quarta-feira, abril 30, 2008

Lúcidos comentários acerca de Shoot'em Up - Atirar a Matar

Valentim Loureiro, o c*ralho! Eu é que não tenho medo de ninguém!
Quantos são? Venham todos, enfio-lhes uma cenoura pela pe*da acima!

Recentemente tive oportunidade de assistir a este filme, em dvd ripado (não, não tenho medo da polícia, nem do SIS, nem dos fanáticos dos direitos de autor). Quando passou pelas salas de cinema, deu-me vontade de ir vê-lo, por uma razão apenas: Monica Bellucci, a Musa. Porém, acabei por não o fazer (não é que eu me tenha tornado gay, apenas não me apeteceu) e o filme ficou entretanto esquecido. Em má-hora, diga-se, pois arrependi-me de não o ver nos cinemas mal o vi em dvd! É que a coisa é brilhante, talvez o melhor filme de acção produzido por Hollywood desde o estrondoso Sin City, com o qual tem, aliás, algumas afinidades, a começar pelo protagonista principal, Clive Owen, o homem mais perigoso do mundo com uma arma de fogo e uma... cenoura! (sim, é verdade, uma cenoura! Só visto dá para acreditar! Qual Bugs Bunny, qual quê!) Os outros dois trunfos em termos de representação são o Paul Giamatti, no improvável papel de um vilão inteligente, calculista mas - paradoxalmente - desesperado, e a já atrás citada Monicona, no papel (feito à medida, aliás) de uma prostituta.
A história, essa, é um gozo, uma desbunda autêntica que pega nos filmes de acção e em todos os clichés possíveis, mastiga-os, dá-lhes a volta e cospe-os envolvidos numa saliva de humor que não é negro, é negríssimo. Para encontrar um paralelismo, além da referência ao Sin City, tome-se o primeiro Kill Bill, em particular a cena em que Uma Thurman enfrenta 88 gangsters japoneses e dá cabo de todos: Shoot'em Up utiliza o mesmo exagero, hiperbolizando, ironizando e extremando não só o enredo como as próprias cenas de acção - e isto durante todo o filme! Ele é sangue por todos os lados, ele é tiros sobre tudo o que se move, com orgasmos femininos à mistura (numa das melhores cenas de sexo de todos os tempos, Owen e Bellucci mandam uma enquanto o primeiro mata uma série de malfeitores, e isto sem o tirar cá para fora), ele é twists, esperados e inesperados, ele é violência gratuita, testosterona a rodos, piadas sádicas, tiradas de mau gosto e tudo o que se exige de uma película de acção manhosa e mais, muito mais! Em resumo, este filme é uma delícia, e quem aprecia uma boa anarquia não o pode perder. Diversão garantida do princípio ao fim, acreditem! Aliás, o filme é tão, mas tão bom que só consegui falar da Monica Bellucci por três vezes (bem, com esta são quatro) e, na minha mundividência, pelo menos, algo que relega a fabulosa deusa italiana para segundo plano tem, NECESSARIAMENTE, de ser fora-de-série.

Já agora, ninguém me empresta 15 euritos para eu poder comprar o dvd original que está à venda na Fnac? Obrigaditos, pá!

Tanis

terça-feira, abril 29, 2008

Olha, vacina-mos!

2008 é ano de levar a minha dose da vacina anti-tetânica, aquela que um gajo, felizmente, só tem de apanhar de 10 em 10 anos. Esta manhã, lá fui eu ao consultório médico, munido do boletim de vacinas, do cartão de utente e da preparação psicológica adequada para quem vai levar uma pica. E, sobretudo, decidido em mostrar às enfermeiras quem é que manda: da última vez, aqui há 10 anos, portanto, a gaja que me atendeu não foi de modas e, qual dominatrix marada, levantou-me a manga e espetou-me a seringa no braço esquerdo antes que eu tivesse tempo para dizer "sou canhoto, sua vaca!!!"; essa minha hesitação custou-me dores bem doridas sempre que eu levava a caneta à mão e procurava escrever qualquer coisa no meu trabalho.
Chegado ao consultório, retirei a senha com a minha vez, e esperei. Não esperei muito, porque uma das enfermeiras chegou-se junto de mim para me informar, algo antipaticamente, disto: "ó artolas, tem de colocar o boletim, a senha e o cartão dentro desse plástico e aguardar, seu estúpido!". Apeteceu-me mandá-la levar uma vacina no esfíncter, mas lá me calei e fiz o que a tipa disse. Cinco minutos depois, fui chamado a entrar num pequeno gabinete: estava lá a mesma enfermeira, uma outra com sotaque de leste e outra ainda que não deu para perceber de onde era nem o que ali fazia, pois limitou-se a ficar de pé a olhar para mim enquanto eu era atendido. Mandaram-me sentar numa periclitante cadeira, e quando o fiz a enfermeira de leste lançou-se quase de imediato ao meu braço esquerdo, mas defendi-me estoicamente! "Não, não e não", exclamei, e a tipa olhou para mim de lado, como quem pensasse "bem, atina-te ou chamo a máfia russa e eles dão-te a injecção noutro lado". Acrescentei que era canhoto, e portanto convinha que me dessem a pica no braço direito. Ao ouvir isto, a enfermeira antipática riu-se e respondeu-me "seu tolinho, a vacina será dada no ombro", o que sinceramente é uma resposta idiota e nada a ver, tipo as do Pedro Santana Lopes à comunicação social. Como me mostrava intransigente, a enfermeira de leste lá me picou o ombro direito, pôs-me um penso e ala que se faz tarde: levantei-me, peguei nas minhas coisas e desandei dali para fora.
Foi à saída que compreendi melhor o porquê de toda esta situação. As enfermeiras não me conheciam, eu não as conhecia, não havia entre nós uma relação interpessoal. Ora, quando se trata de cenas de espetanço, creio não estar em erro quando afirmo que a confiança entre quem espeta e quem é espetado é fundamental. Foi isso que falhou! Abri o meu boletim e confirmei: a rapariga que me administrara a vacina há 30 anos atrás era uma Maria, 10 anos depois era uma Carolina, 20 anos depois era uma Carla, e hoje tinha sido uma gaja cujo nome não consegui decifrar, mas como era de leste vou chamá-la Natascha. A Natascha não podia saber que sou esquerdino, tal como a Carla, 10 anos antes, não o sabia. E eu não as conhecia de lado nenhum, de modos que não podia ficar relaxado perante a imagem de uma mulher com uma seringa na mão, pronta a enfiar-se-me pelo corpo abaixo. Percebi então a quase hostilidade da enfermeira antipática, percebi também a desconfiança da enfermeira de leste, continuei sem perceber a presença da terceira enfermeira lá no gabinete, e percebi ainda os meus receios em levar esta estúpida vacina de 10 em 10 anos. Tudo se resume à falta de uma relação entre todos nós, e o ministério da Saúde deveria estar mais atento a este género de coisas. Deveria esforçar-se por promover um contacto prévio entre quem dá e quem leva, deveria tentar que as duas partes se conhecessem previamente. Se assim fosse, cenas dramáticas seriam evitadas, creio eu. E um gajo poderia ir para casa tranquilo, sem se chatear, confiante na protecção anti-bacteriana que acabava de levar. Mas, da maneira como as coisas estão, isso não é possível. Um tipo é achincalhado, é hostilizado, é agredido com uma seringa, fica à rasca do ombro, tem de ir para casa pôr gelo localizado e ainda por cima não pode ter fantasias à custa das enfermeiras, pois estas deixaram-lhe tão má impressão que nem o pensar naqueles uniformezinhos lhe dá tesão. Uma pena...

