quarta-feira, junho 29, 2005

To Agathon (2)

Receio ter cometido uma pequena incorrecção quando atrás falei do sumo bem. O meu discurso identificava o bem com a Monica Bellucci, o que sendo verdade não é, contudo, toda a verdade. O erro está em ter-me agarrado demasiado aos princípios platónicos, obnubilando injustamente o notável trabalho daquele que foi o mais famoso discípulo do mais famoso discípulo de Sócrates: Aristóteles. Este último, decerto um dos maiores génios filosóficos que já viveu, afirmava sem temor que "o bem diz-se de muitas maneiras" (conferir, por exemplo, Ética a Nicómaco, I, 1096a). Tem toda a razão. Não se pode limitar o bem à acepção "Monica Bellucci": o bem também se diz Angelina Jolie, Hale Berry, Luísa Beirão, Salma Hayek, Francesca Dellera, Sophie Marceau, Charlize Theron, Laetitia Casta... Obrigado, grande Aristóteles!!!

Eterno Entorno

Dúvidas Existenciais (6)

Heidegger acreditava realmente naquilo que escrevia, ou tudo não passava de uma grande piada? Terá o Dasein uma função semelhante à de Baldrick na série Black Adder, ou estará mais para um sketch dos Monty Python, tal é o seu nonsense?

Eterno Entorno

To Agathon

O Sumo Bem

A filosofia platónica postulava a ideia de Bem (agathon) como fonte primeira e última de todas as outras ideias; era tal e qual um sol que iluminava toda a realidade. Todavia, esse sumo bem - oh, tragédia...- jamais poderia ser contemplado, muito menos descrito.
Ora, aqui é que Platão falhou: não só o bem pode ser contemplado e descrito, como até há dele imagens! Sim, garanto-vos! Eu próprio encontrei esse sumo bem, fonte das minhas ideias e sol que ilumina a minha realidade. E, como gosto de partilhar convosco tais descobertas, coloquei acima uma fotografia desse bem que tanto inquietou os filófosos. Vejam e deslumbrem-se, mas com juizinho.
Digam lá se esta não é, verdadeiramente, a Suma Boa?!?!?!?!

Eterno Entorno (em busca de um profundo conhecimento do Bem)

Paradoxos políticos (1)

Gosto como a comunidade política Portuguesa consegue exemplificar tão bem o Paradoxo do Mentiroso. Aperece um político na Tv e uma pessoa não pode senão partir-se a rir a ouvi-lo falar. E depois uma pessoa fica preocupada mas enfim a barriga já doi de tanto rir!
Alguns exemplos:
"Todos os políticos são demagogos. Eu não!"
"O senhor mente ao povo Português. Eu e o meu partido nunca o fizemos e não faremos!"
Zacarias - último discípulo de Protágoras

terça-feira, junho 28, 2005

Dúvidas Existenciais (5)

No que diz respeito à sua atitude perante os universais, Osama Bin Laden será nominalista ou realista? E se for este último, enquadra-se na versão platónica ou aristotélica?

Eterno Entorno

Dúvidas Existenciais (4)

No futuro, poderão as máquinas desenvolver Inteligência Artificial? E Estupidez Artificial? Poderá algum dia uma máquina alcançar o nível de Alberto João Jardim? E tornar-se Presidente do Governo Regional da Madeira?

Eterno Entorno

Uma adivinha

Qual é a coisa, qual é ela...


... que chega a casa
e NÃO pode por-se à janela ?

A resposta está escondida algures neste post. Prémios para quem a descobrir...


É a mónada, porque não tem janelas de comunicação com o mundo . Hahahahaha ha ha ha ha

Dúvidas Existenciais (3)

Onde é que se metalinguagem? No mesmo sítio onde se metafísica?

Eterno Entorno

Dúvidas Existenciais (2)

Se não há um deus acima de Deus, isso significa que Deus é ateu?

Eterno Entorno

Grandes Pensadores Portugueses

É um lugar comum afirmar que em Portugal não há filósofos nem pensadores. Que o país é avesso às coisas do intelecto. Pois bem, chegou a altura de desmistificar tal preconceito. Tais invectivas são de todo incorrectas, isto apesar de Pedro Santana Lopes ter sido Primeiro-Ministro. O problema está no facto de os maiores pensadores lusos se encontrarem em áreas à partida pouco pertinentes, filosoficamente falando.
Quais são então os maiores pensadores da nação? Fernando e José Gil? Não! Eduardo Lourenço e Vasco Pulido Valente? Jamais! José Barata-Moura e Joaquim Cerqueira-Gonçalves? Mas estão loucos ou quê?!?! A pequena lista que se segue revela então alguns dos nossos grandes intelectuais:

Artur Jorge - Licenciado em Filosofia, mostrou ser um herdeiro notável das teorias heraclitiana e hegeliana no que toca à harmonia dos contrários. Para a posteridade ficará sem dúvida um conceito por si cunhado e promovido, o "Benfica à Porto". Nesta simples ideia reside todo o vigor do seu pensamento, que hoje em dia já tem alguns discípulos fervorosos, como é o caso de José Veiga. Artur Jorge é, pois, um pensador original, que ademais não se furtou a cultivar um interessante bigode nietzscheano.

