quinta-feira, abril 30, 2009

You can fucking bet your ass!!!!

Hugh Jackman, o manjão que representa o Wolverine no cinema, sai-se com esta:

"Wolverine to me is the guy that when everybody else quits, that's where he begins. I think that's why people love him."

Podes crer, pá! Por vezes, é bom apanhar um herói que foge do chavão do "nice guy" (olá, Super-Homem, meu cabrãozorro de merda) e se dedica a retalhar os mauzões da fita, e nós sabemos como eles precisam de ser retalhados! Houvesse um Wolverine no meio das investigações do Apito Dourado, da Casa Pia, do Freeport, da Maddie e outro galo cantaria...

Tenham um bom feriado e vão ver o filme do Wolverine. Eu vou!!!... mas vou deixar a gaja em casa (nem pensar que lhe dou a abébia de poder ver o Hugh Jackman no grande ecrã)!

Esta é muito inteligente, profunda e subtil!


- Porque é que os Obamas nunca podem chamar duas vezes o cão na Casa Branca?
- Porque se o fizessem, quem aparecia era a Monica Lewinsky...



quarta-feira, abril 29, 2009

Por vezes, uma simples vírgula pode fazer toda a diferença

Frase nº 1: Já apanhaste gripe suína?

Frase nº 2: Já apanhaste gripe, suína?


Experimentem dizer 2 a uma gaja e vão ver se, em conjunto com a gripe, não apanham outra coisa...

terça-feira, abril 28, 2009

Fui agredido (tudo por causa de um balão)!

No fim-de-semana, fui a um jantar de confraternização alcoólica. No meio da mesma, alguém sacou de um balão. Bem bebidos, começámos a brincar com o mesmo… até que, num lance mais rispidamente disputado, alguém me dá um murro bem no sobrolho. Em replay, a coisa deu-se mais ou menos assim: o balão vem no ar... eu lanço-me de cabeça... alguém a meu lado lança-se com a mão... eu chego primeiro e cabeceio o balão... e levo com um soco! Nem o facto de estar de óculos dissuadiu a pessoa em questão, o que diz muito acerca da sua malícia…

Resultado: fiquei a sangrar abundantemente e estragou-se uma noite que, até aí, estava a ser óptima. O balão, esse, está de boa saúde. Já eu tenho uma pústula do tamanho do buraco do BPN ligeiramente acima da vista direita. E agora, quem me ressarce? Hmmm? A pessoa que me agrediu não quer assumir culpas! “Ah, a tua cabeça é que veio ter com a minha mão”, é o seu argumento, típica retórica de quem quer fugir com o rabo à seringa (deve andar a aprender com o Sócrates, que raios!). Testemunhas, não as há (estava tudo a cair de tripeça. Uns dizem que viram apenas um balão aos saltos sozinho. Outros dizem que havia 4 eus. E outros, até, dizem que quem me agrediu foi o Quique Flores – que bêbedos!) Infelizmente, não conheço nenhum CSI que possa, por A + B, demonstrar que a ferida que ora ostento se deve ao gesto criminoso de alguém que não tem o mínimo respeito pelo corpo alheio, nem tão-pouco hombridade para admitir o feito.

Alguém conhece um bom advogado (e barato) capaz de ajudar-me neste conflito? Fico à espera.

P.S.: Aqui do lado direito abriu nova votação, muito actual. Não se abstenham! As vossas opiniões são, para mim, tão importantes quanto os caracóis do cabelo do Santana Lopes.

segunda-feira, abril 27, 2009

O caminho para a santidade

Foi ontem canonizado Nun’Álvares Pereira, ao que parece. Pessoalmente, posso dizer que não fiquei muito convencido. Pelo menos, de início… Não é por ser ateu e não acreditar em milagres como os que a cozinheira de Ourém relatou; as razões por que torci inicialmente o nariz prendiam-se com considerações inerentes à própria figura do agora santo: afinal, que fez o mentor da táctica do quadrado para merecer a distinção atribuída pelo Vaticano?

Comecei então a investigar: aparentemente, Nun’Álvares passou os últimos anos de vida refugiado num mosteiro, dedicando a sua vida a Deus e ajudando os mais pobres. É de mim, ou isto não constitui motivo para a santidade? Um gajo que se refugia num mosteiro e evita o contacto com outros da mesma espécie é, para mim, um eremita, um misantropo; alguém que dedica a sua vida a Deus é um fanático religioso, um bardamerdas; qualquer pessoa que ajude – ou tente ajudar – os mais pobres não passa de um canalha comunista, ou com simpatias vermelhas!

Mas há mais coisas: Nun’Álvares foi supostamente um homem que lutou pela pátria, impedindo que esta caísse na mão de gentes estranhas. Ora, um homem que luta pela pátria e combate os estrangeiros até à morte, mais do que um patriota, é um fascista. Mais: um neo-nazi! E dão a santidade a gente desta?

Mas depois vi as coisas mais de perto… os estrangeiros que Nun’Álvares combateu eram castelhanos. Ora, os castelhanos hoje em dia são espanhóis. E Nun’Álvares bateu-se contra, derrotou e matou uma série deles. Espanhóis, meus amigos!…

E pronto, fiquei convencido! Nun’Álvares merece ser chamado “Santo”. Com toda a propriedade! É um filantropo como há poucos! Se outras características da sua vida e da sua personalidade não são nada de especial, o simples facto de ter andado a limpar o sebo aos peropomperos já basta para que o canonizem. É de homens desta fibra que o país – mais, o mundo! – precisam. O caminho para a santidade passa por esventrar espanhóis.

