sexta-feira, dezembro 30, 2011

Desejos para 2012

Então para 2012 desejo que:

  • As embalagens de leite que se dizem de "abertura fácil" sejam mesmo de abertura fácil.
  • Dê um grande ataque de dor de barriga ao Pedro Passos Coelho em plena sessão parlamentar.
  • A Merkel e o Sarkozy assumam finalmente a relação.
  • A TVI faça o primeiro reality show pornográfico português. Não, esperem, isso já foi feito com a Casa dos Segredos! Ok, este desejo é para riscar.
  • A Troika vá para a Coreia do Norte. Desejo boa sorte a ambas...
  • A minha pança pare de crescer descomunalmente.
  • O Vítor Pereira fique por mais tempo no Porto.
  • Dê outro grande ataque de dor de barriga ao Pedro Passos Coelho noutra sessão parlamentar.
  • Os Estados Unidos da América invadam Washington.

Bom 2012 para todos.

segunda-feira, dezembro 26, 2011

A questão da retoma

A mensagem de natal do senhor doutor cabrão primeiro-ministro teve uma ideia central: a retoma. Era retoma para aqui, retoma para ali, retoma para acolá. Os comentadores vêem nisto uma transição nas medidas governativas e esperam um renascimento económico do país. Eu não: eu vejo aqui uma continuidade. Ao falar de retoma, Pedro Passos Coelho não fez mais do que utilizar uma espécie de elipse, mas quando ele, através do televisor, olhava para mim, eu percebi bem o que é que ele queria dizer: era "re-toma nesse rabo, re-toma nesse rabo". E vocês, se o olharam bem, devem ter percebido exactamente o mesmo: vamos continuar a ser enrabados à força no próximo ano.

sexta-feira, dezembro 23, 2011

Tenho a estranha e desagradável sensação

de que fui a única pessoa a vir trabalhar hoje, não contando com o segurança do edifício, que esse está cá todos os dias. Das duas, uma: ou o resto da malta ficou em casa a preparar o natal, coisa em que não acredito, ou estão todos ali escondidinhos num gabinete exíguo à espera da melhor altura para me prepararem uma festa surpresa, ocasião em que serei brindado com vários presentes, entre os quais um iPad, uma PS3 com comandos capazes de interferir com o Pedro Passos Coelho, e uma residência no centro histórico de Viena, sob a justificativa de ser o colega mais espantoso, competente e bonito do mundo.

Fixe, fico à espera...

quarta-feira, dezembro 21, 2011

Falar de mamas

Quem tem andado atento às notícias dos últimos dias, sabe perfeitamente que tem andado tudo à volta disto:

a) protestos no Cairo
b) a morte de um anãozinho vermelho de olhos em bico
c) a omnipresente austeridade
d) o caso dos implantes mamários em França

É sobre este último ponto que vou debruçar-me, pois ainda hoje, quando ligava o televisor para levar um upgrade de informação, apanhei logo com a polémica das mamas: o que ia o governo português fazer para alertar as cerca de 1500-2000 mulheres que fizeram implantes na clínica francesa, se aconselhavam a remoção das mamas, enfim, coisas dessas.

Eu considero, já sabem, que falar sobre mamas é um sinal claríssimo de avanço cultural e civilizacional. Quem não fala sobre mamas, está atrasado no caminho do progresso; basta verem que os países de tradição islâmica vetam toda e qualquer discussão sobre partes da anatomia feminina que não sejam a burka. Duvido que o Al-Destak de uma nação como, sei lá, a Arábia Saudita, tivesse condições para meter um cabeçalho de primeira página como o nosso Destak meteu, que dizia qualquer coisa como isto "Portugal não muda as regras dos implantes mamários". Quanto muito, o Al-Destak saudita escreveria algo como Alrrhamalé marrabi alarrabidi medarrhali. E eu não sei o que isto quer dizer...

