quinta-feira, outubro 21, 2010

Desabafos peterofpanianos

Gosto muito de ser peludo. A sério, gosto. Sei que tal vai ao arrepio das tendências actuais da sociedade, mas eu ainda associo pêlos a macheza e virilidade. E eu, quando acabo de sair do banho e me olho ao espelho, vendo pequenas gotas luzindo por entre os meus belos pêlos do peito, sinto-me mais macho e mais viril. E sei que os olhares femininos se voltam para mim quando estou na praia, na piscina, ou numa paragem de autocarro.

Sim, eu gosto de estar seminu nas paragens de autocarro. Não me perguntem porquê, mas sempre foi assim: quando vejo uma, dispo-me. E se estiver alguma velhota no banquinho, aguardando pelo autocarro que nunca mais chega, sento-me junto dela e começo a meter conversa, tipo "Bom dia, minha senhora. O 726 que vai para a Pontinha já passou? Está um belo dia, não está? A minha avó tinha um saco de compras como esse seu! Já viu os meus pêlos das costas?! São bonitos, não são?!", e coisas afins. Claro que mais ou menos a meio da minha conversa, o normal é as velhotas terem um ataque cardíaco, mas não faz mal. Dá até uma certa animação à zona...

Bom, disperso-me. É o que acontece sempre que começo a falar da minha pilosidade. É um assunto que me entusiasma deveras, confesso... como tal, os meus devaneios devem ser perdoados. Tal como devo ser perdoado por ter gigabytes e mais gigabytes de ficheiros JPEG com imagens dos meus pêlos, e que me divirto a enviar, por e-mail, à Judite de Sousa (eu, muito sinceramente, julgo que ela reencaminha as imagens posteriormente para o Fernando Seara. Que, depois, as manda para o Pedro Passos Coelho, e isso explica a posição do PSD face ao OE para 2011. Como, não sei, mas explica!).

Bom, disperso-me novamente. Já chega, é melhor ir directo ao assunto, sem passar pela casa de partida e levantar os dois mil pêlos. Eu disse pêlos? Sim, disse. E era mesmo o que eu queria dizer: eu tenho tantos que nunca jogo ao Monopoly com dinheiro de papel, antes arranco um tufo deles da barriga e uso isso como moeda de troca para comprar propriedades e pagar dívidas. Ah, se eu pudesse depositar pêlos na Caixa Geral de Depósitos... passava a viver dos juros! Se bem que... o que funcionará como juros de pêlos humanos? Cotão do umbigo?!?! Fungo dos dedos dos pés?!?!

Mau, e não é que continuo a dispersar-me?! Pronto, agora é que é, vou desabafar o que tinha para desabafar desde o início. Gosto muito dos meus pêlos, sinto-me muito macho e viril, tipo 8 na escala de Tony Ramos, mas não gosto de ver um ou outro pêlo a aparecer-me na orelha. Não gosto, pronto, é o único sítio onde não aprecio ter lanugem, não acho estético, até acho muito desagradável, que bizarrice, ter um ou dois pêlos espreitando cá para fora, às vezes aquilo até dá comichão, e custa ter de ir lá com a pinça e zás, arrancá-los a frio. Eu podia optar por fazer depilação às orelhas, mas um homem que faz depilação é, no mínimo, um metrossexual, e daqui para a paneleirice vai um passo pequeno, demasiado pequeno. Há até quem defenda que na realidade não existe qualquer distinção entre ser metro e homossexual, mas pronto, vamos deixar a metafísica profunda de lado por hoje, ok? A mensagem que quero sublinhar é simplesmente esta: os pêlos no corpo satisfazem-me, mas nas orelhas incomodam-me. E adoraria muito ter uma solução para isto, mas não tenho!

Pronto, foi este o meu desabafo. Espero que tenham gostado.

1 comentário:

Rafeiro Perfumado disse...

Um texto que começa com "gosto de ser peludo" está condenado à partida. Então quando prossegue com " E eu, quando acabo de sair do banho e me olho ao espelho, vendo pequenas gotas luzindo por entre os meus belos pêlos do peito, sinto-me mais macho e mais viril." A mim acontece-me o mesmo, mas é quando olho mais para baixo, pá!