Por minha parte, penso seguir as pisadas do Santo Condestável. Vou começar modestamente, pois ir para Aljubarrota está, de momento, fora de questão. É preferível fazer pequenas acções, e ir crescendo aos poucos. A limite, o projecto é erradicar a raça salsera e flamenquera da face da Terra… mas por enquanto contento-me por ir ali ao Estádio da Luz dar cabo da espanholada que lá está. Quique, estás feito. Reyes e Balboa, vocês também. O espírito de Nun’Álvares está comigo!

Quem quer acompanhar-me nesta via sacra?!

sexta-feira, abril 24, 2009

Texto drogado de um doente mental bêbedo

Sim, sim, faz assim como estás a fazer, vira-me do avesso virando-te do avesso, continua e não pares, vá lá, vá lá, vá lá, ui tão bom parece o Liédson a marcar golos ao Benfica, sensação maravinhosa, estou quase, nem pensar que vou pensar em atribulações metafísicas como o problema mente-corpo em contexto de afogamento, oh sim, já sinto um arrepiozinho a percorrer-me deste a próstata até à glande, é agora, é agora, sim, sim, não, não, gesundheit, You push me, can't you see, I'm not real, tears are flowing free, passing by, As I Die, iupiiii, aqui vem, urra, urra, urra, urra, ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!

Provei o sabor do prazer, sabor doce como quem acaba de nascer, a vida assim é bela, brilhante como uma reluzente estrela, ai ai ai agora morri e já vi tudo o que não vi, sai alma sai corpo sai pai sai filho sai de mim para mim em mim, enfim, é o fim.


Desculpem o texto acima. São resquícios de uma "bubadeira" mal resolvida que apanhei na 4ª feira passada. Eu sei que é a pior coisa já publicada neste blogue, o que equivale a dizer que é o pior texto presente na www. Posto-o porque sempre tive o sonho de fazer implodir a blogosfera, e o primeiro passo nesse sentido acabou de ser dado, o que vai de encontro ao símbolo do dia de amanhã, dia revolucionário. Espero, portanto, por ondas de choque em reacção a este execrável texto, reacções que podem ir desde o encerramento do blogspot.com até ao suicídio colectivo dos funcionários da Google. Pode ser até que, no meio do tsunami, um certo primeiro-ministro português, envergonhado por tal texto ter saído do seu país, resolva demitir-se. Se tal ocorrer, esta criação altamente parva terá valido a pena.

Um último conselho: nunca se embebedem.

Bom 25 de Abril para todos...

quinta-feira, abril 23, 2009

Mundo injusto

O mundo é mesmo injusto. Foi o que concluí após o seguinte diálogo, trocado entre um idoso e uma idosa num autocarro de Lisboa. Eu, mesmo com os fones postos, consegui escutar tudinho: é a vantagem (?!?) de os velhos serem surdos, pois quando falam, gritam. Mais do que a banda black metal que tinha no meu leitor de mp3... Adiante, o que se deu foi isto:

Idosa: Aiiiiiii!
Idoso: O que foi?
Idosa: Dói-me a barriga!
Idoso: Mas quê, queres ir à casa de banho?
Idosa: Quero!
Idoso: Então sai do autocarro e vai! Entramos aí num café e pronto...
Idosa: Mas eu não consigo fazer nada!
Idoso: Mau! Prisão de ventre, é?
Idosa: Sim! Já há três dias que ando para fazer, mas sento-me naquilo e nada, sai só um ffffffff...
Idoso: Olha, pois eu só hoje já fui umas três vezes, até me dói o rabo.
Idosa: Quem me dera...
Idoso: Sabes lá tu!

Nesta altura, tive de interromper o edificante diálogo. Cheguei-me junto do banco onde os dois anciãos estavam sentados e atirei, sabiamente:

"Este mundo é mesmo injusto. Até a merda se encontra mal distribuída"

Ambos olharam-me nos olhos, acenaram um tristonho sim com as cabeças e lamentaram uma tão grande verdade. Até custa viver num mundo que permite estas merdas...

quarta-feira, abril 22, 2009

Senhor primeiro-ministro: processe-mos!

Vi às mijinhas a entrevista de ontem com o José Sócrates, e houve algo, lá mais para o fim, que não deixou de me surpreender: o primeiro-ministro reivindicou o seu direito a processar quem o injuria, pois falsas injúrias e ataques pessoais ele não admite.

Tudo bem, é a opinião dele, só que depois não devia ter dito aquilo que disse: "O TVI Jornal das sextas-feiras é jornalismo travestido". Ora, cá para mim, esta frase é injuriosa para os profissionais da TVI que, na minha opinião, têm todo o direito de processar o primeiro-ministro. Até porque "travesti" é uma ofensa mais grave, creio, que corrupto ou ladrão. Eu, pessoalmente, preferia mil vezes que me chamassem gatuno a travesti! Ser gatuno sempre é uma actividade de macho, a não ser, claro, que o gatuno o seja por andar a roubar vestidos para se travestir de gaja... Mas isso são detalhes que agora não interessam.

O que interessa é isto: se o primeiro-ministro pode injuriar, então eu também posso! Por essa razão, vou lançar, sem medo de ser processado, uma série de acusações ao actual governante do país. Eu sei que são todas falsas, falsíssimas, aliás, mas apelo à liberdade de dizê-las, custe o que custar, goste ou não goste Sua Excelência.

Portanto, José Sócrates, esta é para ti. Se quiseres meter-me em tribunal, está à vontade.

