segunda-feira, janeiro 05, 2009

Lúcidos comentários acerca de Bowfinger, o filme

O fim-de-semana trouxe vários temas interessantes, que poderiam estar a ser hoje alvo de análise aqui neste estaminé. Por exemplo, a derrota do Benfica frente ao último classificado da liga portuguesa (ainda me estou a rir!...), ou a mania que israelitas e palestinianos têm em andar sempre às turras (olha a novidade!...). Mas não é destes que vou falar. Vou falar, isso sim, do prazer que tive em rever, este sábado, o filme Bowfinger, com Steve Martin e Eddie Murphy.

Sim, é verdade. Steve Martin e Eddie Murphy. Normalmente, um filme com Steve Martin assusta e afugenta qualquer um preocupado com a sua saúde mental. Se àquele somarmos o Eddie Murphy, a coisa toma ares de catástrofe. Qual a probabilidade que um filme cujos actores principais são aqueles dois canastrões tem de ser bom? Talvez 0,0000000001%. Ou menos. A mesma probabilidade, mais coisa menos coisa, de o Santana Lopes vir a ser presidente da República.

O título da tradução portuguesa também não ajuda. Bowfinger foi estranhamente vertido para O Sem-Vergonha, o que faz pensar que o filme trata de algum presidente de câmara ou de algum dirigente desportivo. Afinal, não é nada disso: a história percorre as tentativas que Bowfinger (Steve Martin), um produtor falhado, faz para singrar em Hollywood, à custa de expedientes mais ou menos ilícitos (bom, afinal não está assim tão longe dos presidentes de câmara e dos dirigentes desportivos...), como por exemplo utilizar os préstimos do action hero Kit Ramsey (Eddie Murphy), sem o conhecimento deste.

O filme é engraçado porque, ao contrário dos outros filmes em que surgem estes dois actores, utiliza um humor simultaneamente xunga e inteligente. Contrasenso? Só na aparência, porque é perfeitamente possível ser-se xunga e inteligente. Este blogue é a prova disso mesmo, caralho!! Outra qualidade do filme é ser irónico: Steve Martin, que também escreveu o guião, deve ter aprendido tudo com a Manuela Ferreira Leite. Mais: o filme usa a melhor das ironias, que é a auto-ironia. Brinca consigo próprio, com a vida em Hollywood (a glosa a Tom Cruise e à Cientologia é demasiado evidente no facto de Kit Ramsey pertencer a uma seita, a Mindhead), com os sonhos dos pacóvios que querem ser actores, com a frivolidade de alguns filmes (o filme que a equipa de Bowfinger faz chama-se Chubby Rain - provavelmente o título mais ridículo de sempre, a que se soma a catchphrase mais bacoca jamais vista no grande ecrã desde o célebre "you're the disease, I'm the cure" do Cobra de Stallone: "Gotcha, suckers!"), mas ao mesmo tempo não abandona aquela noção romântica da arte, pois com um pouco de esforço e de criatividade, consegue fazer-se um filme.

E falta o principal, a cereja no topo do bolo. Entra a Heather Graham, uma das mais belas actrizes do mundo. E com ela, entram as suas foderosíssimas mamas, embora não apareçam desnudadas para o espectador. Uma pena, porém não é por isso que o filme perde pontos (pronto, perde alguns, mas não tantos assim. É que os vestidinhos da Heather não deixam muito espaço à imaginação... nham, nham!).

Portanto, se não viram o filme quando ele passou nas salas de cinema, no ano de 1999, julgo, aluguem-no ou comprem o dvd. Ou saquem-no. Vale a pena, nem que seja só para poderem dizer aos vossos amigos que viram um filme giro em que entravam o Eddie Murphy e o Steve Martin. Eles não vão acreditar, e vocês sempre podem divertir-se a tentar-lhes explicar o porquê de ser verdade!

1 comentário:

Ilda disse...

Sim, tb aconselho,especialmente se tiverem problemas de sono! Eu, assim tipo, 15 minutos depois já ressonava!!!