segunda-feira, maio 05, 2008

Também quero ser candidato!

Acho que me vou candidatar à presidência do PSD. Pronto, agora deu-me para isto, que querem?! Mas há boas razões para o fazer. Elas são três:
Primeira, nenhum dos 5 candidatos até agora confirmados oferece confiança. Manuela Ferreira Leite foi ministra, em governos diferentes, da Educação e das Finanças e só fez porcaria em nas duas ocasiões, e além disso é feia como a morte; Pedro Passos Coelho tem um ar tão beto que poderia facilmente passar por militante do CDS/PP; Neto da Silva não é conhecido por ninguém, nem pela própria família; Patinha Antão tem o nome mais ridículo da política portuguesa (um diminutivo seguido de um aumentativo?!?!); já Pedro Santana Lopes... bem, é o Pedro Santana Lopes! Ao contrário destes 5 nomes, eu sim sou de confiança (vá, não se riam!), eu percebo de política, eu sou bonito, eu tenho um nome apelativo e carismático, eu tenho um ar simultaneamente chunga e distinto, sendo por isso capaz de cativar não só os analfabetos como também os intelectuais (duas classes que abundam no PSD, especialmente a primeira...) e eu sou conhecido nas mais variadas esferas da sociedade portuguesa, embora todas me tratem por "Tanis, o Maluco" - ainda tenho de trabalhar nisto...
Segunda, não tenho a mínima vontade nem necessidade de recorrer ao nome da maior vaca sagrada social-democrata: Sá Carneiro. Todos, mas TODOS os candidatos usam-no como argumento de autoridade, e eu pessoalmente acho estúpido andar sempre a convocar um morto só para servir de muleta a aspirações políticas. Às vezes, o PSD mais parece uma sessão espírita do que um partido político: "O Sá Carneiro disse isto", "O Sá Carneiro pediu que se fizesse aquilo", "Temos de honrar o espírito de Sá Carneiro", "Temos de seguir os ditames de Sá Carneiro", "Sá Carneiro estará sempre connosco", etc e tal. Já chega desta semântica, o PSD deve concentrar-se apenas no mundo dos vivos, e eu sou a pessoa ideal para o fazer porque, bom, porque também estou vivo e tenho ideias vivas, embora não saiba aonde se enfiaram elas (é que estão tão vivas que desatam logo a fugir, as malucas!).
Terceira, uma razão estritamente pessoal. Já estou farto de ser anarca, rebelde, revolucionário, sedicioso, defensor dos fracos e oprimidos, paladino dos direitos individuais e sociais, opositor da opressão, do despotismo e do patronato! Estas porcarias não dão tacho nenhum, e assim não pode ser, pois até eu preciso de ganhar a puta da vida! Se me candidatar à presidência do PSD, e ganhar (e sendo os militantes sociais-democratas tão tolos, isso é algo que pode perfeitamente acontecer), abre-se todo um novo caminho diante de mim: sacos azuis, tráfico de influências, peculatos, e muitas outras coisas divertidas que sempre desejei experimentar, mas nunca pude por culpa das minhas convicções político-morais. Quero passar para o outro lado e ver como é estar na linha da frente de um partido liberal. Quero fomentar e estimular o corporativismo ao invés do associativismo. Quero pôr o dinheiro à frente das pessoas, em particular à MINHA frente. Quero um dia ter a possibilidade de ser primeiro-ministro em vez de me limitar à condição de manifestante anónimo na avenida da Liberdade. Quero aparecer na assembleia da República, nos jornais e televisões. E quero, acima de tudo, chatear o Sócrates, e se alguém tem de o fazer, que seja eu, pois possuo enoooooorme experiência enquanto chato!
Portanto, se são militantes do PSD e vão estar no próximo congresso extraordinário, votem na minha moção. Vão ver como coloco a seta do partido a apontar na direcção certa! Obrigado!

Tanis

3 comentários:

Humberto Silva disse...

Só voto em ti se no teu programa de acção para o PSD figurar pelo menos 4 vezes a palavra "mamas".

Peter of Pan disse...

Figurará sim!




Em cada frase!




Prometo!

Ilda disse...

Ah, sim!?
Humm.... comoé que tu dizes? Depois a malta conversa, né?