Ao cuidado de Sua Excelência, José Sócrates, primeiro-ministro de Portugal:

Uma lista de acusações, falsidades e injúrias contra a sua pessoa

Por Peter of Pan

Caro senhor primeiro-ministro: vergo-me perante a sua imensa competência e inatacável honestidade. Tenho por Vossa Excelência uma estima profundíssima, só proporcional à sua infinita seriedade. Ao longo destes quatro últimos anos, a sua liderança tem dado sinais de o país estar perante uma inteligência iluminada, razão pela qual a nação se tem desenvolvido como não havia memória. Agradeço, pois, a Vossa Excelência tudo aquilo que tem feito por nós, às próprias custas, e sempre dotado de uma humildade que só o dignifica.

Muito obrigado e continue o magnífico trabalho.


(Fónix, acho que nunca disse tanta aldrabice junta nem nunca injuriei tanto alguém... chamar honesto, competente, sério, inteligente e humilde a um político?!?! Mereço todo e qualquer processo que me caia em cima!)

terça-feira, abril 21, 2009

Recordação de Adolescência: Os Soldados da Fortuna

Mais um atentado à cultura popular: parece que um canal por cabo anda a transmitir a série original do Miami Vice. Quando soube disso, não escondi o meu desagrado: tanta merda fixe que podiam retransmitir, e vão logo pegar na seca do Miami Vice... Se é verdade que nem tudo o que é comercial e popularucho é necessariamente mau, neste caso particular é péssimo. Miami Vice é, muito simplesmente, uma das piores séries de sempre exportadas pelos EUA. E se eles têm séries más!...

O problema é que, quando digo estas coisas, há sempre gente que se insurge: "Ah, não gostas do Miami Vice, é?! Deves ter a mania que és intelectual!...", o que é uma acusação totalmente injusta. Primeiro, porque chamarem-me de "intelectual" é das piores ofensas que me podem fazer. Para mim, intelectuais são tipos como José Gil, Manuel Maria Carrilho ou Pacheco Pereira. Tudo pessoal com quem eu nada quero ter a ver, portanto. Eu e qualquer pessoa dotada de bom senso...

Segundo, porque abominar uma porcaria como o Miami Vice nada tem a ver com intelectualidade. É apenas uma questão de olhar para aquilo: argumentos patéticos, actores estúpidos (Don Johnson?!?! Foda-se!!!), realização bacoca. Nem quando tinha 6 anos gramava aquilo, iria agora chupá-lo?

Se queriam mesmo passar uma série comercial, de origem americana, com violência e kitsch, por que não recorrer ao suprasumo do estilo, os saudosos Soldados da Fortuna (no original, The A-Team)? Os Soldados da Fortuna foram, e são, a melhor série do género. Tem violência? Tem. Tem porrada? Tem. Tem tiros? Tem. Tem histórias idiotas? Tem. Actores que não percebiam nada da arte de representar? Tem. Tem isso tudo, e muito mais, mas a verdade é que ainda assim a série conseguia ser cool, porque tinha uma propriedade que coisas como Miami Vice não tinham: sabia auto-parodiar-se e não se levar demasiado a sério. Os Soldados da Fortuna, também conhecidos, através da dobragem brasileira, por Esquadrão Classe A, possuiam determinados condimentos que faziam uma pessoa, fosse ela criança, adolescente ou adulta, ficar agarrada ao ecrã. O pormenor de eles serem fora-da-lei era atraente, pois conjugava a preocupação de saber de que modo os Soldados da Fortuna iriam punir os vilões com a adrenalina de saber se continuariam a escapar à polícia, ao exército, em suma, ao poder instituído. Era uma espécie de elogio da marginalidade, mas sem a patetice ingénua do Miguel Portas.

Ademais, na série havia comic factor a rodos, fosse pela personagem Murdock, um lunático que, apesar de sê-lo, procurava sempre lutar do lado do bem (sim, é o meu modelo, pois mostra que podemos ser, além de bons malucos, uns malucos bons), fosse pelo Mr. T., um negão musculado que fazia o papel de B.A. Baracus, um fortão que dava pancada em meio mundo mas morria de medo de andar de avião, o que implicava a cada novo episódio engendrar um esquema marado para o transportar, mas que normalmente envolvia drogá-lo. E depois havia ainda o carinha laroca do grupo, sugestivamente apelidado de Caras (na dobragem brasuca, o nick era ainda mais apelativo: Cara-de-Pau) e o mestre-de-cerimónias Hannibal, veterano de guerra e uma espécie de Mourinho do grupo, que terminava todos os episódios com a catchphrase "Adoro quando um plano dá certo".

Isto sim, era uma série de entretenimento à maneira. Vi muitos episódios d'Os Soldados da Fortuna quando era mais novo, e isto numa época em que não havia internet, logo não existiam sites pornográficos. Nunca a comparem com aquela nhanha do Miami Vice. Miami Vice é merda...

segunda-feira, abril 20, 2009

Criei uma monstra...

Hoje é dia de aniversário da minha gaja. Há já muito tempo que ela me vinha melgando a cabeça para que lhe oferecesse uma máquina fotográfica, mas sempre disse que não, que iria presenteá-la com outra coisa. No fim, e como não encontrei nada melhor para lhe dar, acabei mesmo por optar pela máquina.

Em má hora o fiz! Tudo porque a cara-metade é uma autêntica viciada na arte de tirar fotografias. Ela é pior (muito, mas muito pior) do que um grupo de turistas japoneses. Desde que a máquina lhe calhou em mãos, não há ser, objecto ou paisagem que não caia debaixo da sua lente digital. Ela fotografa tudo, mas mesmo TUDO! Lá por casa, não há segundo que se passe sem se ouvir um "click" e sem se ver um flash. Até os bichos já estão saturados: cada vez que vêem por perto a minha gaja com a máquina nas mãos - ou seja, sempre - eles pisgam-se a toda a brida.