José Peseiro - Mais uma figura proveniente do mundo do futebol. Peseiro é um analítico de primeira água, como de resto comprovam as transmissões televisivas dos jogos do Sporting. Aí, qualquer espectador pode contactar com a forma superior do pensamento peseiriano: o grande destaque vai para as famosas derivações lógicas realizadas na defesa do Sporting (ainda temos na memória aquele genial Modus Ponens feito entre Beto e Polga no encontro que opôs a equipa leonina ao poderoso Newcastle de Inglaterra, liderado pelo filósofo Souness, da escola relativista de Liverpool). Mas Peseiro é também conhecido pelas suas incursões metalinguísticas, fruto da implementação da "linguistic turn" no balneário sportinguista: todos os amantes da filosofia recordam certamente aqueles brilhantes momentos em que o mestre Peseiro se opôs, em regime de disputatio, aos seus discípulos Rochemback, Polga, Hugo Viana, Sá Pinto e Douala.

Rui Unas - O filósofo kitsch. Unas é herdeiro da escola hedonista, mas adopta igualmente alguns princípios da filosofia cínica. A primeira é verificável através dos seus inflamados discursos em favor da prostituição; os segundos aparecem regularmente nos seus comentários ao espalhafatoso modo-de-viver gay. Rui Unas encontra-se neste momento em fase de finalização de duas obras: Putas de Todo o Mundo, Uni-vos e Vinde Ter Comigo e Porque Colocam os Gays Tanto Perfume. Obras certamente polémicas, que demonstram estarmos perante um pensador que é tudo menos asséptico e, além disso, não usa preservativo.

Eterno Entorno

Dúvidas Existenciais (1)

A História do Pensamento tem sido sempre marcada por certas dúvidas atormentadoras, para as quais muitos ainda hoje buscam respostas: "De onde vimos?", "Para onde vamos?", "Deus existe?", "O Mundo é eterno?", "Há vida para além da morte?". Enfim, bacoradas deste género.
Pessoalmente, as dúvidas que me incomodam são de uma natureza, digamos, mais prosaica. Prometo partilhá-las convosco de quando em vez. Aqui fica a primeira:

Haverá jogos de futebol entre o céu e o inferno? Nesse caso, quem será o árbitro?

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segunda-feira, junho 27, 2005

Ensaios Filosóficos Nunca Escritos

A todos nós já passaram teses pela cabeça mas que, por uma razão ou outra, não fomos capazes de desenvolver ou de colocar no papel. A mim isso está sucessivamente a acontecer. Tenho milhares de teses à espera de serem trabalhadas, as quais dariam para doutoramentos em todas as Universidades de Filosofia espalhadas pelo mundo e pelo Burkhina Faso. Como são ideias a mais, decidi partilhá-las convosco; talvez alguém deseje continuar o meu trabalho. Se assim for, falem comigo e eu dar-vos-ei todas as notas que por aqui tenho. Aqui ficam alguns dos meus projectos (infelizmente) abandonados:

A Função da Dúvida Metódica Cartesiana no Meio Campo do Sporting ao Longo da Época 2004/2005.

Ironia Socrática nos Discursos de Alberto João Jardim.

"A Puta Continua": Utopia Marxista-Leninista nos Videos de Paris Hilton.

"Deixai Vir a Mim as Criancinhas" - A Herança Cristã na Obra de Jorge Ritto.

A Influência do Bigode de Nietzsche nas Convulsões Pré-Grande Guerra.

Fenomenologia do Peito Segundo Alexandra Lencastre.
Tomo I - O Seio Direito; Tomo II - O Seio Esquerdo; Tomo III - Ambos os Seios ao Mesmo Tempo.