Tanis

P.S.: Au, o meu ombro!...

segunda-feira, abril 28, 2008

Sonho de uma Conspiração de Verão

Passam-se-me várias coisas pela cabeça quando estou acordado, mas quando estou a dormir... bem, nem sei o que diga! Mais noite, menos noite, acordo a exclamar, de mim para mim: "porra, que raio de sonho tão estranho!". Foi o que aconteceu recentemente: tive um sonho digno de uma aventura de James Bond, assim género uma intriga policial com laivos de conspiração internacional à mistura, mas tudo de uma maneira nonsense típica de devaneios oníricos.

Tudo começou com um cientista finlandês, que havia descoberto, nas suas investigações, um qualquer segredo que o tornava num homem bastante perigoso, e que vários governos e organizações desejavam eliminar. Receoso, o cientista decide desaparecer, não sem antes colocar o conteúdo da sua pesquisa num e-mail e enviá-lo a duas, e só duas, pessoas: uma era eu, a outra... bom, a outra era o comediante norte-americano descendente de irlandeses, Conan O'Brien.
Ao recebermos o e-mail, eu e o Conan entrámos em contacto. O assunto parecia sério e sabíamos que estava ali algo potencialmente explosivo, só que havia um pequeníssimo problema: nenhum de nós sabia nada da língua suomi, isto é, finlandesa. Durante algum tempo, não posso precisar quanto porque os meus sonhos não trazem relógio ou calendário, lutámos por perceber aquilo que constava do ficheiro enviado pelo cientista e trabalhámos também arduamente para traduzir esse conteúdo para inglês. Porém, praticamente no fim da empresa, descobrimos que também nós andávamos a ser espiados, e que, no preciso momento em que imprimíamos a tradução do texto do cientista, com o propósito de a levarmos até um editor para posterior publicação, dois patifes contratados pelo governo norte-americano subiam as escadas que davam até ao nosso apartamento.
Eu entrei em pânico, mas o Conan não! Ele disse-me, calmamente: "Relax, Tanis. We'll jump through the window!". Quando me preparava para espetar um murro naquelas fuças, pois a ideia de saltar pela janela parecia-me extremamente absurda, ouvi tiros no corredor: os dois patifes estavam a disparar contra a fechadura, preparando-se de seguida para entrar no local onde estavam eu, o Conan e o manuscrito. Pensei: "Olha, que se lixe! A mim não me apanham vivo!", e, virando-me para o Conan, "Let's go, motherfucker!". E saltámos! Todavia, não nos estatelámos: poucos andares abaixo da nossa janela, encontrava-se um saco elástico que ligava a outro apartamento; este gadget tinha sido montado horas antes pelo próprio Conan O'Brien, que já andava desconfiado de ser seguido. Entrámos então no outro apartamento, o Conan recolheu o saco e fugímos dali para fora. Já na rua, lançámos ambos um olhar sarcástico para a nossa janela: os dois mercenários encontravam-se lá, com esgar de espanto, perguntando-se a si mesmos como pudéramos nós escapar. Eu e o Conan rimo-nos, e não aguentei: lancei um "Hey, motherfuckers, come and get us" para os dois meliantes e ainda lhes fiz um manguito, desatando depois a correr, com o manuscrito debaixo do braço e o Conan atrás, deixando os tipos ainda mais especados a olhar da janela!
Já mais descansados, Conan e eu decidimos comprar uma passagem para Paris. Aqui chegados, dirigimo-nos até uma editora francesa, falámos com o manda-chuva e convencemo-lo a publicar o manuscrito o mais rapidamente possível, pois detinha informação que, tornada pública, mudaria o rumo da humanidade. Mais rápido do que o diabo a esfregar um olho (é a vantagem dos sonhos: os cortes acontecem assim, tipo cinema), o manuscrito dá lugar a milhares de exemplares em livro e saímos, eu e o Conan, da editora, carregando cada um o seu exemplar, para recordação. E passeámos sorridentes por Paris, conscientes de que havíamos salvo o mundo. Fim do sonho!

Já sei o que vão dizer: "Ó Tanis, a sério, interna-te!"... Que sonho tão estúpido, não é verdade?! Juro que vou deixar de ver o Late Night With Conan O'Brien na Sic Radical...

Tanis

quinta-feira, abril 24, 2008

Abram alas para as Brigadas Revolucionárias!

Amanhã, caso não saibam ou não queiram saber, é 25 de Abril. Neste dia, ouviremos a costumeira conversa de chacha (ainda se fosse da pachacha...): nãoseioquê, os capitães de Abril abriram as portas ao Portugal democrático, nãoseiquemais, temos de respeitar a herança da revolução, rebéubéubéupardaisaoninho, e não podemos esquecer a História nem os homens que a fizeram, blábláblá, tretas, tretas e mais tretas. É claro que não estarei a ligar a esses discursos porque já planeei ficar o dia encerrado na casa-de-banho para estudar, com detalhe, o último catálogo La Redoute, mas prometo ficar a aguardar, com alguma expectativa, os soundbytes do dia, que passarão, como é normal, nos Jornais da Noite.

E porquê? Primeiro, porque é giro, segundo, porque me apetece, terceiro, porque depois de um dia inteiro de dedicação técnico-táctica à lingerie da La Redoute, um gajo tem de se distrair com coisas menores e quarto, porque tais soundbytes são a única coisa verdadeiramente interessante de um 25 de Abril, pois - pelo menos, a fazer fé naquilo que tem ocorrido nos últimos anos - é neles que se revela o crescente descontentamento do pessoal em relação à situação do país, bem como a vontade de promover nova revolução que retire os pelintras do costume lá do poleiro.

É aqui que eu entro! Sou um passionato das insurreições, dos coup-d'etat populares e, além disso, sou um presunçoso do caraças por espetar aqui termos estrangeiros ("soundbyte", "passionato", "coup-d'etat"... fónix!!!!). E é enquanto apreciador de uma bela revoluçãozinha que fico contente por a malta andar cada vez mais enconada no 25 de Abril, pois a insatisfação é o primeiro passo para a revolução (gostaram do dito?! Até rima e tudo...) e, quanto maior for a insatisfação, mais próxima está a revolução, e se esta está por vir, tem de funcionar melhor que a outra, em que um bando de militares com chaimites cercou o Largo do Carmo exigindo a demissão do presidente do Conselho, Marcello Caetano, caso contrário os mesmos militares passariam o tempo a interpretar músicas do Zeca Afonso. Não é isto que eu quero para a revolução que se avizinha; esta necessita de maior ousadia. Nada de exilar o responsável pelo governo, não! É atar-lhe uma corda e metê-lo, todo nu, ali ao Terreiro do Paço para a animação de domingo. É obrigar os deputados do governo e da oposição a ler, non-stop, a biografia do Tony Carreira! É nacionalizar todas as empresas e também todas as gajas boas que aparecem nas novelas da TVI! É considerar o Pinto da Costa e a Carolina Salgado como inimigos públicos, enfiá-los numa choldra qualquer e deitar a chave fora! É proibir, a bem da nação, todos os discos dos Pólo Norte e se possível mandá-los mesmo para o pólo norte (discos e banda, entenda-se!)! É retirar os telemóveis aos alunos e os paus de giz aos professores, assim aqueles não chateiam estes e estes não chateiam aqueles! É, em suma, fazer uma revolução que dignifique o país e as pessoas que nele vivem, e que daqui a 34 anos não haja motivos de queixa.

