terça-feira, fevereiro 23, 2010

Lúcidos comentários acerca de Deixa-me entrar


Pá, alguém viu ontem a estreia do Sinais de Fogo?!?! Juro que temi pela saúde do meu televisor: são poucas as coisas que aguentam levar simultaneamente com doses tão grandes de bazófia e arrogância, pois se há duas pessoas que têm bazófia e arrogância de sobra, elas são o José Sócrates e o Miguel Sousa Tavares. Estivesse lá o Mourinho e aposto que o planeta afundar-se-ia sobre si próprio.

Mas não é sobre o programa de entrevistas do autor de Equador que quero falar. É sobre algo muito mais simpático: o filme sueco Deixa-me entrar.

Pelo título, os menos avisados podem ficar a pensar tratar-se de uma película pornográfica, mas não. O nome original também não ajuda lá muito: "Lat den rätte komma in", o que poderia ser traduzido por "Deixa-me ir-te à rata", ou por "Leite de rata como-a eu", ou até por "Vira para cá esse cuzinho". Pronto, está bem, este último já é um poucochinho exagerado e nada tem a ver com o original sueco, nem em termos fonéticos.

O filme não é pornográfico. Nem erótico. É, isso sim, um filme sobre vampiros, mas nada de coninhices como os da saga Crepúsculo. A coisa é bem mais profunda: Eli é uma criança que sofre de vampirismo, e isto, ao contrário do que outros procuram evidenciar, pouco tem de romântico (olá, Pattinson, olá, amiguinhas que se babam pelo Pattinson). Ao mudar-se para um novo bairro, acaba por conhecer Oskar, um rapaz filho de pais separados e maltratado na escola; são, pois, dois jovens inadaptados que descobrem, no meio dos seus problemas, nascer uma amizade e cumplicidade. Mesmo que Eli padeça de uma doença grave, que a obriga a alimentar-se de sangue humano.

Deixa-me entrar é um filme de vampiros diferente, porque não é bem um filme de terror, muito menos uma palhaçada para entreter adolescentes. É mais um drama com pitadas de horror pelo meio, e isto porque a abordagem ao tema é feita de forma humana. Já que estamos com cinema originário da Suécia, imaginem que o Ingmar Bergman resolvia fazer um filme sobre vampiros e não estarão muito longe daquilo que caracteriza Deixa-me entrar. Porém, mesmo sendo um drama sobre a existência humana, em particular sobre a angústia de ser jovem e incompreendido, é um filme com tomates, e se metessem numa jaula de combate a menina Eli e o totó Pattinson, não tenho a menor dúvida em quem é que apostaria o meu dinheiro: no Miguel Sousa Tavares!

(Não, agora a sério, seria na Eli, claro!)

Se puderem, vejam o filme. São cerca de duas horas bem passadas e que não defraudam o espectador. E se depois quiserem algo mais animadito, então passem pela segunda melhor coisa que veio da Suécia, logo a seguir às mamas das suecas:




Até amanhã e boas mordidelas

2 comentários:

Anónimo disse...

Acho que vou seguir a sugestão!:)

Anónimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.