estudo de filósofos, sociólogos, psiquiatras, políticos, neurocientistas e até engenheiros formados pela Universidade Independente, esta gente gorda adora vestir roupas apertadíssimas, mais apertadas do que o latex de uma prostituta. Irá sempre escapar-me, até que um dia me expliquem tudo muito bem explicadinho, o porquê de estas pessoas, ou lá o que são, envergarem tais indumentárias. Porque aquilo não é benéfico. Em primeiro lugar, não é benéfico para a saúde delas próprias, pois roupas excessivamente apertadas prejudicam o vai-e-vem do sangue pelo montanhoso e gorduroso corpo. Quer dizer, andou-se anos e anos a protestar contra a utilização de espartilhos pelas mulheres, e agora que as meninas (se é que se pode chamar a um mastodonte de 400 quilos "menina"...) estão livres dos espartilhos, divertem-se a estreitar as banhas com uns tops justíssimos e umas calças que comprimem mais matéria que o WinRar. Isto não pode fazer bem à saúde... à delas e à nossa, porque - lá está - a visão de várias gordalhonas vestindo roupinhas que só pensávamos servir às donzelas do Bunny Ranch é um atentado visual e estético, que prejudica - e de que maneira - o coração que qualquer pessoa detentora de bom gosto.

É sobretudo por este tipo de coisas que o Dolce Vita não é um local que eu possa aconselhar. Mantenham-se, pois, longe deste novo monumento capitalista. A não ser, claro, que queiram praticar o tiro ao alvo. Nesse caso sim, o maior centro comercial da Península é um sítio a ter em conta.

quarta-feira, julho 08, 2009

Se isto é um camionista

Por vezes, somos surpreendidos com eventos que jamais julgaríamos possíveis. Coisas fantásticas, como ver o Sporting ganhar uma Liga dos Campeões, ou o Ronaldo andar com a mesma gaja durante 2 meses seguidos. Hoje, dei de trombas com um desses eventos que, se me fosse contado, eu não acreditaria.

Passou-se assim: estou eu a percorrer o caminho até ao transporte público que tenho de apanhar para ser conduzido ao trabalho (maldito!!) quando, no sentido contrário, vem um daqueles borrachos que com mais propriedade estariam a posar para a Playboy do que a andar em ruas públicas. Era uma daquelas boazonas mesmo boazonas, pronto! Em simultâneo, vejo dois camiões a descer a rua, precisamente no mesmo sentido do fabuloso e avantajado material feminino. Pensei logo para comigo: "Vai haver buzinadela e piropo! Ai vai, vai! Uma grossa destas não se escapa! Tenho de prestar atenção, isto pode tornar-se divertido!".

Esperei, entusiasmado, pelo desenlace da cena. Os camiões aproximavam-se da moça que, ausente, continuava o seu passo. Aproximaram-se mais. "Lá vem buzina", exclamei para mim! Mas não veio. Aproximaram-se mais ainda. A jovem caminhava. O primeiro camião passou por ela. Nada! Nem um PI PI, nem um "Ó boa!!!" O segundo camião passou também. Nada! Nem um FÓOOON, nem um "Belas pernas, a que horas abrem?" Nem sequer um educado "Ó filha, vamos acasalar?". Simplesmente o vazio...

Os camiões foram-se sem que tivesse acontecido o que eu esperaria que acontecesse. A jovem saíra imaculada deste rendez-vous com - pasme-se - não um, mas dois camionistas! Tal evento deu-me, naturalmente, para pensar. Também me deu para ficar com o órgão sexual ligeiramente entumescido, mas isso agora não interessa.

E que reflecti eu? Isto: em que mundo vivemos nós?!? Que mundo é este em que os valores e as tradições são sucessivamente desrespeitadas?! No que se está a transformar o sítio em que vivemos?! Como é possível passarem dois, repito, DOIS camionistas por um monumento daqueles e ter ocorrido o mesmo se ambos os camiões fossem conduzidos por duas freiras?! Quer dizer, nem um comentário javardo! Nem um olhar minimamente lascivo! Nem um viril calcar da buzina! Como é possível?!?! Isto é um atentado não só à excelente reputação dos camionistas, como também à vida humana no seu todo! É que não se admite uma coisa destas! Há menos recato numa qualquer conferência episcopal do que na atitude dos dois camionistas, e isto não pode ser! Não é natural. Não é isto que se ensina na escola de camionagem. Não foi a isto que nós, pobres cidadãos que não sabem guiar veículos pesados, fomos habituados! Seria como agora termos um primeiro-ministro que realmente se preocupasse com o estado do país em vez de olhar só para a sua ascensão individual. Algo que não cabe na cabeça de ninguém, portanto...

