Terminou há dias a conferência Rio+20, onde se discutiu, uma vez mais, a questão do combate às alterações climáticas, a aposta no desenvolvimento sustentável e coisas afins que os políticos gostam de lançar para os comunicados dos jornais, mas cuja practicidade é nula ou quase. Todavia, não é sobre a incapacidade dos políticos em resolver problemas prementes que me quero debruçar. Isso são feijões, todos nós já percebemos que os políticos são uns incapazes. O que me toca é outra coisa. Quer dizer, nada me toca, não estou a ser assediado nem nada. O assunto que me preocupa (ah, assim sim!) é que é outro. E esse é: por que é que quase todos os pingarelhos ambientalistas são freaks da pior espécie?!? Não sei se viram a reportagem sobre a dita conferência; no final, quando eram apresentadas as conclusões, alguns ambientalistas, indignados (com razão!) pela falta de coragem manifestada pelos decisores, resolveram boicotar a coisa através de gritos de protestos. Mas, em lugar de gritarem algo com um mínimo de inteligibilidade e racionalidade, puseram-se com freaquices do tipo "Basta! Queremos uma nova era de imaginação e poesia!"
"Uma nova era de imaginação e poesia"... Ora, pergunto-me eu: mas que raio de merda é esta?!? O que é que esta treta hippie tem a ver com a vontade de proteger o ambiente?! Acaso a floresta amazónica fica mais bem defendida se recitarmos uns versos do Pablo Neruda?! O degelo nos pólos é travado se fizermos uns desenhinhos abstractos?! Como é que os movimentos ambientalistas - que eu pessoalmente apoio - podem ser levados a sério se são vistos como os filhos bastardos da "galera" do peace and love?!? Como é que essa gente pode carregar a bandeira da causa ambiental? Gente que, além de exigir imaginação e poesia, gosta de andar sempre com o charro atrás, vê a natureza não como aquilo que é (formas de vida por direito próprio) e sim como manifestações de merdas sem sentido do género de "espíritos" ou "encarnações"?! Uma árvore é uma árvore, não é cá a manifestação de um espírito antigo. Um pardal é um pardal, não é cá a encarnação do vizinho do bisavô da prima do tipo que vive no 3º andar do prédio em frente. E é como árvore e como pardal que têm de ser defendidos, pois isto é que faz o ambiente: seres e espécies que são o que são, em vez de instrumentos antropomórficos. Essa malta no fundo só descredibiliza as reivindicações, mais do que justas, acerca de uma atitude diferente perante o planeta. Gajos que, em vez que abordarem o tema de forma racional e objectiva vêm antes pedir uma nova era de imaginação e poesia estão apenas a lixar a coisa. Um pouco como, há uns anos, uns freaks acéfalos armados em hippies da treta que davam pelo nome de Verde Eufémia (lembram-se destas améliazinhas? E do seu líder, o Gualter?!?) lixaram aquilo que poderia, de outro modo, ser um debate interessante sobre a questão dos alimentos transgénicos.
Enquanto a "frente armada" do ambientalismo for ocupada na sua esmagadora maioria pela malta do chulé, por aqueles que em vez de exigirem medidas concretas e exequíveis, andam a dançar nus e a pedir uma nova era de imaginação e poesia, estamos bem arranjados. Nós e, o que é pior, o ambiente. Haja alguém que lhes enfie um pouco de imaginação e poesia por aqueles cus acima. De preferência, com bastante dióxido de carbono à mistura, para ver se deixam de ser parvos.
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