Do que se trata? Disto: como as pessoas já não podem fumar dentro dos estabelecimentos, reúnem-se à porta destes; ora, a concentração de um grupo elevado de fumadores numa reduzida franja de terreno faz com que essa área se torne mais poluída do que a central de Chernobyl à época do desastre nuclear. Por esta razão, passar para o outro lado da "Barreira de Fumo" (ou seja, entrar no estabelecimento) revela-se uma actividade repleta de perigos: eu, por exemplo, enfrentei no outro dia uma dessas barreiras, tão espessa, densa e rica em alcatrão que poderia retirar-se dela matéria-prima suficiente para a construção dos acessos rodoviários ao futuro aeroporto de Alcochete! Depois de, a custo, ter deixado a "Barreira de Fumo" para trás, constatei que o meu rosto estava mais escuro do que o de um mineiro negro que saísse à rua numa noite de lua nova, e as minhas roupas cheiravam mal, muito mal, tipo um par de cuecas da Elsa Raposo após uma semana de uso ininterrupto (bom, eu nunca cheirei isto, mas não deve ser lá muito agradável. Ou deve?!? Fica a pergunta...).
São estes os perigos que os não fumadores agora enfrentam, passados quase 5 meses após a implementação da Lei do Tabaco. A situação inverteu-se: dantes, os espaços públicos eram intransitáveis e, devido a isso, a malta que abomina o fumo destilado pelos paus de cancro tinha de abancar lá fora; hoje em dia, "abancar lá fora" torna-se impossível por causa da "Barreira de Fumo" e ir lá para dentro só é exequível se formos bem sucedidos na travessia de tão tenebroso obstáculo, autêntico Adamastor edificado em nicotina.
Já sei, já sei, os leitores fumadores devem estar a pensar: "quem me dera agora um cigarro!" E também: "Ó Tanis, tu tens razão, sem dúvida, a tua argumentação é perfeita e insofismável, e usas metáforas tão interessantes quanto eficazes, tipo essa do Adamastor de nicotina, hehehe, que giro, e além disso ouvimos dizer que a Catarina Furtado tem um fraquinho por ti, e alertas muito bem para os problemas que a Lei do Tabaco não é capaz de solucionar, e ainda por cima não fumas, o que te deixa mais dinheiro para adquirires os fantásticos cds que compras todos os meses, oh! como nós gostávamos de ser como tu, mas pensa também em nós, fumadores! Privados dos espaços públicos, onde é que podemos fumar? Tem de ser mesmo à porta desses espaços, não achas?"
E eu respondo: meus caros, compreendo a vossa réplica e agradeço as vossas amáveis palavras, que muito me sensibilizaram, contudo penso que vocês são todos uma bestas! Isto porque podiam muito bem fumar por turnos, ou seja, vinha o Paulo, fumava, ia embora, 5 minutos de intervalo para renovar o ar, vinha a Joana, fumava, ia embora, mais 5 minutinhos de pausa, vinha o Celso e a mesma coisa, e assim por diante. Resultado: impedia-se a fumaceira em grupo e, deste modo, a formação da famigerada "Barreira de Fumo".
Fácil, não é? Eu penso sempre em tudo! Outra solução seria, claro, e bem mais eficaz, os fumadores deixarem de o ser, mas isto se calhar já é pedir demasiado... Afinal, diz-se por aí que eles também têm direitos... Pfffff!!!! Tontice, é o que é!
Tanis
3 comentários:
www.motoratasdemarte.blogspot.com
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Que amáveis palavras te dirigem Tanis! São uns mentirosos, é o que é! Eu ouvi dizer era que Diogo Infante tinha um fraquinho por ti!!!! Ah pois é! Qto á barreira de fumo, subscrevo também já tive de enfrentar algumas!!!
Humm...noto uns laivos de esquizofrenia por aqui.
:) Sim, sou eu, e estou de volta!
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