Telélé rabeta
Há alguns meses atrás, noticiei aqui, num post adequadamente intitulado A Queda do Mito, que tinha começado a andar de telemóvel. Durante largos anos, resisti a tal praga, e continuaria a resistir se a minha gaja não impusesse a sua vontade. Pois foi ela quem me obrigou - e obriga - a levar sempre a bichice do telemóvel comigo!
A simples alegação de que o telemóvel é um objecto apaneleirado pode gerar polémica. Muitos tentarão fugir com o rabo à seringa e negarão este facto. Mas não vale a pena, é o que vos digo! O telemóvel é, incontestavelmente, um objecto gayoso. Sobretudo aqueles modelos que, como o meu, possuem uma tampa vermelha que se abre e deixa ver um ecrãzinho todo pipi às corzinhas e o caraças! E nem sequer falo nos também amaricados sonzinhos que aquela porcaria emite!
No entanto, a coisa mais mariquinhas do telemóvel é esta: a menos que desliguemos o raio do aparelho, estamos sempre contactáveis, quer queiramos quer não. E o pior, estamo-lo para as duas pessoas que mais gostam de nos moer a cabeça e nos expor ao ridículo. Falo, já decerto adivinharam, da progenitora e da esposa/namorada/companheira. Porque já todos tivemos conversas como esta:
(O telélé toca)
Eu: Estou?
Mãe: Olá, filhinho!
Eu: Olá, mãe!
Mãe: Está tudo bem contigo?
Eu: Sim! Olha, não posso falar agora, estou no comboio.
Mãe: Deixa estar, eu não me importo. Olha lá, estás a alimentar-te bem?
Eu: Sim, mas agora não posso falar, vem ali o pica.
Mãe: Mas estás mesmo bem, não estás constipado nem nada?
Eu: Sim, mas tenho de desligar!
Mãe: O teu pai manda cumprimentos, e olha, encontrei no outro dia a dona Sara, lembras-te, a tua professora primária, manda-te beijinhos e diz para teres juízo, ela ainda se lembra daquele dia em que apareceste na escola com as cuecas enfiadas na cabeça, lembras-te filho?
Eu: Não me lembro de nada disso, mas tenho de desligar, está bem?
Mãe: E lembras-te também daquele dia em que fomos ao Jardim Zoológico e veio um macaco e tirou-te as calças e...
Eu: Mãe, estou a ficar sem bateria... pipipipipi... olha, foi-se! (e desligo!)
Ou esta:
(O telélé toca)
Eu: Estou?
Gaja: Olá, amor.
Eu: Olá.
Gaja: Onde estás?
Eu: Estou no restaurante a almoçar.
Gaja: Estás a comer o quê?
Eu: Salmão grelhado.
Gaja: Está bom?
Eu: Delicioso.
Gaja (com um tom estranho na voz): Melhor do que aquele que eu faço em casa?
Eu:... (a pensar)... (a pensar)... Hmmm... é diferente.
Gaja: Diferente, como?!
Eu: Assim tipo... diferente.
Gaja: Acho que tu não gostas dos meus cozinhados...
Eu: Mas o que é isso, amor? Claro que gosto.
Gaja: Então diz isso alto, para toda a gente ouvir!
Eu: Mas eu estou num restaurante!
Gaja: Por isso mesmo!
Eu: Não vou fazer isso!
Gaja: DIZ! DIZ QUE GOSTAS DOS MEUS COZINHADOS! DIZ QUE O MEU SALMÃO É MELHOR DO QUE ESSE QUE ESTÁS A COMER! CHAMA-ME BEBÉ E GRITA O TEU AMOR POR MIM, SENÃO NUNCA MAIS ACREDITO EM TI!
Eu: Cof, cof... (engasgo-me com a posta de salmão, não há ninguém no restaurante capaz de fazer a manobra de Heimlich e vou parar ao hospital. Ufa, safei-me mesmo à justa...)
E agora, ainda duvidam de que o telélé seja um objecto mariconço? Conversas destas retiram p'rái uns 90% de masculinidade a um gajo. E isto não é tudo, porque os telélés ainda se fazem a nós, obrigam-nos a cuidar deles, com bolsinhas e não sei o quê, eu olho para alguns e vejo-os todos artilhados, aquilo parece telemóvel tuning e o caraças... Mas felizmente eu disto consigo escapar. O meu telemóvel estava impecável quando veio parar às minhas mãos, só que agora já não se encontra assim. Na fotografia não se vê, mas o bicho já tem vários riscos, amolgadelas e marcas de sujidade, prova de que o seu dono ainda não perdeu toda a virilidade! E o mais importante: lá dentro, só há números de gajas! Penso que isto funciona como atenuante de ter um telélé rabeta!
13 comentários:
Pois é. mas agora já não sais sem ele, essa é aque é essa! E eu não me lembro nunca de ter feito uma cena dessas, ok! FALSOS TESTEMUNHOS!!!
É tudo verdade, eu gravei a conversa e tenho a conta do hospital para provar que aquilo aconteceu mesmo!
Não, não NÃO! Nunca se diz..."hum é diferente", nunca. Sempre: O teu é melhor. Não interessa se
é mentira sempre o Teu é melhor, melhor cozinhado, melhor cabelo, melhores pernas, mais bonita.
Sempre.
Cara Daniela: o problema é que eu sou kantiano e não consigo mentir...
...mas obrigado pelo conselho!:)
Porque não pões como toque aquela frase fantástica do Chavez??? Assim fica uma coisa mais macho man...
Jokas
Olha aí está uma ideia fabulosa!
Bolsinhas e télélés? estás feito !!!
O que um gajo num faz por Amore, lollllllllllllllll
É verdade, é verdade...
bem diz la k isto nao eh verdade...
va la
eheheh
entao apareceste na escola com as cuecas enfiadas na cabeça???
e
um macaco e tirou-te as calças???
ahahahahahahah
fg a mim nao m acontece disso :/
nunka tenho historias giras como estas para contar =(
hihihi
Gostei dos diálogos... LOL
@Katia: esses episódios foram, digamos, exagerados... na realidade, apareci na escola não com cuecas enfiadas na cabeça mas sim com um par de boxers, e no Jardim Zoológico não foi um macaco, foi um elefante. Mas pronto, coloquei coisas diferentes porque isso faz parte da minha liberdade artística.
@Samu: Brigados, pá!
O telemóvel ser uma coisa a roçar a rotice, tenho sérias dúvidas, tanto mais que tenho um. Agora a tua relação com ele, acrescido do modelo escolhido, isso já me deixa a pensar sobre a tua machesa... ;)
Abraço, daqueles másculos!
Ó Rafeiro, não leves a mal, agradeço o teu abraço e tal, mas contacto físico másculo, só com a minha gaja. Abraçar indivíduos do sexo masculino, mesmo que de raça canina, não é muito a minha onda...
:)
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