Urge tomar medidas para inverter este comportamento. Espero tratar-se apenas de um, ou melhor, dois, casos isolados. Sugiro um maior nível de exigência na contratação de camionistas! Um gajo que não saiba coçar os tomates, cuspir para o chão ou mandar bocas às gajas não pode ter essa nobre profissão nem envergar o oleoso uniforme da camionagem. Não podemos cair no niilismo! Um camionista sem valores e sem tradições machistas não é um camionista! Em suma, não quero a voltar a passar pelo que passei hoje: da próxima vez que deparar com camiões nas proximidades de uma boazona, exijo que as coisas regressem à normalidade. Exijo que sejam debitadas as maiores injúrias na direcção do exemplar do sexo feminino. Sem isto, a sociedade em que estamos instalados soçobra, e eu não quero que a minha sociedade soçobre. Nem que eu próprio tenha de me tornar camionista, caraças!!!!

terça-feira, julho 07, 2009

E que tal uns soquinhos nessa boca, ó Carolina?!?!


Nada tenho contra a Carolina Patrocínio enquanto pessoa, mas não gosto dela e apetecia-me partir-lhe a boca toda ao pontapé! Sim, bem sei que esta frase constitui uma evidente contradição, mas é o que sinto! Quando olho para ela, não tenho o mínimo desejo badalhoco de lhe saltar para a cueca, não tenho a mínima vontade de explorar petróleo no seu entrepernas, não tenho a menor apetência para reinterpretar qualquer um dos ilustres actos descritos pelo divino Marquês de Sade em Os 120 Dias de Sodoma. Nada. Só me dá para querer transformar aquela irritante cara num pedaço de carne amassada!

Já sei o que me vão dizer: "Mas ó Peter of Pan, ela tem um ar tão querido! E é bonita! E elegante! E simpática". Só que eu discordo! Não sei se são os dentes, não sei se é o sorriso desenxabido, não sei se são as mamas com aspecto esquisito, ou se é isto tudo somado; o facto é que a Carolina Patrocínio (o nome também não ajuda...) provoca no meu ser uma raiva irracional, como o são todos os ataques de raiva, excepto aqueles dirigidos aos dirigentes, simpatizantes e jogadores do Futebol Clube do Porto, cuja mera existência torna concretamente possível o teoricamente impossível: haver raiva racional.

Quando estava na faculdade, conheci um tipo que despertava em mim, e em todos os alunos, aliás, o mesmo tipo de sentimentos. Chamava-se Duarte e tinha um aspecto semelhante ao da personagem Screech da célebre série norte-americana para adolescentes Já Tocou/Saved By The Bell. Cada vez que eu e os meus colegas deparávamos com ele, só nos apetecia chegar-lhe a roupa ao pêlo. Uma vez, na cantina, cheguei a dar-lhe com um tabuleiro mesmo em cheio nos costados, tendo depois acusado do acto um professor catedrático de História que por ali também costumava almoçar. Outra vez, um dos meus colegas de licenciatura passou por ele e pregou-lhe uma rasteira; ao vê-lo no chão, metade do corpo discente e dois terços do corpo docente daquela faculdade acorreram ao local para pontapear o pobre Duarte. Foi um dos momentos mais memoráveis da minha licenciatura, e comprovou-se que alunos e professores podem, quando estão em causa interesses superiores, unir-se em favor de um bem comum.

Também eu sonho mandar uns pontapézinhos e patrocinar o corpo da Carolina Patrocínio com a sola das minhas botas (que trocadilho tão estúpido!). Não lhe vejo qualquer outra utilidade; creio até que a Carolina foi posta no mundo apenas para servir de saco de pancada, e cabe a nós, meros mortais, fazer com que ela leve esta missão a bom porto. É uma questão de altruísmo, sei lá. Vocês podem até pensar que isto é mera retórica, a qual serve apenas para justificar as coisas que a minha mente retorcida gera, como esta de ter vontade de apanhar a Carolina e brindá-la com um valente e severo enxerto de pancadaria, mas querem saber uma coisa?!?! Têm toda a razão!!!! (bolas, não era bem isto que eu queria escrever...)

