quinta-feira, junho 26, 2014

Uma breve análise de cervejas paneleiras

Parece que veio para ficar a moda das cervejas paneleiras. E o que é uma cerveja paneleira, perguntam vocês, meus mariconços?!

Pois bem: uma cerveja paneleira é uma cerveja que sofreu mudanças no seu sabor natural por causa da adição de uma outra substância, alimento ou ingrediente, tal como um paneleiro é, segundo o mais fundamentalista dos fundamentalistas anti-gay, um homem normal que sofreu mudanças na sua masculinidade por causa da adição de qualquer coisa, normalmente um bruto exemplar peniano pelo cu acima.

Bom, mas deixemo-nos de antropologias e passemos à análise propriamente dita das cervejas paneleiras. Já aqui falei da experiência falhada que foi unir chocolate à cerveja: numa manobra frankeinsteiniana, a Sagres criou esse monstro que, tal como aquele saído da obra da Mary Shelley, por mais boas que fossem intenções na origem do projecto, as consequências acabam por ser trágicas. A cerveja com chocolate era uma bela bosta, fim da história.

Mas vejamos outras cervejas paneleiras. É a aposta certeira? Sim, não, talvez? É aqui que entra Peter of Pan, o degustador. Vamos lá então.

Cerveja paneleira #1: Cerveja com tequila.

É quase um contra-senso categorizar de paneleira uma bebida que tem machismo multiplicado por 2. A cerveja é, já de si, uma bebida máscula. A tequila, então, tem mais testosterona do que um exército de Dannys Trejos. A união de cerveja e tequila numa bebida engarrafada comercializável deveria, pois, ser proíbida por conter demasiada masculinidade por gota. Mas não. Tal como a imagem de macho man é utilizada pela cultura gay (olhem os Village People, meus rabichos), a cerveja com tequila, ao querer ser tão máscula, na verdade não consegue ser mais do que uma cerveja rabichona, ficando longe da aceitável - porque controlada nos verdadeiros limites da macheza - masculinidade de cerveja e tequila quando isoladas. É que cerveja é de homem, e tequila é de homem, mas cerveja com tequila já é um cocktail, e um cocktail, excepção feita aos molotov, é bebida de maricas!

Vamos ao que interessa, no entanto. É a bebida boa?! Pá, é! Não tem o sabor amargo forte da cerveja, nem faz crescer pêlos no peito como a tequila à séria, mas desce bem. Sendo assim, o meu vaticínio é:
Cerveja com tequila: Sabor: 8/10. Paneleirice: 8/10. Recomendada para quando se está com vontade de rever a Conchita Wurst na televisão.

Cerveja paneleira #2: Cerveja com lima e gengibre.

Porra, misturar lima e gengibre numa cerveja? Mas que atentado paneleireco à bejeca é este?! Esta merda não mereceria desde logo uma condenação pelas Nações Unidas?! Se se começa a pôr lima e gengibre na cerveja, o que impede este mundo de descer a ladeira da moralidade e, sei lá, acabar a baptizar hospitais e escolas com os nomes de Pedro Passos Coelho e Paulo Portas? Quando se comercializa cerveja com lima e gengibre, não é caso para perguntar se o relativismo não terá ido longe demais? É isto que queremos na sociedade? Lima e gengibre nas nossas cervejas tradicionalmente feitas à base de cevada? Milhares de anos a produzir cerveja sempre com os mesmos princípios, com resultados testados, e agora enfia-se nesse autêntico néctar o sabor (paneleiro) da lima e do gengibre?!? Mas está tudo doido? Já agora, o Jorge Jesus é mais loquaz do que o Vitorino Nemésio, querem ver?

Moralmente, estou contra esta mistura, que significa, na minha óptica, a vitória completa do nihilismo. Mas, mais uma vez, este post destina-se à apreciação estética da bebida. E essa é:
Cerveja com lima e gengibre: Sabor 8,5/10. Paneleirice 10/10. Pois é. Esta coisa abichanada, esquisita e eticamente recriminável, até sabe bem. Recomendada para quando se tem saudades de ouvir a Careless Whisper enquanto se recorda aquele nosso colega do secundário que jogava sempre à bola connosco e tinha um pénis bem comprido, maior do que o nosso.

Cerveja paneleira #3. Cerveja com limão.

Esta bebida já está há alguns meses entre nós. Não constitui, portanto, nenhuma surpresa, acredito, o seu sabor para vocês, meus rabilóides de um raio. Ainda assim, esta cerveja merece-me algumas palavras.
Sou fã de primeira hora. Acho que é uma paneleirice que funciona muito bem, tal como os filmes do Pedro Almodovar. O limão, menos paneleiro do que a lima (porra, a lima não passa de um limão bicha...), confere à cerveja um sabor forte, como se estivéssemos a ser sodomizados pelo Pepe. Já experimentei várias marcas de cerveja com limão, também chamada Radler, e gostei de todas (com pequenas desigualdades entre as marcas, mas não vamos ser picuinhas ao ponto de discriminar tudo. Porque discriminar, como deveriam saber os anti-gay, é uma actividade bué paneleira). Sou, portanto, o equivalente ao gajo que na prisão acaba por estar sempre a apanhar o sabonete e a rodar por todos (com pequenas desigualdades entre os prisioneiros, mas não vamos ser... iá, já sabem o resto). Votação:
Cerveja com limão (Radler): Sabor: 9,5/10. Paneleirice: 8,5/10. Perfeita para aqueles momentos em que querem levar com algo fresco pela garganta abaixo, mas ao vosso companheiro não lhe apetece mergulhar o órgão viril em gelo.

E pronto, foi esta a minha análise de algumas cervejas paneleiras que estão no mercado. Claro que podem sempre optar pela cerveja verdadeira, mas como é que se costuma dizer dos homossexuais? Quem experimenta já não quer outra coisa, não é isso que se alega?

Até à próxima e bebam muito.

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