Mitos, cabelos brancos e carecas

Já todos ouviram aquele dito: "por cada cabelo branco que arrancares, nascem-te sete!". É um mito que circula por aí, impunemente, e caí que nem um patinho nele. Quem manda a mim ser tão crédulo? Coisas de um sportinguista, julgo...

E caí porquê? Porque, como estou a ficar careca, resolvi tomar medidas que invertam a minha perda de cabelo. E uma vez que não tenho guito para fazer um implante de cabelo nem para comprar tónicos capilares cujos efeitos secundários incluem a fritura do cérebro, optei por virar-me para a sabedoria popular, nomeadamente para a frase que reproduzi atrás.

Investi, pois, nos cabelos brancos que me foram surgindo nos últimos anos. Pensei, quando chegou o primeiro: "Boa, caraças! Espero mais uns tempitos até me nascerem mais umas centenas, depois arranco-os e é ficar à espera de ver o número dos que arranquei multiplicado por sete. Não voltarei a ser careca!".

E assim fiz. Ontem procedi à contagem dos meus cabelos brancos: eram 523. Um número simpático, que achei ser suficiente, já que de acordo com a máxima, se eu os arrancasse nascer-me-iam 3661, e isto já servia para tapar com material capilar os bocados de cabeça que se entrevêem por aqui.

Santa ingenuidade... É QUE AINDA NÃO ME NASCEU A PORCARIA DE UM CABELO QUE SEJA, branco, preto, às bolinhas azuis, NADA!!!!! Estive eu a arrancar, com uma pinça, os 523 cabelos que possuía, para nada...

E agora? Quem me compensa por isto?!?! A pessoa que inventou a história do "por cada cabelo branco que arrancares, nascem-te sete" que se chegue à frente, se faz favor! Deve-me 523 cabelos prateados e uma indemnização por danos morais. Filho da puta...