[Interrupção no conto para uma mensagem de alerta: NUNCA deixem um amigo, um familiar, um conhecido ou até mesmo um treinador do Benfica inscrever-se como militante do CDS/PP. Parece que o CDS/PP é um partido de direita... e de betos... e de conservadores... e do Paulo Portas. Tomem cuidado!]
O meu editor deixa escapar uma expressão de surpresa. Certamente não esperava aquela boca do esfíncter ("boca do esfíncter"?!?!?! Que livros de anatomia ando eu a ler?), mas agora é tarde para voltar atrás. Ademais, eu NÃO quero voltar atrás! Antes que ele consiga esboçar uma qualquer resposta, insisto: "E se não estás contente, pega aqui no meu mastruço, rasga a porra do contrato e dá meia-volta, seu Alberto João Jardim da literatura."
Terra. 2006, Ano do Senhor. Passaram sete minutos desde a primeira frase. Um esquilo volta a fazer InInIn, mas agora numa entoação diferente. Um gato volta a fazer miau, mas com um sotaque alentejano. Um primeiro-ministro de Portugal continua sem fazer nada, só que agora veste um roupão cor-de-rosa e exibe uma tatuagem com os dizeres "Marocas Forever". Atrás de mim, um editor acena-me com a rescisão de contrato, o que significa o despedimento. Resolvo deixar a porcaria da vida literária e para me dedicar somente à culinária tailandesa. Esperem por mim num restaurante das redondezas.
FIM (ou, como se diz na minha terra, "puta que os pariu")
Eterno Entorno, num momento de devaneio ébrio
1 comentário:
BRILHANTE! Absolutamente brilhante!
Está genial, os meus mais sinceros parabéns!
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