Há alguém aí desse lado que compreenda minimamente aquilo por que passo quando vejo a Carolina no televisor?!?! Alguém que, como eu, queira cometer actos de hooliganismo caso algum dia com ela se cruze? Ou estou sozinho neste universo e a Carolina pode andar descansada sem receio de se pavonear pelos canais televisivos, pelas passerelles e pelas ruas de Portugal? Como é, cambada?!

segunda-feira, julho 06, 2009

Apreciação isenta acerca do novo programa do Herman

Para que conste: na minha opinião, o Herman José foi o maior génio humorístico que este país jamais teve! O Herman está para o humor português tal como o Maradona está para o futebol: nunca se viu antes nem, provavelmente, nunca se verá ninguém depois com tanto talento. Programas como O Tal Canal, Humor de Perdição, Hermanias, Casino Royale ou as celebrações de ano novo como o excelente Crime na Pensão Estrelinha e o não tão bom, mas ainda assim com piada, Hermanias Especial fazem parte do reduzido panteão de apontamentos cómicos produzidos em Portugal que são realmente engraçados, ao contrário daquelas pastilhadas com inspiração no teatro de revista, cujo conceito de humor se resumia a gritar alto, fazer quadras com rimas estúpidas e a peidar/arrotar. No meio do deserto que era a comédia à portuguesa, Herman foi um oásis.

Até ele próprio se transformar num deserto de ideias. Em meados dos anos 90, o génio rendeu-se aos meios mais populistas e começou a apresentar concursos e programas de variedades. Sim, concordo que a primeira versão da Roda da Sorte (a da RTP, não a reciclada pela SIC) era uma delirante desbunda, mas estopadas como Parabéns e Com a Verdade m'Enganas começaram a revelar outro Herman, um Herman já gasto, desactualizado, repetitivo e - é preciso dizê-lo - chato! Começara a decadência, somente atenuada pela excepção que é a Herman Enciclopédia, programa muito à frente do seu tempo e que só hoje começa a ser devidamente apreciada (por falar nisso, acho que está para sair o dvd da série... é aproveitar, é aproveitar!).

Porém, esta excepção tratou-se disso mesmo: uma excepção. A queda do verdadeiro artista continuou, ajudada por uma transferência nada benéfica para a SIC. Foi aqui que Herman se enterrou definitivamente: Herman SIC, programa construído à semelhança da porcaria que era o Parabéns, revelou o pior do Herman: exibicionista, parvinho e totalmente irrelevante, características agravadas pela adesão ao establishment, contrariamente ao que sucedia com o iconoclasta Herman de antanho. Depois veio a obra de sketches Hora H, que se pensava constituir uma lufada de ar fresco semelhante à da Herman Enciclopédia mas que na verdade não fez mais que antecipar o calvário: Herman estava acabado. De génio do humor passara, no espaço de década e meia, a performer triste, vivendo da sua gloriosa história mas impossibilitado de se reiventar, e quando isto sucede, é verdadeiramente o fim. Nem nova série da Roda da Sorte nem um prime-time com músicas da treta o salvou...

E agora nova transferência, no intuito de ressuscitar o cadáver. Desta feita, para a TVI. E novo programa: Nasci p'ra Cantar. E nova merda, novo espalhanço, novo tiro no pé. Aquilo é uma porcaria de tal modo porca que até dá vontade de chorar. Eu juro que tentei ver a coisa, mas não deu. Não deu mesmo, porque é demasiado má. Do início sofrível em regime stand-up comedy que não faz mais senão demonstar que o Herman de hoje é um Herman que, mais que dizer piadas, revive momentos antigos, à semelhança de um idoso num lar ou de um adepto do Benfica, até à apresentação do conteúdo do programa propriamente dito (gente desconhecida a imitar artistas conhecidos... onde é que eu já vi isto?), tudo é inacreditavelmente mau, forçado, enfadonho e sem piada. Este Herman não é o Herman que conheci, o Herman com que cresci (abstenham-se de piadas pedófilas, sim?!), o Herman que admirei. Isto que agora vem passando nos nossos televisores é uma imitação barata, um clone aloirado e de mau gosto desse grande, enorme artista que foi Herman José. É como termos, lado a lado, a Elizabeth Taylor divinal e belíssima de filmes como Cleópatra e Gata em Telhado de Zinco Quente com a Elizabeth Taylor engelhada e zombie dos nossos dias. Por muito que custe, embora saibamos que ambas são a mesma pessoa, temos de admitir que a última pouco tem a ver com a primeira e é só e nada mais do que uma mera sombra desta.