Estão comigo, camaradas? Espero que sim. Bom 25 de Abril.


Tanis


P.S.: Isto anda bonito... poucas semanas depois de Alberto João Jardim ter mandado o celebérrimo comentário dos espíritos que se auto-masturbam, agora foi a vez de um deputado do PSD-Madeira ter afirmado, num blogue qualquer, que Santana Lopes entalou Alberto João. Acho curiosa toda esta nova semântica do PSD. Não admira que o partido esteja todo fodido...

quarta-feira, abril 23, 2008

Então, e tipo, quando é que um gajo deve começar a fazer as malas?

Diz-se à boca pequena que Alberto João Jardim, aka Alberto, o Inenarrável, pode candidatar-se a secretário-geral do PSD. Se isso acontecer, e se ele for eleito, temos em mãos um grave, gravíssimo problema: Alberto, o Inenarrável, pode muito bem vir a ser primeiro-ministro, tornando-se o guerreiro zulu de todos os portugueses.
O que é mau, pelo menos para mim. Eu não visito a Madeira com medo de dar caras com esse senhor (o termo "senhor" é, aqui, utilizado apenas em sinonímia), mas se ele assentar arraiais cá, prometo que me ponho na alheta... talvez vá mesmo para a Madeira, sobretudo se a ilha se tornar independente de Portugal (algo que, não há muito tempo, Alberto, o Inenarrável, ameaçou fazer).
No entanto, tenho algumas perguntas muito inocentes a colocar: Alberto, o Inenarrável, sempre acusou o continente - em albertês, "cont'nente" -, não foi? (Para os menos esclarecidos, estou a falar de Portugal continental e não da cadeia de hipermercados) E chamou, não poucas vezes, aos habitantes desta região "cubanos" - em albertês, "c'bano" - e coisas piores. E esteve sempre contra os políticos e deputados à Assembleia da República, certo? Se assim foi, o que é que ele vem cá fazer? Irá ele, na mesma Assembleia, no discurso de posse enquanto primeiro-ministro (neste momento, estou a bater três vezes na mesa de madeira que suporta o meu teclado) afirmar que "os políticos do cont'nente são todos umas lésbicas da maçonaria" ou "os senhores deputados não passam de espíritos que se auto-masturbam", ou ainda "o primeiro-ministro é um ditador c'bano"? Mudará ele de discurso caso os seus interesses se alterem? Ou mesmo de referencial, passando a chamar todas aquelas coisas aos... aos... bem, aos madeirenses?
Aguardo com expectativa... mas longe, bem longe do sítio onde Alberto, o Inenarrável, estiver.

Tanis

terça-feira, abril 22, 2008

Lúcidos comentários acerca de O Amor e a Vida Real

Estreou na passada semana a comédia romântica O Amor e a Vida Real, tradução estúpida do original Dan in the Real Life. Eu fui ver, porque tem a Juliette Binoche, de quem sou particular admirador desde há muitos, muitos anos, tipo desde que lhe vi as mamas n’A Insustentável Leveza do Ser (sim, a adaptação do livro do Kundera). Para aqueles que não viram ainda, digo-lhes apenas que é um filme algo delicodoce, aqui e ali divertido, que vive dos desentendimentos entre o protagonista (Steve Carrell), as suas três filhas e a personagem de La Binoche, por quem Carrell está apaixonado mas não deveria estar. Mas isto é só blábláblá, porque aquilo que me cativou no filme NÃO foi o argumento, NÃO foi o desempenho dos actores, NÃO foi a realização, NÃO foram as piadas, NÃO foram os efeitos especiais, foi apenas uma coisa, e essa coisa vem já, já abaixo:



Caramba, como a Juliette Binoche continua liiiiiiiiiinda!!!!! Nem se notam os 44 anos que já leva em cima! Charmosa, elegante, bela, sexy, cheia de classe… Isto sim, é que é saber envelhecer. Uuuuuuufffffffffff! E eu que prometi nunca mais comer francesinhas na vida... :(


Tanis

segunda-feira, abril 21, 2008

Confissões de um sportinguista desencantado

"Ena, o que é isto? Uma taça?!?! Ganhámos qualquer coisa, foi?"


Um ponto prévio para os menos esclarecidos: sim, sou adepto do Sporting! E é nessa condição que escrevo o post de hoje. Porque o post de hoje é de protesto contra o clube de Alvalade! Quer dizer, depois de uma quarta-feira gloriosa como a de 16 de Abril, dia em que os lagartos HU-MI-LHA-RAM publicamente o rival da 2ª circular, aquele clube que se diz "Glorioso" mas deveria apelidar-se "Ranhoso" porque é mais apropriado tendo em conta os jogadores que possui, o Sporting este domingo meteu novamente a pata na poça e sofreu uma pesada derrota (1-4) com o último classificado da Liga Portuguesa.
Isto é irritante! Isto é enervante! Isto é uma merda!!!! O Sporting não pode fazer isto com os seus simpatizantes, não pode num dia levá-los ao Céu e no dia seguinte atirá-los para as profundezas do Inferno. O que o Sporting está a fazer é isto: a transformar os seus adeptos em autênticos maníaco-depressivos, quase como se num momento estivessem a papar a Scarlet Johansson para no momento seguinte serem sodomizados pelo Forest Whittaker. Não há direito, digo eu. É algo que tem de acabar, e de vez. Desfeitas destas não são admissíveis. Porque, além de tudo, é chato: não só os sportinguistas se sentem mal consigo próprios ("Bolas, como foi possível espetarmos 5 ao Benfica e levarmos 4 do Leiria?"), como se sujeitam ao escárnio dos adversários, sejam eles benfiquistas, portistas, vimarenenses, leirienses ou quaisquer outros. E se o gozo dos dois primeiros já é habitual, o gozo dos restantes é verdadeiramente vergonhoso para quem se pretende lagarto. Porque sim, portistas e benfiquistas têm razões para chatear a cabeça aos sportinguistas (mais títulos conquistados, sejam nacionais ou internacionais, maiores estádios, etc.), mas vimarenenses e leirienses não têm, e se passam a ter, tal circunstância é um autêntico atestado de menoridade passado ao Sporting.
Portanto, lagartos de todo o mundo: protestemos! Fazendo minhas as palavras de Luís Filipe Menezes, chega! Basta! O Sporting não nos pode atormentar assim! Vencer o Benfica por 5 a 3 está fixe, mas perder 1 a 4 com o Leiria não dá! Gozar os lampiões durante quatro dias seguidos é fantástico, sermos gozados por todos os outros adeptos por causa de uma derrota com o último é uma treta. Das grandes! Daí que só exista uma solução: jogarmos todos os fins-de-semana contra o Benfica, porque a esses, tendo em conta o plantel de ambos os clubes, ganhamos de certeza. E assim não corremos o risco da oscilação, porque estaremos sempre lá em cima. Para isso, basta-nos obrigar a Liga Portugesa de Futebol Profissional a alterar o calendário dos jogos: todas as jornadas terão de contar com um Sporting-Benfica. Porque nós queremos vencer! Porque nós queremos ser campeões! Porque nós queremos dar grandes cabazadas. Porque nós não queremos voltar a perder com o último.

