segunda-feira, fevereiro 28, 2011

Eu quase tenho vergonha de dizer isto, mas...

...ontem fiquei quase bêbedo com dois copos de vinho rosé!

Quer dizer, já não basta ter ficado meio toldado com tão pouco, logo eu, que sou uma esponja capaz de aguentar várias garrafas de álcool, mas ainda por cima, fiquei meio toldado à custa do vinho mais alarilado da história da vinicultura. Sim, pá, um vinho cor-de-rosa e com nome francês...



Eu sei que deve haver uma explicação científica para isto, mas não me apetece procurá-la, pronto.

sexta-feira, fevereiro 25, 2011

Solução para a recessão (não, não é um post sobre o Sporting)

Ontem tive de ir ao dentista, e segundo a profissional que me atendeu (hmmm, isto soa um bocado mal), tenho umas quantas gengivas em estado de recessão.

Por um momento, pensei que ela fosse aconselhar a entrada do FMI na minha boca (hmmm, isto também soa um bocado mal), mas afinal não, apenas me receitou um super suplemento de flúor, com o qual devo massajar a zona recessiva até sentir melhoras (hmmm, isto soa igualmente m... não, esperem lá, acho que já chega!).

Ainda é prematuro indicar se a solução é positiva ou não, mas se for, prometo que a primeira coisa a fazer, assim que as minhas gengivas recuperarem da recessão, é chegar junto do Teixeira dos Santos e mostrar-lhe esta solução milagrosa. Pode ser que também cure os males do país!

Bom fim-de-semana e torçam muito pelo Sporting, pois nós estamos a precisar. Ah, e por "torcer" não quero dizer "torcer o pescoço": nesse estado já estamos há muuuuuito tempo!

terça-feira, fevereiro 22, 2011

É triste quando a última das nossas certezas desaba como um castelo de cartas!


Sou, por natureza, um céptico e um descrente. Não acredito em Deus, ou outros seres sobrenaturais, como fadas, fantasmas, espíritos, duendes, poltergeists, americanos inteligentes, Pais Natais, Lili Caneças sem rugas, e afins. Não acredito em nenhum governo, independentemente do tipo de regime, seja ele monárquico, republicano, aristocrático, ditatorial, oligárquico, e etc.

Porém, sempre tive uma convicção arreigada nesta frase: "Nos jogos entre Sporting e Benfica, ganha sempre quem está em pior condição".

E foi a verdade empírica destas palavras, tantas e tantas vezes manifestada em sucessivos dérbis, que me levou a crer, com todas as forças do meu ser, que o Sporting iria ganhar ontem aos seus rivais da segunda circular. Eu, aliás, até pensava mais à frente: considerando que o Sporting estava a 24563076 mil pontos dos lampiões, e considerando outrossim a pobreza das exibições leoninas, em claro contraste com as mais empolgantes prestações dos pardalitos, acreditei sinceramente que, mantendo-se aquele horizonte epistemológico - até ontem, não contrariado -, o tal que expressava "Nos jogos entre Sporting e Benfica, ganha sempre quem está em pior condição", nunca ganharíamos por menos de uns 8 a 0.

Mas não, pá! Já nem nisto um gajo pode apoiar-se! A última das certezas foi-se. O Sporting não só não ganhou por 8 a 0, como não ganhou de todo; e não só não ganhou, como perdeu, e não só perdeu, como perdeu a jogar metade do jogo em superioridade numérica!*

A partir daqui, nada há a fazer. A vida deixou de ter sustentabilidade metafísica e não me resta outra opção senão cair nos braços do niilismo. E ao Sporting, o mais iconoclasta dos clubes formados por aristocratas betos, pois nega a grandeza em que nasceu, por este andar, não lhe resta mais do que ir fazer companhia ao Boavista e ao Belenenses daqui a uns tempos.


* Em boa verdade, esta questão da superioridade numérica é relativa. Sim, ninguém desmente que o lampião Sidnei tenha sido expulso à beira do intervalo, deixando o Benfica a jogar apenas com 10 jogadores. Mas também ninguém pode desmentir que o Sporting entrou a jogar com o Grimi, o Torsiglieri e o Djaló, portanto estivemos sempre a jogar com 8! "Ah, mas o Grimi foi substituído pelo Maniche", podem vocês dizer-me. Sim, e quem entrou para o lugar dele?! O Maniche! O Maniche, por Toutatis, que fazia era melhor figura no Biggest Loser, não no meio campo do SCP!

segunda-feira, fevereiro 21, 2011

Uma dúvida que talvez assole muitos outros indivíduos

e que é esta: como pode um gajo, muito masculino e no topo da heterossexualidade, sair para a rua com uma gata no colo sem dar ares de, como é que eu hei-de colocar isto, hmmm, vamos lá, sem dar ares de ser um ganda paneleiro mariconço?!?!

Ontem cometi esse erro: peguei numa das minhas gatinhas ao colo e levei-a assim, fofinhamente (olhem que advérbio de modo tão giro), para a rua. Para as outras pessoas, esta imagem deve ter parecido tudo menos viril. Eu até acho que ouvi um dos meus vizinhos a ligar para um grupo neo-nazi e pedir que viessem ao meu bairro o mais rapidamente possível.

