sexta-feira, janeiro 16, 2009

A perfeição não existe, mas também não faz mal.

Uma conhecida interpelou-me há pouco na rua (ahhh, adoro quando me interpelam... sempre é melhor do que levar um pontapé no rabo!) e perguntou-me:

"Ouve lá, mas como é que és capaz de andar com a tua gaja? Vocês dois são completamente diferentes um do outro, como é possível darem-se tão bem?"

Ao princípio, ainda pensei pedir-lhe que me explicasse o que entendia por "darem-se tão bem". Se isto significa andar à bulha a toda a hora mas sem arrancar olhos, então eu e a minha concubina damo-nos, de facto, muito bem. Se significar algo como miminhos, compreensão, diálogo, compromisso, respeito mútuo e patetices afins, então eu e a minha gaja estamos muito, muito longe de nos darmos sequer pessimamente, quanto mais "tão bem".

Mas depois achei melhor devolver a pergunta de outra maneira. Retorqui:

"Pá, não sei. Mas, também, que opção tenho eu? Para eu arranjar alguém igual a mim, tinha de encontrar uma gaja anarquista, ateia, anti-americana, pró-vegetariana, sportinguista, com bom gosto musical, isto é, que apreciasse heavy metal na sua vertente mais pesada e barulhenta, que lesse filósofos analíticos, visse filmes pornográficos e, por fim, fosse boazona com'ó milho! Conheces alguém assim?!!?"

Não, ela não conhecia. Como é óbvio! Não existe no mundo nenhuma gaja que reúna, em si, todas estas qualidades. Só se eu fizesse uma operação para mudar de sexo, mas isso não resolveria o problema, porque depois andaria à procura de um homem assim, o qual já não existia, porque eu me havia transformado em mulher.

Ou seja, a perfeição é inalcançável (para todas aquelas pessoas que não são eu, entenda-se!). Não existe essa coisa de "alma gémea". E não se anda com uma pessoa só porque ela reflecte as nossas próprias ideias e os nossos próprios gostos. Porque estas e estes, conjugados, são únicos e tornam-nos únicos, sobretudo no meu caso, pois tratam-se de ideias e gostos maravilhosos, e são assim virtualmente impossíveis de encontrar noutra pessoa.

Reflictam nisto, caralho. Para os gajos: a "princesa perfeita" não existe! Para as gajas: o "príncipe perfeito" existe, mas já sou comprometido, está bem?

7 comentários:

sonhos/pesadelos disse...

ah ah ah, acabaste de me tirar a fé na espécie humana....

Ilda disse...

Mas ouve lá, eu agora sai-te na rifa foi??? Para qdo um post em que digas alguma coisa simpática a meu respeito???

P.S. Ah é verdade, oh principe perfeito, no fim de semana hás-de lavar louça até cair pó lado que é para castigo!!! Talvez enquanto estiver de "papo para o ar" enqto tu trabalhas, consiga alcançar a perfeição, e assim estar há tua altura!!!

Angelik disse...

"Mai nada"!

Beijocas

Anónimo disse...

estranho, estranho é que ainda te interpelem...

nada desta vida disse...

belas conclusões.

a ilda é que te dá troco;) muito bom!

Anónimo disse...

Exactamente! Qual alma gémea qual quê...! homem perfeito? mulher perfeita? Tanga! (e a culpa é dos americanos, obviamente)

-'algum encanto há-de ela/ele ter...'
-'Para a tua relação dar certo, é preciso que sintas admiração pela pessoa que tens ao teu lado'
-'Não sei o que o amor é, mas acho que sei o que ele dvia ser: uma mistura de paixão e amizade, muito de ambos!'

maria papoila

Peter of Pan disse...

@Sonhos/Pesadelos: desculpa...

@Gaja: piu...

@Angelik: mai nada?!!? O que queres tu dizer com isso?

@Daniela: quem me interpela, fá-lo por sua conta e risco!

@Subtileza: nem queiras saber! Todos os dias são uma guerra!

@Anónima: Isso! A culpa é sempre, mas sempre, dos americanos!