Apelo à vossa compreensão e espero que estejam comigo. Obrigado.

Tanis

sexta-feira, abril 18, 2008

Antecipação

O

Fiquei recentemente a saber que a Cláudia Vieira vai entrar num filme português, onde aparecerá nua.

Ainda não vi...

...mas já me vim!

Tanis

quinta-feira, abril 17, 2008

Arte no Peter of Pan


EDVARD MUNCH, Adepto do Benfica


Crítica: A forma incomparável como Edvard Munch captou a angústia e o desespero de ser benfiquista ainda hoje é digna de nota. Poucas vezes a arte terá sido tão intensa como neste quadro; repare-se no contraste entre o violento céu vermelho, cor do clube pelo qual a figura central, envolvida num aterrorizador grito, torce, e a aparente calma das duas outras figuras situadas na ponte, do lado esquerdo da composição. Elas parecem estar a dizer, uma para a outra: "Coitado, como nós o compreendemos. É triste ser benfiquista". A Dor, o Sofrimento, a Perda, a Derrota e, quiçá, a Morte, surgem neste belíssimo e intrigante quadro de uma forma perturbadora, não se lhes podendo virar as costas, sobretudo para quem é do Benfica. É por esta razão que Edvard Munch ficará eternamente para a História da Arte.

Tanis
P.S.: Como é que um benfiquista cumprimenta um sportinguista?
- Ó lagarto, dá cá mais cinco!
:)


quarta-feira, abril 16, 2008

Correio Sentimental do Peter of Pan

Querido Tanis:

Ontem, fui a um bar com 3 amigos meus. Após alguns copos tomados, dei comigo a fechar-me na casa de banho com todos eles e daí partimos para uma orgia de sexo. Depois, fomos para minha casa, onde nos vestimos de mulher e nos sodomizámos alternada e sucessivamente. Pelos meus amigos não posso perguntar, mas por mim pergunto: serei gay?

Joel, Águeda (na verdade, chamo-me Paulo e resido em Alcabideche, mas dei um nome e lugar falsos para que ninguém desconfie…)

Caro Joel, ou Paulo, ou o raio que o parta:

Não, você não é gay. Gay é o Cláudio Ramos! O que você é, é um mariconço do c*ralho!


*
Caro Tanis:

Recentemente, fiz um upgrade no símbolo e nos estatutos do meu partido, mas certos militantes parecem não gostar e, por via disso, preferem passar a vida a atacar-me do que criticar o governo. Eu acho mal, até porque sou líder do meu partido há relativamente pouco tempo e não me apetece nada largar este tacho. O que me aconselha?

Luís Filipe, Vila Nova de Gaia

Caro Luís Filipe:

Eu não aconselho nada, excepto talvez – e visto você estar numa de mudanças – alterar o nome do seu partido. PSD já está muito gasto; experimente só PS. Ninguém vai dar pela diferença e assim quando os seus colegas o atacarem, já poderá dizer que também estão a atacar o governo.

*

Tanis:

Estive a ler os teus textos hoje de manhã e posso concluir: És uma besta!

Tanis, Algures num sítio qualquer por aí.

Tanis:

Ó Tanis, eu sei e tu também o és!


Tanis

terça-feira, abril 15, 2008

Breve consideração sobre o onanismo dos espíritos

Dois acontecimentos têm perturbado os meus neurónios nos últimos dias: a derrota do Sporting na Taça Uefa frente aos escoceses do Glasgow Rangers e as declarações de Alberto João Jardim em defesa de Luís Filipe Menezes no último congresso do PSD-Madeira. Acerca do primeiro tema, não consigo ainda falar, tal foi o abalo que provocou na minha consciência, mas acerca do segundo - e após vários dias a matutar na coisa - já consigo proferir alguns comentários.
Para os que não acompanharam, aqui fica uma rápida contextualização: Alberto João Jardim (a quem gosto de chamar Alberto, o Inenarrável, não só porque é isso que ele é, mas também porque, na Madeira, ele é rei, e um rei merece um cognome à altura) estava no púlpito a discursar quando resolveu mandar mais uma das suas célebres atoardas: virando-se para o secretário-geral do seu partido, proferiu as seguintes palavras, que ainda ressoam fortes e feias no meu sistema cerebral

"Deixe lá os espíritos que se auto-masturbam"

Uma coisa destas parecia-me excessiva, até mesmo para Alberto, o Inenarrável. Até que me decidi a reflectir na frase. E reflecti, reflecti muito (algumas más línguas dirão que o que eu estava a fazer não era reflexão e sim onanismo intelectual, mas adiante...). E a reflexão conduziu-me a três conclusões, autênticos orgasmos do pensamento, e a considerar que a frase acima é todo um programa revolucionário da metafísica, da teologia e da política:

1ª conclusão: Alberto, o Inenarrável, é louco e tarado. Isso parece-me óbvio, e não seria preciso andar a pensar naquelas palavras durante dias a fio. Todavia, não nos devemos centrar apenas nas aparências: devemos investigar o conteúdo da frase o mais profundamente possível. Na verdade, isto é um pouco como interpretar a Bíblia: podemos fazê-lo literalmente, ou podemos fazê-lo alegoricamente. O que importa é saber ler, creio eu.

2ª conclusão: Alberto, o Inenarrável, sabe algo da vida dos espíritos que nem os mais famosos teólogos da História sabiam. Nem eu, tão-pouco. Eu sempre pensei que os espíritos fossem, bem... espíritos, quer dizer, substâncias imateriais, cujas preocupações fossem elevadas, e não carnais. Porém, Alberto, o Inenarrável, vem contestar esta opinião. Afinal, parece que os espíritos têm os mesmos interesses carnais dos corpos; se não fosse assim, que motivo os levaria à masturbação? O que Alberto, o Inenarrável, nos está a dizer é que há mais em comum entre corpos e espíritos do que pensávamos. E isto é aquilo que eu quero dizer com uma revolução metafísica e teológica. Alberto, o Inenarrável, abriu-nos os olhos... e provavelmente masturbou-se enquanto o fez.

