terça-feira, outubro 19, 2010
Há livros e pessoas que, antes de lhes pegarmos, sabemos logo que vão ser bons
Estou com isto em mãos, e em boa hora. Quando o comprei, já sabia que ia ser um bom livro (afinal, Dennis McShade não é senão o pseudónimo de Dinis Machado (RIP), essa fera que deu a lume O Que Diz Molero, uma das melhores coisas que já se publicaram em língua portuguesa). Li cerca de 30 páginas no comboio e o que posso dizer? Se antes de o ler pensava que o livro era óptimo, a verdade é que, agora que o leio, ele é ainda melhor! É daquelas coisas que não enganam: um romance policial com uma personagem que está para os assassinos a soldo como o Hannibal Lecter está para os serial killers não pode senão ser bom. E depois há aquele humor negro, os diálogos e os monólogos que Maynard, o tal assassino a soldo, tem consigo mesmo. E há ainda aquilo a que o Hitchock chamaria de McGuffin, ou seja, o que põe a história a andar: um idoso magnata contrata Maynard para se vingar dos tipos que, anos atrás, lhe violaram a filha. Tudo isto significa que o livro é um must read para qualquer pessoa, mesmo que não vá muito à bola com os romances policiais.
Também as pessoas são um pouco assim. Há pessoas com quem simpatizamos logo, ou não, mesmo antes de "pegarmos" nelas. (ó seus badalhocos, não é a esse sentido de "pegar" que me refiro. Que mente mais ajavardada, a vossa. Já agora, só por curiosidade científica, esse "pegar" em que vocês estão a pensar inclui um Dirty Sanchez, não inclui?!?! Vocês são mesmo incorrigíveis, pá!) Por exemplo, ainda antes do Teixeira dos Santos pegar na pasta das Finanças, eu já sabia que aquilo ia correr mal - e está aqui a prova num post meu de 2005! E ainda antes de "pegar" na minha gaja (atenção: nesta frase, o "pegar" já é para ser entendido num sentido badalhoco. Mas não, não fazemos Dirty Sanchez, vocês estão parvos ou quê?!?!), eu já sabia que a gaja era uma boa gaja. Eu tenho olho para estas coisas, pá...
...sim, é verdade que somos muito diferentes, eu e a gaja. Mas e daí? Também não tenho nada a ver com o Maynard do Dinis Machado, nem com o Hannibal Lecter, e gosto deles. Também gosto muito de pão pita recheado com alface, tomate, cebola, alho, rabanete, milho, pepino, cenoura e tenho a certeza que nada tenho em comum com um pão pita recheado com alface, tomate, cebola, alho, rabanete, milho, pepino e cenoura. O que importa é isto: suceda o que suceder, apareçam crises e mais crises, cenas maradas e mais cenas maradas, eu tenho a certeza - porque, lá está, há coisas que já sabemos de antemão - que a vida irá correr bem e desenrolar-se escorreitamente... tal como as páginas de um bom livro que ainda não lemos.
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