Eu também já estou saturado! E meio cego de apanhar com tanto flash nos olhos. Nem nos momentos mais íntimos tenho descanso: a última vez que fui à casa-de-banho fui surpreendido com uma fotografia no preciso momento em que evacuava uma serpente castanha de três quilos. "É para captar todas as situações", dizia ela enquanto disparava mais uma vez. "Vai servir para o nosso álbum de recordações", continuava. Por este andar, e ao ritmo que ela fotografa, nem 5000 discos rígidos de 10000 terabytes cada vão chegar para armazenar o "álbum de recordações".

Já pensei em tirar-lhe das mãos o raio da máquina fotográfica. Mas tenho receio que ela, em resultado, fique a estrebuchar no chão e a espumar pela boca, tipo síndrome de privação. Está bem, era uma boa oportunidade de me vingar, pois este quadro daria decerto uma excepcional fotografia, porém não desejo isto, pois a minha gaja nestas condições torna-se extremamente perigosa (uma fera ferida é a pior de todas...), e eu tenho um carinho especial pelo mundo e pela vida de todos os seres que nele habitam para proceder daquela maneira.

Posto isto, não sei como agir. O que me aconselham os leitores deste blogue? Como posso eu aplacar a vontade fotográfica da minha gaja sem a fazer sofrer e, por acréscimo, sem fazer sofrer o resto do planeta? Digam coisas, antes que ela venha aqui melgar-me com mais uma catadupa de "clicks"!!!!

sexta-feira, abril 17, 2009

Ai, Obélix, a falta que me fizeste hoje...

Estou a almoçar numa cantina universitária de Lisboa. Uns metros à minha frente, um grupo de jovens estudantes toma também a sua refeição, no meio de conversas, risotas, gestos patéticos de histriões - enfim, tudo aquilo de que um adolescente é capaz. Nisto, um deles desata a imitar um javali a ser violado. Bom, não sei se era mesmo isto que o petiz queria representar, mas foi o que me veio à cabeça ao deparar com tão insuportáveis guinchos saídos da boca do infeliz.

Naturalmente, e sendo a impertinência uma das minhas características mais marcantes, não me contenho: à quinta ou sexta guinchadela, levanto-me do sítio, interrompendo assim por breves instantes a degustação do meu crepe vegetariano, chego-me ao pé da pitalhada e grito, para que todos os presentes naquele espaço ouvissem, "Ouve lá, ó meu filho da puta, se eu fosse o Obélix enfiava-te já um espeto pelo cu acima e metia-te no forno, a ver se lá dentro guinchavas! Mas como não sou, fico-me só por prometer-te um valente murro nos dentes se não calares essa goela, capisce, ó cabrãozeco?!"

Depois de uma alarvidade destas, o gajo fica fininho, fininho, e lá se cala. Volto para o meu lugar, acabo o meu óptimo crepe (se é que numa cantina universitária podemos apelidar de "óptimo" qualquer prato que nos sirvam...) e bazo, no meio de um nada comum silêncio. Já no campus, vem um professor catedrático ter comigo: "Meu caro, esteve muito bem lá atrás, embora pessoalmente não aprove por completo a sua linguagem, que parece-me dever-se menos a Pessoa do que a Bocage. Certos filólogos contestariam não a sua sintaxe, que foi perfeita, mas sim a sua semântica. Da próxima vez, tente conter-se e opte por resolver a situação de uma maneira, digamos, mais consentânea com a boa educação."

Como o senhor foi simpático, num sentido paternalista, não me viro a ele. Limito-me a responder, também simpaticamente, da seguinte forma: "Professor, com todo o respeito que lhe tenho, vá para o caralho! Aquela besta lá atrás fez por merecer o escárnio que lhe lancei. Só lamento não saber de cor as obras completas do Marquês de Sade, a ver se lhe mandava com mais vocabulário "técnico". Se o professor e os paneleirecos dos seus colegas, que só usam a língua para falar merda, não gostaram, azar do caralho. Tivessem levantado a peidinha da vossa cadeirinha e falado com o grunho utilizando o vosso protocolo e a vossa educação, a ver se ele vos entendia. Percebeu, ou tenho de mandar vossa excelência fazer broches a cavalos?"

E pirei-me. Sim, perdi a cabeça, mas que se lixe, oras. Gajos que imitam javalis à hora do almoço não merecem levar com o Sá de Miranda e sim com o Sá Leão...

quinta-feira, abril 16, 2009

It's a piece of cake (que é como quem diz: é canja!)



O estatuto da canja na supostamente vasta e diversa gastronomia portuguesa é algo que não cessa de me espantar. Chego ao ponto de pensar, até, que Portugal é não o país da tanga e sim o país da canja. Porra, o país não devia chamar-se Portugal: devia chamar-se Canja! Porque aonde quer que se vá, há sempre canja. Um gajo chega a casa cansado do trabalho e o que tem para o jantar? Canja! Um gajo vai almoçar a casa dos sogros e o que lhe oferecem? Canja! Vai visitar amigos? Canja! Inimigos? Canja! Conhece duas boazonas ninfomaníacas que o convidam para casa delas e é servido com o quê? Pachacha, pois claro, mas antes disso?! Canja, como não podia deixar de ser!