E isto é chato, pá! Os gatos, bem como outros bichos de estimação como poodles ou chiuahuas, imprimem sempre uma aura de larilonzice. Todos nós, inconscientemente, achamos másculo um tipo vir para a rua com um pastor alemão, ou com um pitbull, sobretudo quando a coleira está adornada com spikes de ferro. Se o José Castelo Branco, por hipótese, fosse passear o seu doberman, penso que toda a gente exclamaria "olha ali está um senhor muito homem", mesmo que, no fundo, ele só passeasse o canito para ter o prazer de ser abordado à canzana (ele, José Castelo Branco, no caso de terem deixado de me acompanhar).

Mas quando temos um gato, é a imagem exactamente inversa que salta à vista. O homem mais másculo do universo, o tipo capaz de humilhar, em virilidade, até o Chuck Norris, ou seja, eu, corre o risco de ser confundido com um vulgar lambe pichas caso se apresente, a terceiros, com um micro-felino (sim, porque duvido que este problema se verificasse se eu aparecesse com um leão, um leopardo, uma pantera ou um tigre). Os gatos transportam consigo a ideia de pederastia.

Daí a minha dúvida. Como em qualquer sociedade humana, não basta à mulher de César ser séria, é preciso parecê-lo, ou, trocando por miúdos, não basta a um tipo como eu ser o zénite da testosterona, é preciso mandar isso à cara de todos os outros. Assim sendo, como é que - e sigam este raciocínio - chego de A a C, quando

A = sou um gajo muito heterossexual

B = tenho duas gatinhas de que gosto muito

C = não quero que me confundam com o Carlos Castro por causa das felinas?

Hmmm?!? Alguém tem ideias para isto, ideias que não passem por disfarçar as minhas gatinhas de outros bichos, ou por não aparecer com elas na rua? Se alguém tiver, por favor, comunique, está bem?! Obrigado.

sexta-feira, fevereiro 18, 2011

Esta notícia é fantástica...

Freira é expulsa do convento por causa do Facebook

Isto tem de levar necessariamente a um upgrade de alguns ensinamentos bíblicos:

Quem nunca pecou que atire o primeiro post.

Deus escreve direito por posts tortos.

Deus sabe por onde andas e vê tudo o que fazes, sobretudo se o adicionares como amigo no Facebook.

Será mais fácil a um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que alguém com perfil no Facebook entrar no reino dos Céus.

Bem aventurados os info-excluídos, pois deles será o reino do Senhor...

De que serve ao homem conquistar o Facebook se perder a alma?

Bom fim-de-semana e facebooquem muito.

quinta-feira, fevereiro 17, 2011

Ideias para super-heróis

Quem me conhece, sabe que eu gosto à brava de histórias com super-heróis. E quem não me conhece, também sabe porque acabei de dizê-lo. Sou da opinião - e esta era uma tese que gostaria de desenvolver no futuro, se não estivesse demasiado ocupado com outras coisas, tipo tentar descortinar o que se passa no Sporting - que os super-heróis fantasiosos de hoje, como o Homem-Aranha, o Batman, o Wolverine ou o Super-Homem, são o equivalente aos heróis homéricos da Grécia clássica e desempenham precisamente a mesma função: um farol, um ideal moral pelo qual os indivíduos comuns podem nortear-se e inspirar-se.

Há várias décadas que acompanho os comics de super-heróis, sobretudo os da Marvel. Há personagens para todos os gostos: heróis nobres e eticamente irrepreensíveis (Homem-Aranha), anti-heróis (Wolverine), capachos do governo (Capitão América), deficientes (Demolidor, que é cego), pertencentes a minorias étnicas (Luke Cage, Shang Chi) ou por outra qualquer razão descriminados (todos os X-Men), deuses pagãos (Thor), enfim, a variedade é imensa. Aprecio, sobretudo, as histórias em equipe, onde vários destes heróis se unem em torno de uma causa comum. Os X-Men são o melhor e, quanto a mim, mais eficaz exemplo disso mesmo: homens e mulheres párias que lutam por um mundo melhor, apesar de - e este é um pormenor trágico que, novamente, reenvia para a mitologia grega clássica - esse mundo odiá-los.

Imbuído desse espírito, trago aqui ideias para uns quantos super-heróis, capazes de formar o primeiro colectivo português de super-heróis, Os Tugas, e também alguns vilões, esperançado que alguém pegue nisto, até mesmo, porque não?, para um filme, tal é o potencial cinematográfico das personagens que ora apresento:

Os super-heróis: Os Tugas

Lesmas - mordido por uma lesma radioactiva durante um jogo de futebol, Ricardo cedo se apercebeu de que tinha ficado com os poderes de uma lesma: arrastar-se com lentidão pelas superfícies e babar-se todo (facto que leva os seus amigos a tratarem-no também por "O Velhadas"). Está secretamente apaixonado pela sua colega Bilhas.

Afonso VII - monárquico convicto, Marco tem o estranho poder de fazer adormecer suínos só com o olhar. Adoptou o petit nom de Afonso VII porque sonha um dia chegar ao trono português. O seu arqui-inimigo é o mega-vilão republicano Carbonário. Dizem as más línguas que também não vai muito à bola com o seu colega Lesmas desde que este confessou que os reis eram todos uns palhaços.

Bilhas - em adolescente, a esbelta Sara começou a sentir profundas mudanças no seu traseiro. De pequeno e redondinho, começou lentamente a transformar-se numa superfície imensa e de destruidor potencial. Reza quem já foi subjugado por esta heroína que ficar debaixo da bilha da Bilhas é um suplício digno do Inferno de Dante. É a némesis do vilão sodomizador Parte-Bilhas.