O Herman está, pois, acabado! Nasci p'ra Cantar é uma chonice do caraças. E a TVI a continuar assim, se algum dia for adquirida pela PT eu juro que deixo de pagar impostos!

P.S.: ponto positivo do programa do Herman de ontem: os dois tipos (foram logo os primeiros) que imitaram o Tony Carreira. Pronto, eles não imitaram lá muito bem, mas as perucas que usaram imitaram na perfeição a peruca do Tony!

sexta-feira, julho 03, 2009

Não percebo!...

Então mandam o ministro borda fora só porque ele fez isto



em direcção à bancada parlamentar vermelha?!?! Então mas não é isto que lhe está no sangue?!?

Vá lá alguém entender a política portuguesa...

quinta-feira, julho 02, 2009

Os piores filmes

Vagueando pela blogosfera, por vezes deparo-me com posts em que se aconselham filmes a visualizar. Eu acho muito bem e gosto deste tipo de comunicação, pois a um gajo desperta-se-lhe a curiosidade e fica com uma ideia do que pode vir a encontrar nas películas aconselhadas. Porém, considero que faz falta, muita falta, blogues onde se avisem os incautos cinéfilos de filmes que nunca, jamais, devem ver! É para suprir essa falha que hoje abro um post dedicado a esse assunto: filmes de fugir a sete pés.

Abençoadamente, posso afirmar que, no que toca a filmes, já vi muita porcaria, mas daquelas mesmo atrozes, de berrar aos céus, filmes que uma pessoa vê e fica a pensar que o penteado da Manuela Ferreira Leite até dá uma obra de arte melhor do que aquilo, vi poucas. Lembro-me, por exemplo, do Always, feito pelo Spielberg, e que abandonei a meio por já não aguentar mais a coisa. Lembro-me também de me emprestarem uma cassete VHS contendo um autêntico atentado de nome Doidos Varridos (escapa-me agora o título original), uma suposta comédia que começava com alguém a cozinhar um bebé no forno. Vi cinco minutos daquela porcaria e parei. Como vingança, gravei por cima um filme porno e disse à pessoa que me emprestara a VHS que a fita tinha quebrado e quase me estragara o leitor de vídeo. A pessoa pediu desculpas e não voltou a falar da merda do filme.

E não foi muito mais do que isto, pois tenho por hábito desde logo evitar filmes com o Steven Seagal, Jean Claude Van Damme, Dolph Lundren e demais heróis de acção, cujas "aventuras" podemos considerar a priori que não valem um chavo. Recentemente, contudo, caí na armadilha de ver um filme que, de tão mau que é, quase me fez temer pela própria vida. A sério...

A película em questão dá pelo nome de Dungeons and Dragons: The Wrath of the Dragon God (página na Internet Movie Data Base aqui). E nem sei o que dizer disto. Apenas que é mau, péssimo, terrível. Se este filme fosse uma pessoa, seria o Hitler! Quando meti o dvd no leitor, a minha intenção foi desanuviar dos temas intelectuais e ver uma treta comercialeca para descomprimir, o que também é saudável fazer de vez em quando (ninguém aguenta muitos dias seguidos a ver Pasolinis, Fellinis, Tarkovskis, Eisensteins, Murnaus, Langs ou Sá Leões). Mas essa intenção saiu furada, porque não só não desanuviei como entrei em stress pós-traumático. Juro que, passada meia-hora de filme, eu já dava por mim a pensar que seria melhor tirar o dvd e pôr na Sic Notícias para assistir à estreia do novo programa do Pacheco Pereira, o Contraponto. Só por isto já se vê o estado em que me encontrava: de total desespero!!!!

