É isso mesmo, meus caros. É fascinante. Uma pessoa acaba de tomar o piccolo almoço, prepara-se para sair de casa e quando menos espera, TUNGAS, bate com a cachimónia no ferro do varal de estender a roupa, começando a sangrar. Próxima paragem: posto médico. E é aqui que as coisas pioram: é certo que o sangue chateia, o inchaço incomoda, e as dores tiram um tipo habitualmente fleumático como eu do sério, mas mau, mesmo mau é aguentar todo o zeitgeist que envolve um posto médico.
Primeiro, é a saga das senhas. Esperei que três velhotas, dois coxos e meia dúzia de pret..., hããã, de pessoas de etnia africana, finalmente dessem com o sistema de senhas e retirassem os respectivos papeluchos. Quando chegou a minha vez, o cabrão do sistema não aceitava o meu número de utente. Precisou de levar uns quantos pontapés e uns "fod@-ses" mandados na altura certa para finalmente ser convencido.
A seguir, vem a odisseia do balcão. Chegada a minha vez, fui atendido por uma assistente. E é aqui que a coisa começa a ficar mais surrealista do que um quadro do Salvador Dali com relógios que se derretem. Foi mais ou menos assim:
Ela: Então, o senhor, o que precisa?
Eu: Senhor não, rapaz, se faz favor.
Ela: (para si) Olha outro com a mania que não envelhece... (para mim) Então o que foi?
Eu: Fiz um golpe na cabeça e preciso de um curativo.
Ela: Ah, vou já falar à sua médica de família.
Eu: Então mas eu para pôr um penso preciso de que falem com a médica?
Ela: Sim. Perdeu sangue, perdeu os sentidos?
Eu: Perdi um bocadinho de sangue, sim, mas permaneci sempre consciente. O que perdi mesmo muito foi a paciência.
Ela: Ahahahahahahaha, que engraçado, vou já chamar a médica, ahahahahaha, aguarde no corredor, ahahahahahahaha.
Eu: Então eu estou aqui com dores e a senhora está a rir?
Ela: Senhora não, rapariga, se faz favor.
Eu: Olhe, chup... hããã, obrigado!
Depois de algum tempo à espera, lá fui chamado pela médica de família. Entrei no gabinete e
Médica: Então, o que aconteceu?
Eu: Fiz um golpe na cabeça no varal do quintal da casa. Acho que não está partida, mas dói-me.
Médica: Deixe-me cá ver isso. Hmmmm... não, partida não está, mas... isto não é bem um golpe, é mais uma escoriação.
Eu: Mau! Então mas que raio de preciosismo linguístico é este?! Para quê esse rigor técnico?
Médica: Vá, não seja assim. Não é nada de grave, nem sequer precisava de ter vindo ao posto médico, isso é uma coisa que se trata bem em casa.
Eu: Como é que eu trataria disto em casa se o golpe, não, a "escoriação" ou lá o que é esta porcaria, está localizada na parte de trás da cabeça? Eu não tenho olhos nos dedos, pois não?
Médica: Ahahahahaha, você é tão cómico quando se irrita, ahahahaha
Eu: Mau, outra vez? Eu com dores e você ri-se?!
Médica: Ihihihihhi, eu já lhe ponho Betadine aí na ferida.
Eu: Pensava que era uma escoriação.
Médica: Não seja parvo. Chegue-se aqui. (pega na porcaria da Betadine, num esparadrapo e manda com aquilo na minha cabeça).
Eu: Au, isso dói.
Médica: Vá, já está. Depois tome um Ben-U-Ron que isso passa. Adeus e olhe por onde anda com a cabeça, ahahahaha.
Eu:...
Por fim, a pièce de résistance dá-se quando, já em casa, telefono à gaja a avisar do sucedido.
Gaja: 'Tou?!
Eu: Olá, amor. Olha, onde é que guardamos o Ben-U-Ron?
Gaja: Porquê?!
Eu: Porque a médica de família mandou-me tomar um, já!
Gaja: Porquê, o que aconteceu?
Eu: Fiz um golp... uma escoriação na cabeça!
Gaja: O quê?!?! Mas estás bem?!
Eu: Sim, sim, só deitou um bocadinho de sangue. Tenho esta parte inchada e dói-me, mas não é nada de mais, já fui ao posto médico e tudo.
Gaja: Mas como é que fizeste isso?
Eu: Então, vinha a sair de casa e bati com a cabeça no varal do quintal.
Gaja: Tu... ahahahahahaha! O quê?! Ahahahahahahahahahaah!
Eu: Olha, obrigadinhos, está bem?! Diz-me onde está o raio do Ben-U-Ron, mas é!
Gaja: Ahahahahaha, nós já não temos Ben-U-Ron, ahahahahahaha, tira antes uma saqueta de ihihihihih Paracetamol e ahahahahahaha, parece que estou mesmo a ver tu ires de encontro ao varal, ahahahahahahah, e prontos, bebes aquilo.
Eu: Sim, mas está onde, caraças?!
Gaja: Ahahahahahha, e tu foste ao posto médico por causa disso, ahahahahahaha, que mariquinhas, está na gaveta do armário, do lado esquerdo, ahahahahahahah, aposto que toda a gente se riu de ti e...
Eu: (desligo o telefone e vou à procura das saquetas)
Lá encontrei as saquetas, tomei uma e pronto, lá saí definitivamente de casa, passando a 50 metros do cabrão do varal que me escoriou a mona. Agora, o que eu não percebo é PORQUE É QUE ISTO É MOTIVO DE RISOTA GENERALIZADA, CARAÇAS!!!! ESTA MERDA DÓI, ESTÁ BEM?!?!?!?!?
