segunda-feira, outubro 25, 2010

O que a música fez por mim

"Sem música, a vida seria um erro", escreveu Nietzsche. Esta frase é, aliás, uma das mais reproduzidas da história da humanidade, só perdendo talvez para o "Porreiro, pá" que, ao contrário do que o leigo crê, não foi inventada por Sócrates, o José, mas sim por Alexandre, o Grande, no momento em que era enrabado no cu por um dos seus generais numa festa dada pelo exército macedónio após a tomada da Pérsia. Atenção: lá por eu ter grafado "enrabado no cu" não quer dizer que cometi uma redundância: pode-se, efectivamente, ser enrabado noutros topoi anatómicos, mas vou abster-me de explicar. Procurem na internet, lá deve haver imagens.

A repetibilidade quase ad nauseam, contudo, não afecta minimamente o alcance da nietzscheana citação. Nietzsche tinha razão, revelando que, por detrás da loucura óbvia, e que se mostrava somaticamente naqueles bigodes, o filósofo era bastante lúcido. Aposto até que era um sportinguista avant la lettre... a bigodagem à benfiquista destinava-se apenas a enganar os néscios e incautos. E a prova está em que nunca viram o Nietzsche com um garrafão de tintol ao lado e envergando uma t-shirt de alças que invariavelmente está curta e deixa revelar o mastodôntico barrigão de cerveja. Portanto, o Nietzsche nunca podia ser lampião.

E a música? A música é, daquelas coisas que não são mamas nem golos do Liédson, a melhor coisa da vida, sem dúvida. O que seria de nós sem música, pergunto eu? Mais importante: o que seria de mim sem música? Mais importante ainda: o que seria de vocês sem mim?

A esta última questão eu não posso responder, só vocês, mas à "o que seria de mim sem música", a essa posso dar uma resposta, sim. E é esta: muito provavelmente, levando em consideração a pipa de massa que já gastei em cds, concertos e material diverso, eu seria hoje um milionário, mas em compensação, também muito provavelmente, teria uma vida muito menos interessante.

Isto porque a música - como Nietzsche poderia muito bem ter acrescentado - está para a vida como o cu da Beyonce está para os seus videoclipes: a canção pode não valer nada, também não percebemos por que estão ali uns pretos a abanar-se, mas aquele cu faz com que nos apeteça ver o clipe até ao fim. (Desconfio que, ao comparar música e traseiros femininos, estou a ser um pioneiro. Pelo menos, o meu discurso é mais interessante do que o do Vitorino d'Almeida) Já tive momentos da minha vida em que a canção não valia nada, e também não percebia por que se abanavam os pretos (atenção, esta merda não é para ser interpretada literalmente. Eu estou a falar por imagens, pá! Experimentem acusar-me de racista e ponho-vos o Mantorras à perna! Isto se ele ainda conseguir andar...), mas com o cu da Beyonce à minha frente eu sentia-me capaz de tudo (gaja, este parêntese é para ti: esta merda também não é para ser interpretada literalmente. Lembra-te que eu, quando falo do cu da Beyonce, estou na verdade a falar da música. Espero que nunca te esqueças disto: doravante, sempre que eu me referir ao cu daquela tipa, é de outra coisa que estou a falar e portanto escusas de ir buscar a serra eléctrica).

É isto o que a música tem feito por mim: sim, faz com que tenha pouquíssimo dinheiro nos bolsos, mas, em compensação - e é principalmente aqui que a comparação música e cu da Beyonce faz todo o sentido - tem-me dado tesão pela vida. Desconheço o que esta me trará no futuro, mas desde que haja guitarras a guinchar, estarei bem, muito provavelmente a praticar a arte do mosh bem próximo de vocês.

Amanhã, se eu me sentir com vontade, não percam um post relacionado: o que aconteceria se eu tivesse escolhido uma carreira musical?

1 comentário:

Ilda disse...

Dps deste, aguardo ansiosamente o próximo... :)