Há quem muito se espante por eu admitir que gosto muito de rever filmes. Sim, já vi o Pulp Fiction, seguramente, mais de 15 vezes. O Predador, que é o melhor filme chunga de todos os tempos, com cenas e diálogos inesquecíveis, já vi aí umas 8 ou 9 vezes. O mesmo vale para Matrix. Fala com Ela. JFK. O Gosto dos Outros. Quatro Casamentos e Um Funeral. Monty Python e a Busca Pelo Cálice Sagrado. A Vida de Brian. South Park, o Filme. E um longo, longo etc.
Rever um filme é, muitas vezes, descobri-lo pela primeira vez. Seja porque há coisas de que nós não nos recordamos mais, seja porque passamos a olhar outras coisas através de um prisma diferente, seja ainda porque não apanhamos outras logo de início. Mal comparado, é como uma mamoca: da primeira vez que a observamos, há muitas coisas que nos escapam. É então preciso olhá-la de novo, repetidas vezes, de vários ângulos e debaixo de diferentes condições. É que a mamoca revela-nos novas coisas consoante a olhamos de cima, de baixo, de lado, se a humedecemos com um pano molhado, enfim, as possibilidades são múltiplas. Atire o primeiro implante de silicone quem olhou tudo o que há para olhar numa mamoca logo à primeira!
Depois há a questão das novas oportunidades (sem conotações PSzísticas, por favor!). Não poucas vezes, acontece-me rever um filme com o qual da primeira vez não fui lá muito à bola. Dois exemplos: quando vi, em plena sala de cinema, o Sinais, do Shyamalan, tinha achado giro e tal, mas nada de especial. Comia-se, vá, mas era daqueles filmes que não tinha vontade de voltar a ver. Até que voltei: estava a passar na TV e fiquei agarrado. E já o vi mais uma mão-cheia de vezes, o suficiente para hoje em dia admitir que é o filme que mais gosto lá do monhé. Sim, mais até que do Sexto Sentido.
O segundo exemplo é o Intervenção Divina, do Elia Suleiman (para quem não sabe, contextualizo: é um filme esquisito). Também o vi pela primeira vez em plena sala de cinema. E saí desta com a mesma sensação que tem quem sai do Alvaláxia XXI: por que é que continuam a insistir no palhaço do Djaló?! Mas também: por que é que fui gastar dinheiro no bilhete?!? Contudo, um dia comprei o DVD naquelas promoções do jornal Público. Sim, parece não fazer sentido: para que raios uma pessoa compra um filme de que não gostou?! A resposta, no entanto, revela haver uma razão para tal: porque achei que valia a pena dar uma segunda oportunidade ao filme. E sabem que mais?! Eu tinha toda a razão, aspecto que, aliás, caracteriza indelevelmente a minha personalidade. Revi a Intervenção Divina ontem e gostei. Muito!
Conclusão primeira: rever filmes pode ser uma actividade tão interessante e fascinante quanto vê-los pela primeira vez. Alturas há até em que, paradoxalmente, rever um filme é vê-lo pela primeira vez!
Conclusão segunda: há coisas para as quais devemos estar sensíveis e dar uma nova oportunidade. Por exemplo, um filme do qual não gostámos da primeira vez. Mas há, pelo menos, uma coisa à qual não se deve dar mais nenhuma puta de oportunidade: sim, o Djaló.
E com isto me fico. Até amanhã.
Rever um filme é, muitas vezes, descobri-lo pela primeira vez. Seja porque há coisas de que nós não nos recordamos mais, seja porque passamos a olhar outras coisas através de um prisma diferente, seja ainda porque não apanhamos outras logo de início. Mal comparado, é como uma mamoca: da primeira vez que a observamos, há muitas coisas que nos escapam. É então preciso olhá-la de novo, repetidas vezes, de vários ângulos e debaixo de diferentes condições. É que a mamoca revela-nos novas coisas consoante a olhamos de cima, de baixo, de lado, se a humedecemos com um pano molhado, enfim, as possibilidades são múltiplas. Atire o primeiro implante de silicone quem olhou tudo o que há para olhar numa mamoca logo à primeira!
Depois há a questão das novas oportunidades (sem conotações PSzísticas, por favor!). Não poucas vezes, acontece-me rever um filme com o qual da primeira vez não fui lá muito à bola. Dois exemplos: quando vi, em plena sala de cinema, o Sinais, do Shyamalan, tinha achado giro e tal, mas nada de especial. Comia-se, vá, mas era daqueles filmes que não tinha vontade de voltar a ver. Até que voltei: estava a passar na TV e fiquei agarrado. E já o vi mais uma mão-cheia de vezes, o suficiente para hoje em dia admitir que é o filme que mais gosto lá do monhé. Sim, mais até que do Sexto Sentido.
O segundo exemplo é o Intervenção Divina, do Elia Suleiman (para quem não sabe, contextualizo: é um filme esquisito). Também o vi pela primeira vez em plena sala de cinema. E saí desta com a mesma sensação que tem quem sai do Alvaláxia XXI: por que é que continuam a insistir no palhaço do Djaló?! Mas também: por que é que fui gastar dinheiro no bilhete?!? Contudo, um dia comprei o DVD naquelas promoções do jornal Público. Sim, parece não fazer sentido: para que raios uma pessoa compra um filme de que não gostou?! A resposta, no entanto, revela haver uma razão para tal: porque achei que valia a pena dar uma segunda oportunidade ao filme. E sabem que mais?! Eu tinha toda a razão, aspecto que, aliás, caracteriza indelevelmente a minha personalidade. Revi a Intervenção Divina ontem e gostei. Muito!
Conclusão primeira: rever filmes pode ser uma actividade tão interessante e fascinante quanto vê-los pela primeira vez. Alturas há até em que, paradoxalmente, rever um filme é vê-lo pela primeira vez!
Conclusão segunda: há coisas para as quais devemos estar sensíveis e dar uma nova oportunidade. Por exemplo, um filme do qual não gostámos da primeira vez. Mas há, pelo menos, uma coisa à qual não se deve dar mais nenhuma puta de oportunidade: sim, o Djaló.
E com isto me fico. Até amanhã.
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