quinta-feira, janeiro 15, 2009

Dois assuntos à atenta consideração dos inteligentes leitores deste blogue

Assunto primeiro - toda a gente sabe que sou um convicto anti-americano. Sou uma pessoa lúcida, pronto. Culpo os americanos por tudo, tudo o que de mau acontece no planeta, desde os meus - vá lá - doze anos, altura em que quis dar um beijo na Luísa mamalhuda e ela disse que não porque se estava a guardar para o Bush (o pai), por quem ela tinha um fraquinho desde que rebentara a 1ª guerra do Golfo. Fiquei com uma raiva aos americanos que me acompanha ainda hoje, e a tendência é para aumentar, porque eu quero! É que eles dão não uns bodes mas sim uns excelentes cabrões expiatórios: Há guerra? - Eu digo: A culpa é dos Estados Unidos! (e é!). Há fome? - Eu digo: A culpa é dos Estados Unidos! (e é!). Há gajas boas que não me ligam nenhuma? - Eu digo: A culpa é dos Estados Unidos! (e é!). E por aí adiante, os Estados Unidos que se lixem com F grande!!

Serve isto para introduzir um tema da discussão que ocorreu ontem no parlamento. Interpelado pela oposição devido à ineficácia do governo no combate à crise, José Sócrates fez a sua única declaração de jeito desde que é primeiro-ministro ao responder que as responsabilidades não deviam ser imputadas ao PS, pois (atenção, que esta merda vem destacada a bold e tudo!!!):

"A culpa é dos Estados Unidos"

Pois. A culpa é dos Estados Unidos! Esta é a MINHA frase desde mil novecentos e troca o passo. EU é que culpo os Estados Unidos, e não me importo que outros utilizem o conceito (quem pensam que escreve os discursos do Fidel, do Chávez, do Bin Laden, do Ahmadinejad? Bom, eu não sou, mas até poderia ser...), mas se o José Sócrates quiser utilizar este meu chavão, desculpe lá mas terá de me dar uma indemnização com, digamos, valores semelhantes aos que o Armando Vara irá receber de reforma. E se o primeiro-ministro acha isto injusto, só tenho uma coisa a dizer: A culpa é dos Estados Unidos, pá!

Assunto segundo - tenho uma gatinha de quatro patas que adora roçar-se e morder-me nos pés. Grafei "gatinha de quatro patas" para distingui-la da de duas patas, que adora roçar-se e morder noutra coisa... Eu bem me farto de avisá-la para não fazer aquilo, para o seu próprio bem, porque o cheiro é muito desagradável e isso (espero que percebam que agora estou a falar da gata de quatro patas e dos meus pés!!! Nada de confusões, está bem?), mas ela não me liga nenhuma. E continua a roçar-se e a morder-me os presuntos.

Temo que um dia ela adoeça, vitimada pelos eflúvios saídos daquela zona de morte. Eu avisei-a, mas ela não quis saber. É uma lição, esta: muitas vezes queremos ajudar quem precisa, mas ninguém pode ser ajudado se não quiser, em primeiro lugar, ajudar-se a si próprio e, em segundo, ajudar a que seja ajudado.

Espero, mais uma vez, que tenham percebido. E que a minha gatinha de quatro patas também.

4 comentários:

Inês Brito disse...

"Há gajas boas que não me ligam nenhuma? - Eu digo: A culpa é dos Estados Unidos! " Qual é a justificação :P ?

Bj,
(i)

Maestro disse...

1º que tudo obrigado pelo elogio que me fazes.

Quanto aos Estados Unidos acho que tens toda a razão pá, pior é em relação ás tuas gatas.
Eu tenho 3 gatas, 2 de 4 patas e 1 de 2 patas e nenhuma me morde os pés!!!

És um rapaz de sorte...

Abraço

Rita disse...

Tens que levar a gatinha (a de duas patas, não a de quatro) ao veterinário porque ela tem um grave problema olfactivo...Ou isso ou tem algumas reminiscências necrofagas e gosta de alimentos já em elevado estado de decomposição.
Jokas

Peter of Pan disse...

@IB: eu podia aqui fazer malabarismos retóricos e inventar um argumento que te demonstrasse, por A + B, como essa minha afirmação é absolutamente verdadeira, mas como agora não tenho tempo, digo apenas que a coisa é auto-evidente.

@Maestro: não é sorte, é talento!

@Rita: deve ser isso. Eu pessoalmente tenho um ar cadavérico e isso parece não fazer-lhe impressão.