terça-feira, outubro 23, 2012

O Peter of Pan entrevista a Morte

Mais uma grande entrevista aqui no blogue. Hoje, com a Grande Ceifeira.

Morte, obrigado por ter aceite este convite. Sei que a sua agenda é bastante preenchida. E deixe-me dizer que está com muito bom aspecto, não parece nada ter mais de 4 mil milhões de anos!
Ah, que simpático. Só por causa disso, quando chegar a tua vez, vou dar uma volta só para teres mais um bocadinho de tempo.

Morte, podemos precisamente começar por aí. Como é feita a selecção? Quando é que a Morte sabe que chegou a hora de alguém?
Bom, isto é um processo que tem evoluído, percebe? No princípio, usava uma tômbola com os nomes de todas as pessoas vivas lá dentro. Bastava girar e tirar um papelinho para saber quem iria morrer. Depois eu vinha cá abaixo e levava a pessoa. Mas agora é tudo feito informaticamente. Tenho um algoritmo feito por uma empresa informática contratada em regime de outsorcing que substitui o método da tômbola. É tudo mais rápido e prático e tenho logo acesso a partir do meu telemóvel, se quiser.

Morte, mas a pergunta que carece de resposta é: porquê? Por que é preciso esse esquema? Por que as pessoas têm de morrer?
Meu caro, tem tudo a ver com o equilíbrio cósmico. O Universo seria insustentável se ninguém morresse. Imagine que ninguém tinha morrido desde o início da vida humana na Terra. Já imaginou as consequências?

Sim, compreendo o sistema, mas o que eu queria saber é o porquê das injustiças. Por que pessoas execráveis duram mais do que deveriam? Olhe o Alberto João Jardim!
Ah, mas eu nada tenho a ver com isso. O meu sistema não faz juízos de valor. É puramente aleatório. Se fosse eu a decidir quem vive e quem morre, as coisas seriam muito diferentes. Mas dar-me-ia muito trabalho. Daí o método da tômbola e do algoritmo. É para poupar esforços. A minha vida não é só isto, sabe?! Tenho a minha vida pessoal, gosto de me divertir, viajar, namorar, ir às compras, enfim, tudo aquilo que uma entidade cósmica aprecia fazer nos seus tempos livres.

Ó Morte, mas olhe que às vezes parece haver ali um dedinho malicioso nas selecções, em vez de apenas sorte. O caso do Sporting é paradigmático. Ninguém me tira da ideia de que a morte do Sporting aconteceu por vontade de alguém!
Está enganado. Não há qualquer voluntarismo por detrás da selecção. É tudo aleatório. E o Sporting não está morto.

Não?
Não. Está apenas a passar por um período de maior turbulência, mas não está morto. Eu não recebi nenhum aviso com o nome do Sporting, portanto...

...portanto o Sporting vai recuperar! Ainda vamos ganhar tudo! Ainda podemos ganhar a Liga dos Campeões!
Não seja parvo!

Desculpe, Morte, empolguei-me. Gostaria agora de fazer consigo um pequeno exercício, antes de terminarmos. Vou dar-lhe duas alternativas, e a Morte escolhe aquela de que mais gosta. É uma coisa engraçada de fazer com os entrevistados. Posso começar?
Vamos a isso.

Pastilha elástica ou rebuçado?
Pastilha elástica.

Cristiano Ronaldo ou Leo Messi?
Messi.

PSD ou PS?
Nulo.

Macintosh ou Windows?
Macintosh.

Pepsi ou Coca-Cola?
Capri-sonne.

Vaginal ou anal?
Hã?

Vaginal ou anal?
Ora essa. Uma senhora com a minha idade não revela essas coisas.

Vá lá...
Está bem. Ambos. Ao mesmo tempo.

Maluca... Bom, obrigado, Morte. E é tudo. Quer deixar uma mensagem aos nossos leitores?
Só esta: podem fazer o que quiserem na vida, mas no final, todos vocês hão-de levar comigo. Hão-de morrer e ficar bem mortos. Ninguém fica cá. Portanto, mantenham o sorriso.



1 comentário:

R. Vieira disse...

Cara você é demais!
Adorei!