e que é esta: como pode um gajo, muito masculino e no topo da heterossexualidade, sair para a rua com uma gata no colo sem dar ares de, como é que eu hei-de colocar isto, hmmm, vamos lá, sem dar ares de ser um ganda paneleiro mariconço?!?!
Ontem cometi esse erro: peguei numa das minhas gatinhas ao colo e levei-a assim, fofinhamente (olhem que advérbio de modo tão giro), para a rua. Para as outras pessoas, esta imagem deve ter parecido tudo menos viril. Eu até acho que ouvi um dos meus vizinhos a ligar para um grupo neo-nazi e pedir que viessem ao meu bairro o mais rapidamente possível.
E isto é chato, pá! Os gatos, bem como outros bichos de estimação como poodles ou chiuahuas, imprimem sempre uma aura de larilonzice. Todos nós, inconscientemente, achamos másculo um tipo vir para a rua com um pastor alemão, ou com um pitbull, sobretudo quando a coleira está adornada com spikes de ferro. Se o José Castelo Branco, por hipótese, fosse passear o seu doberman, penso que toda a gente exclamaria "olha ali está um senhor muito homem", mesmo que, no fundo, ele só passeasse o canito para ter o prazer de ser abordado à canzana (ele, José Castelo Branco, no caso de terem deixado de me acompanhar).
Mas quando temos um gato, é a imagem exactamente inversa que salta à vista. O homem mais másculo do universo, o tipo capaz de humilhar, em virilidade, até o Chuck Norris, ou seja, eu, corre o risco de ser confundido com um vulgar lambe pichas caso se apresente, a terceiros, com um micro-felino (sim, porque duvido que este problema se verificasse se eu aparecesse com um leão, um leopardo, uma pantera ou um tigre). Os gatos transportam consigo a ideia de pederastia.
Daí a minha dúvida. Como em qualquer sociedade humana, não basta à mulher de César ser séria, é preciso parecê-lo, ou, trocando por miúdos, não basta a um tipo como eu ser o zénite da testosterona, é preciso mandar isso à cara de todos os outros. Assim sendo, como é que - e sigam este raciocínio - chego de A a C, quando
A = sou um gajo muito heterossexual
B = tenho duas gatinhas de que gosto muito
C = não quero que me confundam com o Carlos Castro por causa das felinas?
Hmmm?!? Alguém tem ideias para isto, ideias que não passem por disfarçar as minhas gatinhas de outros bichos, ou por não aparecer com elas na rua? Se alguém tiver, por favor, comunique, está bem?! Obrigado.
Ontem cometi esse erro: peguei numa das minhas gatinhas ao colo e levei-a assim, fofinhamente (olhem que advérbio de modo tão giro), para a rua. Para as outras pessoas, esta imagem deve ter parecido tudo menos viril. Eu até acho que ouvi um dos meus vizinhos a ligar para um grupo neo-nazi e pedir que viessem ao meu bairro o mais rapidamente possível.
E isto é chato, pá! Os gatos, bem como outros bichos de estimação como poodles ou chiuahuas, imprimem sempre uma aura de larilonzice. Todos nós, inconscientemente, achamos másculo um tipo vir para a rua com um pastor alemão, ou com um pitbull, sobretudo quando a coleira está adornada com spikes de ferro. Se o José Castelo Branco, por hipótese, fosse passear o seu doberman, penso que toda a gente exclamaria "olha ali está um senhor muito homem", mesmo que, no fundo, ele só passeasse o canito para ter o prazer de ser abordado à canzana (ele, José Castelo Branco, no caso de terem deixado de me acompanhar).
Mas quando temos um gato, é a imagem exactamente inversa que salta à vista. O homem mais másculo do universo, o tipo capaz de humilhar, em virilidade, até o Chuck Norris, ou seja, eu, corre o risco de ser confundido com um vulgar lambe pichas caso se apresente, a terceiros, com um micro-felino (sim, porque duvido que este problema se verificasse se eu aparecesse com um leão, um leopardo, uma pantera ou um tigre). Os gatos transportam consigo a ideia de pederastia.
Daí a minha dúvida. Como em qualquer sociedade humana, não basta à mulher de César ser séria, é preciso parecê-lo, ou, trocando por miúdos, não basta a um tipo como eu ser o zénite da testosterona, é preciso mandar isso à cara de todos os outros. Assim sendo, como é que - e sigam este raciocínio - chego de A a C, quando
A = sou um gajo muito heterossexual
B = tenho duas gatinhas de que gosto muito
C = não quero que me confundam com o Carlos Castro por causa das felinas?
Hmmm?!? Alguém tem ideias para isto, ideias que não passem por disfarçar as minhas gatinhas de outros bichos, ou por não aparecer com elas na rua? Se alguém tiver, por favor, comunique, está bem?! Obrigado.
4 comentários:
Eu uma vez passeei o meu gato com uma trela cor-de-rosa (ideia da minha jove). Ponto positivo: as garinas vinham ter comigo. Ponto negativo: as garinas apontavam para mim e soltavam risinhos.
Mais umas sessões de psicólogo e sou capaz de voltar a sair à rua.
Já pensaste por acaso na reputação da tua gata ao ser vista contigo?
;)
Boa semana!
Os vilões do James Bond andavam sempre com um gatinho fofinho ao colo e não deixavam de ser maus.
Experimenta arranjar um sotaque russo e uma cicatriz na cara.
Esta noite 11 gatinhos andaram ao colo em Alvalade ;-)
@Rafa: a tua jove gosta de humilhar-te, não é verdade?!?
@)O(: mas os gatos não precisam de reputação, eu preciso!
@Henrique: sim, eram maus, mas e quanto às gajas, pá?!? Alguma vez viste um vilão bondiano rodeado por bond girls? Não, não viste! E o James Bond, que nunca vi pegar num gato ao colo, andava sempre com gatas de duas pernas atrás!
Enviar um comentário