segunda-feira, março 28, 2011

O Sporting é mesmo um clube diferente: o lema é "agrida um presidente"!


O Sporting é um clube lindo. É um clube maravilhoso. É um clube original. É um clube que não ganha nada, mas ao menos diverte. Num outro clube qualquer (enfim, os "vulgares"), a eleição de um novo presidente seria alvo de celebração, de festa, de júbilo, abrir-se-iam garrafas de champanhe, empunhar-se-iam cachecóis, cantar-se-iam versos de vitória. Enfim, merdas que já estão mais do que vistas. No Sporting, essas banalidades não têm lugar. No Sporting, o vencedor de uma eleição come nas trombas.

A mim, que tenho simpatias anarco-esquerdistas, ninguém me convence de que esta não é a atitude mais correcta. Considero refrescante, num mundo onde os líderes recém-eleitos são aplaudidos e levados literalmente aos ombros, que haja uma ocasião na qual o manda-chuva é presenteado com um enxerto de porrada. Se este exemplo fosse seguido noutras partes, o mundo em que vivemos seria decerto um mundo muito melhor.

Aliás, espero que o mundo tenha os olhos postos no Sporting (mas não convém ter os olhos postos muito de perto, porque pode haver o risco de se ficar com um olho, não à Sporting, mas à Belenenses...). Mais do que a Academia de Alcochete, que tantos craques tem dado ao futebol, as eleições de 2011 no SCP são um motivo de orgulho! Porque preconizam uma viragem na forma de fazer política: as pessoas já estão fartas e cansadas de promessas vãs, que sabem jamais virem a ser cumpridas. Doravante, o que qualquer eleitor quererá é partir a cara ao eleito. Minha gente, se isto não é a tão falada "proximidade entre eleitos e eleitores", não sei o que será! Há momento em que um cidadão se aproxime mais de um líder do que quando lhe afinfa uma batata nos cornos?! Creio que não.

Com sorte, as próprias campanhas eleitorais irão mudar de tom, e eu só espero que as legislativas portuguesas que se anunciam interiorizem desde já esse novo conceito. E o novo conceito de campanha já não é o de "emprego para todos", "descida dos impostos", ou, à escala do futebol, "Messi no Sporting", "Djaló no Benfica", "a perna direita do Anderson Polga no Porto" e sim:

Candidato A "Vota em mim e parte-me o nariz"

Candidato B "Queres atirar-me com grades de ferro? Então dá-me o teu voto"

Candidato C "Tenho uma experiência de 30 anos sempre a levar porrada. Sou o mais competente. Mas preciso de ti. Vem dar-me uma cabeçada. Juntos venceremos!"

Candidato D "Os outros candidatos são uns maricas. Eu é que sei levar pancada de criar bicho. Vota em mim e parte-me a espinha com um taco de basebol"

E depois, pá, todos os debates televisivos serão mais animados. Já viram o que é o candidato B a acusar o candidato A de uma vez se ter desviado de um soco?! Ou o candidato D a virar-se para o candidato C com esta "ah, o senhor está para aí a mandar postas de pescada, mas da última vez que ganhou as eleições, fizeram-lhe uma espera, deitaram-no ao chão, cobriram-no de pontapés e o que você fez, hã? Pediu às pessoas para pararem! Ora, não é de alguém assim que este clube/esta cidade/este país [riscar o que não interessa] precisa".

Coisa mais linda, caramba. Digam lá se isto não é melhor do que conquistar uma Liga dos Campeões...

2 comentários:

Ilda disse...

Não, não é melhor!!!

Ai que desgrácia disse...

Lá, Lá, Lá, Força Sporting olé, lá lá, lá... Só eu sei... porque somos tão diferentes!!!!