Daí o meu conselho: se algum dia estiverem para ver este filme, NÃO O FAÇAM! Peguem antes na obra de um Chuck Norris, por exemplo. Ou de um Manoel de Oliveira, que faz filmes de acção num registo diferente (é o chamado filme de acção sem acção nenhuma, o que não deixa de ser um conceito revolucionário e original!). A coisa é tão ruim, tão ruim que, no caso de um serial-killer lunático vos raptar e obrigar a ver o Dungeons and Dragons: The Wrath of the Dragon God sob pena de vos cortar um braço se não o fizerem, o melhor é suplicarem logo para terem o braço cortado! Eu juro que só vi o filem até o fim (sim, consegui) porque foi a única maneira que encontrei de me auto-punir. Foi uma lição que ensinei a mim próprio, de modo a jamais repetir a brincadeira. E, altruísta como sou, deixo-vos o aviso: passem longe. O mais longe possível. Do tipo: se virem este dvd na Fnac ou no clube de vídeo, apanhem um avião para a Sibéria, por forma a não serem apanhados pelas ondas de choque.

Em contrapartida por este aviso, peço somente uma coisa: que deixem, na caixa de comentários, as vossas experiências. Ou seja, quero saber quais os filmes que vos fizeram ter a mesma reacção que eu tive aquando do play no Dungeons and Dragons. Que filmes não aconselhariam nem ao Pedro Santana Lopes? Quais os que vos fizeram ficar a soro e em estado de coma? Prestem um pouco de serviço público aqui no estaminé e comuniquem os piores filmes da vossa vida, se fizerem favor. Eu ficarei agradecido. Até porque, se alguém me tivesse avisado acerca do D&D, eu hoje seria um homem muito mais feliz... Vá lá, contribuam!

P.S.: Se alguém alegar sequer que o Pulp Fiction pertence à galeria dos filmes a evitar, digo desde já que terá em mim um feroz inimigo e que tudo farei para lhe enviar uma caixa com 100 cópias dessa magnífica obra-prima que é o Dungeons and Dragons: The Wrath of the Dragon God!

quarta-feira, julho 01, 2009

Quem me manda a mim dizer coisas parvas?!

Ontem eu e a minha senhora decidimos fazer uma caminhada ao finalzinho da tarde, só para exercitar os músculos e variar dos outros desportos que praticamos em casa, como sejam o levantamento do comando da televisão, o mergulho para o sofá ou mesmo o (mais radical) sexo no polibã. A temperatura estava agradável, nem frio nem calor, soprava uma suave brisa e o trânsito já se encontrava mais calmo, fora da típica confusão das horas de ponta. Tudo a nosso favor, portanto, tirando uma irritante lambreta Famel Zundapp que apanhámos a meio da passeate e que aparentava seguir-nos, pois fiquei com aquele ruído "eeeeeeeeeeeeeeeehhhhhhhhhhhhhhhh" a soar durante vários minutos no meu aparelho auditivo.

Até que resolvo estragar tudo. Ao passarmos por uma rua, não resisti a ler o nome indicado na placa: "Rua das Artemísias". Era a oportunidade para dizer uma parvoíce. Irreflectidamente, virei-me para a minha gaja e fi-lo:

"Olha ali, já viste o nome que está naquela placa?! Tão bonito, Rua das Artemísias... se algum dia tivermos uma filha, vamos pôr-lhe este nome: Rua!"

Pois. Armei-me em parvinho e obtive uma resposta, mas não a que eu esperava. Rápida que nem um foguete, ela pegou numa pedra da calçada e jogou-a, certeira, na minha cabeça. Enfim, não fosse ela adepta benfiquista, muito gosta esta gente de andar à pedrada, valha-me Liédson!...

Caí inanimado, claro está. A sorte é que a gaja fez recentemente um curso de socorrismo (um dia, talvez faça um post sobre isto) e lá consegui voltar ao mundo da consciência, só para ver a minha t-shirt cheia de sangue, o que me fez desmaiar outra vez, e isto levou a que tivesse de ser novamente reanimado, e assim por diante (a minha gaja jura que teve de me fazer regressar umas 1278 vezes, mas eu não acredito... deve ser só conversa).

Resultado da minha parvoíce: 23 pontos na cabeça e a certeza, certezinha, de que se um dia tiver uma filha, ela NÃO se chamará Rua. Uma pena...