quinta-feira, fevereiro 02, 2012

Reflexões a frio


Agora que estamos a atravessar uma vaga de frio, e se anuncia uma descida ainda mais acentuada das temperaturas para os próximos dias, é altura de começarmos a pensar nas consequências de um inverno rigoroso. E, para mim, só há uma consequência que vale a pena destacar: em termos de frio, começamos a aproximar-nos do resto da Europa. Durante muito tempo, andámos, gabarolas, a elogiar o nosso clima ameno, enquanto os tipos no resto da Europa, principalmente no norte, rapavam um griso do caraças. Esquecíamo-nos, contudo, de que nessas zonas havia e há frio, mas também havia e há boas condições de vida, bons salários, bons governantes, boas gajas, bom tudo o resto. E talvez, julgo eu, as coisas estejam relacionadas... E talvez, digo eu, se o frio aumentar cá na Lusitânia, talvez a produtividade do trabalhador médio português aumente, pois ele não só terá trabalhar, como terá de trabalhar mais para aquecer.

Não, esperem lá... trabalhar para aquecer?! Com os nossos salários, com o nosso custo de vida, com as nosso patronato acéfalo, com os nossos contractos colectivos, trabalhar para aquecer já é o que fazemos desde 1141. Ó pá, sendo assim, p'ró caraças mais o frio!...

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