Tesourinhas - o nerd do grupo. Chamado de Tesourinhas porque adorava, quando mais jovem, fazer trabalhos manuais em papel e cartão, possui o talento, inestimável e invejável, de conseguir ligar-se à Internet sem precisar de um ISP. Este pormenor torna-o adorado pelos seus colegas Afonso VII e Lesmas, sempre interessados em ver pornografia quando não estão a combater os vilões.

Samuel - antigo ginasta, Samuel resolveu adoptar o seu próprio nome como identidade secreta para assim enganar os inimigos, que pensam sempre que a identidade secreta serve para esconder o nome verdadeiro. Samuel não tem super-poderes, mas a sua experiência de ginasta, associada à aprendizagem de Parkour nas montanhas do Tibete, faz dele um elemento importante para Os Tugas, nomeadamente em missões que exijam uma presença mais física.

Os vilões:

Parte-Bilhas - o Parte-Bilhas era um assaltante de segunda categoria até descobrir o seu talento para a sodomia. Famoso por assaltar e sodomizar grandes bancos (os buracos no BPN e no BCP devem-se-lhe), foi detido durante uma tentativa de assalto à CGD pela super-heroína Bilhas. Fugiu poucos dias depois, tendo sodomizado 15 guardas e 2 carros blindados durante a fuga, e desde então jurou um dia partir a bilha à Bilhas.

Carbonário - antigo contabilista, o Carbonário decidiu dedicar a sua vida ao crime enquanto fazia um POC. Não se lhe conhecem super-poderes, mas possui uma enorme capacidade para convencer outros meliantes a seguir as suas ordens. O seu objectivo primordial passa por acabar com o presente regime republicano para introduzir no país um regime ultra-mega-republicano, mas ninguém, nem os seus colaboradores mais próximos, sabem o que isso significa.

Bigodes - Toni descobriu que tinha poderes quando, aos 16 anos, decidiu crescer o bigode. Ao terceiro dia sem ser aparado, o bigode começou a roubar carteiras. Vencedor de várias edições do Concurso Barba e Bigode, o Bigodes é famosíssimo por furtar, sempre com o seu bigode, sandes de coirato e garrafas de tintol aquando de jogos do Benfica no Estádio da Luz, servindo-se do facto de haver nessas ocasiões uma elevada percentagem de bigodudos para passar despercebido.

Stripa - De seu nome verdadeiro Irene, Stripa é uma stripper estripadora que, qual viúva-negra, atrai os clientes do bar onde trabalha para uma dança privada e aí acaba por estripá-los. Foi detida pela primeira vez graças à intervenção do Tesourinhas, que viu um vídeo das suas façanhas na Internet. Stripa, contudo, nutre sentimentos pelo super-herói nerd e sonha um dia desvirginá-lo.


Que tal, hã?! Só personagens de categoria!!!! As maravilhas de histórias que podem daqui sair! Rói-te de inveja, Frank Miller!!!!

quarta-feira, fevereiro 16, 2011

Não há nada tão animador para começar o dia como ir parar ao posto médico!

É isso mesmo, meus caros. É fascinante. Uma pessoa acaba de tomar o piccolo almoço, prepara-se para sair de casa e quando menos espera, TUNGAS, bate com a cachimónia no ferro do varal de estender a roupa, começando a sangrar. Próxima paragem: posto médico. E é aqui que as coisas pioram: é certo que o sangue chateia, o inchaço incomoda, e as dores tiram um tipo habitualmente fleumático como eu do sério, mas mau, mesmo mau é aguentar todo o zeitgeist que envolve um posto médico.

Primeiro, é a saga das senhas. Esperei que três velhotas, dois coxos e meia dúzia de pret..., hããã, de pessoas de etnia africana, finalmente dessem com o sistema de senhas e retirassem os respectivos papeluchos. Quando chegou a minha vez, o cabrão do sistema não aceitava o meu número de utente. Precisou de levar uns quantos pontapés e uns "fod@-ses" mandados na altura certa para finalmente ser convencido.

A seguir, vem a odisseia do balcão. Chegada a minha vez, fui atendido por uma assistente. E é aqui que a coisa começa a ficar mais surrealista do que um quadro do Salvador Dali com relógios que se derretem. Foi mais ou menos assim:

Ela: Então, o senhor, o que precisa?
Eu: Senhor não, rapaz, se faz favor.
Ela: (para si) Olha outro com a mania que não envelhece... (para mim) Então o que foi?
Eu: Fiz um golpe na cabeça e preciso de um curativo.
Ela: Ah, vou já falar à sua médica de família.
Eu: Então mas eu para pôr um penso preciso de que falem com a médica?
Ela: Sim. Perdeu sangue, perdeu os sentidos?
Eu: Perdi um bocadinho de sangue, sim, mas permaneci sempre consciente. O que perdi mesmo muito foi a paciência.
Ela: Ahahahahahahaha, que engraçado, vou já chamar a médica, ahahahahaha, aguarde no corredor, ahahahahahahaha.
Eu: Então eu estou aqui com dores e a senhora está a rir?
Ela: Senhora não, rapariga, se faz favor.
Eu: Olhe, chup... hããã, obrigado!

