...uma fêmea que, mal encontra uma oportunidade, salta para junto do meu corpo e compraze-se nele, roçando-se sensualmente enquanto solta generosos "prrrrrr". Ela é capaz de tudo para vir ter comigo e encostar a sua cabecinha de encontro ao meu forte e másculo peito. Ela é esperta (chamar-lhe-ia "rata", não fosse ela uma gata...) e percebe perfeitamente quando a minha respectiva abandona o leito e, por acréscimo, a mim próprio (o que, fazendo bem as contas, ocorre... hmmm, deixa cá ver, 5 dias úteis, mais o fim-de-semana... hmmm, ah, já sei: sempre!). Ao ver o vazio que se propaga pelos lençóis anteriormente ocupados pela gaja, ela lança-se apressadamente, pronta a tomar o seu lugar e a acompanhar-me nos últimos momentos do meu sono. Se, por acaso, eu já me encontro acordado, a suave felina embala-me com o seu doce olhar e lambe-me onde quer que encontre a desnudada pele: ela vai aos pés, aos braços, à cara, com especial relevância para o nariz e testa, às mãos... tudo isto é, para ela, alvo do seu afecto por mim.
A minha gaja já mostrou que tem ciúmes desta fêmea. Não suporta ela dividir-me com outro ser, ainda por cima um que possui pêlo e bigodes. Mas eu não resisto... a bichana é tão fofinha! Quando se enrola comigo, perco a consciência e a ética: só conta o aqui e o agora, só conto eu e ela, num paraíso de festinhas e miminhos e lânguidos e prolongados miados que fazem a vida valer a pena.
Bem sei que estamos a cavar as nossas próprias sepulturas. Um dia, inevitável dia, sei que seremos apanhados em flagrante pela minha respectiva. E o castigo cairá sobre nós: eu ficarei desprovido de certas partes do meu corpo; já a dulcíssima pantera que me acompanha nas primeiras horas da manhã ver-se-á certamente sem comida e bebida durante um dia. É que a minha gaja é cruel...
Contudo, nada disso me importa, nada disso me afecta. Continuarei a fruir da felicidade de que gozo, dia após dia, até que o céu me caia em cima, e quem diz o céu, diz a minha gaja armada com uma serra eléctrica. Eu e aquela fofa gatinha permaneceremos juntos até onde der, e resistiremos até onde conseguirmos.
O que o amor interespécies uniu, a mulher não separe! Nhau!
quinta-feira, outubro 08, 2009
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8 comentários:
Pois como te entendo! O meu problema é que habituei o meu cão a dormir sempre comigo e agora como é que explico às companhias masculinas que é preciso partilhar o espaço com o lãzudo?
É que nem todos se mostram assim tão deferentes para com o prazer das lambidelas e festinhas inter-espécies! (isto soou tão errado...)
Pah, eu tenho duas, e sou miúda.
=)
São fofas,são amorosas,são queridas,são preguiçosas,graciosas e terrivelmente cruéis a espetar as garras.Levei com uma patada na cara uma vez,jurei que nunca daria oportunidade a uma segunda.
A tua sorte é que quase sempre ficas na cama mais tempo do que eu! Porque senão seria eu o alvo desses mimos todos! Toma!
Tambem gosto desses miminhos do meu gatinho :)
beijinhos :)
O meu gato não faz nada disto. é um frio da treta. Nem sequer tenta "pagar" a comida e os mimos que recebe. É uam vergonha-
Eu tenho é um gato, um macho! :P
Ainda vais ter problemas com essa gata..ahah
Tenho três machos desses... umas autenticas feras nos lençóis.
Linda declaração de amor!
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