quarta-feira, dezembro 30, 2009

Complexo de Peter Pan

Bom, antes de mais cabe-me apresentar um pedido de desculpas por andar alheado dos meus compromissos blogosféricos, mas tudo se deveu às minhas responsabilidades académicas. Além disso, fugi para um sítio onde não houvesse Natal, e como esse sítio fica um bocado longe, levei algum tempo a regressar.

Durante o tempo que passei fora do mundo da web, e do mundo dos seres humanos em geral, aproveitei para fazer um leve teste de personalidade. Resposta aqui, resposta ali, concluí o dito teste em pouco mais de meia hora, e os resultados que me foram aparecendo pouco ou nada me surpreenderam, até porque eu já sabia tudo aquilo: "você é espectacular", "você possui uma inteligência superior", "você deveria ser o senhor do Universo", "você tem um pénis de 25 cm". Foi isto que foi sendo debitado, até que a dada altura apareceu algo de que eu, definitivamente, não estava à espera, e que nunca pensei ser um componente da minha personalidade: "você sofre do complexo de Peter Pan". (para os menos familiarizados, o complexo de Peter Pan é aquele distúrbio de personalidade em que a pessoa se recusa a crescer e a assumir as responsabilidades de um adulto)

Alto e pára o baile, foi o que pensei ao levar com esta acusação. Então eu, só porque sou o Peter of Pan, tenho de sofrer do complexo de Peter Pan?! Isso é tão absurdo quanto, caso eu fosse bêbado, usasse bigode e tivesse apenas metade do cérebro, me taxarem imediatamente de benfiquista!

Não quis acreditar naquilo que o teste me revelava, tanto que bati o pé, fiz birra e recusei-me a comer a sopa. Mais calmo, procedi então a uma rigorosa análise interior, buscando nos mais recônditos cantos do meu ser, descendo às profundezas negras da minha alma... e faltam-me agora mais metáforas estúpidas dignas de um psiquiatra de quinta categoria! Para resumir, e agora em linguagem de pessoa normal, fiquei a pensar um bocado naquilo, pronto!

E foi assim que fiz uma revisão da matéria dada, em que essa matéria era minha vida. E enquanto o fazia, não pude deixar de pensar no Michael Jackson: havia algumas semelhanças entre a vida dele e a minha própria vida! Não, não estou a ficar mais branco; também não sou pedófilo; a verdade é que nunca consegui dançar o moonwalking; e não dou gritinhos histéricos quando canto.

As analogias prendiam-se com a rapidez com que ambos crescemos. Michael Jackson já era uma figura pública na idade em que a maior parte ainda anda de chupeta. Michael Jackson nunca brincou aos índios e aos cowboys porque andava a dar concertos, a ensaiar ou a gravar discos. Michael Jackson nunca apalpou uma rapariga na escola porque teve sempre pessoas a tratar-lhe da imagem.

Da mesma maneira, eu também fui muito precoce, embora a minha precocidade nada tivesse a ver com a do rei da pop. Aos cinco anos, já via filmes pornográficos em leitores beta; aos nove, já me assumia como anti-americano, dava palestras no quintal do Cajó e via filmes pornográficos em leitores VHS; aos onze, afirmava-me ateu, ia mijar às portas das igrejas e tinha exemplares das Playboy americana e brasileira debaixo do colchão; aos treze, lia Platão, Kant, Nietzsche e já fazia alguma crítica literária ("estes livros ficariam melhores se tivessem cenas de lesbianismo explícito") e desenhava a Paulinha do 2º frente em poses sensuais; aos dezasseis anos, discutia com os professores, escrevia cartas para o jornal O Independente a dizer mal do Paulo Portas e realizava o meu primeiro filme erótico, protagonizado pela Joana Cigana e por uma cenoura descascada.

Ou seja, a minha personalidade manifestou-se muito cedo. Enquanto os outros rapazes e raparigas da minha idade faziam coisas típicas, como rachar as cabeças uns dos outros, eu dedicava-me a assuntos adultos e avançados, daqueles que facilmente estragariam a cabeça de qualquer criança desprovida de lucidez, equilíbrio e saúde mental. Quantos dos que estão a ler este texto aguentariam lidar com aquilo que eu lidei na minha infância e adolescência, e manter a sanidade? Vá, quantos?! Não é fácil ser o único a querer ver filmes pornográficos numa sala cheia de miúdos que só pensam no Tio Patinhas. E ser-se anti-americano em plenos anos 80, época da expansão ideológica do capitalismo dos EUA? As vezes em que me cheguei junto de amigos (acabados de ver o Rocky ou o Rambo), para avisá-los que o governo americano era imperialista e falso e como paga fui ameaçado... E a nega que levei da Sara, quando esta soube que eu não acreditava em Deus?! Então e aquela vez em que o Zé Bronco apareceu na rua com uma revista do Super Homem e eu, todo arrogante, disse que o único super-homem fixe era do Nietzsche e fiquei um mês sem poder jogar à bola?! Não é fácil, meus amigos e minhas amigas, não é fácil...

