Um lugar-comum dos mais lugares-comuns que existem é afirmar que o livro é melhor do que o filme. Isto é uma coisa que se diz, muitas das vezes, por pessoas que nem sequer viram o filme ou nem leram o livro, ou ambos. E como todas as generalizações, é problemática. Se é verdade nalguns casos - O Nome da Rosa do Annaud é bom, mas incomparável ao livro do Eco, o mesmo vale para a Insustentável Leveza do Ser, apesar de o filme mostrar a Binoche nua, também para o Ensaio sobre a cegueira, e estou só a citar filmes de que gostei, não vou ao ponto de descer aos filmes que detestei feitos sobre obras literárias que adorei -, noutros não o é minimamente. Eis a minha lista de filmes que são tão bons ou melhores do que os respectivos livros:
1 - Alta fidelidade. É tão bom quanto o livro. Já li várias coisas do Nick Hornby, que passeiam entre o sofrível (About a boy, que deu também um filme da treta, com o Hugh Grant), o interessante (Fever Pitch, um livro de crónicas sobre futebol) e o brilhante (precisamente, Alta fidelidade). O filme, não chapando por completo o livro, consegue ser tão bom quanto este. John Cusack é um protagonista convincente, Jack Black oferece o contraponto cómico à profundidade sentimental que atravessa a história, e aparece a Catherize Zeta Jones. Se o livro é cinco estrelas, o filme não fica atrás.
2 - Sin City. Lá por ser banda desenhada, não quer dizer que não estejamos perante uma OBRA no sentido verdadeiro do termo. Sou desde adolescente fã, fãzaço, do Frank Miller, que tenho como o melhor argumentista da nona arte. Sin City é Miller vintage: violento, denso, psicologicamente bem estruturado, visualmente atraente, composto num preto-e-branco expressivo - como é de resto habitual no trabalho de Miller. Seria tarefa complicadíssima transpor estas propriedades para ecrã, mas o filme do Robert Rodriguez fá-lo de modo magistral, tanto que por várias vezes abri a boca de espanto quando fui vê-lo ao cinema, julgo que no Monumental do Saldanha. Para mim, junto com The Watchmen (outra dupla filme/livro que poderia fazer parte desta lista), é a melhor adaptação para cinema de uma história originalmente composta em banda desenhada. Tão bom quanto o livro.
3 - Relatório minoritário. Aqui, o filme é um poucochinho melhor que o livro. Atenção: eu gosto do conto. Muito. O Philip K. Dick é dos meus autores preferidos de ficção científica. Mas o filme dá a volta por completo ao texto, diferencia-se dele, melhora-o. Não sendo propriamente uma adaptação e mais uma "inspiração" (há que ler o conto e ver o filme para se perceber como são tão distintos um do outro), o Relatório minoritário do Spielberg consegue acrescentar enredo e reforçar a ideia de distopia presente no conto (recordo: um mecanismo que permite deter os criminosos antes que eles cometam os crimes. Deveria ser obrigatório tê-lo antes de todas as nomeações de árbitros para jogos do FC Porto...). Junto com A lista de Schindler, Relatório minoritário é o melhor filme de Steven Spielberg. Boa história, bons efeitos especiais, bom ritmo, coisas que a presença de manjões como o Tó Cruz e o Colo Farelo não conseguem estragar. Só mais uma breve nótula: TODOS os filmes que eu vi adaptados de contos escritos pelo Philip K. Dick são bons. Este, o Desafio Total (cujo filme é também tão bom quanto o texto) e, claro, o Blade Runner (de que vi o filme, excelente, mas não posso comparar com o livro porque ainda não o li). Se eu cometesse o pecado da generalização cometido pelos incautos apologistas do "livro melhor que o filme", diria, baseado na minha experiência, que não poderá haver um filme baseado numa obra do Philip K. Dick que seja um mau filme. Mas não vou dizê-lo, claro. Porque seria falso, embora seja verdadeiro. Hã?!? Pois... Não queiram desmontar esta minha lógica. Ainda ficam com problemas na coluna!
