Tenho acompanhado os distúrbios em Londres, e que agora se estenderam a outras localidades da Bifolândia. Quer dizer, "acompanhado" é capaz de ser um tanto ou quanto excessivo, uma vez que me limito, entre uma bejeca e um copo de vinho, a ver umas merdas na televisão, e essas merdas incluem quase sempre uns tipos a partir as montras de lojas e a vir de lá de dentro com uns 10 a 15 plasmas debaixo do braço.
O que, após visualizar tais imagens, me interessa é perceber se há ou não razões para esses actos de vandalismo e furto ou, como diria e muito bem o deputado socialista Ricardo Rodrigues, "tomar posse". Alguns indicam que as causas dos distúrbios estão na morte, às mãos da bófia bife, de um homem. Outros dizem que tudo se deve à falta de perspectivas de vida dos jovens residentes nos bairros pobres, mas eu acho isso estúpido, a não ser que roubar um plasma ou um iPad seja um sinal de "falta de perspectiva de vida". Quem não tem perspectivas de vida vai roubar um pão, uma garrafa de água, uma feijoada à transmontana ou, no caso inglês, um fish and chips, não anda cá agora a furtar gadgets. Excepto, claro, se o furto desses gadgets servir para revolucionar a cozinha britânica, que anda bem precisada disso, acrescente-se.
A legitimidade para a violência cometida parece, pois, não existir. Onde estão as razões nobres que justificam os atentados à propriedade? Em lado nenhum, a meu ver. Não vi, ainda, nenhum inglês a incendiar um carro descontente que está com as últimas derrotas do Sporting, isso sim uma razão substantiva. Não vi, outrossim, calhaus atirados contra a polícia devido ao excesso de programas com gordos nas televisões de todo o mundo. E não vi, igualmente, protestos nas ruas seguidos das inevitáveis altercações físicas debaixo do motivo, validíssimo diga-se, de "queremos uma página do Facebook só para mamas". Tudo isto seriam, sem dúvida, causas pelas quais valeria a pena lutar, partir merdas, espatifar casas, enfim, essas coisas de que os jovens tanto gostam. Mas os jovens ingleses não são assim, andam à porrada por razões de caracácá, e isso traz a consequência terrível, tão estudada por ilustres académicos, da banalização da violência, que é o que acontece quando não há razões legítimas. E isto, mais do que tudo o resto, é o que verdadeiramente dói quando vejo os confrontos em terras de Sua Majestade.
O que, após visualizar tais imagens, me interessa é perceber se há ou não razões para esses actos de vandalismo e furto ou, como diria e muito bem o deputado socialista Ricardo Rodrigues, "tomar posse". Alguns indicam que as causas dos distúrbios estão na morte, às mãos da bófia bife, de um homem. Outros dizem que tudo se deve à falta de perspectivas de vida dos jovens residentes nos bairros pobres, mas eu acho isso estúpido, a não ser que roubar um plasma ou um iPad seja um sinal de "falta de perspectiva de vida". Quem não tem perspectivas de vida vai roubar um pão, uma garrafa de água, uma feijoada à transmontana ou, no caso inglês, um fish and chips, não anda cá agora a furtar gadgets. Excepto, claro, se o furto desses gadgets servir para revolucionar a cozinha britânica, que anda bem precisada disso, acrescente-se.
A legitimidade para a violência cometida parece, pois, não existir. Onde estão as razões nobres que justificam os atentados à propriedade? Em lado nenhum, a meu ver. Não vi, ainda, nenhum inglês a incendiar um carro descontente que está com as últimas derrotas do Sporting, isso sim uma razão substantiva. Não vi, outrossim, calhaus atirados contra a polícia devido ao excesso de programas com gordos nas televisões de todo o mundo. E não vi, igualmente, protestos nas ruas seguidos das inevitáveis altercações físicas debaixo do motivo, validíssimo diga-se, de "queremos uma página do Facebook só para mamas". Tudo isto seriam, sem dúvida, causas pelas quais valeria a pena lutar, partir merdas, espatifar casas, enfim, essas coisas de que os jovens tanto gostam. Mas os jovens ingleses não são assim, andam à porrada por razões de caracácá, e isso traz a consequência terrível, tão estudada por ilustres académicos, da banalização da violência, que é o que acontece quando não há razões legítimas. E isto, mais do que tudo o resto, é o que verdadeiramente dói quando vejo os confrontos em terras de Sua Majestade.
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