Portanto, quando era criança e jovem já me tinha tornado adulto. E agora, que sou adulto, e à semelhança do Miguel Jáqueson, só me apetece ser criança e fazer coisas de criança. E sendo que não posso refugiar-me no Dubai, ou ter uma Neverland só para mim, e não me passa sequer pela cabeça dormir com menores, a não ser que se trate da Salma Hayek (1,57m), da Scarlet Johansson (1,63m) ou da Monica Bellucci (1,70m - para mim, tudo o que é abaixo de um metro e oitenta e três é considerado "menor", portanto não me venham com histórias!!!!), resta-me fazer figuras infantis à frente de toda a gente, como fazer cocó no gabinete do patrão, brincar com a pilinha nos transportes públicos (tendo ela 25 cm, é um risco para os outros passageiros. Recentemente, vazei um olho a uma velhota), chapinhar nas poças de água da rua (pá, o que me tenho divertido nos últimos dias...) e mostrar a língua e fazer caretas à minha gaja, o que dá como resultado ser mal visto e malquisto por todos os que me rodeiam.

Afinal, sempre tenho complexo de Peter Pan... a criança que tanto tempo esteve escondida, está agora à solta e indomável.

Bom 2010 e brinquem muito.

segunda-feira, dezembro 21, 2009

Sei que estamos a chegar ao Natal quando...

...vejo bonecos vestidos de vermelho pendurados em janelas e varandas...

...não consigo demorar menos de cinco horas no supermercado...

...gente que não conheço de lado nenhum se auto-convida para ir jantar a minha casa na noite de 24 de Dezembro...

...tenho de arranjar espaço nas gavetas para acomodar a quantidade de meias e cuecas que certamente irei receber!

sexta-feira, dezembro 18, 2009

A Bichice de Deus

Ontem foi aprovado em concelho de ministros o casamento (civil) entre pessoas do mesmo sexo. Eu congratulo-me com tal decisão, pois isto abre as portas para, finalmente, poder casar-me com o Liédson, o homem dos meus sonhos.

Brincadeiras à parte, as objecções a esta proposta continuam a vir da parte dos beatinhos. Para estes, o casamento entre pessoas do mesmo sexo é uma medida errada porque Deus e a Bíblia condenam a homossexualidade. Mas será que é assim mesmo?!? Deixando de lado o facto de Deus não existir, atentemos mais de perto naquilo que a Bíblia narra e interpretemo-la como seres racionais que somos. Ah, já estou a ouvir as vossas palavras vindas do fundo da vossa beatitude: "Mas quem és tu para interpretar a Bíblia?! Essa tarefa cabe aos hermeneutas, aos teólogos, aos padres da santa Igreja!", às quais respondo da maneira seguinte: sim, pode até ser, porém eu, ao contrário daqueles celibatários cujo único sentido da vida é ler merdas que foram escritas há um porradão de anos, venero mamas em vez de seres inexistentes, por isso tenho mais propriedade para falar de sexualidade do que essas pessoas.

Peguemos então na Bíblia. Vejamos o Génesis. Deus está 5 dias a criar o dia e a noite, as águas e o céu, os animaizinhos e essas tretas, e chega ao 6º dia com a possibilidade de acabar a criação com chave de ouro e o que faz? Cria um pilas! Um pilas!!!! À sua imagem e semelhança, o que dá um ar narcisista à rabetice! E depois, como se fosse coisa de somenos importância, Deus lá percebe que o Adão precisa de companhia e arranca-lhe uma costela, e daí faz a Eva. Ora, um Deus com eles no sítio (já agora, umas pergunta teológicas para os beatos responderem: se Deus está em todo o lado, onde estão os seus tintins? É possível que eu ande, sem saber, a mandar cabeçadas nas divinas bolas? Isso é muito nojento, especialmente se o gajo não rapar o escroto!), em vez de dar tanta atenção ao Adão, criaria a Eva em primeiro lugar. Um Deus completamente hetero agiria assim: "Vamos cá a ver, pernas ok, braços ok, cara ok... hmmm, como posso melhorar isto? Já sei, umas mamocas aqui... hmmm, muito pequenas... é melhor crescerem um bocado... hmmm, ainda não é isto, deviam ser ainda maiores... e porquê pôr apenas duas? As cadelas, as vacas e as outras fêmeas têm mais pares... se calhar vou por só mais duas mamas aqui nas costas, para ver como ficam... ahhhh, perfeito, vou chamar-te Eva!", e depois - e só depois - criaria o Adão. Isto é que seria um Deus às direitas, pá!

Mas a panasquice divina não fica por aqui. Vejamos os 10 mandamentos. Para começar, aquilo foi dado a Moisés (e aposto que as pedras onde os mandamentos estavam gravados vinham embrulhadas numas cortinas lilazes e com lantejoulas por cima...); e basta lê-los para percebermos que são máximas cujos alvos são os homens (que coisa é aquela de não cobiçar a mulher alheia?!?). Os dois primeiros mandamentos mostram o nível a que a frufruzice do Deus judaico-cristão chegou. Diz Deus que só ele é que é o Deus e o senhor e que está interdito ao homem ter outros deuses para além dele. Ou seja, Deus quer exclusividade na adoração do homem (é mesmo nilas, fildra-se!!!), que não pode ter outros ídolos além de Deus. Desculpem lá, mas isto é assédio sexual, e do grande! Ademais, com este segundo mandamento, proíbe-se que machos à séria idolatrem, por exemplo, esses objectos gloriosos que são as mamas. E depois ainda querem os padrecos alegar que a Bíblia condena a homossexualidade...