Dou só estes três exemplos que desbastam o velho cliché do "o livro é melhor do que o filme". Mais poderiam ser citados. Mas isso só o farei quando começar a gravar o Peter of Pan, o filme, que vai ser bastante melhor do que o blogue (também não era preciso muito!), pois vai ter efeitos especiais do mais moderno que há e gajas, muitas gajas. Todas nuas. E golos do Sporting. Também muitos. É esperar para ver.
1 - Alta fidelidade. É tão bom quanto o livro. Já li várias coisas do Nick Hornby, que passeiam entre o sofrível (About a boy, que deu também um filme da treta, com o Hugh Grant), o interessante (Fever Pitch, um livro de crónicas sobre futebol) e o brilhante (precisamente, Alta fidelidade). O filme, não chapando por completo o livro, consegue ser tão bom quanto este. John Cusack é um protagonista convincente, Jack Black oferece o contraponto cómico à profundidade sentimental que atravessa a história, e aparece a Catherize Zeta Jones. Se o livro é cinco estrelas, o filme não fica atrás.
2 - Sin City. Lá por ser banda desenhada, não quer dizer que não estejamos perante uma OBRA no sentido verdadeiro do termo. Sou desde adolescente fã, fãzaço, do Frank Miller, que tenho como o melhor argumentista da nona arte. Sin City é Miller vintage: violento, denso, psicologicamente bem estruturado, visualmente atraente, composto num preto-e-branco expressivo - como é de resto habitual no trabalho de Miller. Seria tarefa complicadíssima transpor estas propriedades para ecrã, mas o filme do Robert Rodriguez fá-lo de modo magistral, tanto que por várias vezes abri a boca de espanto quando fui vê-lo ao cinema, julgo que no Monumental do Saldanha. Para mim, junto com The Watchmen (outra dupla filme/livro que poderia fazer parte desta lista), é a melhor adaptação para cinema de uma história originalmente composta em banda desenhada. Tão bom quanto o livro.
3 - Relatório minoritário. Aqui, o filme é um poucochinho melhor que o livro. Atenção: eu gosto do conto. Muito. O Philip K. Dick é dos meus autores preferidos de ficção científica. Mas o filme dá a volta por completo ao texto, diferencia-se dele, melhora-o. Não sendo propriamente uma adaptação e mais uma "inspiração" (há que ler o conto e ver o filme para se perceber como são tão distintos um do outro), o Relatório minoritário do Spielberg consegue acrescentar enredo e reforçar a ideia de distopia presente no conto (recordo: um mecanismo que permite deter os criminosos antes que eles cometam os crimes. Deveria ser obrigatório tê-lo antes de todas as nomeações de árbitros para jogos do FC Porto...). Junto com A lista de Schindler, Relatório minoritário é o melhor filme de Steven Spielberg. Boa história, bons efeitos especiais, bom ritmo, coisas que a presença de manjões como o Tó Cruz e o Colo Farelo não conseguem estragar. Só mais uma breve nótula: TODOS os filmes que eu vi adaptados de contos escritos pelo Philip K. Dick são bons. Este, o Desafio Total (cujo filme é também tão bom quanto o texto) e, claro, o Blade Runner (de que vi o filme, excelente, mas não posso comparar com o livro porque ainda não o li). Se eu cometesse o pecado da generalização cometido pelos incautos apologistas do "livro melhor que o filme", diria, baseado na minha experiência, que não poderá haver um filme baseado numa obra do Philip K. Dick que seja um mau filme. Mas não vou dizê-lo, claro. Porque seria falso, embora seja verdadeiro. Hã?!? Pois... Não queiram desmontar esta minha lógica. Ainda ficam com problemas na coluna!
Dou só estes três exemplos que desbastam o velho cliché do "o livro é melhor do que o filme". Mais poderiam ser citados. Mas isso só o farei quando começar a gravar o Peter of Pan, o filme, que vai ser bastante melhor do que o blogue (também não era preciso muito!), pois vai ter efeitos especiais do mais moderno que há e gajas, muitas gajas. Todas nuas. E golos do Sporting. Também muitos. É esperar para ver.
Sem comentários:
Enviar um comentário