Mas não é sobre a polémica dos implantes mamários que eu queria propriamente falar. O meu propósito é entender o porquê de as mulheres colocarem implantes. "Ah, é para aumentarem as mamas", dirão vocês, mas isso é uma resposta estúpida. É claro que as mulheres metem implantes para ficarem com umas mamongas maiores, mas isso, em linguagem aristotélica, será a causa final, e eu quero é saber qual é a causa eficiente, isto é, qual é a razão que as mulheres invocam para desejarem um enhancement às suas mamas.

Eu já falei com várias mulheres e parece-me pacífico reduzir todas as respostas que as mulheres dão à pergunta "Ouve lá, ó minha putéfia, mas para que é que queres estourar milhares de euros em silicone para enfiares nas mamas?" a esta (vem em bold e tudo...):

Ah, eu vou fazer um implante porque os homens preocupam-se com o tamanho das mamas das mulheres, e se eu tiver umas mamas grandes, isso dá-me vantagem competitiva face a outras mulheres, seja para conquistar um homem, seja para manter o homem que eu já tenho.

É esta a motivação, portanto, para a decisão do mulherio em desatar a encher clínicas de cirurgia estética e enfiar no peito botijas de silicone. Atenção, isto não é uma crítica: eu próprio, se um dia possuir dinheiro e a saúde me ajudar, gostaria de fazer uns implantes, à maneira do que o Marylin Manson fez anos atrás. Gosto de mamas, querem o quê?!?, e gosto tanto, tanto, que queria ter umas só minhas, Pamela Anderson style. Mas deixemos este breve excurso de lado e voltemos à revelação acima: as gajas, dizem-nos, metem implantes por nossa causa. Isto é, somos nós os "culpados" pela decisão delas.

Só que isto, minha gente, e sobretudo minhas leitoras, é uma aldrabice. Pegada. Este argumento é simplesmente uma maneira de vocês, mulheres, atirarem a bola, e por "a bola" quero dizer "a mama", para o terreno do adversário. Nenhum homem é parvo o bastante para aceitar esta justificação, excepção feita aos grunhos da Casa dos Segredos, que me parecem parvos o suficiente para cair nestes contos de fadas e mais, muito mais. O que eu quero dizer é que este argumento não cola. Mulheres, não tentem culpar-nos a nós, homens, pois por mais apreciadores de mamas que sejamos (e somos, e somos. Pelo menos, eu sou, eu sou!) ninguém vos obriga a fazer uma operação às tetas. É verdade que nos preocupamos com o tamanho das mamas, assim como com a forma delas, delicadeza ao toque e um sem-número de outras qualidades, mas também nos preocupamos com muitas outras coisas e não vos vejo a fazer nada para dar resposta. Querem exemplos? Então tomem lá:

Nós, homens, além de mamas, gostamos de mulheres que não nos chateiem a cabeça quando queremos ir beber umas bejecas com os amigos. Se as mulheres se preocupassem, também aqui, com adquirir vantagem competitiva, nunca perguntariam "a que horas chegas", "aonde é que vão", "vai lá haver strip-tease" ou "o Marco, aquele que tem cinco namoradas ucranianas, vai lá estar? Não te quero ao pé dele, ouviste?". Ficariam caladas e deixar-nos-iam em paz.

Nós, homens, além de mamas, gostamos de nos sentar ao sofá com uma cerveja ao lado, uma taça de amendoins, outra de tremoços, outra de cajus, outra de pistachios, outra de passas, outra de... (bem, já perceberam a ideia), descansar os pés em cima do sofá ou de qualquer superfície que esteja a jeito e ver futebol em paz, sem levar com os habituais "queres amendoins? Vai buscá-los", "não quero nada sujo", "futebol? Mas eu quero ver a telenovela!" ou o ofensivo "és um inútil". A vantagem competitiva ditaria, mais uma vez, não só que as mulheres ficassem caladas, como fossem elas a trazer-nos a cerveja, os amendoins, os tremoços, os cajus, e por aí adiante, e ainda nos fizessem uma massagem aos pés. Não se queixariam de estar a dar bola e, como bónus, durante o intervalo ainda nos presenteavam com um strip-tease e/ou um felácio. Mas não, aqui já não se interessam em adquirir vantagem competitiva...