Ainda há mais! Todo o Antigo Testamento está cheio de histórias de gajos. Os heróis da Bíblia são sempre os homens: é o Moisés, é o Abraão, é o David, é o Salomão... E gajas?!? Gajas, nem vê-las, tirando uma que se transforma em sal, ou outra que, mesmo a cair de velha, tem um filho que depois vem a ser trocado por um carneiro... Se a Bíblia estimulasse a heterossexualidade, haveria no mínimo umas 29530958765 histórias de gajas todas boas a lamberem-se, mamas contra mamas, scissor scisters e tudo, e com Deus, lá do alto, a decretar "E isto é bom". Mas nãããão... É o Adão, o Noé, são os profetas, é o Jonas, é o Jó, é o Sansão ("ui, que músculos", deveria ter pensado Deus para consigo...), é o raio que os afunde!

E o Novo Testamento também não se safa! Deus quer redimir o mundo, e então opta por fazer vir à Terra o salvador. Mas vejam lá se ele escolheu uma gaja toda boa para salvar a humanidade!... O tanas: para Deus, essa tarefa, para ser bonitinha, teria de ser levada a cabo por um homem, Deus encarnado, que se diverte a passear pela terra santa acompanhado por doze (sim, doze!) apóstolos, todos eles homens. Por que é que, em vez de um Cristo, Deus não optou por uma Crista? Com, em lugar de grandes cabelos, grandes mamas! Podia até muito bem manter a relação com a Maria Madalena: se há algo comum a todo o heterossexual, isso é, lá está!, o gosto por lesbianismo!

Mas há pior, ó se há! Para além de meter um Cristo em vez da Crista e de fazê-lo rodear-se de apóstolos, para lá de Cristo ser incriminado à conta de um beijo do Judas (um beijo, meus senhores!!!! Entre dois homens, pá!!!!), há outro pormenor que deveria causar espécie ao mais devoto cristão. Pegue-se no episódio da crucificação de Cristo: ele está ladeado por dois supostos criminosos, certo?! Um deles interpela Jesus (o original, não aquela abécula que treina o Benfica) pedindo para ser recordado no Além, e o que Jesus responde? Não um "vocês os três, façam um quadrado", como a ave rara lampiã, mas um "Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso". Estas são as palavras do filho de Deus!!!! E elas dizem tudo acerca da tendência sexual do Criador, que já deveria ser mais do que evidente a partir do momento em que, para inseminar a Maria, teve de recorrer à patranha mais mal contada da história do cristianismo (e se elas são muitas...), o Espírito Santo! A um Deus mesmo Deus, bastaria chegar junto da Maria, apalpar-lhe as mamas e pimba, cá vai alho! Mas não, ui, ele não gosta dessas coisas, então vai lá o Espírito Santo impregnar a gaja.

Por fim, a última prova da bichice de Deus. Esta já não é retirada da Bíblia, mas encontra-se em plena Capela Sistina do Vaticano, lugar eleito pelos auto-aclamados opositores da homossexualidade para debitarem as suas incongruências. Aquele tecto contém os mais famosos frescos da história da humanidade, ali colocados por um dos artistas mais paneleirões (eu sei chamar paneleiro a um artista é algo, em si, redundante, mas avancemos...) de todos os tempos, esse renascentista que, para agravar, possui o mesmo nome de um vocalista de uma banda de Cascais... Os senhores do Vaticano, tão ciosos em condenar a homossexualidade, deleitam-se, hoje e sempre, com a composição do senhor Miguel Ângelo, que revela um Deus nada másculo a tocar um Adão que expõe toda a sua meiguice. Ou seja, a mais famosa representação de Deus não é nada abonatória, virilmente falado, para esse mesmo Deus. E essa representação encontra-se não na cave do Cajó, não no sótão da dona Felismina, não no arquivo do Hugh Hefner, mas na Capela Sistina...

Está tudo dito, portanto, e a moral da história é: aqueles que condenam a homossexualidade com base na Bíblia e em Deus, é melhor olharem com olhos de ver para a mesma Bíblia e para o mesmo Deus. Talvez reconheçam que, em termos de rabilonzice, tudo o que é contado pela santa Igreja não fica nada atrás de uma comum parada gay.

P.S.: E porque não vos quero deixar sem nada para fazer durante o fim-de-semana, deixo um passatempo: contem o número de vezes que o termo "mamas" aparece neste texto.

quinta-feira, dezembro 17, 2009

Sismo?! Qual sismo?!

Aquilo foi o planeta a tremer de frio, mais nada!

Só tenho uma coisa a dizer: Terra, sua estúpida, da próxima vez que vieres com esses tremeliques, faz o favor de te queixares a horas decentes. Há gente a querer dormir, minha vaca!

quarta-feira, dezembro 16, 2009

Estar a ficar velho é...

...a minha gaja chegar-se ao pé de mim, perguntar-me "O que é que queres para o Natal? Isto:


ou isto?":

e eu escolher precisamente o par de sapatos!!

Pobre de mim! A partir daqui, já não há retorno: estou oficialmente velho! Nem a atenuante de andar a precisar MESMO de um par de sapatos me salva...

terça-feira, dezembro 15, 2009

Adenda ao post de há pouco

No fundo, no fundo, o ideal para um homem é assim uma espécie de cruzamento entre um sapo e a Bimby... Um sapo bimbo, portanto! Ou uma bimba sapa, como preferirem!

