quarta-feira, maio 05, 2010

Fazer muito com pouco: as lições do futebol


Aqueles que se têm preocupado em ler os meus posts chatos dos últimos dias verificaram que tenho falado recorrentemente da questão de sabermos jogar com aquilo que temos e de não precisarmos de grandes parafernálias para fazermos a festa. O Bruno Nogueira, na minha óptica, consegue fazer melhor que o Herman não dispondo, se calhar, nem de metade dos meios; os alucinados autores do Papá Wrestling conseguiram, em 8 minutos e meio, e sem financiamento público, realizar um filme que é superior aos restantes 99,9% de produção nacional, incluindo as fitas em que aparece a Cláudia Vieira.

E o futebol? Como é o futebol? Se há algo que esta época tem demonstrado é justamente aquilo que eu tenho vindo a sucessivamente repetir nos últimos posts: não precisamos de milhões quando temos criatividade e cabecinha! Ao aproximar-se a última jornada da Liga Portuguesa, verificamos que há dois clubes a disputar o título nacional: o Sporting Clube de Braga e aquele clube cujo nome não pode ser pronunciado. Qualquer pessoa, por menor número de neurónios que possua lá bem dentro da cavidade craniana, facilmente repara na quase abissal diferença entre estes dois clubes. O clube cujo nome não pode ser pronunciado tem 6 milhões de totós adeptos por detrás; o Braga não deve chegar aos 400 mil, e já estou a ser simpático. O clube cujo nome não pode ser pronunciado tem um orçamento gigantesco (não, não faço ideia de quanto é em milhões de euros. Mas deve ser muito); o Braga tem, em comparação, um orçamentozeco de uma carpintaria. O clube cujo nome não pode ser pronunciado reúne, na sua equipa, estrelas da craveira de um palhaço Saviola, de um cabrão Aimar, de um filho da puta Di Maria, de um peropompero d'um raio Javi Garcia, entre outros; o Braga não tem, descontando o frangueiro Eduardo, um único jogador que esteja numa selecção de topo.

Porém, e apesar do abismo que parece separar estes dois clubes, na tabela classificativa eles estão praticamente a par e par. E se, em vez de pegarmos no clube cujo nome não pode ser pronunciado, compararmos o Braga ao mega-hiper-super-re-fixe Sporting Clube de Portugal ou ao Grémio de Fruta do Norte, a coisa pia ainda mais fino. Tomara eu que o meu Sporting tivesse feito um campeonato à altura dos atletas da cidade dos arcebispos! Gastámos 10 milhões de euros só na reabertura do mercado e nem assim conseguimos melhor do que um irrelevante 4º lugar. E o Braga, alguém sabe quanto gastou, hmmm? Quase nada, e ainda levou uns valentes milhõezitos em troca do João Pereira. E o Grémio de Fruta do Norte? Além do mega-orçamento de que dispõe, ainda temos de contar com aquilo que é gasto a pagar putas fruta como suborno gesto de simpatia aos ladrões árbitros. Mas que lugar está a ocupar esta temporada, hã? Um 3º lugar (chupem, tripeiros)! E o Braga, tungas, o Braga está lá em cima a lutar pelo título, e se tudo correr bem na próxima jornada, os bracarenses ganham ao Nacional e o Rio Ave vem cá ao Estádio da Luz espetar uns dois secos na peida região traseira dos otários, aves raras, bestas com bigode, bêbedos, sodomitas, imbecis, mongolóides, janados lampiões.

Mais uma vez, a lição a retirar, e que fica à atenção de todos os governantes, passados, presentes e futuros, deste país é esta: vão-se foder. E também esta: quando não se pode ter muito, há que fazer o melhor possível com pouco. E muitas vezes, o melhor possível já é suficientemente bom. Algumas vezes, até, o melhor possível pode mesmo vir a ser o melhor efectível.

E tenho dito.

Até amanhã e não se esqueçam de torcer pelo Rio Ave.

4 comentários:

Cátia Gomes disse...

Deves ter mania, não?

Rio Ave, Rio Ave, Rio Ave!

AvoGi disse...

RIO AVE? Never, jamé. Benfica forever.

Rafeiro Perfumado disse...

Olha, mais um lagarto que deixou de falar do próprio clube. Não que eu ache mal, atendendo ao estado em que aquilo está...

artnis disse...

Como eu entendo o teu desvario.
Com um presidente da Direcção, que toca maracas para mongolóides e vos trata por CRETINOS, ANORMAIS e TERRORISTAS, não é para menos...!