Assisti recentemente – e também participei – a uma exibição de Tai Chi Chuan ao ar livre. Sim, é verdade, meti-me numa destas, e por favor não mandem bocas foleiras acerca do facto, já me basta o ar gay com que fiquei ao realizar aqueles exercícios. Felizmente, ninguém filmou ou fotografou o evento, assim sempre me posso esforçar por esquecer… e torcer para que todas as outras pessoas presentes também olvidem as minhas tristes figuras.
Mas nem foi aquela confusão apaneleirada de, e cito a monitora, “movimentos lentos” para aqui, “levantar os braços” para ali, “e agora a perna esquerda” para acoli, “e agora a direita”, “e girar”, “fechar os olhos”, “coordenar tudo com a respiração” e “caramba, quem é aquele tipo que está a fazer isto à mariconço?” que me incomodou; o que me chateou verdadeiramente foi ela dizer, de modo impune, que devíamos “retirar a energia do que está ao redor, como as árvores ou os passarinhos, absorver essa energia e fortificarmo-nos com ela”.
É, eu ouvi isto, e ia caído para o lado, até porque só estava equilibrado numa perna! Não sei o que esta malta supostamente hippie, freak e zen acha, mas na minha opinião, sei lá, não deve ser assim muito boa ideia retirar energia às árvores, flores, pássaros, etc. Porque, não sei, tenho impressão de que, se retirarmos energia a alguma coisa, essa coisa fica sem ela (pelo menos, é o que me diz a lógica, não sei se a lógica que fala comigo é a mesma que fala a essa gente maluca… se calhar têm outra lógica, eles…). Ora, eu tenho demasiado respeito e admiração pela natureza e pelos bichinhos para andar por aí a sacar-lhes energia assim à parva, sobretudo por causa de exercícios de Tai Chi Chuan.
Só espero que nenhum magnata das energias venha a saber disto, pois se vier ainda é provável que veja no “retirar energia das árvores e dos passarinhos” uma óptima possibilidade de negócio. E a ser o caso, um dia ainda teremos bombas de gasolina substituídas por bombas que fornecem energia extraída, por exemplo, de plantas e aves, e as gasolineiras substituídas por empresas de Tai Chi Chuan, que funcionarão todas em cartel e possuirão slogans do género “faça exercício e ateste o seu carro com Pardal Sem Chumbo 95, agora só a 30 cêntimos o litro”.
Cena marada, não é? Estes totós destes tipos armados em hippies-freaks-zens só dizem porcaria…
sexta-feira, junho 27, 2008
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