A Bimby e o inevitável fim das mulheres


Puta que pariu, que frioooooo... Bom, mas não é sobre as condições climatéricas que venho falar hoje. Hoje, deu-me para tecer considerações sobre esse aparelho revolucionário que dá pelo nome de Bimby. A Bimby, para aqueles que desconhecem do que se trata, é uma pequena maquineta capaz de fazer tudo na cozinha. Desde sopas a massa para pizzas, passando por sumos, queijo ralado e sei lá mais o quê. As mulheres ficam loucas de prazer com esta máquina, pois pensam que lhes irá poupar imenso tempo e trabalho no seu local de eleição, a cozinha, mas eu pessoalmente creio que elas deveriam era estar assustadas. E já passo a explicar o porquê!

Sabem aquela anedota do sapo?! É assim: um gajo vai na rua e encontra um sapo. Decide-se por levá-lo para casa. Em casa, o nosso gajo coloca o sapo à vontade enquanto vai fazer um dos passatempos predilectos dos gajos: dormir! Deita-se na cama, e o sapo vai atrás dele. O nosso gajo começa a olhar para o sapo e a pensar: "mas que grandes olhos. E que grande boca". Passam uns minutos e ouve-se uma chave na porta: é a gaja do nosso gajo. Ela escuta uns sons estranhos vindos do quarto e dirige-se para lá. Abre a porta e dá com o sapo a mamar a pichota do nosso gajo. "O que é que estás a fazer com esse sapo?", diz a gaja (o que deve ser das perguntas mais estúpidas do anedotário brejeiro nacional). "Ó parva, então não estás a ver? O bicho está a fazer-me uma mamada! E olha que se ele aprender a cozinhar, estás fodida!".

Ora, o que se passa com a Bimby é igualzinho ao que se passa com o sapo, mas diferente! (perceberam? Igual, mas diferente) As mulheres deveriam sentir-se ameaçadas pela Bimby e não entusiasmadas como uma criança numa loja de brinquedos. É que a Bimby é capaz de fazer tudo o que uma mulher faz na cozinha, mas melhor e mais depressa. Em comparação com esta máquina de origem alemã, as mulheres ficam claramente a perder. Se algum dia os técnicos decidirem fazer uma Bimby com capacidades sexuais, as mulheres correm o grave risco de obsolescência e, por que não?!, de extinção. Pensem nisto: se um homem tiver em casa uma máquina que, além de cozinhar deliciosamente, faz bicos e outras artes sem se queixar de dores de cabeça ou de estar "naquela altura do mês", que espaço sobrará para as mulheres?!?

Então, depois disto, ainda acham que ter uma Bimby lá em casa é boa ideia?!?!? :)

segunda-feira, dezembro 14, 2009

Oh, coitadinho, ficou com a tromba toda arrebentadinha...


O grande acontecimento político do fim-de-semana, que abafou mesmo a fogueira das vaidades a decorrer em Copenhaga, foi a agressão ao playboy, mafioso, empresário e, nas horas vagas, primeiro-ministro de Itália, Silvio Berlusconi. O homem não ficou lá em muito bom estado, como se pode avaliar pela fotografia, o que não deixa de ser engraçado em alguém tão cioso da sua imagem. Por outro lado, Berlusconi agora pode alegar ter ficado parecido com uma obra de arte: digam lá se isto não vos faz lembrar alguns quadros do Francis Bacon?! Tipo este:


Fantástica semelhança, acho eu! E ainda querem denegrir a imagem do pobre agressor, alegando tratar-se de um deficiente mental! Uma pessoa com esta preocupação estética, capaz de fazer do Berlusconi uma obra de arte, não é um deficiente, é um génio!

O mais impressionante nesta história, porém, é a coincidência: precisamente há um ano, outra tentativa de agressão (terão sido prendas de Natal?!?!), infelizmente não consumada, correu mundo! Falo da dupla sapatada atirada ao Bush, que teve mais reflexos que o Don Berlusconi e saiu da coisa sem um arranhão sequer, o que pessoalmente lamento.

Estes dois episódios da política internacional devem servir para reflectirmos. Porque demonstram bem o atraso do nosso país. Repare-se: quantos políticos portugueses de topo sofreram agressões? Mário Soares levou porrada na Marinha Grande na corrida para as presidenciais de 1986; Vital Moreira, já este ano, levou umas garrafadas na campanha para as Europeias; Maria de Lurdes Rodrigues, ex-ministra da Educação, foi contemplada com ingredientes para omoletes. Agora, compare-se isto ao assassínio do Kennedy, à tentativa de sapatada no Bush, às feridas faciais do Berlusconi: neste país, as figuras maiores do Estado passam impunes! Não há primeiro-ministro (Soares, quando levou nos cornos, já não o era) ou presidente da República que sofra um encostozinho sequer, exceptuando uma vez que o Sampaio foi ao São João do Porto e levou umas marteladas na carola, mas martelos de plástico não aleijam nada!

"Ah", dir-me-ão vocês, com vontade de me entalar com contra-exemplos sacados da História de Portugal mais recente, "o Sidónio Pais foi morto, e o Sá Carneiro sofreu um atentado, e ambos estavam em funções, já para não se falar no Regicídio". Sim, é verdade, concedo, mas a diferença face por exemplo ao Kennedy, ao Bush, ou agora ao Berlusconi é esta: NINGUÉM FILMOU AQUELA MERDA! Os subversivos lusos não sabem tirar partido das novas tecnologias, e essa é que é a tragédia. As imagens que mostraram os balázios no Kennedy deram origem a filmes; os sapatos a voar sobre a cabeça do Bush foram das coisas mais visualizadas no youtube, e a pancada no Berlusconi, ainda quente, tem potencial para entrar, desde já, na selecção de apanhados da década. Comparado com isto, que temos nós?!? Umas garrafinhas de água lançadas na direcção de um gajo com bigode, uns ovinhos a estatelarem-se no carro de uma gaja que já nem faz parte do Governo...