O imperialismo da canja é tão, mas tão grande que é quase visto como uma panaceia. Se estamos doentinhos, obrigam-nos a comer canja. Se estamos deprimidozinhos, receitam-nos canja. Até quando acabámos de apanhar uma ganda bezana e estamos na cama a gemer com uma ressaca do caraças nos mandam com canja para cima. "Faz bem", dizem certos vultos demoníacos, e as pessoas acreditam. E quando as pessoas acreditam em tretas, perpetuam-nas e perpetuam paralelamente o sofrimento de quem tem de levar com elas. Neste caso, uma multidão de pobres coitados forçados a tomar canja.

Mais: há uma penetração semântico-semiótica da canja na linguagem do dia-a-dia. O que dizem as pessoas quando vão fazer algo que aparenta ser facílimo? Exacto: "É canja!", como quem diz "fazer esta merda é tão corriqueiro e básico com mandar abaixo uma malga de canjinha".

Há, portanto, uma espécie de "ditadura da canja" no património sopístico nacional. Só o caldo verde se lhe aproxima ligeiramente, mas mesmo assim não detém a omnipresença canjal, que se distribui com arrogante tranversalidade por todo o país. E ninguém dotado de juízo diz, por exemplo, "mandar um pontapé no cu do Sócrates? Isso é caldo verde, caraças!". Porque, de facto, o caldo verde (ou qualquer outra sopa) não tem o valor epistémico da canja.

Mas sabem o que é pior? Eu já vos digo: o pior É QUE EU ODEIO CANJA! Sim, eu não posso com a porcaria dessa sopa, com a sua massinha apaneleirada, os bocadinhos de galinha (coitada!) e aquele caldo tão líquido e enjoativo. Tanta sopa boa que se faz por aí, com mil e um ingredientes, e os chefs - sejam eles profissionais, amadores ou simplesmente caseiros - continuam a apostar na canja. Raisparta esta sociedade ignorante, pá!

quarta-feira, abril 15, 2009

Sem maquilhagem!


O post de hoje era para ser ocupado com uma dissertação brilhante sobre a canja, mas fica para amanhã, porque dei de caras com esta notícia verdadeiramente cativante: a revista francesa Elle vai dedicar o próximo número à celebração da beleza real e natural de algumas musas, isto é, boazonas, entre as quais se encontra a maior musa (e boazona) de todas: Monica Bellucci!

Aplaudo com vigor esta iniciativa e torço para que haja mais. Maquilhagem e Photoshop que se lixem, eu gosto é de ver a beleza tal como ela é, e a avaliar pela amostra da fotografia acima, eu tenho toda a razão (como sempre, aliás). Considero muito refrescante esta jogada publicitária, e pode ser que a partir de agora as gajas cessem de se besuntar todas e apareçam como realmente são. E mais - e isto é que é completamente revolucionário e bem-vindo: pode ser que a partir de agora os metrossexuais ("classe" que segue tudo aquilo que as mulheres fazem em termos de embelezamento artificial) passem a ser uma espécie extinta, já que os creminhos e essas porcarias todas ficam demodé!


P.S.: Quando falei que as gajas deviam deixar de se besuntar e aparecer como realmente são, não estava, obviamente, a referir-me às seguintes personalidades:
Manuela Ferreira Leite
Odete Santos
Manuela Ferreira Leite
Lili Caneças
Manuela Ferreira Leite
Olga Cardoso
Manuela Ferreira Leite
Mituxa Jardim
Manuela Ferreira Leite

Estas podem maquilhar-se nas quantidades que bem entenderem. Não serve de muito, é certo, mas sempre ajuda a mitigar o susto...

terça-feira, abril 14, 2009

Sobre essa estranha expressão que é "só quero duas ou três"

Vamos lá a ver uma coisa: não sei quem foi o sacana que inventou a expressão "só quero duas ou três", mas digo desde já que é das merdas que mais me irrita, e se há merdas que me irritam!... Creio que todos sabem a que me refiro: estamos na nossa vida, a degustar um belo pacote de batatas fritas (ou outra coisa qualquer que se multiplique num recipiente: tremoços, amendoins, pistachios, etc.) e vem um alegado amigo que diz, simpaticamente, "Ihhh, batatas fritas. Deixas-me tirar só duas ou três?!" Nós, claro, não vamos dizer que não e concedemos. Afinal, o que são duas ou três batatas fritas (ou outra coisa qualquer, como já expliquei)?

É nesta altura que o suposto amigo faz das suas: aberta a guarda do pacote - de batatas fritas, entenda-se - o gajo lança a sua manápulazorra lá para dentro e, em lugar de tirar apenas duas ou três, abotoa-se com mais de metade do conteúdo do pacote - de batatas fritas, entenda-se!

O que fazemos depois de uma tal desfeita?! Irritamo-nos, claro está! Afinal, que palhaçada vem a ser esta? Promete-se tirar só duas ou três, mas vamos a ver e é p'rái o decúplo disso?!?! Se se diz "são só duas ou três", então tire-se só duas ou três, caraças! Qual é a onda de dizer "são só duas ou três" para no fim se tirar umas quatrocentas?!?! Eu bem sei que a malta não percebe patavina de matemática, mas isto é o cúmulo!!!!! E é, acima de todas as coisas, nitidamente desonesto!

Já é hora de acabar com uma tal expressão, não é verdade?! Ou se diz logo ao que se vai, e cumpre-se o que se diz, ou então da próxima vez eu respondo com um"e se eu te espetasse duas ou três murraças na fuça"?

Dass...

segunda-feira, abril 13, 2009

Lúcidos comentários acerca da Playboy portuguesa

Mónica Sofia: Meio branca. Meio negra. Toda boa!