3ª conclusão: Para Alberto, o Inenarrável, os espíritos simplesmente não se masturbam: eles auto-masturbam-se. À primeira vista, isto parece uma redundância, pois o enclítico "se" funciona como pronome reflexivo. Um linguista bradaria aos sete céus estarmos perante um erro de construção sintáctica; seria o mesmo que dizer "deixe lá os espíritos que se auto-vestem". Contudo, não é assim. O que Alberto, o Inenarrável, quis dizer - e eu penso estar a interpretá-lo correctamente - é que os espíritos, quando se masturbam, masturbam-se para si e consigo próprios. Passo a explicar: uma pessoa normal, isto é, um corpo, quando se masturba está normalmente a pensar noutra pessoa, tipo por exemplo a Cláudia Vieira. Ou seja, pensa num corpo diferente do seu. Já um espírito, segundo defende Alberto, o Inenarrável, quando se masturba está a pensar em si mesmo, uma vez que um espírito é igual a todos os outros espíritos (a diferença individual - explicam-nos os filósofos desde Aristóteles, dá-se com a matéria, ou seja, o corpo) daí que quando se masturbam, estão mesmo a auto-masturbar-se. E é por isso que os devemos deixar em paz e não lhes ligar nenhuma, pois eles são uns narcisistas do caraças. E é este o conselho que Alberto nos dá: não liguemos aos políticos narcisistas, pois eles não fazem mais nada do que auto-masturbar-se, tal como os espíritos.

Enfim, as coisas que podemos aprender com um discurso do Alberto João Jardim...

Tanis

segunda-feira, abril 14, 2008

Lúcidos comentários acerca de Juno, o filme.

Três ou quatro semanas atrás, fui ver o Juno, pequena película protagonizada por uma das minhas actrizes favoritas, a também pequena Ellen Page, que me fascina desde o intenso Hard Candy. Para quem não viu, azar: perderam um óptimo filme, algo agridoce, que narra a história de uma adolescente que contrai uma gravidez indesejada (“contrai”, aqui, é o termo correcto, pois ela vê a situação quase como se de uma doença se tratasse; uma das muitas piadas do filme prende-se justamente com o recorrente nomear daquilo que cresce dentro dela como “a coisa”). O giro do filme é passar-se num mundo irrealista ou, para ser mais justo e preciso, num outro país que não Portugal. No filme, a jovem Juno continua a sua vida e os seus estudos, é apoiada pelo pai e pela madrasta, não é achincalhada pelo namorado nem pelas amigas, não é criticada quando decide doar o seu rebento a uma mãe infértil, etc., etc., etc.
Por que é que eu digo isto? Porque, em Portugal, as coisas jamais se passariam assim! Quando uma adolescente grávida chega a casa para contar à família que está grávida, o que ocorre é mais ou menos isto:

Juno portuguesa: Sentem-se, tenho uma coisa para vos contar.
Pai: Ó que merda, vem aí problema!
Juno portuguesa: Ahnnn… estou grávida!
Pai: O QUÊ?!?!
Juno portuguesa: É verdade.
Pai: Mas tu queres ver?!... Vais já levar uma valente galheta!
Juno portuguesa: Mas eu não tive culpa, aconteceu!
Pai: “Aconteceu”, “aconteceu”… tu vais já ver o que te acontece!
Juno portuguesa: Eu preciso é de apoio e carinho, não de uma tareia!
Pai: Eu dou-te o apoio e o carinho, ó se dou… mas primeiro espeto-te uma lamparina nessa fuça para aprenderes a ficar com as pernas fechadas!
Juno portuguesa: Mas eu fechei, o Lito é que as abriu.
Pai: Então quem abusou de ti foi o Lito, hã? Ele já vai ver! Ó Maria, vai ali à cave e traz-me a caçadeira e as balas, há um rapaz que vai ficar a saber que não se deve meter com as filhas dos outros. Eu vou capá-lo, eu vou capá-lo!
Juno portuguesa: Ó pai, não! Ele é o pai do meu filho!
Pai: Cala-me essa boca, vou mandar-lhe uns balaços, a ele e à família toda dele, sacanas, envergonharam a minha filha e esta casa mas não vão ficar-se a rir, ai não vão não!!!
Juno portuguesa: Mas eu preciso é de conselhos!...
Pai: Eu já te dou um conselho: vais deixar a escola e arranjar um emprego, que eu não estou aqui para sustentar mães solteiras. E onde está a estúpida da tua madrasta mais a caçadeira? Raios partam, tenho de fazer tudo nesta casa…

Em Portugal, seria assim. Neste país, não há pão para malucos: ter um filho em idade escolar é um estigma inultrapassável, propenso a mudar radicalmente a vida de quem o tem. Uma Juno portuguesa dificilmente teria disposição para fazer piadas; muita sorte teria ela se encontrasse trabalho no supermercado do bairro para comprar leite e fraldas para o filho. Um pai português nunca seria porreiro como o pai da Juno do filme; muita sorte teríamos nós se ele não saísse aí pelas ruas a disparar sobre tudo o que se movesse. E os “amigos” também se comportariam de forma distinta: qual dar apoio, qual quê! A não-sei-quantas está grávida? Problema dela, quem manda armar-se em puta boa? Agora aguente-se à bronca…
Ou seja, uma Juno portuguesa, além de levar com ele e emprenhar, teria também de levar com o resto do mundo em cima. Já a Juno do filme teve foi sorte, portanto. Engravidou e tal, mas ao menos não foi em Portugal, e isso faz toda a diferença entre uma tragédia e uma comédia.


Tanis

sexta-feira, abril 11, 2008

Um dia perfeito na vida do Tanis

Inspirado por uns e-mails que me enviaram recentemente, decidi colocar aqui, neste blog, aquele que julgo ser o Dia Perfeito.