Qualquer bom português não pode aceitar isto. Temos de pugnar por colocar Portugal no primeiro mundo da agressão a chefes de Estado. Mas essas agressões têm de ser filmadas, pois de nada vale mandarmos um taco de basebol mesmo na testa do Sócrates se não tivermos desse acto imagens para colocar na internet. O que não se vê, é como se não existisse!

Por isso, lanço daqui o repto: alguém com uma câmara e vontade de fazer História venha ter comigo! Estou com vontade de atirar um cavaco ao Cavaco e lançar a Apologia de Sócrates ao Sócrates. Depois é pegar nas imagens, meter aquilo no youtube e nos telejornais e avisar as embaixadas norte-americana e italiana, para eles saberem que os nossos líderes não são menos que os dos outros países.

Vão ver se esta merda não faz mais pelo prestígio de Portugal do que um TGV...

sexta-feira, dezembro 11, 2009

Pornografia ou vasectomia: vocês decidem!

Veio recentemente a lume a notícia de que alguns jovenzinhos presenteados com o computador Magalhães andavam a utilizá-lo para navegar em sítios pornográficos. Lá em casa, as reacções a isto foram em sentido inverso: pela minha parte, congratulei os petizes pela iniciativa reveladora de profunda inteligência (só um puto inteligente é capaz de crackar os códigos de protecção para se pôr a navegar por mamas, pachachas e peidas), ao mesmo tempo que sentia uma ponta de inveja, pois se há algo que me irrita é não ter tido internet na minha infância. Sim, bem sei que naqueles tempos havia a Gina, cujo fim deixou órfãos todos os homens heterossexuais com mais de 30 anos, mas não é bem a mesma coisa: a Gina tinha um life spam de apenas uma utilização (após a qual as folhas ficavam tão peganhentas e coladas que nem um Hércules seria capaz de separá-las), ao passo que no computador podemos guardar as mamas, pachachas e peidas de que mais gostamos, e podemos lá voltar sempre que quisermos.

A minha gaja, no entanto, achou por bem ficar indignada com aquela notícia, que considerava um espelho da decadência da nossa sociedade. Para ela, miúdos de 6 e 7 anos que se põem a navegar na WWW em busca de conteúdos para maiores de 18 é a prova de que o mundo está a dar as últimas. Pessoalmente, considero que tal opinião é não só ofensiva (tivesse eu net aos 3 aninhos, e haviam de ver se eu não ia lá buscar ânuszinhos...) como também pateta. É muito mais salutar um puto ranhoso andar a ver javardice sexual na net do que queimar as pestanas a ler livros de português ou de matemática.

Para fazer entrar alguma razão na cabecinha ultraconservadora da gaja, coloquei-a perante um dilema. Esperava, na minha inocência, que ela compreendesse que a pornografia não traz quaisquer malefícios às mentes masculinas; pelo contrário, é a sua ausência do imaginário másculo que pode provocar severos danos psicológicos! Disse-lhe então: "Ouve lá, se algum dia tivermos filhos rapazes, o que tu preferes? Que ele aos 6 anos saiba encontrar os melhores sites de pinanço, ou que saiba dançar ballet? O que tu preferes? Que ele aos 20 anos seja um devoto apreciador do animal feminino ou que ande pelos teatros de Lisboa a ver o Quebra-Nozes, pior ainda, o Cats?!"

A resposta que ela me deu foi a que eu não queria ouvir: "Prefiro que ele dance ballet e que seja um rapazinho sensível, não um tarado como tu. Se algum dia apanhar os meus filhos em sites pornográficos, juro pela minha saúde que os ponho, a eles e a ti, fora de casa!"

Fiquei desarmado. Nunca imaginei que o moralismo bacoco pudesse chegar a este ponto! Também nunca pensei que alguém, na sua perfeita consciência, pudesse chamar-me "tarado"! (em minha defesa, tenho a dizer que não sou tarado. O que eu sou é um, hmmm, ahnnnn, um, esperem lá, estou à procura do termo certo... um, já sei!, um esteta! é isso que sou!) Tremo só de pensar no que a falta de pornografia possa fazer aos meus filhos rapazes. Não é essa a vida que eu quero que eles tenham, tal como não quero que eles vivam num mundo em que o Sporting não ganhe campeonatos, mas sobre este último aspecto pouco posso fazer, a não ser chamar nomes aos directores que contratam jogadores (????) como o Caicedo. Por esse motivo, isto é, por não querer dar aos meus filhos um destino que seria decerto horrível, estou a equacionar fazer uma vasectomia, e - brinde dos brindes - essa decisão caber-vos-á a vós, leitores esclarecidos. Votem, se fazem favor. Obrigado.
Deve o autor deste blogue fazer uma vasectomia?
Sim, claro. Trata-se de puro altruismo.
Nunca. Os putos devem poder nascer e crescer, mesmo que venham a tornar-se uns mariquinhas
Vasectomia? Do que se trata?
Eu tenho uma opiniao, mas nao me apetece exprimi-la
Peter of Pan, ainda tens exemplares da revista Gina? Fazes emprestimos?
Nao posso votar, estou a ver um filme porno.
pollcode.com free polls



Bom fim-de-semana e pornografiquem muito.

quinta-feira, dezembro 10, 2009

Saudades...e algum pesar!