Pois é, a Playboy portuguesa, o grande acontecimento cultural do ano, quiçá da última década, já cá canta em casa! A princípio, pensei que seria complicado, no quiosque, escolher um exemplar com as folhas descoladas, mas ao fim de 3 ou 4 que já tinham sido alvo da admiração de alguns seres mais tarados, lá consegui encontrar um imaculado, ou perto disso.

E se estava imaculado, ou perto disso, já não está, porque a minha primeira reacção ao abrir a revista [preparem-se para a onomatopeia que se segue] não foi outra senão esta:

FAP
FAP
FAP... FAP... FAP...
FAP... FAP... FAP... FAP... FAP...
FAPFAPFAPFAPFAPFAPFAPFAPFAPFAPFAPFAPFAPFAP
FAP
FAP
FAP
Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh

Mas passemos à análise propriamente dita da revista. O que traz a Playboy, para além de playboas? Bom, a revista tem sido desde sempre elogiada pela qualidade dos seus artigos, reportagens e entrevistas. Certos intelectuais não se cansam mesmo de referir a presença, nas páginas da publicação de Hugh Hefner, de personalidades tão interessantes e distintas como Martin Luther King, Raymond Carver, Truman Capote, Ernest Hemingway e mais um sem número de gente. Mas isso é tudo conversa! Intelectual que é intelectual, em vez de comprar a Playboy, compra a New York Review of Books. A Magazine Littéraire. O Record. A não ser, claro, que queira bater uma punheta (coisa em que os intelectuais são pródigos, porque é a única maneira de terem sexo).

Nesse aspecto, a Playboy portuguesa foge aos padrões pseudo-intelectuais das suas irmãs norte-americana e brasileira. Não há gente interessante nem distinta a aparecer na revista (atenção: continuo sem referir-me às playboas!). Quem temos a escrever na Playboy tuga? Um dos autores mais insossos e, por que não dizê-lo, parvos, da sua geração: Pedro Paixão. Quem temos a ser entrevistado? O futebolista has-been Costinha. Quem é o principal fotógrafo da revista? Um tal de - e vejam lá se esta merda não choca com a mundividência da revista - Gonçalo Gaioso. GAIOSO, caraças!!!! Quem serão os outros? O Paulo Marikonço?! O Pedro Panneleiro?! O João Bishona?!

Ou seja, conteúdo intelectual, nicles. O que é bom, pois volta-nos a atenção para aquilo que realmente importa: as gajas!

E o que há a dizer das gajas? Em primeiro lugar, que são BOAS. MESMO BOAS. Não concordo, portanto, com aquela malta que veio insurgir-se contra o facto de a Playboy portuguesa ser demasiado púdica. Essa malta, de certeza, ficou-se por ver e por se vir com a capa e não apreciou o restante. E o restante é digno de ser apreciado, garanto. Rute Penedo, a primeira Playmate, é dotada de um apreciável par de pernas, de um também mui apreciável par de mamocas e de um espantoso cu. E o que dizer de Mónica Sofia, quentíssima no seu jeito de amestiçada rebelde? AÚÚÚÚÚÚÚÚÚ!!!!! WOOF! WOOF!!!! ARF, ARF!!!! Nota 20 no factor CCM (quem não sabe a que se refere esta sigla, sugiro que ouçam uma música dos Mata-Ratos que tem esse preciso título...)! E depois, como bónus, ainda temos umas gajas armadas em amazonas que se despem no meio de cavalos. Meu, as fantasias sexuais a que este contexto se presta... as imagens que já passaram pela minha cabeça faziam um filme da Cicciolina parecer um programa infantil!

E com isto, o panorama cultural português fica inegavelmente mais rico. Ao ter uma revista mainstream com gajas que se despem, Portugal entra finalmente no primeiro mundo. Só falta é os senhores da empresa responsável pela revista, a Fresta Produções (finalmente, um nome adequado! É para compensar a falha do Gonçalo Gaioso, certamente!...), contratem revisores de texto competentes, porque passados 7 dias a apreciar as gajas, pus-me a ler os artigos, e aquilo tem gralhas até mais não ("incónico"?!?! WTF?!). E quanto à reportagem sobre o tráfico de droga na Guiné-Bissau - sim, eu li mesmo esta merda - tenho a dizer que o jornalista não sabe colocar vírgulas. Ou, falando com mais propriedade: não sabe, colocar vírgulas.

Tirando estas merdas, de somenos importância, há que admiti-lo, a Playboy portuguesa está de parabéns. Eu já prestei umas quantas homenagens à revista, espero continuar a ter razões para fazê-lo. Continuem, caraças!!!

P.S.: Uma dúvida, nada a ver com o teor deste post e sim com o panorama futebolístico nacional: O João Gabriel, actual director de comunicação do Benfica, é atrasado mental, não é?! Elucidem-me, s.f.f.

terça-feira, abril 07, 2009

Não há cu que aguente...

Fónix, passei um fim-de-semana bonito, passei... com uma dor de cu que nem imaginam!

Antes de se porem a pensar em coisas como "Ah, finalmente saíste do armário e andaste o sábado e o domingo a levar no pacote, meu panilas d'um raio! E depois vens para aqui queixar-te de dores no rabinho!", digo já para irem apanhar na bilha! Não foi nada disso que aconteceu!

Tudo começou no sábado de manhã, ou seja, na sexta-feira à noite. Fui presenteado com um magnífico mega-croissant com chocolate (quando falo em "mega", é mega mesmo, tipo três vezes um croissant normal que se vê nas pastelarias). Comi metade à noite, e deixei a outra metade para comer junto com o pequeno-almoço da manhã de sábado, apesar dos conselhos avisados que me davam (tipo: "tu não comas isso de manhã, vais ficar com dores de barriga"). É que homem que é homem não liga a conselhos avisados, vindos eles de onde vierem.

