terça-feira, julho 22, 2008

Mariquices da Bola

Os jogos de futebol entre amigos já não são como eram dantes. Lembro-me daqueles tempos (bons tempos… oh, que saudades!) em que a vida de um jovem do sexo masculino era feita só e apenas tendo em vista esse objecto redondo que desperta tantas paixões: a bola (ah, atenção: se estavam à espera que eu dissesse “a mama”, é melhor deixarem de ler o que se segue. É que vou mesmo falar de futebol!). Naquela época, um tipo só pensava na bola. Gajas?! Ó pá, as gajas só davam chatices (e ainda dão) e nem sequer rebolavam lá muito bem quando se lhes dava um chute, a não ser que fossem gordinhas. Carros?! A única utilidade que víamos nos carros era demorarmos menos tempo em deslocações para os jogos. Dinheiro?! Só se fosse para comprarmos o maior número possível de bolas, assim como ténis e/ou chuteiras, pois jogávamos tanta vez que um par desse calçado possuía uma vida útil de, no máximo, 3 dias, isto se os encontros se disputassem em relvado; quando eram no meio da rua, quer dizer, no alcatrão, duravam com um bocado de sorte cerca de duas horas e meia.
Não, nada se superiorizava à bola e àquilo que fazíamos com ela. Nós bebíamos, comíamos e respirávamos futebol: era de dia, tarde, e noite, chovesse ou fizesse sol, fosse onde fosse e com quem fosse. Bola era bola.

Mas, e agora? Agora, infelizmente, os tempos são mesmo outros. Já não existe aquela galhardia de antanho. Hoje em dia, os jogos entre amigos são autênticas sessões de insipidez e covardia. Aquela joie-de-vivre que se observava facilmente em qualquer desafio foi-se. A bola deixou de ser, lamentavelmente, uma prioridade. Os interesses do pessoal agora são outros: família (pffff…), mulher e/ou namorada e/ou amante e/ou gaja-que-estamos-a-tentar-engatar-no-bar-de-alterne-lá-do-bairro, emprego, casa, automóvel, etc. Tudo se impõe, no presente, ao pontapé na redondinha.
Cito-vos só um caso, verdadeiramente sintomático. Dantes, a malta ia em grupo para a praia, mas NÃO era para ir ao banho, NÃO era para se bronzear, NÃO era para ficar a galar as gajas em bikini ou topless: era para jogar à bola. Sim, nós íamos, aos magotes, para a praia no intuito de disputar acirrados encontros, arriscando-nos briosamente a ficar com areia nas partes ou mesmo, por vezes, a invadir a nossa região anal (“Ui, tão bom”, diziam alguns amigos meus quando isso sucedia, mas eu não, porque sou muito homem, embora confesse que uma vez caí de cu e enfiou-se-me um búzio pelo ânus acima, e até nem me soube mal…).

Só que hoje já não se fazem compinchas assim. No caso, bastante remoto, de conseguir angariar gente suficiente que se digne a dar uns meros pontapés na bola, o desenvolvimento da coisa revela-se desastroso: passados meros cinco minutos após o início do desafio (e continuo com o exemplo da praia, mas há outros semelhantes em localizações diferentes), há sempre um choninhas que se lembra de dizer “Ai, já chega deste jogo, estou tão cansado… vou antes passar o protector solar pelo corpo e bronzear-me um bocadinho, depois sigo até à água para mandar um mergulho, e aproveito para passar por aquele chapéu-de-sol, porque está lá uma gaja com um par de tetas que até assusta!”.

E pronto, hoje em dia é sempre assim, já ninguém quer saber das futeboladas. Cambada de maricas…

3 comentários:

Ilda disse...

Tás mm velhote!!! Tanta nostalgia neste post!!!

Rita disse...

O que pr'ái vai!!! Já não há rapaziada para jogar à bola??? Coitadinho do Peter não tem amiguinhos também se te pões muitas vezes a ouvir New Kids on the Block estás lixado...
Jokas

Gabriela disse...

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades...
mas não desistas. Olha, faz uma equipa de mulheres. Como é original, de certeza k vão alinhar ctg!
bjs