...Ai ai... nem calculas as saudades que eu tenho de ti. Há mais de um ano e meio que não jogo contigo, eu que nos meus bons tempos de jovem inconsciente (hoje, sou só inconsciente...) andava contigo todos os dias e em todo o lado, fosse na relva, fosse na areia, fosse na terra, fosse no azulejo, fosse mesmo no alcatrão: tudo era belo quando tu rolavas, diante de mim, nesse jeito perfeito que tens de rolar.

Nunca passei tanto tempo seguido sem te pontapear, sem te levar nos meus pés, sem dar - por causa de ti - cacetadas nos cabrões que queriam tirar-te de mim. E lembras-te de como eu te enfiava nas redes? Ahhhh, a beleza dos processos simples, com fintas atrás de fintas, os meus companheiros de equipa a pedirem para eu passar, para eu cruzar, mas eu cagava e seguia contigo, e fintava mais um e pimba! toma lá uma biqueirada e é golo, golo, goooolo, minha linda, aqui o je não precisava de táctica do losango nem de outras merdas; todos sabiam que, quando eu jogava contigo, o show era meu.

E agora? Agora estou triste, pois se a prática faz a perfeição, o contrário também deve ser verdadeiro, e eu temo que todo este tempo sem jogar tenha feito de mim um Djaló, um Nuno Gomes, um Caicedo, um Keirrison, e custa sentir-me assim, um mero cepo sem qualidade e sem panache. Será um golpe cravado profundamente no meu fraco coração se eu, da próxima vez que te tocar (oh, como aguardo a chegada desse momento!...), me aperceber que a minha outrora afamada técnica se foi sem pedir sequer licença.

Mas enquanto não chega essa hora da verdade, resta-me suspirar pelas tuas curvas, pela tua câmara de ar, pelos alvéolos que a tua circunferência revela, por tudo aquilo que faz de ti um objecto magnífico que homenageio com pisões, pontapés, cabeçadas e truques circenses desconhecidos até pelo palhaço do Cristiano Ronaldo. Um dia, minha redondinha, um dia voltaremos a estar juntos... ai ai...


P.S.: QUERO JOGAR À BOLA, PORRA!!!!!!!!!!

quarta-feira, dezembro 09, 2009

Carta de apresentação - Peter of Pan style!

Se, em vez de estarem a viver à conta do RSI ou do subsídio de desemprego (porra, pareço o Portas a falar...), andam activamente à procura de emprego, este post é para vocês. Em poucas linhas, explico como se faz uma carta de apresentação capaz de impressionar positivamente a entidade patronal. A sério, se seguirem este exemplo, é garantido que têm um emprego.


Carta de Apresentação

Nome: Peter of Pan
Morada: Eu sei, mas agora não ma lembro.
Telefone: Tenho um, mas só o uso para fazer chamadas eróticas.

A/C: Filho da puta responsável pelo recrutamento e selecção.

Assunto: Candidatura a emprego, foda-se.


Venho por este meio candidatar-me ao emprego por vós anunciado num jornal qualquer que eu li enquanto esperava pela minha vez no Lupanar da São. Creio ser a pessoa indicada para preencher essa vaga, e é bom que ma ofereçam, ou então eu vou aí aos escritórios e parto-vos a boca toda, além de mandar publicar na imprensa fotografias em que o vosso director executivo está a ir ao cu ao vosso director financeiro.

Também a meu favor está o facto de eu possuir um pau maior que o dos outros candidatos, e se vossa excelência duvida, faça o favor de pedir à sua esposa, essa maluca, que venha cá medir o tamanho do meu pirilau, mas com a boca. Estou certo de que ela não se importará, tal como não se importou ontem quando a virei do avesso enquanto vossa excelência estava no carro a fazer horas extraordinárias com um adolescente ali para os lados do Beato (também tenho fotografias desta merda).


Além do emprego, quero ter um ordenado fixe, nunca menos de 4000 €, e com direito a prémios mensais semelhantes aos que o Cristiano Ronaldo deve ganhar no Real Madrid. Eu sei que a vossa empresa está cheia dele, porque andou a fugir ao fisco nos últimos 13 anos e anda a receber dinheiro do tráfico de droga na Colômbia, portanto não vos custará nada contribuir um pouco para o meu bem estar, e por "meu bem estar" quero dizer o bem estar de todas as prostitutas de luxo com as quais queimarei o meu salário.

Estou à vossa disposição para uma eventual entrevista e prestar quaisquer esclarecimentos que entendam por necessários e para mandar umas valentes bordoadas na jovem que faz a vossa contabilidade, cujas pernas são de bradar aos céus. Aliás, não entendo por que razão ninguém na vossa empresa a assedia, devem ser todos uns paneleirecos do caralho, e daí mais um motivo para me contratarem, a ver se dou outra imagem à vossa instituição.

Sem mais outro assunto de momento, despeço-me com este desejo: vão todos levar no pacote!

Peter of Pan

P.S.: Chupem-mos.

segunda-feira, dezembro 07, 2009

Pobre coitada...