Depois de algum tempo à espera, lá fui chamado pela médica de família. Entrei no gabinete e

Médica: Então, o que aconteceu?
Eu: Fiz um golpe na cabeça no varal do quintal da casa. Acho que não está partida, mas dói-me.
Médica: Deixe-me cá ver isso. Hmmmm... não, partida não está, mas... isto não é bem um golpe, é mais uma escoriação.
Eu: Mau! Então mas que raio de preciosismo linguístico é este?! Para quê esse rigor técnico?
Médica: Vá, não seja assim. Não é nada de grave, nem sequer precisava de ter vindo ao posto médico, isso é uma coisa que se trata bem em casa.
Eu: Como é que eu trataria disto em casa se o golpe, não, a "escoriação" ou lá o que é esta porcaria, está localizada na parte de trás da cabeça? Eu não tenho olhos nos dedos, pois não?
Médica: Ahahahahaha, você é tão cómico quando se irrita, ahahahaha
Eu: Mau, outra vez? Eu com dores e você ri-se?!
Médica: Ihihihihhi, eu já lhe ponho Betadine aí na ferida.
Eu: Pensava que era uma escoriação.
Médica: Não seja parvo. Chegue-se aqui. (pega na porcaria da Betadine, num esparadrapo e manda com aquilo na minha cabeça).
Eu: Au, isso dói.
Médica: Vá, já está. Depois tome um Ben-U-Ron que isso passa. Adeus e olhe por onde anda com a cabeça, ahahahaha.
Eu:...

Por fim, a pièce de résistance dá-se quando, já em casa, telefono à gaja a avisar do sucedido.

Gaja: 'Tou?!
Eu: Olá, amor. Olha, onde é que guardamos o Ben-U-Ron?
Gaja: Porquê?!
Eu: Porque a médica de família mandou-me tomar um, já!
Gaja: Porquê, o que aconteceu?
Eu: Fiz um golp... uma escoriação na cabeça!
Gaja: O quê?!?! Mas estás bem?!
Eu: Sim, sim, só deitou um bocadinho de sangue. Tenho esta parte inchada e dói-me, mas não é nada de mais, já fui ao posto médico e tudo.
Gaja: Mas como é que fizeste isso?
Eu: Então, vinha a sair de casa e bati com a cabeça no varal do quintal.
Gaja: Tu... ahahahahahaha! O quê?! Ahahahahahahahahahaah!
Eu: Olha, obrigadinhos, está bem?! Diz-me onde está o raio do Ben-U-Ron, mas é!
Gaja: Ahahahahaha, nós já não temos Ben-U-Ron, ahahahahahaha, tira antes uma saqueta de ihihihihih Paracetamol e ahahahahahaha, parece que estou mesmo a ver tu ires de encontro ao varal, ahahahahahahah, e prontos, bebes aquilo.
Eu: Sim, mas está onde, caraças?!
Gaja: Ahahahahahha, e tu foste ao posto médico por causa disso, ahahahahahaha, que mariquinhas, está na gaveta do armário, do lado esquerdo, ahahahahahahah, aposto que toda a gente se riu de ti e...
Eu: (desligo o telefone e vou à procura das saquetas)

Lá encontrei as saquetas, tomei uma e pronto, lá saí definitivamente de casa, passando a 50 metros do cabrão do varal que me escoriou a mona. Agora, o que eu não percebo é PORQUE É QUE ISTO É MOTIVO DE RISOTA GENERALIZADA, CARAÇAS!!!! ESTA MERDA DÓI, ESTÁ BEM?!?!?!?!?

terça-feira, fevereiro 15, 2011

A revolução de jasmim chega à casa do Peter of Pan

E o vírus da autonomia e do anti-totalitarismo continua a espalhar-se. Os recentes protestos no Médio Oriente e na África magrebina inspiraram aqui este escriba a seguir o exemplo dessas corajosas populações. Presentemente, ando a manifestar-me pelo hall lá de casa, com cartazes a exigir a democracia e cânticos que pedem o fim do regime da tirana minha gaja, cujo autoritarismo faz o Mubarak parecer o Gandhi. Para que o mundo fique a conhecer a terrível condição a que estou sujeito dentro daquelas quatro paredes, fui entrevistar-me a mim próprio:

Entrevistador (eu, pois claro): Bom dia, Peter of Pan, então parece que está a querer uma revolução?
Peter of Pan (eu também, pois então): Olá, bom dia, sim, é verdade, estou a promover uma revolução que deite abaixo anos e anos de desrespeito pelos direitos humanos, anos e anos de ditadura violenta, anos e anos de desprezo pela vontade alheia.
Entrevistador: Bem, isso parece ser mesmo grave. Pode dar-nos alguns exemplos da situação em que tem vivido?
Peter of Pan: Posso, pá! Então admite-se que um gajo chegue cansado a casa, vá para sentar-se no sofá, ligue o televisor para ver o Family Guy e venha logo a gaja esbaforida dizer que aqueles desenhos animados não têm qualidade, me desligue o televisor e me puxe pela orelha até à cozinha para ajudá-la a fazer o jantar? Mas o que é isto?! Vivemos no tempo da escravatura, ou quê? Ainda por cima, obriga-me a trabalhar com a Bimby! Eu não percebo nada da Bimby!!!
Entrevistador: Ui, realmente, que condições horríveis.
Peter of Pan: Já para não falar, e desculpe interrompê-lo...
Entrevistador: Não faz mal, caso não tenha reparado, nós somos a mesma pessoa.
Peter of Pan: Pois, é verdade. Bom, como ia dizendo, já para não falar na violência a que sou sujeito quando exprimo a minha vontade em ver um filme europeu. A gaja rouba-me o comando do dvd e muda para o Portugal Sem Talento.
Entrevistador: Refere-se ao Portugal Tem Talento, não é?!
Peter of Pan: Não, é mesmo Sem Talento. Eheheheh.
Entrevistador: Boa piada. Olhe, e quais são as suas exigências?
Peter of Pan: As minhas exigências são as exigências de uma pessoa de bem. Quero ver o Family Guy sem estar a ouvir constantemente "muda de canal, estes bonecos são mesmo estúpidos". Quero todos os gelados que possa comer. Quero que a minha voz seja escutada. Quero, no fundo, a passagem de um regime autocrático para um democrático. E quero, por fim, que o Sporting seja respeitado por aquela lampiona de meia tigela!
Entrevistador: Bom, ó Peter of Pan, parece-me que já está a exagerar, não?! Já nem os próprios sportinguistas respeitam o Sporting!
Peter of Pan: Ouve lá, ó meu caramelo, mas tu estás de que lado, afinal?!
Entrevistador: Eu estou sempre do mesmo lado, pá!
Peter of Pan: Do lado dos fracos, dos oprimidos, dos que querem rebelar-se face à ordem vigente?!
Entrevistador: Não! Do lado das gajas boas!
Peter of Pan:... recuso-me a prestar mais declarações...

Depois deste esclarecedor depoimento, fui tentar chegar à fala com a minha gaja, para ouvir a sua versão dos acontecimentos. Assim que me coloquei a menos de três metros de distância, fui puxado por um braço e forçado a lavar a louça que se acumulava, ameaçadora, na bancada da cozinha. Cerca de 2 pratos partidos, 3 copos rachados, um tacho sodomizado por um garfo e 45 minutos depois, lá consegui retirar as primeiras impressões da tirana:

Entevistador: Bom dia, gaja do Peter of Pan, podemos então começar a nossa entrevista?
Gaja: Não sei. A louça ficou bem lavada?!
Entrevistador: Acho que sim...
Gaja: "Acho que sim" não chega. Ficou ou não ficou, caraças?!
Entrevistador: Ficou, ficou!...
Gaja: Bom, então comece lá essa m&rda!
Entrevistador: Está bem. Senhora dona gaja do Peter of Pan, que comentários faz aos protestos levados a cabo pelo Peter of Pan ali no hall da casa?!
Gaja: É um totó!
Entrevistador: Mas algumas das reivindicações por ele feitas têm todo o sentido...
Gaja: O c@r@lhinho é que têm!!!!
Entrevistador: Ele acusa-a de ser uma tirana, uma déspota!
Gaja: Puta é a gaja daquele filme francês que ele viu no outro dia!
Entrevistador: Não, não, entendeu-me mal, não é puta, é déspota. E a Anna Karina não é nada puta, ela vai muito bem no Bande à Part e...
Gaja: Cale-se! Não sou nada disso e quem diz o contrário merece ser espancado!
Entrevistador: Essa parece-me ser uma atitude típica de uma déspota!
Gaja: Puta é a Monica Bellucci!
Entrevistador: Não, voltou a entender-me mal, eu não disse puta, disse dés...
Gaja: Cale-se. Eu entendi muito bem. Aquela italiana é puta e acabou-se.
Entrevistador: Bom, passemos à frente. E quanto às acusações de não deixar o Peter of Pan ver o Family Guy?!
Gaja: Aqueles bonequinhos da treta?! Estou a fazer-lhe um favor. Só lhe faz mal ver aquilo.
Entrevistador: Sabe que quando o Estado se põe a decidir sobre o que é melhor para as pessoas está-se perante uma situação de autoritarismo, não sabe?
Gaja: Olhe, o c@r@lhinho é que é autoritário, está bem?!
Entrevistador: Hehehe, pois é! É um autoritário enorme e grosso, não é, hehehehe?!?
Gaja: Nos teus sonhos.
Entrevistador: Hãããã, pois. Continuemos. Então e...
Gaja: Schut, cale-se, ainda não acabei o meu argumento. Além daquela bonecada fazer mal à sua já de si pobre mente, o Family Guy dá à mesma hora em que se deve estar a fazer o jantar, e eu não acho nada bem que seja aqui a moira a dar ao cabedal enquanto o senhor Peter of Pan refastela o cu no sofá a ver aquela porcaria. Quem é que é o tirano e quem é que é a escrava, afinal, hmmm?
Entrevistador: Bom, esta parte da entrevista vai ser cortada no momento da sua exibição ao público...
Gaja: Vai ser cortada, uma m&rda! Então agora temos censuras, é?! Então e a democracia e essas patacoadas? Publique isso, senão chateio-me a sério.
Entrevistador: Então e o que tem a dizer acerca da Bimby?
Gaja: O que é que há para dizer acerca da minha maravilhosa, fantástica, espectacular e fascinante Bimby?!
Entrevistador: O Peter of Pan queixa-se de falta de adaptação a esse aparelho.
Gaja: É mesmo um totó!
Entrevistador: Não, mas olhe, aquilo não é fácil!
Gaja: Não é fácil?! É do mais facílimo que há!
Entrevistador: Olhe que não está a ser justa. Uma pessoa, para saber cozinhar na Bimby, quase precisa de estagiar por seis meses na NASA ou no CERN. Tanto botãozinho para quê?! E que diachos é aquilo de Col. Inv. e Temp. Varoma e mais não sei o quê? Não é muito mais fácil enfiar os legumes para dentro de um tacho com água e ligar o fogão?!
Gaja: Cale-se. Você parece mesmo ele a falar!
Entrevistador: Bom, isso é porque eu e ele somos a mesma pessoa.
Gaja: Ah, pois é. Então olhe, já que está aqui, vá ali ao frigorífico, tire a abóbora, duas courgettes, uma beringela, corte tudo e meta na Bimby que vamos começar a fazer uma sopa!
Entrevistador:...e não tendo mais perguntas, ficamos por aqui...