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Festival Eurovisão da Filosofia

Porque é que não existe, à semelhança do Festival Eurovisão da canção, um programa/espectáculo sobre Filosofia? Imaginem só: filósofos de vários países europeus seriam convidados a expor as suas ideias perante um júri, um público e uma larga audiência televisiva. Parece que já estou a ver: após a prestação dos diversos concorrentes, o júri avaliava as filosofias de cada um. Como seria interessante assistir aos habituas "Netherlands, twelve points", "Pays Bas, douze points", "Holanda, doze pontos", aplicados desta vez a teses de mestrado e doutoramento provenientes de várias nações. Como seria enriquecedor observar o programa junto com a família em frente do televisor e exclamar "Oh, qual será a pontuação daquela jovem neo-kantiana da Eslovénia?" ou mesmo "Não gostei nada da tese portuguesa. É todos os anos a mesma fantochada. As pessoas já estão fartas da fenomenologia pós-heideggeriana".
Em suma, seria um programa útil (pois permitiria a divulgação de ideias que estariam votadas ao abandono), cosmopolita (diferentes nações e culturas estariam em contacto) e certamente bem sucedido a nível comercial, bastando para tal juntar um pouco de intriga à coisa, do género "Bah. Aposto que este ano ganha o alemão. Dizem que andou a dormir com o júri!". Deixo apenas uma sugestão: não coloquem o Eládio Clímaco como locutor da versão portuguesa, ok?

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O Maior de Todos

Axioma da Lógica Sportinguista:

"Se todos os filósofos são incompreendidos, então o José Peseiro é o maior de todos os filósofos"

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domingo, junho 26, 2005

O que possibilita a filosofia?

Estando por estes dias a ouvir alguns dos álbuns mais pesados e barulhentos da história da música (como aliás é meu timbre), não pude deixar de reflectir que são dois pólos opostos que possibilitam a música: o barulho e o silêncio. Assim, como num qualquer modelo pós-hegeliano, a música alcança-se através da osmose entre dois contrários.
Ora, transpondo este pensamento para a filosofia, o que será que a possibilita? A dialéctica entre a iluminação e a estupidez? Entre o pensamento sublime e a mera tautologia? De facto, ao contactarmos com as obras dos grandes filósofos, podemos apreciar a presença destas polaridades. O que é um texto filosófico senão uma composição que mescla frases profundas com outras aparentemente saídas de um discurso do Alberto João Jardim? Não acreditem em mim, façam vocês mesmos este exercício! Peguem em qualquer ensaio filosófico e divulguem as vossas próprias conclusões!

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Peter of Pan - o regresso do malandro

Venho informar o público em geral, que já se encontra à venda "Peter Of Pan - O BLOG". Disponível em K7, Super 8 e Cassetes BETA. Poderá revisitar os melhores momentos do maior Blog da história da humanidade, assim como um dos melhores, e porque não, O melhor programa infantil de sempre transmitido na Tv Pirata "Odivelas Onze da Noite"no decorrer do ano 1956. Poderá ainda apreciar os conteúdos exclusivos, dependendo do sistema que usar, e ter acesso aos bastidores do programa de rádio "Peter Of Pan e sus muchachitos e muchachitas", programa que fez as delícias de miúdos e graúdos do século passado. Apenas nos melhores estabelecimentos!
Aritocrates o Polvo Alado Magalhães -
Produções Filosóficas LDA.

Um blog para dominá-los a todos

Apraz-me verificar a notável estréia do blog peter of pan. Que bom. Finalmente a filosofia vai servir para alguma coisa. Finalmente os licenciados nesta ciência(?) vão mostrar que há mais coisas no mundo do que as ideias platónicas, o imperativo categórico ou mesmo o conatus. Sim, um novo espaço de debate nasceu. Sim, um novo mundo abre-se debaixo dos nossos pés. Hoje, o blog peter of pan. Amanhã, quem sabe? Peter of Pan, o DVD; Peter of Pan, o jogo de computador; Peter of Pan, o canal erótico com sexo grátis; Peter of Pan, a cueca transparente. Por outras palavras, hoje começa a luta pelo domínio do mundo virtual; no futuro, será nosso o mundo real (conotações platónicas à parte). Colegas, aqui fica a mensagem: UM BLOG PARA DOMINÁ-LOS A TODOS (de preferência, a "todas")!!!!!!

Eterno Entorno

sábado, junho 25, 2005

O Splash

Estive, nestes últimos minutos, a ler a obra completa de Charles Baudelaire. Tal como Baudelaire cunhou o slpeen, venho por este meio informar a comunidade que acabei de descobrir o splash. Além de me parecer um termo mais apropriado, tendo em conta o calor que se faz sentir por terras mais a sul de Lisboa ou a norte de Marrocos (afinal o relativismo geográfico ainda é válido nos dias que correm), este é um termo que faz perfeito sentido se tomarmos em conta o estado desta nossa nação (não, não estou a falar do Porto carago! Tou a falar daquele pedaço de terra que envolve a nação portista, também chamado por Portugal ou se quiserem, aquele sítio que fica ao lado de Espanha ). O splash veio para ficar e já foi ouvido a vários quilometros de distância. Sem dúvida que, neste preciso momento, criaturas de outros planetas estão a fazer apostas a ver quanto tempo levamos a afundar completamente.

Agathão
(primo em segundo grau do Dartacão)