Portanto, comi a metade do croissant com chocolate no sábado de manhã. Portanto, fiquei com dores de barriga. Portanto, passei o resto da manhã na casa-de-banho. Portanto, caguei nos conselhos que me deram, e como resultado caguei-me todo.

Ao final da tarde, todavia, o meu sistema intestinal já se encontrava recuperado. Ou assim pensava eu... É que - coisas do destino - tive de me deslocar a um restaurante indiano para comemorar um aniversário. E o que acontece a qualquer pessoa num restaurante indiano? Pois: tem de comer qualquer coisa com caril, porque a única coisa que não leva caril, naquele universo gastronómico, é a água, e mesmo assim não sei. E o que faz o caril à barriguinha das pessoas, hum?! Pois, exactamente. E o que faz o caril à barriguinha de uma pessoa que passou a manhã desse dia a evacuar quilos e quilos de bosta? Pois, precisamente isso. Ou seja, passei mais tempo dentro do W.C. do restaurante do que a desfrutar da comida (deliciosa, não o nego, mas não muito saudável) indiana.

Assim, a minha zona esfíncteriana-anal teve uma nova recaída. As dores lancinantes perturbavam-me o cagueiro, e quando me fui deitar, tive de fazê-lo com uma almofada debaixo da peida.

Na manhã seguinte (domingo), acordo razoavelmente bem disposto, até tomar o pequeno almoço e pimba, ficar com vontade de fazer uma visita à senhora sanita. Lá voltaram as dores, lá voltou o tormento para a anilha, lá gastei mais 5 rolos de papel higiénico. Só pensava em quando iria este flagelo acabar.

A verdade é que lá para o meio da tarde a coisa aparentava realmente ter terminado. O almoço aguentara-se bem cá dentro, não tive mais cólicas, nem gases, nem nada. O cu parecia feliz, e quando o meu cu está feliz, eu estou feliz. Por volta das 5-6 horas, decidi aproveitar um bocadinho do sol que se fazia sentir no quintal, puxei uma cadeira, sentei-me e descansei. Só que a coisa não durou muito tempo. A lei de Murphy é uma coisa fodida, e quando algo tem de correr mal, algo corre mesmo mal: a cadeira na qual a minha peida estava sentada partiu-se e pumbas, já se sabe o que aconteceu. Isso: caí com o cu no chão! Esse mesmo cu que já tão maltratado fora...

Aos gritos e gemidos, nada mais pude fazer senão pegar num frasco de álcool e esfregar o cu. Porra, como aquilo doeu. Se eu sofresse de osteoporose, o mais provável era ter ficado com a peida partida aos mil pedacinhos! O que vale é que ainda o tenho resistente, a virgindade peidal faz bem à saúde, pelos vistos.

Seja como for, agora ando para aqui agarrado ao cu. Tenho dores em toda a zona envolvente ao ânus, e o próprio ânus não está lá muito bem, porque com tanta caganeira em tão pouco tempo, suspeito que o menino aumentou de diâmetro aí uns cinco centímetros (ou seja, cerca de 1/10 do diâmetro da anilha do José Castelo Branco). Já não me sento há dia e meio, e suspeido (não, não é uma gralha: é "suspeido" mesmo que quero dizer) que as minhas nalgas estão inchadas. De hora a hora passo uma pomada no cu e estou com cuidados redobrados na alimentação, tudo para evitar novos ataques de soltura. Se tudo correr bem, toda a minha zona traseira estará como nova em poucos dias. Haja cu que aguente!...


P.S.: Uma boa notícia: SIM! SIM! FINALMENTE COMPREI A PLAYBOY! Prometo colocar aqui um ensaio sobre a revista!

sexta-feira, abril 03, 2009

Crónica de uma noite passada no sofá.

É! Tal como a minha gaja havia ameaçado (ver os comentários ao post anterior...), esta noite acabei por ter de dormir no sofá. À primeira ameaça de "Nem penses que te deitas aqui! Vais mas é para o sofá, é para aprenderes a não fazer elogios à Mónica Sofia!", ainda respondi com uma argumentação retirada do mais puro Kant: "Vou para o sofá, o caralho! Sabes o que isso vai fazer às minhas costas, sabes?!", mas não tive hipótese, porque ela limitou-se a empurrar-me para fora do quarto e a espetar-me com a porta nas fuças, tendo-a posteriormente fechado à chave.

Vim, pois, para o sofá. Deitar-me foi uma aventura, pois fazer caber um corpinho de um metro e oitenta mais uns pózinhos num sofá de meio metro é quase tão complicado quanto enfiar um lutador de sumo dentro de um copo de sumo. Por mais que me dobrasse todo, ficava sempre uma parte do corpo fora do sofá. Arranjei por fim uma maneira, lá para as duas da matina: meti as pernas por cima de um dos braços do sofá e deitei-me assim, com o propósito de adormecer. O que também não foi fácil. Virava-me para um lado, batia com o nariz nas costas do sofá; virava-me para outro lado, espetava os cornos no chão... tive de me pôr de barriga para cima e foi assim que peguei no sono.