Mais desenvolvimentos desta revolução nos próximos tempos!

segunda-feira, fevereiro 14, 2011

E para quando um Dia dos Encalhados?

que é para os nerds, os feios, as gordas, os tímidos, as beatas, os misantropos - no fundo, os encalhados e encalhadas de todo o mundo, sim, ó rapaz de 42 anos que ainda vive com a mãe, passa o tempo a ver filmes da saga Star Wars e confunde uma erecção com um sabre de luz, sim, ó rapariga de 36 anos que passa o dia na biblioteca da cidade a ler livros da Corín Tellado e pensa que o Ricky Martin é hetero, é a vocês que me dirijo! - não se sentirem discriminad@s? Sei lá, até poderiam inventar, à semelhança do Dia dos Namorados, presentes para se oferecer aos encalhados preferidos. Bombons dos encalhados, florzinhas dos encalhados, postalinhos dos encalhados... Seria bonito, não seria?!?



Disclaimer deste post: se me estás a ler e ainda és um encalhado ou encalhada, e detestas o ambiente que se gera à volta deste dia 14 de Fevereiro, não desesperes, por duas simples razões:

1 - eu, que não sou encalhado, também não gosto deste dia, e tenho a certeza de que muitos não-encalhados e não-encalhadas estão comigo.

2 - eu, que não sou encalhado, estive muito tempo encalhado, portanto, sim, tu, ó gajo de 42 anos que está a ver, pela 234346ª vez, o Han Solo a ser congelado na carbonite, sim, tu, ó gaja de 36 anos que está a suspirar, pela 734222ª vez, com o romance dos protagonistas desse livro que tens em mãos, é novamente a vós que me dirijo, também vocês podem desencalhar, basta terem um pouco de paciência e

a) no caso do gajo, encontrar um emprego bem remunerado, vestir roupa cara, trocar os óculos por lentes de contacto, arranjar os dentes, comprar uma mansão e um carro desportivo, fazer musculação, tomar banho todos os dias;

b) no caso da gaja, sair para a rua com um decote que revele o mais possível das mamas.

sexta-feira, fevereiro 11, 2011

Parece que

o Mubarak foi posto a andar like an egyptian...


(tão inteligente, esta!)

quarta-feira, fevereiro 09, 2011

Mind the gap


Todo o santo dia ouço, como se ficasse tatuada no meu cérebro, a mesma mensagem gravada: "Senhores passageiros, pedimos que se afastem do limite da plataforma". Sempre a mesma lenga-lenga. O pedido, contudo, padece de alguma estranheza. Primeiro, não avisa por que é que querem que os passageiros se afastem. Pronto, está bem, qualquer pessoa com dois meios dedos de testa sabe: se nos aproximarmos demasiado da plataforma, corremos o risco de apanhar com um comboio mesmo no meio da tromba. De qualquer forma, a mensagem é omissa nesse sentido.

Essa omissão liga-se ao outro aspecto estranho do apelo: por vezes, é proferido com algum anacronismo. Especifico: há alturas em que uma pessoa está na estação, aguardando pelo seu comboio que só chega dali a 10 minutos, e sabe que não vai chegar mais nenhum comboio entretanto, e então põe-se a ocupar o cérebro com coisas irrisórias, só para passar o tempo até que o comboio chegue, e pensa então nos calções de banho rasgados que o primo Paulito levou para a praia no ano de 1983, e na congestão que a tia-avó Miquelina apanhou após um jantar de família em Montemor-o-Novo na noite de Natal de 1979, e no arroto que a vizinha Teresa deu no velório do Sr. Julião em 1996, no preciso momento em que o Figo marcava um golo à Croácia no Euro-96, e caramba, este período está a ficar mesmo longo, além de abusar da cópula "e" até à exaustão, parece um texto do Cormac McCarthy, não sei se já leram o Este País Não É Para Velhos, bem, aquilo é só "e" atrás de "e", do género, "E Chigurgh [é aquele assassino com cabelo esquisito interpretado pelo Javier Bardem no filme dos manos Coen] pega na pistola pneumática e levanta-a acima da cabeça e rebenta o canhão da fechadura e entra no quarto e apanha o canhão e coiso e tal", é mais ou menos isto, não me lembro exactamente de nenhuma frase do livro e não o tenho à mão para reproduzir ipsis verbis. E com tudo isto, perdi-me...

