Já Nietzsche dizia que não há factos, só interpretações. Mas ele era parvo, basta ver que nunca foi capaz de aparar o bigode em condições. O Vaticano, contudo, é muito nietzschiano nisto dos Papas. Não interessa o que acontece, ou seja, não interessa o que os factos são: o que interessa é o discurso que se desenvolve em torno dos factos, como se fossem umas vestes cardinalícias que atraem o olhar e impedem de ver que, por baixo de tais vestimentas, o rei vai nu.
Para o Vaticano, beatos, Joões Césares das Neves e betalhada, a continuidade de João Paulo II no cargo, mesmo contra vontade própria, foi "um acto de grande dignidade e coragem". Para o Vaticano, beatos, Joões Césares das Neves e betalhada, a renúncia de Bento XVI do cargo foi "um acto de grande dignidade e coragem". Estão a ver como não há factos, só interpretações?!? Não importa o que o gajo do barrete diz ou faz, tudo é "um acto de grande dignidade e coragem". Um papa todo podre é forçado a continuar papa? É digno e corajoso. Outro papa todo podre decide abandonar o papado? É digno e corajoso. Aposto que se o Papa discursasse na praça de São Pedro algo como "esta manhã, larguei um tijolo, daqueles duros. Mas não chorei", os fiéis todos seriam unânimes na análise às palavras do sumo pontífice: "um acto de grande dignidade e coragem". E se calhar, aqui até teriam razão...
Já ouvi dizer que o próximo Papa poderá ser negro. O que terá a sua piada, por várias razões. A primeira é que as vestes brancas do Papa assim combinarão melhor, e os fiéis até podem imaginar um jogo de xadrez sempre que virem o Papa. A segunda é que um sumo pontífice negro é mesmo fixe para chatear os católicos racistas... que são a maioria, diga-se de passagem. E aí será giro observar os discursos dessa gentalha. Sempre que o Papa fizer alguma coisa, aposto que os comentários andarão nisto: "um acto de grande dignidade e coragem... daquele preto d'um cabrão!" Por último, um Papa de cor transformará o acto de aclamação numa cerimónia mais divertida. Em vez dos habituais coros sacros, vai uma kizombada. E o cardeal responsável por apalpar a genitália do Papa, para comprovar se é homine, sairá de lá com as mãos cheias. Literalmente...
Para o Vaticano, beatos, Joões Césares das Neves e betalhada, a continuidade de João Paulo II no cargo, mesmo contra vontade própria, foi "um acto de grande dignidade e coragem". Para o Vaticano, beatos, Joões Césares das Neves e betalhada, a renúncia de Bento XVI do cargo foi "um acto de grande dignidade e coragem". Estão a ver como não há factos, só interpretações?!? Não importa o que o gajo do barrete diz ou faz, tudo é "um acto de grande dignidade e coragem". Um papa todo podre é forçado a continuar papa? É digno e corajoso. Outro papa todo podre decide abandonar o papado? É digno e corajoso. Aposto que se o Papa discursasse na praça de São Pedro algo como "esta manhã, larguei um tijolo, daqueles duros. Mas não chorei", os fiéis todos seriam unânimes na análise às palavras do sumo pontífice: "um acto de grande dignidade e coragem". E se calhar, aqui até teriam razão...
Já ouvi dizer que o próximo Papa poderá ser negro. O que terá a sua piada, por várias razões. A primeira é que as vestes brancas do Papa assim combinarão melhor, e os fiéis até podem imaginar um jogo de xadrez sempre que virem o Papa. A segunda é que um sumo pontífice negro é mesmo fixe para chatear os católicos racistas... que são a maioria, diga-se de passagem. E aí será giro observar os discursos dessa gentalha. Sempre que o Papa fizer alguma coisa, aposto que os comentários andarão nisto: "um acto de grande dignidade e coragem... daquele preto d'um cabrão!" Por último, um Papa de cor transformará o acto de aclamação numa cerimónia mais divertida. Em vez dos habituais coros sacros, vai uma kizombada. E o cardeal responsável por apalpar a genitália do Papa, para comprovar se é homine, sairá de lá com as mãos cheias. Literalmente...
1 comentário:
E não deixaria de ser irónico um papa negro ser anunciado com um fumo branco.
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