segunda-feira, outubro 04, 2010

Crítica de bares: Trobadores Bar

Começo por dizer que, em termos de borga, sou um filho do Bairro Alto. Quero lá saber das Docas, do Parque das Nações, do Jardim do Tabaco: quando é para beber copos, o meu local de eleição é o Bairro. Sempre foi, sempre será: aquela decadência tão típica e pitoresca casa maravilhosamente com os devaneios ébrios de qualquer um. Com muita pena minha, no entanto, cada vez me dou menos com pessoal que gosta do Bairro Alto. A gaja, por exemplo, é demasiado burguesa e não aprecia lá muito botar os pézinhos naqueles quarteirões de má vida. Por isso, quando queremos sair à noite, temos de pensar em alternativas.

Ora, uma delas fica ali para os lados da baixa, mais precisamente na rua de São Julião, onde está um simpático barzinho que é meio irlandês, meio medieval. Chama-se Trobadores, e podem encontrar o perfil dos ditos no Facebook, aqui.

Eu, a gaja e mais uns amigos fomos experimentar o espaço no passado sábado (falhámos a sexta-feira, que é quando eles têm concertos ao vivo). Eis o que se me oferece dizer:

Decoração - Dou um 8 em 10. O espaço está bem decorado, a fazer lembrar as tavernas medievais, mas com a vantagem de não cheirar mal nem ter merda até ao tecto. Nem leprosos a arrastar-se pelo chão. As mesas são de madeira, assim como as cadeiras, está agradavelmente iluminado, querendo com isto dizer que nem está muito escuro, nem tem luzes tipo holofotes direccionadas às nossas fuças. Há, ainda, uma espécie de pequeno boudoir, onde os assentos são decorados com peles de animais, o que particularmente me desagradou, visto eu ser um defensor da animália (não incluindo, obviamente, políticos. Esses não são animais, são sim umas bestas!).

Ambiente geral - Dou um 8 em 10. É claro que a musiquinha podia ser mais pesadonga, em lugar do rockinho britânico mais maricas, ou de cançonetas irish/celtas, mas tudo bem. Pelo menos não está em altos berros, sendo portanto possível ouvirmo-nos uns aos outros sem precisarmos de gritar aos ouvidos de cada um. Pior, contudo, que a selecção musical é o facto de se poder fumar. Sim, aquilo supostamente tem ventilação e os tomates, só que não é bem a mesma coisa. Como sabem, não sou gajo de proibir nada, mas abro uma excepção para os fumadores: eles deviam ser proibidos de viver!

Factor gajedo - Dou também um 8 em 10. Como fui acompanhado, não pude perder muito tempo a observar a fauna presente no bar, mas ainda pude deitar uma ou outra olhadela. As gajas que lá vão - e partindo do princípio indutivo que toma a parte pelo todo, visto que só lá fui no sábado... - inscrevem-se maioritariamente na classe das freaks e na classe das góticas. Também vi por lá uma ou outra beta, e pareceu-me que uma das mesas era composta exclusivamente por lésbicas. Portanto, o bar revela um potencial gajístico que se aplaude; como defeito (e é por isso que não leva 10 em 10), o rácio entre gajos e gajas é ligeiramente prejudicial a estas últimas.

Alcoolemia - Passamos agora ao que mais interessa num bar desta natureza: a pinga. Aqui, não tenho qualquer problema em atribuir um 9 em 10. A selecção de bebidas é boa e variada: além das cervejas irlandesas (Guiness, Kilkenny), temos bebidas espirituosas q.b., e sobretudo uma mui apelativa lista de shots, que, para além dos habituais Kalashnikov, inclui igualmente coisas como Peste Negra (aconselho: um shot de Guiness, uisque, bailey's e já não me lembro mais o quê), Bafo de Dragão (uisque + café), Monstrengo (vodka, rum, limão e não me lembro do resto...) Mel do Diabo (este não experimentei) e outros nomes sugestivos que nos remetem para a mundividência medieval. As mesmas são servidas em copinhos ou cálices de barro, o que aumenta o exotismo da coisa.

Preços - Sinceramente, partilho da opinião seguinte: as bebidas alcoólicas deviam ser subsidiadas pela União Europeia. Uma pessoa ter de pagar por uns copos é uma afronta vil aos direitos humanos. Numa sociedade perfeita, um gajo não só não pagaria as bebidas como também teria liberdade para ir a uma adega e trazer o número de pipas que conseguisse. Era para estas merdas que os governos deveriam apontar, não para aumentos do IVA para 23%... Bom, mas como não vivemos ainda numa sociedade perfeita, o que desconfio só será alcançado quando a Monica Bellucci for eleita Secretária Geral das Nações Unidas, temos de pagar por aquilo que consumimos. E aí dou também 8 em 10 aos Trobadores. Os preços são razoáveis, desde que não se beba muito, o qual foi o meu grande erro no passado sábado... em cerveja Guiness e shots, estoirei mais ou menos o equivalente ao orçamento das Águas de Portugal para renovação da frota automóvel.

Nota Final - 8,2 em 10. Portanto, um Muito Bom. Se puderem, aproveitem para fazer uma visitinha ao espaço.

2 comentários:

)0( disse...

Ficou aprovado, sim senhor! No que me diz respeito é para voltar.

Ilda disse...

Sim, sim tb gostei, especialmente pq sai de lá com um bafo de dragão, ui!!!