Ah, já sei, pois: está uma pessoa à espera do comboio, que só chega dali a outros quinhentos, e no entanto ouve os altifalantes da estação a perorar aquela mensagem: "Senhores passageiros, pedimos que se afastem do limite da plataforma". A pessoa fica então a pensar: "mas que raios? Se o comboio só passa daqui a 10 minutos, para que raio eles estão a avisar isto?!" E é aqui que a omissão acerca do que é que pode acontecer se as pessoas não arredarem pé do limite da plataforma se torna perigosa. Se não vem lá nenhum comboio, que terror se esconde junto do limite da plataforma, terror esse que justifica o aviso por parte da estação mas que não pode ser nomeado, como se fosse o Voldemort que estivesse a irromper por entre os carris? Já sabemos que "Senhores passageiros, pedimos que se afastem do limite da plataforma, caso contrário levará com um comboio nos cornos" é falsa porque não vem lá comboio nenhum, mas a coisa intriga. O que pode acontecer se não nos afastarmos da plataforma quando o comboio ainda dista cerca de 50km?!

O IVA aumenta para 25%?

A Rita Pereira cessa de aparecer com decotes generosos?

O Pinto da Costa promove um golpe de Estado e os ministérios são todos ocupados por raparigas da má vida?

Deixa de passar futebol nas televisões?

O Renato Seabra é libertado e monta uma empresa de fabrico de saca-rolhas?

O Sporting vende o seu melhor jogador?

Estão espalhadas pelos carris fotos do Alberto João Jardim nu, visíveis a qualquer pessoa que se aproxime da plataforma?

A Manuela Moura Guedes inventa de tentar saber até onde consegue abrir a boca e acaba por engolir o planeta inteiro?

O Cavaco é eleito para um segundo mandato?

É aprovado um novo Acordo Ortográfico que proíbe os indivíduos de escreverem insultos a deputados?

Gostava que me explicassem o que pode acontecer, ai isso gostava...

terça-feira, fevereiro 08, 2011

Saco de pancada: cinema 3D

Vamos lá a ver uma coisa: quem acha piada a esta tendência dos filmes estrearem em 3D, é favor levantar o braço. E deixar o nome, morada, estado civil e último desejo, que é para eu poder fuzilar-vos sem ter muito trabalho.

O cinema 3D é das coisas mais estúpidas que já deram à terra. Quase tão estúpida quanto, por exemplo, a direcção de um clube com uma história interessante e que procura todos os anos conquistar títulos resolver vender o seu maior símbolo e melhor jogador por tuta e meia. Desde logo, uma pessoa, para ver essas películas a três dimensões, tem de colocar uns óculinhos ridículos, tão ridículos que o Yves Saint Laurent já apareceu àquela medium inglesa que apresentava um programa na TVI, comunicando-lhe que achava aquelas coisinhas de plástico "une très grande merde". A Iva Domingues, depois, traduziu o comentário como "gosto muito dos teus cabelos louros", levando a que o YSL jurasse nunca mais aparecer aos vivos senão através de uma tábua Ouija, desde que desenhada pelo Giorgio Armani.

[Atenção: estas últimas referências, embora suspeitas, não fazem de mim um Carlos Castro em potência, está bem?!?! Eu cá sou muito homem, no sentido heterossexual do termo. Vá, avancemos, que se faz tarde e eu ainda não fui pôr base no rosto]

O que mais me revolta nesta moda do cinema 3D, contudo, é a justificação que lhe querem dar. Segundo os palhaços defensores desta tendência, a maior qualidade do cinema em 3D é conferir, ao espectador, uma sensação próxima da realidade. Sim, estes parvos inventaram essa história. Sou só eu que acho que "cinema" e "próxima da realidade" são ideias quase inversas?! Eu quando vou a uma sala de cinema ou quando me sento num sofá a ver um filme, não estou à espera que aquilo esteja próximo da realidade. Se eu quero realidade, venho para a rua! Se eu quero ver pessoas a três dimensões, a falar alto e a envolverem-se em confrontos físicos, vou à feira dos ciganos. Eu vejo filmes para fugir a este género de merdas realistas, de preferência sem precisar de colocar nos olhos aqueles óculos parvos (já vos disse que aqueles óculos têm um aspecto para lá de ridículo, e que o Yves Saint Laurent apar... - não, esperem, já disse, sim!).

É claro que agora surge a pergunta de um milhão de euros: "Sim, Peter of Pan, tu estás coberto de razão, como sempre, a tua retórica é impecável e qualquer pessoa favorável ao cinema 3D ficará contra depois de te ler, mas esqueces-te de um pequeno detalhe: os filmes porno! Não adorarias tu que os filmes porno pudessem ser vistos em três dimensões?!"

Admito que é uma pergunta pertinente. É uma pergunta tão inteligente que só poderia ter sido feita por mim a mim próprio (vão-me dizer que já se tinham lembrado disto, não?!? Seus aldrabões!) Sim, a pornografia parece encaixar muito bem, e sem recorrer a vaselina ou precisar de enfiar o preservativo, no conceito de cinema 3D. E até aqui se percebe a utilidade dos óculos ridículos: servem para proteger a vista ao espectador no momento do cumshot, não vá o diabo tecê-las.