Nós, homens, além de mamas, gostamos de olhar para muitas mamas. Uma vantagem competitiva considerável seria, então, quando nós olhamos para mamas alheias, não ter a nossa mulher a espetar-nos um valente estaladão. Mas encontrem lá uma mulher assim... é o encontras!

Portanto, o que eu quero dizer, apenas com estes três exemplos, é que as mulheres não fazem os implantes mamários por causa de nós, homens. Se o fizessem, mais facilmente fariam outras coisas. Alegar o contrário é, pura e simplesmente, mentir, o que me leva a deixar a seguinte mensagem: Gajas, se vocês querem pôr implantes, não venham com justificações da treta. Nós não temos culpa de nada. Querem pôr mamas?! Estão por vossa conta, vocês é que sabem. Portanto, se querem mamas, ponham lá as mamas e deixem-se de tetas!...

sexta-feira, dezembro 16, 2011

Morreu o Christopher Hitchens

Mais um ateu que se vai. Começo a ficar assustado. Será que se eu deixar de acreditar na morte, ela não me apanha?!? Vou pensar nisto durante o fim de semana...












...NÁ! Vou é ver antes mamas na internet. Sempre são um assunto mais sumarento do que tanatologia.

quinta-feira, dezembro 15, 2011

E o prémio "se eu fosse um gajo muita rico, dava-vos metade da minha fortuna" vai para...

...a assistência técnica via telefone da Apple em Portugal, que conseguiu livrar-me de um cd encravado no meu leitor de cd/dvd Matshita. O facto de alguém, do outro lado da linha, conseguir explicar a um anti-nerd como eu o que fazer e que botões carregar para fazer saltar o cd é heroísmo digno de um Domingos Paciência, o treinador capaz de fazer o Polga passar por um jogador de futebol. E isto ajudou-me a perceber outra coisa: levar um computador a uma loja é coisa de meninos! Os arranjos já se podem fazer via telefone, pá!

quarta-feira, dezembro 14, 2011

A minha fama precede-me

Perto do meu local de trabalho, estão uns jovens a oferecer preservativos. Fiquei contente por, quando chegou a minha vez, uma petiza me ter brindado com uma amostra XL. Não a conhecia de lado nenhum mas, claramente, parece que as mulheres falam mesmo DE TUDO umas com as outras...

O que eu posso dizer é que fui almoçar com um sorriso nos lábios!

terça-feira, dezembro 13, 2011

Por Toutatis!!!*


Caramba!!! Venho agora do almoço e cruzei-me com o cartaz da nova campanha da Triumph. Esta exibe, em tamanho gigante, as silhuetas da Andreia Rodrigues e da Luísa Beirão (uma musa que já me acompanha desde inícios dos anos 90) em lingerie. Senti logo o impacto da imagem e posso jurar que quase ia tendo um acidente de automóvel... o que é fantástico, porque eu caminhava a pé! Enfim, as coisas improváveis que duas mulheres belas conseguem causar...

*O título deste post não é acidental. Invoquei a divindade dos irredutíveis gauleses que resistem hoje e sempre ao invasor romano porque, sei-o muito bem, quando eu chegar a casa, a minha gaja já terá lido este post, e o que sucederá, mal eu passe um pé para além da porta, é o céu cair-me em cima da cabeça. Valha-me Toutatis...

segunda-feira, dezembro 12, 2011

Medidas que a Troika deveria implementar #1

Possibilidade de um trabalhador meter baixa médica quando tem sono c'mó caraças!

quarta-feira, dezembro 07, 2011

Fui eleito para fazer a selecção musical na festa de natal aqui no trabalho

Eis como os meus colegas pensam que vai ser o ambiente musical:





Eis como eu gostaria que fosse o ambiente musical:



Eis como, por causa de eu pensar que as outras pessoas não gostam de heavy metal e então ter feito uma selecção que vai da pop mariconça dos anos 70 à pop panisgas dos anos 90, vai REALMENTE ser o ambiente musical:

terça-feira, dezembro 06, 2011

Cântico de Natal 2.0

A nova versão da famosa obra do Charles Dickens vai contar com o Fantasma do Subsídio do Natal Passado. É a não perder...

segunda-feira, dezembro 05, 2011

Que farei com este sonho?