Primeiro, é a saga das senhas. Esperei que três velhotas, dois coxos e meia dúzia de pret..., hããã, de pessoas de etnia africana, finalmente dessem com o sistema de senhas e retirassem os respectivos papeluchos. Quando chegou a minha vez, o cabrão do sistema não aceitava o meu número de utente. Precisou de levar uns quantos pontapés e uns "fod@-ses" mandados na altura certa para finalmente ser convencido.
A seguir, vem a odisseia do balcão. Chegada a minha vez, fui atendido por uma assistente. E é aqui que a coisa começa a ficar mais surrealista do que um quadro do Salvador Dali com relógios que se derretem. Foi mais ou menos assim:
Ela: Então, o senhor, o que precisa?
Eu: Senhor não, rapaz, se faz favor.
Ela: (para si) Olha outro com a mania que não envelhece... (para mim) Então o que foi?
Eu: Fiz um golpe na cabeça e preciso de um curativo.
Ela: Ah, vou já falar à sua médica de família.
Eu: Então mas eu para pôr um penso preciso de que falem com a médica?
Ela: Sim. Perdeu sangue, perdeu os sentidos?
Eu: Perdi um bocadinho de sangue, sim, mas permaneci sempre consciente. O que perdi mesmo muito foi a paciência.
Ela: Ahahahahahahaha, que engraçado, vou já chamar a médica, ahahahahaha, aguarde no corredor, ahahahahahahaha.
Eu: Então eu estou aqui com dores e a senhora está a rir?
Ela: Senhora não, rapariga, se faz favor.
Eu: Olhe, chup... hããã, obrigado!
Depois de algum tempo à espera, lá fui chamado pela médica de família. Entrei no gabinete e
Médica: Então, o que aconteceu?
Eu: Fiz um golpe na cabeça no varal do quintal da casa. Acho que não está partida, mas dói-me.
Médica: Deixe-me cá ver isso. Hmmmm... não, partida não está, mas... isto não é bem um golpe, é mais uma escoriação.
Eu: Mau! Então mas que raio de preciosismo linguístico é este?! Para quê esse rigor técnico?
Médica: Vá, não seja assim. Não é nada de grave, nem sequer precisava de ter vindo ao posto médico, isso é uma coisa que se trata bem em casa.
Eu: Como é que eu trataria disto em casa se o golpe, não, a "escoriação" ou lá o que é esta porcaria, está localizada na parte de trás da cabeça? Eu não tenho olhos nos dedos, pois não?
Médica: Ahahahahaha, você é tão cómico quando se irrita, ahahahaha
Eu: Mau, outra vez? Eu com dores e você ri-se?!
Médica: Ihihihihhi, eu já lhe ponho Betadine aí na ferida.
Eu: Pensava que era uma escoriação.
Médica: Não seja parvo. Chegue-se aqui. (pega na porcaria da Betadine, num esparadrapo e manda com aquilo na minha cabeça).
Eu: Au, isso dói.
Médica: Vá, já está. Depois tome um Ben-U-Ron que isso passa. Adeus e olhe por onde anda com a cabeça, ahahahaha.
Eu:...
Por fim, a pièce de résistance dá-se quando, já em casa, telefono à gaja a avisar do sucedido.
Gaja: 'Tou?!
Eu: Olá, amor. Olha, onde é que guardamos o Ben-U-Ron?
Gaja: Porquê?!
Eu: Porque a médica de família mandou-me tomar um, já!
Gaja: Porquê, o que aconteceu?
Eu: Fiz um golp... uma escoriação na cabeça!
Gaja: O quê?!?! Mas estás bem?!
Eu: Sim, sim, só deitou um bocadinho de sangue. Tenho esta parte inchada e dói-me, mas não é nada de mais, já fui ao posto médico e tudo.
Gaja: Mas como é que fizeste isso?
Eu: Então, vinha a sair de casa e bati com a cabeça no varal do quintal.
Gaja: Tu... ahahahahahaha! O quê?! Ahahahahahahahahahaah!
Eu: Olha, obrigadinhos, está bem?! Diz-me onde está o raio do Ben-U-Ron, mas é!
Gaja: Ahahahahaha, nós já não temos Ben-U-Ron, ahahahahahaha, tira antes uma saqueta de ihihihihih Paracetamol e ahahahahahaha, parece que estou mesmo a ver tu ires de encontro ao varal, ahahahahahahah, e prontos, bebes aquilo.
Eu: Sim, mas está onde, caraças?!
Gaja: Ahahahahahha, e tu foste ao posto médico por causa disso, ahahahahahaha, que mariquinhas, está na gaveta do armário, do lado esquerdo, ahahahahahahah, aposto que toda a gente se riu de ti e...
Eu: (desligo o telefone e vou à procura das saquetas)
Lá encontrei as saquetas, tomei uma e pronto, lá saí definitivamente de casa, passando a 50 metros do cabrão do varal que me escoriou a mona. Agora, o que eu não percebo é PORQUE É QUE ISTO É MOTIVO DE RISOTA GENERALIZADA, CARAÇAS!!!! ESTA MERDA DÓI, ESTÁ BEM?!?!?!?!?
2 comentários:
ahahahahahahahahahahahah!
:P
Mariquinhas, pá! É o que dá andares de cabeça na lua!!!
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