Muito se tem dito e escrito, nos últimos dias, acerca da polémica que envolveu José Sócrates e o ministro Manuel Pinho. Ambos terão fumado durante o voo para a Venezuela, infringindo deste modo a Lei do Tabaco, uma das poucas coisas de jeito que o governo socialista executou (sim, sou a favor. Algum problema?! Se quiserem discutir isto comigo, podem convidar-me para um café... onde não se fume, claro). O primeiro-ministro, envergonhado, parece que já veio a público pedir desculpas e garantiu até que irá deixar de fumar.
Em primeiro lugar, não acredito em tais declarações e vou fazer, portanto, ouvidos moucos. Todos nós já percebemos, desde o início desta legislatura, que José Sócrates não cumpre as suas promessas; se ele garante que vai deixar o tabaco, o mais provável é, daqui a uns meses, estar mais agarrado ao vício do que o Miguel Sousa Tavares e restantes acólitos pró-fumo.
Em segundo lugar, a malta até pode aceitar as desculpas e tal, até pode compreender que o primeiro-ministro tenha violado a lei, inconsciente ou conscientemente: afinal, isso é uma coisa tipicamente portuguesa, como fingir que se tem um diploma, por exemplo. A malta não se importa e não liga se o primeiro-ministro, depois de ter fumado onde não devia, vem desculpar-se pelo acto e promete não repetir a façanha. O que a malta quer, e agradece, é que o senhor primeiro-ministro deixe de o ser! Da mesma maneira que José Sócrates reconheceu o erro que cometeu ao ter posto a boca no cigarro, ou lá o que era, fazendo assim pouco da Lei do Tabaco, deveria, por maioria de razão, reconhecer o erro que anda a cometer ao fazer pouco do país.
Seria óptimo, neste capítulo, um mea culpa por parte de Sócrates, e bem que podia fazer o favor de deixar o país com a mesma facilidade que alega vir a deixar de fumar. Aí é que era mesmo caso para se dizer "Porreiro, pá!".
quinta-feira, maio 15, 2008
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3 comentários:
Então seria algo do género: Peço desculpa aos portugueses por ser primeiro ministro, blá, blá, blá,blá... mas aqui teriamos de novo o problema de ele não cumprir o que promete!
Por isso estava a dar-nos falsas esperanças ou não?
Isso é tudo um círculo vicioso, bem visto...
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