Tenho uma némesis. Uma némesis que, na verdade, não é uma mas duas: chinelos havaianas. Não gosto, não me adapto, não quero. Vai daí, a minha gaja, que sabe que eu não gosto, não me adapto e não quero chinelos havaianas, comprou-me o quê?, uma lancheira? Não! Uma garrafa de vodka? Também não! O último cd de Megadeth?! Não e não! O que me comprou, então?! Pois, comprou-me um par de chinelos havaianas... Depois venham cá falar-me em compreensão e diálogo entre um casal...
As razões por que eu não gosto, não me adapto e não quero chinelos havaianas são simples. Uma, são feios. Duas, aquela tirinha que separa o dedão dos outros dedos do pé, além de feia, é estúpida, porca e má. Aleija-me e provoca-me ferida no pé. E não dá jeito nenhum, caramba: à conta dessa tirinha parva (quem inventou estes chinelos só podia ser um sádico, de certeza!), demoro em média 10 minutos a calçar cada chanata, o que é particularmente chato quando quero ir à casa de banho durante a noite. Portanto, é um chinelo muito pouco funcional.
Mas a gaja não compreende isto. Para ela, não é normal um tipo ser normal, e o normal é um tipo não querer chinelos havaianas. Na óptica dela, estes chinelos são adequados a qualquer pessoa; na minha óptica, a que está coberta de razão e bom senso, estes chinelos são adequados a qualquer pessoa sim, desde que essa qualquer pessoa possua uma grave deficiência nos pés ou pura e simplesmente não tenha dedos nos mesmos.
"Ah, mas são ideais para levares à praia", insiste ela, ainda surpreendida pela minha falta de coordenação no uso dos chinelos. Na verdade, eu estaria mais bem servido com umas barbatanas. As quais, acrescento, seriam essas sim ideais para levar à praia. Como é que algo com o qual mal consigo andar pode ser "ideal" para ir onde quer que seja?!?!
Eu sei que a cavalo dado não se olha o dente, e os meus chinelos velhos estão tão espatifados e esburacados que eu já os baptizei como "o meu portugal esquerdo e o meu portugal direito". Mas a minha gaja precisava mesmo de me entalar (e este é o verbo certo, aqui) com um par de chinelos havaianas?!?! Começo agora a perceber aqueles teóricos, e por teóricos refiro-me aos meus amigos que se emborcam de cerveja e vinho e começam a debitar umas larachas, que associam o casamento às tragédias gregas...
Até amanhã, se os meus pés deixarem.
Mas a gaja não compreende isto. Para ela, não é normal um tipo ser normal, e o normal é um tipo não querer chinelos havaianas. Na óptica dela, estes chinelos são adequados a qualquer pessoa; na minha óptica, a que está coberta de razão e bom senso, estes chinelos são adequados a qualquer pessoa sim, desde que essa qualquer pessoa possua uma grave deficiência nos pés ou pura e simplesmente não tenha dedos nos mesmos.
"Ah, mas são ideais para levares à praia", insiste ela, ainda surpreendida pela minha falta de coordenação no uso dos chinelos. Na verdade, eu estaria mais bem servido com umas barbatanas. As quais, acrescento, seriam essas sim ideais para levar à praia. Como é que algo com o qual mal consigo andar pode ser "ideal" para ir onde quer que seja?!?!
Eu sei que a cavalo dado não se olha o dente, e os meus chinelos velhos estão tão espatifados e esburacados que eu já os baptizei como "o meu portugal esquerdo e o meu portugal direito". Mas a minha gaja precisava mesmo de me entalar (e este é o verbo certo, aqui) com um par de chinelos havaianas?!?! Começo agora a perceber aqueles teóricos, e por teóricos refiro-me aos meus amigos que se emborcam de cerveja e vinho e começam a debitar umas larachas, que associam o casamento às tragédias gregas...
Até amanhã, se os meus pés deixarem.
1 comentário:
Cala-te e usa-os!!!
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