Juro que não sei por que é que os deputados perderam tanto tempo a formular perguntas ao Sócrates. Esta gente esquece-se que, muitas vezes, as ideias mais simples são as melhores. Se eu fosse deputado, o que felizmente para o país não acontece, a única pergunta que faria ao P.M. seria esta:
"Ouve lá, e se fosses à merda, pá?"
É de uma eficácia ockhamiana, parece-me...
(É claro que o Sócrates, ósdespois, responderia algo como "Formal ou informalmente?!")
P.S.: Este post foi realizado em colaboração com a gaja. A primeira parte, a da pergunta, tem a minha responsabilidade; já a segunda parte, foi ela que se lembrou. É, aliás, um dos seus passatempos preferidos: tentar saber o que se passa na cabeça do Sócrates. E, como todos os restantes portugueses, nunca acerta!
Mas isto serve para atestar uma coisa, que no fundo resume toda a nossa relação. Quando falo ou penso, é logo para partir a loiça toda ("Ouve lá, e se fosses à merda, pá?"); ela, por sua vez, acrescenta o toque de classe ("Formal ou informalmente" - eu nunca me lembraria de dizer, pensar ou escrever algo assim!). No fundo é isto...
P.S.2: Já que estamos a falar do Sócrates, um apontamentozinho: podemos criticá-lo em tudo, mas não o seu sentido de oportunidade. Mal o Cavaco promulgava o casamento gay, já o Sócrates estava em Espanha a dizer que, finalmente, tinha arranjado um parceiro com quem dançar o tango. Isto foi tão subtil quanto chegar com um anel de noivado junto do Passos Coelho...
P.S.3: E já que estamos a falar do casamento gay, finalmente o Cavaco deu uma para a caixa. Porém, não percebi a argumentação. Segundo ele, a lei é aprovada porque estamos em crise. Que é como quem diz: "Pá, estamos endividados, atravessamos uma situação terrível, deixa-me cá então deixar que os paneleiros e as fufas se casem". Não percebo. Eu pensava, na minha santa ingenuidade, que isto era uma questão de direitos humanos e de cidadania. Cá para mim, isto tem uma explicação mais profunda: o Cavaco sabia que a medida correcta era deixar que as pessoas do mesmo sexo se pudessem casar. Mas como é de direita, não queria dar o braço a torcer. Então inventou um subterfúgio para, como se costuma dizer, ficar bem com Deus e com o diabo. Por um lado, aprova, mas por outro, diz que só aprova por uma questão de desígnio nacional. É um maricas, este gajo...
terça-feira, maio 18, 2010
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2 comentários:
Claro, a parte da "classe" é comigo!!!
Eu gostei foi do sentido de oportunidade da aprovação do casamento gay. É que ainda a malta estava a guardar o lencinho branco de dizer adeus ao Papa e, tungas, toma lá o casamento homossexual.
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