Às 3, acordei. Tinha sede. Fui ao bar e aviei meia garrafa de Martini Rosso. Deitei-me de novo. Adormeci rapidamente, mas pouco tempo depois senti algo a roçar-se-me no braço esquerdo, que pendia, inerte, para fora do sofá. Pensei "Olhas, queres tu ver que é a gaja a pedir desculpas e a suplicar-me para tornar ao leito?" Abri os olhos: não era a gaja e sim uma das minhas gatinhas. "Que queres tu, amostra de pantera?", perguntei. A resposta foi dada com um salto felino para cima da minha pança: queria brincadeira. Acedi, não sem antes ter ido ao bar beber um terço de uma garrafa de Porto, só para ficar com disposição. "Nhau nhau" para aqui, "munhéu munhéu" para ali, "miu miu" para acoli... ficámos na brincadeira durante uns bons 40 minutos, até que a bichana se fartou e adormeceu mesmo aos pés do sofá. Voltei a deitar-me, e adormeci.

Às 4 e meia, porém, acordei. Um sonho vívido com a Mónica Sofia despertara-me. E eu sem a Playboy ali ao perto, uma vez que ainda não a adquiri. Tive de ir ao bar mandar abaixo 14 penáltis de vodka, só para tirar aquela imagem da cabeça. Tentei regressar ao sofá, mas estava tão bêbado que dei com a testa na parede, caí de costas para o chão e aí adormeci até ao chegar da manhã. Acordei, levantei-me, tomei um duche e vim trabalhar, fresco que nem uma alface.

Como viram, até nem foi uma noite muito mal passada... tenho é um galo do tamanho da arrogância do José Sócrates bem no meio da testa! Afora isso, e uma dor assim para o irritante aqui na zona do fígado, 'tá-se bem.

Bom fim-de-semana, e durmam no sofá, se quiserem!

quinta-feira, abril 02, 2009

Estas discriminações anti-religiosas têm de acabar!

Abro a minha caixa de correio electrónico, e que vejo eu? Duas mensagens por ler.

Uma diz:

PeterofPan, és tão lindo e sensual, e a tua falta de cabelo só te torna mais atraente aos meus olhos, leva-me para a Terra do Nunca e chama-me Sininho.

Ámen.

ass: Gaja Boa

A outra diz:

PeterofPan, venho partilhar contigo as últimas fotos que tirei em topless. É só abrires o ficheiro que vem em anexo. Depois dá a tua opinião, mas desta vez tenta enviar um email sem poças de baba, está bem?

Beijinhos e um santo dia para ti.

ass: Gaja Grossa

Bela porcaria, não é? Tive o cuidado de destacar as partes nitidamente ofensivas: "Ámen", no email nº 1, e "um santo dia para ti", no email nº 2. É que tanto uma como outra constituem casos de discriminação ateia! E isso não pode continuar, porque os ateus não merecem ser marginalizados! Colocar um "ámen" ou um "um santo dia para ti" na caixa de correio de um ateu militante é pior do que dizer a um judeu "Alá esteja contigo", ou dizer a um cristão "Satanás é fixe", ou dizer a um benfiquista "Vale e Azevedo para presidente". Os ateus têm de ser respeitados enquanto ateus, e isso implica mudar o discurso!

Para isso, proponho: em vez de "Ámen", utilizem, quando trocarem mensagens com um ateu, algo como "Fixe", "Baril", "Vale" (à espanhol) ou, se quiserem manter a literalidade, "Assim seja". Também podem, em vez de "Ámen", despedir-se com um "A Monica Sofia tem umas mamas altamente", que nenhum ateu ficará incomodado.

E em vez de "um santo dia para ti", o melhor é escrever-se "um laico dia", ou "um secular dia" ou até mesmo "um empírico-científico dia". Se quiserem ir mais longe, podem até arriscar "um céptico dia" para ti, desde que não se enganem e não se lembrem de trocar o "c" por um "s", o que daria "séptico", e essa merda (que bem que esta palavra assenta aqui!) estragaria logo o dia a um gajo. Também, podem, em vez de "um santo dia para ti", despedir-se com um "A Monica Sofia tem um cu que é do melhor", que nenhum ateu ficará incomodado.

E pronto, fico-me por aqui, penso já ter esclarecido a minha posição, que, creio, é a posição que qualquer ateu minimamente orgulhoso detém. Despeço-me, então, com um

Vão à vossa vida, e a Monica Sofia é boa como o milho.

quarta-feira, abril 01, 2009

Diálogo alegórico político-surreal

- Epá, este gabinete tem um cheiro muito estranho - diz o Fernando Rosas ao entrar no meu posto de trabalho.
- Pois, fui eu que me caguei - respondo.
- Ah, você é um típico gajo de esquerda: caga-se independentemente do lugar - continua o bloquista.
- E de quem lá esteja, incluindo eu próprio!
- Essa é a grande diferença entre a esquerda e a direita - argumenta o Rosas, com ar profundo, como quem faz uma importante declaração - A esquerda deixa sair a merda, a direita guarda toda a merda dentro de si - conclui.
- Meu, essa foi forte - comento - Lembrar-me-ei disso da próxima vez que me peidar na frente de amigos.
- Posso também peidar-me no seu gabinete? - propõe o historiador.
- Ó pá, estamos numa sociedade livre, não estamos? - atiro eu, armado em libertário.
- Bem, mais ou menos. O que faz falta é um Trotsky em cada esquina. Dois Lenines por cada meio quarteirão. Três Marxs por região demarcada. Quatro...
- Bem - interrompo - você vai peidar-se ou não? Se não vai, peido-me eu no seu lugar.
- Bah! Imperialista! Fascista! Autoritário.
- Fróóóóóón (som de peido) - Já está.
- Foda-se - termina o bloquista.

Reflictam neste texto. Por detrás da aerofagia, há toda uma mensagem política.