Estou numa de rever filmes com a Monica Bellucci (algo que eu faço sensivelmente de dois em dois meses) e começo a perceber que há um padrão trágico nas personagens representadas pela diva italiana. Em Malena, por exemplo, a Moniqueca tem de se prostituir, o que desagrada às restantes mulheres da aldeia, que, invejosas daquele corpozorro (que mulher não invejou já a Monica? Eu, se fosse mulher, ficaria com raiva de tanta perfeição), um dia decidem dar-lhe um violento tareão. No Irreversível, a Monicona é apanhada num túnel e brutalmente violada, numa cena de demora uns largos minutos. Porém, nem a violação do Irreversível nem o espancamento da Malena se comparam com a tragédia ocorrida em Matrix Reloaded: aqui, a nossa Moniquinhas é obrigada a beijar fogosamente o Keanu Reeves. Bleaaaaargh... actriz sofre!

sexta-feira, dezembro 04, 2009

O que é pior do que o melhor não é necessariamente mau, tal como o que é melhor do que o pior não é necessariamente bom!

Parece um enigma, este título, não parece?! Nada anda mais longe da verdade... O título do post corresponde a um mecanismo psicológico muito vulgar, e que eu pessoalmente abomino porque não é senão estúpido. É francamente comum apanharmos com pessoas que, quando confrontadas com duas coisas em comparação, e sendo uma delas claramente melhor do que a outra, decidem qualificar uma (a melhor) como boa e a outra imediatamente como má, mesmo que não o seja.

Um exemplo: na passada segunda feira desloquei-me ao teatro-estúdio Mário Viegas para assistir à peça As Vampiras Lésbicas de Sodoma, pela Companhia Teatral do Chiado, que é também responsável por esse marco chamado As Obras Completas de Shakespeare em 97 Minutos. De acordo com várias pessoas que se dizem minhas amigas e que já tinham assistido a ambas, não valeria a pena ver As Vampiras Lésbicas de Sodoma porque não chegava aos calcanhares d'As Obras Completas. Perante tal opinião, um gajo indiscutivelmente inteligente, como eu, só tinha duas opções: ou cagava nos comentários e ia ver o raio da peça, ou respeitava a opinião alheia e cagava na peça.

Felizmente, e como é hábito, tomei a opção correcta, que foi marimbar-me para as opiniões dos amigos e que, recordo, eram unânimes no sentido de desvalorizarem As Vampiras Lésbicas de Sodoma, e fui ver a peça. E tendo visto a peça, que tenho eu a dizer sobre a mesma?!?! Isto: fantástica, genial, hilariante!!!!!! Se puderem ver, não percam! E é por ter gostado tanto que As Vampiras Lésbicas de Sodoma me conduzem a uma reflexão profunda.

[um aparte: qualquer coisa que meta "lésbicas" ao barulho obriga-me a uma reflexão profunda. E, o que pode parecer uma contradição, ao mesmo tempo que reflicto profundamente, quando penso em "lésbicas" há partes do meu corpo que reagem em sentido inverso ao da profundidade. A reflexão pode ser profunda, mas a erecção, essa, é estratosférica...]

O que se me oferece então dizer sobre este caso é, pois, aquilo que dá título ao post de hoje. Uma coisa, embora possa não ser tão boa quanto outra, não significa necessariamente que seja má. Se tivesse de escolher entre As Obras Completas de Shakespeare e As Vampiras Lésbicas de Sodoma, eu diria que a primeira é, sem dúvida melhor. Porém, ao contrário dos tontos dos meus amigos, isso não quer dizer que a segunda seja má. Porque não é: é excelente!!! Dizer que uma coisa não vale a pena só porque a comparamos com outra que está nos píncaros é, pura e simplesmente, um absurdo! É como um gajo comer a Monica Bellucci e depois a Shakira e dizer que esta última não presta porque não se compara à italiana! Quer dizer... que estupidez, caraças!!!

Este exercício vale também para a situação oposta. Se estivermos perante duas coisas más, e em que uma é pior do que a outra, a comparação não dá direito a acharmos boa a coisa que é menos má do que a pior. Não precisam de ficar confusos com a minha retórica, dou já um exemplo para melhor caracterizar estes casos.

Compare-se José Sócrates e Pedro Santana Lopes. Ei, já que estamos aqui, compare-se José Sócrates, Santana Lopes, Durão Barroso, António Guterres, Aníbal Cavaco Silva e Mário Soares e por aí atrás. Se quiserem, recuem até ao Salazar. O facto de haver um pior do que os outros todos (eu não vivi na época do Estado Novo, felizmente, senão, com o meu feitio, teria sido torturado e encarcerado... ui, tão bom!) não quer dizer que esses outros sejam bons. Eu posso legitimamente dizer, por exemplo, que o Sócrates é pior primeiro-ministro do que o Cavaco foi, mas nem pensar que afirmarei, algum dia "O Cavaco Silva foi um bom primeiro-ministro". Porque não foi. Tal como um gajo que comesse a Lili Caneças e depois a Manuela Ferreira Leite dificilmente (a não ser que fosse maluco) poderia alegar que uma delas fosse boa.

Assim, conclui-se efectivamente que o que é pior do que o melhor não é necessariamente mau, tal como o que é melhor do que o pior não é necessariamente bom! Aprendam, pois, a fazer comparações e a avaliar correctamente as coisas, em vez de serem uns parolitos. E vão ver As Vampiras Lésbicas de Sodoma, que vale decididamente a pena!

