segunda-feira, setembro 15, 2014

Conversa entre duas tipas no comboio

Como me esqueci de carregar o leitor mp3 ("estúpido", digo de mim para mim), não tive alternativa senão apanhar com os diálogos matutinos na viagem de comboio. Um, em particular, pela proximidade das dialogantes em relação ao meu sossegado lugar, e pelo assunto em causa, prendeu-me a atenção. Duas raparigas, na casa dos vintes-e-muitos, uma delas casada e a outra, aparentemente, não, falavam da sua existência mundana. Quer dizer: a casada falava; a não casada sobretudo escutava. Pormenores para aqui, pormenores para ali, a casada sai-se com esta: "ai, eu tenho muito trabalho em casa, estou sempre a fazer alguma coisa, o que vale é que o meu marido não é como os outros e ajuda-me muito. Ele lava-me a loiça uma vez por semana!".

Não percebi a gabarolice, confesso. Então a rapariga estava toda contente porque o respectivo esposo a ajuda em casa? Óptimo, acho muito bem! Mas a única coisa que o dito cujo faz é lavar a loiça?!?! Uma vez (UMA VEZ!!!) por semana?!?!?! E a tipa fica satisfeita?!? Isto é "ajudar muito"?!?!?!

Armar-me ao pingarelho é algo que está fora dos meus planos, até porque não considero o trabalho doméstico como motivo para qualquer pessoa se armar, mas chiça: eu lavo a loiça praticamente todos os dias. Arrumo-a. Faço comida. Limpo o pó e lavo o chão. Despejo o lixo. Faço a cama. Arrumo a roupa. Também (embora com menos frequência) aspiro, varro, passo a ferro. Etc!

Se a gaja do comboio fosse casada comigo, faria o quê? Erigia-me uma estátua, possivelmente...

Há exemplares do sexo feminino que mereciam viver num país muçulmano!

(E qual o comentário que a minha gaja fará quando ler este post?! Este: "Pffff! Devias fazer muitas mais coisas em casa". É assim. Cada um é para o que nasce...)

1 comentário:

Ilda disse...

Só o li agora... mas que direi eu? Do que não se pode falar o melhor é ficar em silêncio...