Dia perfeito - versão Tanis

9.00h – acordo e descubro que é fim-de-semana, por isso não preciso de ir trabalhar.
9.05h – volto a adormecer.
10.30h – acordo para ir à casa-de-banho. Descubro debaixo do lavatório uma FHM com a Cláudia Vieira. Resolvo “pintar os azulejos”.
10.35h – pequeno almoço: vodka com laranja, torradas, gelado.
11.00h – jogo de futebol com os amigos. Marco 500 golos.
12.30h – chego a casa para tomar um duche. Descubro no meio das toalhas uma GQ com a Isabel Figueira. Resolvo “pintar os azulejos”.
13.00h – almoço com a cara-metade: vinho, lasanha vegetariana, gelado.
13.45h – a cara-metade vai lavar a loiça, eu fico a descansar.
14.15h – depois de lavar a loiça, eu e a cara-metade entramos numa sessão de sexo.
14.50h – imediatamente depois da sessão de sexo, eu e a cara-metade entramos noutra sessão de sexo.
15.30h – depois do sexo, vou à casa-de-banho para aliviar a tripa. Descubro uma Maxim com a Rita Pereira por detrás da sanita. Resolvo “pintar os azulejos”.
16.00h – enquanto a cara-metade fica a arrumar a casa, vou até à Fnac e escolho 200 livros, 500 dvds e 100000 cds. Na caixa, a empregada pisca-me o olho, desmagnetiza os artigos e diz-me que posso levá-los sem pagar. Fixe.
17.30h – lanche ali pelos lados do Rossio: martini, cheesecake, gelado.
18.15h – ida ao Peep Show ali do Elevador da Glória. Resolvo “pintar os estofos”.
18.45h – ao sair do Peep Show, duas turistas suecas abordam-me e dizem-me que sou muito giro. Convidam-me para ir até à Suécia dali a um mês.
19.30h – regresso a casa. A cara-metade já fez o jantar. Antes de irmos ambos para a mesa, entramos em nova sessão de sexo.
20.15h – jantar: cuba libre, pizza vegetariana, gelado.
21.00h – a cara-metade oferece-se para lavar a loiça. Ligo o televisor para ver o jogo do Sporting. Ao fim de 2 minutos, o clube de Alvalade já ganha por 12 a 0.
21.45h – no intervalo do jogo, vou à casa-de-banho para aliviar a tripa. Descubro, ao lado do bidé, uma Caras com a Catarina Furtado e a Sónia Araújo, abraçadas, na capa. Resolvo “pintar os azulejos”.
22.00h – a cara-metade insiste em ver um filme. Eu digo: “depois do jogo acabar”. Ela acata respeitosamente a minha decisão e ainda me traz um cálice de vinho do Porto.
22.47h – o jogo termina: o Sporting venceu por 34564576756 a 0. Escolho um dvd pornográfico para ver mais a cara-metade.
23.00h – esquecemos o dvd e entramos numa sessão de sexo ali mesmo no sofá.
23.35h – tenho fome. Ceia: caipirinha, cajus, bolo de chocolate, gelado.
0.00h – a cara-metade diz-se cansada e vai para a cama. Fico a ver o resto do filme porno.
1.10h – o filme acaba, vou até à casa-de-banho mudar a água às azeitonas. Por cima do espelho, encontro uma Playboy brasileira com a Luiza Thomé. Resolvo “pintar os azulejos”.
1.30h – antes de subir para a cama, enfio meio litro de Pisang Ambon pela goela abaixo e como mais um bocadinho de gelado.
1.35h – dispo-me e deito-me. Passados 5 minutos, acordo a minha cara-metade e entramos numa sessão de sexo.
2.00h – adormeço e tenho sonhos com a Monica Bellucci.
4.00h – os sonhos obrigam-me a ir à casa-de-banho para “pintar os azulejos”.
4.15h – regresso à cama e adormeço, definitivamente.

Tanis

quinta-feira, abril 10, 2008

Diz-me o que pensas não ser, dir-te-ei aquilo que realmente és

Mário Machado, conhecido militante de extrema-direita, comentou recentemente:

“Nunca me considerei racista”

A sério, ele disse isto! Nunca o conhecido dito popular “ninguém é bom juiz em causa própria” fez tanto sentido! É a mesma coisa que o Hitler ter dito, só porque sim, “Não me considero anti-semita, quem foi o cabrão do judeu que disse o contrário?”, ou o Bin Laden chutar um “Ah, eu até nem sou anti-americano, isso são tudo intrigas da CIA!”, ou o Pinto da Costa atirar “Comprar árbitros, quem? Eu? Náááá, só os alugo, como faço com os dvds! Vão-me dizer que isso agora também já é crime, não?”, etc. e tal…
Ou então o Mário Machado está a falar a sério… lembram-se daquela piada de mau gosto que rezava “Eu não sou racista, porque preto não é raça”? Se calhar ele é mais isto…

Por acaso, até nem gosto de militantes de extrema-direita, mas se algum dia, depois de eu ser preso por agredir uns quantos skinheads, mo perguntarem em tribunal, também eu responderei alegremente:

“Nunca me considerei anti-fascista”

É que é capaz de funcionar, sei lá…

Tanis

quarta-feira, abril 09, 2008

Nova singela homenagem à musa Cláudia Vieira

[Nota: este post contém linguagem completamente badalhoca. É preciso ter estômago para isto, estou já a avisar...]

O


Ó Tanis, estás sempre a meter-te comigo... Que parvo!

Já não é a primeira vez que dedico, aqui neste blog, um post à bela e sensualíssima Cláudia Vieira. É que é mesmo boa, a gaja, e eu de vez em quando dá-me para babar por ela, apesar dos olhares de soslaio de certas pessoas que, quando tento empernar um cartaz com a fotografia da moçoila, desatam a comentar "que tarado!". Enfim, as pessoas sabem lá do que falam, não é?
Nesta ocasião, venho falar da Cláudia para celebrar a nova campanha da Triumph. Os mais atentos certamente já deram conta da catadupa de cartazes que circulam por Lisboa, e os mais atentos desses atentos já tiveram a sua quota-parte de erecções. Eu, confesso, já tive. E não foram poucas. Aliás, neste momento estou com uma porque, no caminho para cá, apanhei duas fotos da Cláudia Vieira que me fizeram subir o falo até quase à zona do queixo...
E aos mais atentos dos mais atentos dos mais atentos, algo não deve ter escapado: o slogan que acompanha as fotografias. Eu reparei, e li, e concordei: o slogan afirma peremptoriamente: RAINHA DO LAR. E é verdade. Cláudia Vieira é a rainha de qualquer lar que se preze. Ela é rainha na cozinha, na sala, no quarto, na casa-de-banho, no hall, na despensa, na varanda, na marquise, no sótão, na cave, em suma, em qualquer lugar onde lhe apeteça "brincar".
Qual Afrodite/Vénus, qual Helena de Tróia, qual Julieta, qual Cinderela, qual quê... Cláudia Vieira é a verdadeira deusa do amor, a musa da paixão, a rainha do prazer corpóreo, a princesa do desejo e do instinto. Não me interessa que ela tenha passado pela inenarrável novelinha Morangos com Açúcar, não me interessa que ela não saiba dizer um texto em condições, não me interessa que ela tenha namorado, não me interessa que ela nada mais possua para além do corpo, não me interessa coisa alguma: só me interessa o despertar dos sentidos provocado pelos cartazes da Triumph. Ó Cláudia, fosses tu grega, mandava-te edificar uma acrópole; como és portuguesa, edifico-te apenas uma ponte construída com o mastro da minha paixão! Oh yeah!

Tanis

terça-feira, abril 08, 2008

Voltei a ser criança!

Eu pensava estar a ficar velho, mas agora começo a ficar convencido do oposto: estou a ficar mais novo! Isto porque me andam a acontecer coisas que só aconteciam quando eu era bebé/criança. O que é extremamente porreiro, já que nem foi preciso inventar uma máquina do tempo para isso.
Começo pelo cabelo. Quem lê este blog há já algum tempo, sabe que a minha testa vem aumentando consideravelmente de tamanho. Ok, pronto, isto não foi senão um eufemismo: a verdade é que estou a ficar cada vez mais careca! Durante muito tempo, isto incomodou-me, até que o acaso me fez deparar com uma fotografia minha da época em que eu possuía uns viçosos dois mesitos e meio. E o que constava daquela foto? Um puto rechonchudo, pançudo, pezinhos pequenos, vestidinho com um bibezito, e… e… ONDE ESTÁ O MEU CABELO? Ahhhhh, é isso, eu NÃO tinha cabelo!!! Nasci careca, e ganhei cabelo enquanto envelhecia; agora, está a dar-se o movimento inverso, ou seja, estou a perder cabelo, portanto, estou a “enovecer” (este é um neologismo que acabei de inventar e que significa “estar a ficar mais novo”).