Esta noite, fui brindado com um sonho intrigante: encontrava-me eu muito bem disposto, debaixo de água, aparentemente sem necessidade de respirar, a cortar um queijo. E se julgam que a coisa é estranha, esperem só, pois piora. Cortava eu o queijo, uma fatia, duas fatias, três fatias e aparece junto de mim um peixe, naquele seu jeito de peixe, isto é, abanando o seu rabo de peixe e dando às suas barbatanas de peixe. O peixe, com a sua cara de peixe, olha para mim, olha para o queijo, faz um compasso de espera como só os peixes sabem fazer e limita-se a exprimir um "tss, tss", acompanhado de umas bolhinhas; de seguida, dá meia volta e vai-se embora à sua vida de peixe. Era como se o cabrão do peixe me estivesse a dizer que eu estava a cortar mal o queijo; ele, um mero peixe, que nunca deve ter visto um queijo na puta da vida, a mandar bitaites como se fosse um reformado mirone a opinar acerca de um remendo de alcatrão na estrada.

Normalmente, os psiquiatras descortinam significados nos sonhos, mas eu não consigo encontrar nenhum neste. Também não sou psiquiatra, é verdade, mas duvido até que o dr. Freud conseguisse ver algum sentido aqui. A única mensagem que um sonho deste tipo parece passar é "afasta-te das drogas, meu anormal, senão vais ter sonhos destes para o resto da tua vida", o que seria excelente CASO EU REALMENTE ME METESSE NA PASSA, o que não é de modo algum a verdade. Tirando as ocasiões em que me sento ao sofá para ver um jogo do Sporting, sou uma pessoa absolutamente lúcida e livre de qualquer tipo de substância estupefaciente. Portanto, continuo sem perceber qual foi a deste sonho. Cabrão do peixe, pá!...

sexta-feira, dezembro 02, 2011

As opiniões de Joana Amaral Dias

Num mundo ideal, além de o Sporting ser campeão a cada fim de semana, todas as opiniões sobre qualquer coisa seriam elaboradas por Joana Amaral Dias. Infelizmente, este mundo real não é ideal, e só isso explica que, em vez da Joana Amaral Dias, seres como o Marcelo Rebelo de Sousa, o Luís Freitas Lobo, o José Adelino Maltez e tantos, tantos outros, tenham direito de antena: se as coisas fossem feitas como deve ser, só à Joana seria permitido vir à televisão falar sobre política, futebol, livros e, por que não?, apresentar-nos uma receita de arroz malandrinho.

E porquê?! Porque a Joana Amaral Dias é a única comentarista que liberta os telespectadores. Quando há um programa qualquer como, por exemplo, a Quadratura do Círculo, o telespectador, caso não tenha mais nada para fazer ou queira mesmo gramar aqueles estarolas, fica inevitavelmente preso às opiniões do Pacheco Pereira, do Lobo Xavier ou do António Costa. Que, também inevitavelmente, são todas opiniões de merda. Mas com a Joana não há esse risco: diga ela o que disser, veicule ela a opinião que veicular, seja essa opinião boa ou má, nenhum telespectador presta atenção, preso que está pela figura da rapariga. É isto que é tão refrescante quando a Joana Amaral Dias aparece na televisão: podermos ver a imagem pelo puro prazer de vermos a imagem, e aposto que o Georges Didi-Huberman, um dos mais afamados pensadores da Imagem, concordaria comigo se reflectisse a sério em lugar de escrever aquelas macacadas que escreve.

A Joana é, pois, uma espécie de bálsamo que inunda, de quando em vez, os nossos canais televisivos. E se ainda há gente a pedir por um Salazar em cada esquina, o que eu pedia, para tornar este mundo um mundo melhor, para aproximar este mundo real naquele mundo ideal de que falava no início, era uma Joana Amaral Dias em cada canal de televisão. Isto é que era sensato!