Face a esta objecção - que, recordo, foi feita por mim próprio -, julgo que temos aqui a oportunidade perfeita para um compromisso. Que é: o cinema 3D é uma merda e deve ser retirado das nossas salas, PORÉM pode haver um nicho de mercado para esta tecnologia caso ela seja aplicada APENAS à maravilhosa indústria pornográfica. Continuaremos a experienciar os filmes mainstream em grandiosas telas a duas dimensões, mas as mamas da Tera Patrick, o rabo da Silvia Saint e o centro da praça municipal de Mondim de Basto da Jenna Haze, esses só terão a ganhar se exibidos no esplendor do 3D.

É ou não é?! É, pois claro!...

segunda-feira, fevereiro 07, 2011

Seca de segunda-feira

- Qual é o mais mandão dos animais?
- É o polvo, porque o polvo é quem mais ordena...

sexta-feira, fevereiro 04, 2011

Sobre a redução dos deputados

Um dos temas do momento, a ombrear com as manifestações no Egipto (sim, meus amigos, Egipto é com "p", por mais que os apóstatas do acordo ortográfico insistam em retirá-lo), com a situação do Sporting e com o julgamento do Renato "Saca-Rolhas" Seabra é, sem qualquer dúvida, a proposta de redução dos deputados à Assembleia da República. O PSD já se mostrou a favor, o PS tem vozes contra e vozes a favor, o PCP é contra, como acontece sempre - um dia, ainda vamos ver os deputados do PCP a votar contra propostas do PCP, só pela força do hábito -, o Bloco também é contra e o CDS/PP, à imagem do seu líder, não sai do armário, isto é, não diz se é uma coisa ou outra.

A minha posição sobre a matéria, essa, já há muito se encontra bem definida. Sou claramente a favor da redução dos deputados. E eis como essa redução deve ser feita: é chegar ao pé deles com uma catana e zás, separar-lhes a cabeça do corpo. Ficarão desde logo reduzidos!

E depois, esta minha solução final tem dois pontos adicionais a seu favor: primeiro, num momento de crise, não nos podemos dar ao luxo de desperdícios. Se os deputados nunca usaram a cabeça, o que é que estão a fazer com ela? É cortá-la e dá-la aos porcos, sempre servirá para alguma coisa. Segundo, esta solução surge em defesa dos próprios deputados, porque com a cabeça separada do corpo, passa a ser a primeira vez que estes altos dignitários da nação passam a justificar, de modo radical, a popular ideia de que os deputados só vão à Assembleia fazer figura de corpo presente. Literalmente.

Os partidos que pensem nisto, se fazem favor...

Bom fim-de-semana e cortem a cabeça a um deputado também.

quarta-feira, fevereiro 02, 2011

De como uma visita ao veterinário se transforma numa lição de vida


Ontem tivemos de levar esta coisinha fofa ao veterinário, em consequência de cenas más. Ok, ok, vou deixar de ser tão vago: a gatinha anda mal da barriga, pronto. E dá uns puns muito mal cheirosos, e isso são razões mais do que suficientes para levar a bichinha ao médico dos bichos. Bom, e que tenho eu a dizer sobre o seu comportamento? Isto: absoluta e simplesmente IMPECÁVEL! Enquanto esperou pela sua vez, esteve sossegadíssima na caixinha. Quando entrou para a sala, não estranhou. Quando a retirámos da caixinha e a colocámos na mesa para ser examinada, manteve o seu fleumatismo. Não miou, não rosnou, não bufou, nem quando levou uma injecção no lombo. A gatinha estava mansa, mansa... parecia um jogador do Sporting. Nada a incomodou nem a tirou do sério. Fantástico. Nunca tinha visto nada assim!

Esta atitude é, para mim, uma lição de vida porque ensina-me muita coisa. Confesso que não gosto de ir ao médico. Nunca gostei. Já cheguei, por diversas vezes, a fugir. Lembro-me - deveria eu andar pelos meus 8-9 anos - de ter escapado aos meus pais num dia em que era suposto levar uma injecção no rabo. Corri do consultório a toda a brida, sem que ninguém me conseguisse apanhar. É claro que, quando voltei para casa, já de noite, imaginando em toda a minha inocência que nada iria acontecer-me, apanhei os meus pais obviamente tão preocupados quanto irritados e na sequência levei uma tal tareia no rabo que me fez pensar se não teria sido melhor levar a injecção no dito.

Na minha perspectiva, é impressionante que uma gatinha consiga ter mais presença e imponência e, tenho de admiti-lo, mais "tomates", do que um ser humano, partindo do princípio que eu sou mesmo um ser humano, algo que a minha gaja já por diversas vezes argumentou ser, no mínimo, discutível. Mas adiante: a minha gatinha não tem medo dos médicos nem dos consultórios. Nem das picas, nem dos remédios. Já eu, bom, eu não é que tenha propriamente medo, pois não é bem medo aquilo que sinto, mas se puder evitar, evito. Sou assim como aquelas pessoas que não sabem se existem fantasmas a pairar pelo meio de uma floresta escura: pelo sim, pelo não, não entram por esse caminho. É claro que eu sei que não existem fantasmas, mas por outro lado, sei que existem médicos e hospitais e enfermeiros e picas que doem, por isso prefiro estar noutro sítio. Porém, se calhar tenho de começar a agir mais como a minha gatinha agiu: não ligar peva a isto e sair de lá da mesma maneira como se entra, ou seja, como se fosse algo perfeitamente natural. Espero lembrar-me desta lição da próxima vez que tiver de ir ao médico.






[Oxalá seja daqui a muitos, muitos anos...]