A foto mostrou-me ainda outra coisa para além da minha falta de cabelo quando bebé: o meu eu dessa época detinha outra propriedade que só recentemente readquiri. Estou a falar de uma notória pança. Eu nasci gordinho e pançudo, mas à medida que cresci, emagreci de tal maneira que me tornei um autêntico pau de virar tripa. Sim, a idade fez-me escanzelado, mas verifico que isto está também a mudar… continuo magricela, sim, porém a minha barriga vem aumentando bastante de tamanho, tal como o meu rabo. Por este andar, daqui a uns 5 anos estou novamente gordinho, tal como era em bebé. Mais uma vez, o que se retira daqui é: estou a ficar mais novo!

Nem só o cabelo ou a barriga são provas do meu rejuvenescer: alguns dos meus comportamentos são-no igualmente. Apercebi-me disso no último fim-de-semana: estava eu a jogar futebol com os amigos quando, em sequência de um lance disputado com um adversário, caio e rebolo pelo chão e esfolo o braço e cotovelo direitos, a palma da mão esquerda e ainda as costas e parte do abdómen. Enquanto sangrava e jogava (sim, continuei a jogar! Não sou maricas como os jogadores do Benfica!), fui ao âmago das minhas memórias na tentativa de desenterrar uma ocorrência semelhante. Perguntei-me: “Ó Tanis, não mandavas um tralho destes há eras! Quando foi a última vez que isso aconteceu?”. Entre dois dribles e um remate que passou ao lado, lá me recordei: tinha sido há coisa de 20 e tal anos, quando um puto estúpido me passou uma rasteira e me fez rastejar uns 5 metros pelo chão, levando-me a esfolar braços, pernas, joelhos, peito, antes de apanhar com o meu pé esquerdo (que não estava esfolado) no meio das nalgas. Novamente, o que o baú das memórias evidenciava era isto: estou a ficar mais novo, sem dúvida, uma vez que voltei a ter o aspecto ferido e massacrado, qual Jesus Cristo na cruz, que tinha quando era criança, tudo fruto dos meus comportamentos e brincadeiras.

O que se segue agora? Não sei, mas estou muito satisfeito com tudo isto, confesso! As perspectivas são assaz animadoras! Voltar à infância agrada-me imenso, e mal posso esperar pelos restantes efeitos! Vai ser mesmo giro, embora tema perder algumas das minhas actuais amizades. Mas enfim, ao menos ficam de sobreaviso: se virem aí um tipo com cerca de 1 metro e 80, de fraldas, a mamar num par de seios e a fazer gugúdadá, já sabem: sou eu! Venham cumprimentar-me e ponham-me a chucha na boca, já agora. Obrigados, pá!


Tanis

segunda-feira, abril 07, 2008

Eu Tenho Dois Amores


Olá, Tanis. Então, como vai ser hoje?
Fazes-me um diablo e depois um samurai? Espero por ti, de lingerie...


Tanis, queres experimentar uma paixão como nunca experimentaste antes?
Vem ter comigo e faz-me, prometo-te diversão da maior!


Sudoku ou kakuro, qual destes quebra-cabeças japoneses escolho? Durante muito tempo, mantive-me fiel aos sudokus e divertimo-nos imenso: eu fazia sudokus na cama, à mesa, na rua, na banheira, enquanto passeava a pé, de metro, de autocarro, de táxi não obstante a condução desenfreada dos fogareiros, sozinho, acompanhado, no meio de multidões, em cima de livros, ou de cds, ou de dvds, ou – até – de outros sudokus, mas agora… já não sei! Conheci os kakuros e a minha vida mudou. São tão jovens, tão frescos e ensinam-me novas posições e absorvem-me o tempo livre e eu já nem consigo pensar em mais nada, tal é o fascínio que exercem sobre mim!
O que faço? Oh, o que faço? Por um lado, não quero largar os sudokus, aos quais devo tantos e tantos momentos de alegria; por outro lado, os kakuros chamam por mim, quais maliciosas sereias, e também já não possuo forças para resistir aos seus apelos e encantos…
Enfim, dilemas…


Tanis

sexta-feira, abril 04, 2008

Aforismo


"Os Estados Unidos da América são um aluno de 10 a tentar, à força toda, passar por um aluno de 18."

Por favor, reflictam nisto. Ah, e se quiserem citar a frase acima, não se esqueçam de reproduzir a fonte!!! Olhem que eu não curto que me roubem os direitos de autor.

Tanis

P.S.: A quem estiver a questionar-se sobre a razão pela qual eu perco tanto tempo a falar mal dos norte-americanos, aqui fica a resposta, nua e crua: L'Oreal, porque eles merecem!

quinta-feira, abril 03, 2008

I Hate Sundays

Há uns tempos atrás, este blog e este também publicaram posts algures reclamando dos domingos. Chegou agora a vez do Peter of Pan se juntar ao protesto.
A verdade é que os domingos são uma merda desde que eu era puto. Um garoto como eu, em crescimento durante os anos 80 do século XX, só possuía ao seu dispor, nos fins-de-semana, um único tipo de diversão: futebol. Exacto: dantes não existiam computadores, nem internets, nem playstations, nem i-pods, não havia nada. Se nos queríamos divertir, a actividade mais à mão, mais ao pé e mais capaz de nos proporcionar prazer era, sem dúvida, não a masturbação mas sim o pontapé na bola. Quando chegava o fim-de-semana, então, era o desvario: a malta tomava o pequeno-almoço, via meia hora de desenhos animados, ia para a rua jogar futebol até à hora do almoço, vinha a casa, almoçava, voltava para a rua e mandava mais uns pontapés, que se lixasse a digestão, aí pelas 4-5 horas fazia um intervalo para lanchar e depois regressava à rua de modo a completar mais um joguinho até escurecer.
Este era o “horário de trabalho” de um puto digno desse nome nos anos 80. Sábados e domingos eram, utopicamente, dias dedicados em exclusivo ao aperfeiçoamento da arte do gioco del calcio. Pelo menos, era isto o que dizia a teoria, pois havia um pequeníssimo senão: os domingos. Mais especificamente, as manhãs de domingo.
Ora, o que havia nessas manhãs para impedir 10, 15 ou mesmo 20 petizes de dar o seu contributo valioso em prol do desporto amador? Numa simples palavra de seis letras, isto: I-G-R-E-J-A! Pois é: as manhãs de domingo eram momentos reservados ao culto religioso, e todos os moços lá do bairro tinham de cumprir com o dever de acompanhar pais, irmãos, primos, vizinhos, professores e sei lá mais quem na ida à igreja, o que arruinava inevitavelmente não só essa altura do dia como, também, tornava o resto do domingo em algo para esquecer (sim, porque não era possível jogar futebol em condições depois de uma missa. Como é que se podia mandar uma cacetada no Cajó, que jogava na outra equipa, depois de ouvirmos o padre apelar ao amor ao próximo?!?!).
Assim, devido às idas à missa, os domingos eram para mim um autêntico suplício, eram sinónimo de tempo desperdiçado. Tratava-se de um verdadeiro atentado ao bem-estar dos jovens: primeiro, era-lhes dado um fim-de-semana que constava de dois dias, mas desses dois, retirava-se-lhes um. Bela treta, não?! Não admira, pois, que eu me tenha revoltado! Comecei por odiar os domingos e, aí por volta dos 12 anos, cometi a derradeira subversão: tornei-me ateu! Igreja aos domingos de manhã, uma ova! Eu não acreditaria num Deus, supostamente um Deus do amor, que me impedisse – a mim e ao resto do pessoal – de chutar prazenteiramente um esférico. Que se lixasse a salvação eterna, o paraíso, a eternidade junto dos acólitos do Senhor… eu queria era jogar à bola aos domingos, e não seriam dois mil anos de cristianismo que iriam impedir-me.
Por uns tempos, esta minha decisão deu os seus frutos. Consegui escapar ao jugo da religião e arrastei comigo muitos outros à custa do esquema seguinte:

(Domingo de manhã, em casa)
Pais do Tanis: Vá, veste-te, está na hora de irmos para a igreja.
Tanis: Não vou, sou ateu!
Pais do Tanis: O QUÊ?!?!?! Vê lá se queres apanhar!
Tanis: Vocês querem fazer de mim um mártir do ateísmo! Já disse que não vou à igreja!
Pais do Tanis: Ai é? Olha, tu é que sabes. Se depois fores parar ao inferno, não te queixes.
Tanis: Quero lá saber, vou é para a rua jogar à bola.
(Na rua)
Amigos do Tanis: Então, Tanis? O que estás aqui a fazer com uma bola? Não vais à missa?
Tanis: Eu não! Tornei-me ateu, agora posso ficar a jogar futebol durante o domingo todo!
Amigos do Tanis: Ihhhh, que fixe!!! Também queremos!!!

Durante uns anos, esta “doutrinação” resultou às mil maravilhas. A afluência de jovens entre os 11 e os 25 anos diminuiu consideravelmente lá no bairro, muito por minha culpa (certos padrecos até já viam em mim a figura do Anti-Cristo. São uns bajuladores, estes homens de batina…). O problema é que, infelizmente, a malta envelhece e, ao envelhecer, esquece as suas convicções de juventude, assim tipo a Zita Seabra ou o Pacheco Pereira, que nunca jogaram à bola na vida. Os meus companheiros de futebol cresceram, tal como eu, mas, ao contrário de mim, começaram a constituir família e a ter filhos… e isto levou a que readoptassem velhos hábitos, entre os quais o mais nefasto de todos:

(Domingo de manhã, no bairro. Tanis está na rua com uma bola debaixo do braço)
Tanis: Então, malta? ‘Bora jogar?
Amigos do Tanis: Porra, Tanis? Estás parvo? Sabes que dia é hoje? Hoje é domingo!
Tanis: Sim, e daí?
Amigos do Tanis: Daí que temos de levar a família à missa, caraças! Vê lá se cresces!!!
(Tanis, desiludido, volta para casa e vai navegar na internet em busca de sites porno)

E pronto, por causa disto, lá se foi o futebol outra vez! Odeio domingos, porra!!!!


Tanis

quarta-feira, abril 02, 2008

Sonho Estúpido

Um destes dias, tive um sonho deveras incompreensível. Encontrava-me eu deitado na cama a folhear, visivelmente satisfeito, um catálogo de sensual lingerie feminina, quando nisto surge a minha cara-metade:

Ela: Ouve lá, o que estás a fazer?
Eu: O que te parece? Estou a ver este catálogo!
Ela: Porquê?
Eu: Ahnnn... porque é giro!
Ela: Tarado! E por que é que estás a olhar tão fixamente e embevecido para essa gaja?
Eu: Não é uma gaja. É a Paulina Porizkova!
Ela: Humpf! Por que é que estás a olhar dessa maneira para a Paulina Prosnãoseioquêkova?
Eu: Ora, porque ela é extremamente parecida contigo!
Ela: Hã? Nesse caso, por que é que não olhas antes para mim?
Eu: Sabes, eu até podia fazer isso, mas a verdade é que tu NÃO estás neste catálogo em lingerie.
Ela: E se eu te desse com a porcaria do catálogo na cabeça?
Eu: (...)

Bolas, que sonho tão estúpido, sinceramente...

Tanis

terça-feira, abril 01, 2008

Português do Brasil

Quem anda pelo mundo virtual da Internet certamente já teve a experiência de entrar em fóruns, quer nacionais quer estrangeiros. Nos fóruns, as coisas passam-se mais ou menos como no mundo real: se os moderadores são demasiado rígidos e conservadores, a liberdade para se dizer o que bem se quer – algo que deveria ser, desde logo, um dos objectivos primários dos fóruns – é bastante limitada; se, pelo contrário, os moderadores (se os houver) forem de natureza mais liberal e permissiva, podemos assistir a um desfilar de pérolas linguísticas capazes de impressionar, pela sua beleza sintáctico-semântica, um Vasco Graça Moura.
Limitando-me apenas à língua portuguesa, posso garantir que acredito piamente que a evolução desta passa pelo dialecto usado nos fóruns. E, aqui, os brasileiros assumem-se como figuras de proa. Não sei porquê, mas os portugueses arriscam menos na exploração da língua, ao passo que os brasileiros são extremamente criativos e imaginativos. Foi justamente através da análise de fóruns com moderações semelhantes, isto é, liberais e permissivos, que pude constatar que os brasileiros levam mais a sério e mais longe a sua linguagem do que nós, portugueses, sempre muito recalcados e tímidos. Deixo aqui uma amostra: dois diálogos, um passado num fórum liberal português e outro passado num fórum liberal brasileiro, ambos ligados pelo mesmo assunto: ofensas respeitantes a gostos musicais. Avaliem por vós próprios.

Fórum liberal português (extracto de uma conversa)
User não mencionado: "...E o teu gosto musical é igual àquilo que sai do cu do meu cão. Vai-te foder!"
Outro user não mencionado: "Vai tu!"

Fórum liberal brasileiro (extracto de uma conversa)
User não mencionado: "Ah, vai se foder, seu filho da puta. Enfia essa droga de cd no toba e chupa a rola desse vocal de merda aí. Viado do caralho…"
Outro user não mencionado: "Olha aqui, por quê você não vai dar meia hora de bunda? Senta no mastruço, seu escroto!"

Parece-me evidente qual destes diálogos é, literária e linguisticamente, mais rico. Bem tinha razão o nosso Fernando Pessoa ao elogiar o português do Brasil, chamando-lhe “português com açúcar”. Concordo, embora, para mim, o português do Brasil seja mais “português com sémen”. Quando se der o acordo ortográfico é que vai ser bonito…

Tanis