Encontro-me presentemente a braços com uma tarefa assaz complicada: arrumar o meu quarto! Para terem uma ideia do que isto significa, digo apenas que os Doze Trabalhos de Hércules são uma brincadeira de criança ao lado da tentativa de tornar o meu quarto, isto é, o meu santuário, em algo minimamente organizado. Entre aquelas quatro paredes, nem eu próprio sei o que por vezes me espera (juro que uma noite vi por lá o elo perdido por entre duas pilhas de cds, mas ele depois perdeu-se novamente enquanto vagabundeava no meio de roupas, papéis e coisas esquisitas de vária ordem que por lá tenho, e nunca mais voltámos a dar de caras um com o outro), mas pronto, é o meu espaço e eu amo-o de uma maneira cá muito minha!
No meio de toda a tralha, que parece até ter vida própria, algo se destaca pela sua evidente quantidade: livros! E livros. E mais livros. É, tenho livros c'mó c*r*lho, e é nestas alturas de arrumações e tal e coisa que começo a equacionar o porquê de algumas aquisições...
Quer dizer, tenho exemplares dos quais não me livro nem que a Soraia Chaves, só em bikini, mo peça! Obras de Espinosa, Nietzsche, Orwell, Kundera, Vergílio Ferreira ou Zezé Camarinha são-me essenciais como o ar que respiro, e vão comigo para onde quer que eu vá, custe o que custar! E normalmente, custa mesto muito, uma vez que toda aquela merda pesa tanto quanto os c*lhões de um brontossauro cheio de tusa!
O problema é que, ao lado destes livros indispensáveis, convivem outros que me fazem lamentar pelas árvores que foram abatidas, coitadinhas, para fabricar o papel. Há uns tempos atrás, falei aqui de uma dessas obras: Mitologia, por Eudoro de Souza. Mas há mais, infelizmente há mais! Cito só alguns casos: um certo Rumo a Novos Horizontes, escrito por um padreco qualquer cujo nome agora não me vem à memória. A pergunta que me assolou o espírito quando deparei, durante as arrumações, com este título foi - inevitavelmente - a seguinte: "Fosga-se, por que é que tens esta merda?!!?" E não sei dar uma resposta, confesso. Escapa-me a razão por que este livro consta do meu acervo, provavelmente estava bêbado e apeteceu-me mijar para cima de qualquer coisa...
Outro: um tal O Fundamento em Heidegger, da autoria de Mafalda Blanc, que ainda por cima foi minha prof. Por que é que comprei esta fantochada? Eu nem sequer gosto do Heidegger, bem pelo contrário, e interessa-me saber tanto do seu Fundamento como ter uma t-shirt estampada com a cara do Alberto João mascarado em pleno carnaval do Funchal 2002!
Então e este: um Manual de Psicoterapias Breves, de nãoseiquem, publicado pela nãoseiquantas? Eu é que precisava de uma psicoterapia, por ter comprado tal coisa. Onde raios tinha eu a cabeça? Devia estar drogado, não encontro outra explicação! Mas esperem lá, eu não consumo drogas, o que torna toda esta situação ainda mais ridícula, pois significa que comprei o livro na plena posse das minhas faculdades mentais. Ó que grande porra!!!!
Estes livros citados nos anteriores parágrafos são apenas uma demonstração dos erros que tenho vindo a cometer ao longo da minha vida de leitor. Foi dinheiro atirado à rua, dinheiro esse que podia muito bem ter sido aplicado em visitas aos peep-shows da baixa. Mas agora chegou o momento de dizer basta e decidir ( tal como coloquei no título deste post, completamente ripado do Saramago, que se lixe, ele que me faça um bico, agora que já tem uma casa para isso): Que Farei Com Estes Livros?
E é aqui que solicito a vossa colaboração. Várias opções se me apresentam, mas eu não sei o que fazer... Devo deitá-los fora? Rasgar as páginas para fazer barquinhos, chapelinhos e aviõezinhos de papel? Esperar que chegue o inverno e promovê-los ao estatuto de acendalhas? Oferecê-los ao meu maior inimigo? ('Tás a ouvir, Kissinger dum raio?! 'Tás bem f*dido...) Reciclá-los? Meter-lhes capas de livros a sério e tentar impingi-los a um alfarrabista? Enfiá-los pelo befe do José Castelo Branco acima? (nunca mais veriam a luz do dia, isso era garantido)
Que acham? Se fossem vocês, como agiriam? Dêem aqui uma ajudinha... e, já agora, se quiserem também ajudar-me nas arrumações lá pelo quarto, agradeço penhoradíssimo. Prometo que vos encontro o caminho de volta...
quinta-feira, julho 31, 2008
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1 comentário:
Tadinho! Tenho tanta peninha de ti!
Não contes comigo para arrumações!! Lamento! Joka!
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