Para terminar o post de hoje, que já vai longo, deixo-vos a minha lista pessoal das melhores comédias que já vi em teatro:

1 - O Que Diz Molero
2 - As Obras Completas de Shakespeare em 97 Minutos
3 - As Vampiras Lésbicas de Sodoma
4 - Arte
5 - Bíblia: Toda a Palavra de Deus d'uma Assentada

Bom fim-de-semana...

quinta-feira, dezembro 03, 2009

Choque tecnológico!

Se ontem vieram para ler o post do dia no blogue e bateram com os cornos na porta, peço-vos desculpa. Foi-me completamente impossível vir cá, pela simples razão de ter sido alvo de uma maquiavélica conspiração (sim, sim, uma conspiração. E ao contrário do que acontece aos papalvos do PS, as conspirações de que sou vítima são mesmo reais e não meras fantasias imaginadas para desviar as atenções do estado crítico do país).

Os mentores da cabala que me afectou durante todo o dia de ontem têm um nome: impressora, teclado e ligação à internet. Bandalhos!!! Isto é que é o verdadeiro choque tecnológico: as tecnologias dão-me tanto trabalho que eu fico, inevitavelmente, chocado! Primeiro, a impressora: aqui a donzela decidiu-se, a meio da manhã por deixar de trabalhar. A todas as folhas que eu mandava imprimir, ela respondia "no pasarán", e não passavam mesmo porque encravavam no raio do mecanismo. Tirei tudo: tinteiro, folhas, lixo diverso acumulado... mas nem com a maior das boas vontades ela se decidiu por voltar a laborar. Duas horas depois, desisti de tentar arranjar a máquina e deixei-a ao abandono. A ver se ela aprende...

Nem dez minutos depois, é um teclado que resolve chatear-me. Por mais que carregasse nas teclas, o ecrã não devolvia resposta. Esmurrei o dito. Nada. Chamei-lhe nomes. Nicles. Ameacei doá-lo ao major Valentim. Népia. Cheguei a pensar que o teclado teria, definitivamente, falecido, até me lembrar que o sacana funcionava a pilhas. Virei-o do avesso, tirei-lhe as pilhas e fui comprar outras. E era mesmo esse o problema: com uma renovada fonte de energia, o teclado desatou a teclar que nem um maluco, escrevendo até mais do que eu lhe pedia para escrever (ou estava contente, ou então os circuitos ficaram assim como que avariados depois dos murros, das ofensas e das ameaças que lhe fiz).

Quando eu pensava que já não me iria acontecer mais nada, eis que me vejo a braços com uma ligação à internet mal feita num computador recém-instalado no meu local de trabalho. Eu não sou informático, ou seja, dificilmente sei a diferença entre um CTRL + ALT + DEL e um CTRL + C, contudo, na ausência de alguém indicado para resolver o problema, tive mesmo de ser eu a atirar-me à coisa. Estive três horas nisto, até finalmente me lembrar de ir às opções de internet reconfigurar o proxy. É claro que, enquanto não cheguei a esta conclusão, devo ter apagado uma série de coisas importantes do disco rígido, mas pronto, pode ser que ninguém repare no facto de o ecrã estar constantemente a dar a mensagem FATAL ERROR. Pelo menos, já se pode aceder à internet...

E foi isto o meu dia de ontem. E ainda dizem que os avanços tecnológicos vieram servir a humanidade. O caraças é que vieram. Se não fossem os filmes pornográficos, juro que mandava toda esta treta dos computadores e afins à merda. Irra...

terça-feira, dezembro 01, 2009

Fora com o Cavaco, fora!

Estou indignado! Estou irritado! Estou irado! E estou idiota o suficiente para colocar aqui à farta palavras começadas por "i".

A minha indignação, a minha irritação e a minha ira têm um motivo: a XIX cimeira ibero-americana. Estive a ver, agorinha mesmo, a transmissão em directo na SIC Notícias (quer dizer, jogos de iniciados do Sporting, que é bom, não transmitem eles, mas encontros entre políticos já merecem ser filmados. Não consigo perceber as prioridades dos jornalistas...) e fiquei triste com a prestação do presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, ou, como eu o trato na intimidade, "o palhaço".

E o que fez o Cavaco para ser alvo da minha indignação, da minha irritação e da minha ira?! Primeiro, quando a orquestra sinfónica juvenil ibero-americana estava a tocar o hino nacional, Cavaco permaneceu mudo, não esboçando sequer a mínima tentativa para cantar a nossa Portuguesa! Afinal, parece que temos um presidente da República que em nada se distingue de alguns jogadores da selecção nacional de futebol. Nada? Bom, fontes dizem-me que Cavaco possui melhores capacidades de finalização que o Nuno Gomes, mas como nunca joguei à bola no palácio de Belém, não consigo avaliar, e além disso ser melhor ponta-de-lança que o Nuno Gomes é algo de que até o meu cão se pode arrogar. Não é nada do outro mundo, é o que eu quero dizer...

Mas eu até perdoo o Cavaco por não ter cantado o hino. Ele não sabe a letra? Tudo bem. Não quis ofender os seus homólogos da América Latina? Aceito. Agora, aquilo que eu não admito nem aceito é ele estar ao lado do monarca espanhol Juan Carlos em - atenção! - pleno 1º de Dezembro e não ter mandado sequer um calduço ou uma belinha no sacana do peropompero! Não foi para estas merdas que o nosso país restaurou a independência em 1640, porra!!!!

Bom feriado, e se virem um espanhol, espetem-lhe um estaladão.