Pois. Como falar de uma coisa quando a frase que serve de título já diz tudo?! Porém, sabendo previamente não ter nada a acrescentar ao que já aí foi expresso, vou tomar um pouco do vosso tempo e da vossa paciência e desenvolver um pouco mais este meu ódio de estimação.
Beatles e John Lennon. Idolatrados por muitos, desde há várias décadas. Avós, pais, filhos, netos: há gerações inteiras que em comum têm apenas o gostarem da música do fab four de Liverpool. O avô pode ser fascista, o pai comunista, o filho empresário e o neto drag queen, e nos almoços lá em casa a conversa assentar em torno do álbum branco ou outra coisa qualquer que os betinhos dos Beatles (os "beatlinhos"?!?) tenham gravado. Mais uma evidência de que o mau gosto tem um poder de intrusão muito forte e é capaz de atravessar espaços e tempos.
A primeira vez que ouvi Beatles não me lembro. Nem da segunda. Nem da terceira. Mas recordo-me perfeitamente de aos 7-8 anos estar no meu quarto, rádio ligada, e perguntar "€@#&, mas que merda de música é esta?" quando um programa radiofónico passou uma canção que, 3 minutos mais tarde, identificou como pertencendo aos "fantásticos Beatles". Lembro-me também de desatar a chorar para junto da minha mãe, aos gritos de "mãe, mãe, tenho medo dos Beatles" quando vi imagens do quarteto na televisão.
Pior reacção, só quando escutei, algures em 1985 (maldito dia!) o "Imagine" do John Lennon a solo. Estava eu numa festa com amigos e o que eu disse foi mais ou menos isto: "Porra, que música tão lamechas e pirosa. O que é isto?! Dá vontade de pegar num revólver e dar um tiro à queima-roupa no palhaço que escreveu e compôs esta porcaria, não dá?!" Para o facto de ter obtido como resposta somente os olhares reprovadores de todos os que naquela sala se encontravam, só anos mais tarde encontrei uma explicação. Aparentemente (e só soube disto em meados dos anos 90, vejam lá o meu alheamento a tudo o que diz respeito a essa bandeca...), a um iluminado cidadão norte-americano gordo e de óculos passou ideia semelhante pela cabeça, e decidiu mesmo colocá-la na prática. Poucas vezes terão sido os norte-americanos tão utilitarianamente produtivos para o bem no mundo quanto com essa atitude do senhor Chapman.
(é que a música é mesmo má, caramba. Má, má, má! Imagine all the people, o meu rabo!)
Atenção! Não é que eu não goste de uma coisinha ou outra. Há mesmo uma coisinha que eu gosto, não nos Beatles, mas no John Lennon a solo: chama-se Working Class Hero e, esta sim, é um verdadeiro hino que merecia ser cantado por todas as pessoas, não aquele nojo do Imagine, já para não falar na integralidade da discografia dos escaravelhos, cujo nome é adequado porque andavam sermpre a empurrar com bosta. Mas lá está, haver UMA música de jeito pelo meio das discografias de Beatles, John Lennon, McCartney (escarro!), Harrisson (gregório!) e Starr (defecação mole!) é menos do que uma gota em pleno oceano. Comparando, é como se o Passos Coelho decidisse, assim do nada, por uma medida positiva, digamos, enviar por e-mail fotografias da Sara Sampaio toda nua aos portugueses do sexo masculino (além de positiva, esta medida é, parece-me, rigorosamente constitucional!). Esta medida apagaria toda a incompetência a que tem sido votada a sua legislatura? Claro que não.
O mesmo vale, portanto, para os Beatles e os seus membros. Não há nada que atenue aquela baixeza. E como isso é assim, tê-los-ei sempre como meus ódios de estimação. Porque aquela onda de músicas ranhosas e visual oscilando entre o beto e o hippie revoltar-me-á até ao fim dos meus dias. E ai de quem, por ironia, gozo, ou desfaçatez, decida pôr o Imagine no dia do meu funeral. Não é que eu acredite em fantasmas, mas se alguém me fizer isso, arranjo maneira de me transformar num poltergeist e infernizar-lhe a vida.
Até à próxima e que os vossos cds dos Beatles se quebrem!
Beatles e John Lennon. Idolatrados por muitos, desde há várias décadas. Avós, pais, filhos, netos: há gerações inteiras que em comum têm apenas o gostarem da música do fab four de Liverpool. O avô pode ser fascista, o pai comunista, o filho empresário e o neto drag queen, e nos almoços lá em casa a conversa assentar em torno do álbum branco ou outra coisa qualquer que os betinhos dos Beatles (os "beatlinhos"?!?) tenham gravado. Mais uma evidência de que o mau gosto tem um poder de intrusão muito forte e é capaz de atravessar espaços e tempos.
A primeira vez que ouvi Beatles não me lembro. Nem da segunda. Nem da terceira. Mas recordo-me perfeitamente de aos 7-8 anos estar no meu quarto, rádio ligada, e perguntar "€@#&, mas que merda de música é esta?" quando um programa radiofónico passou uma canção que, 3 minutos mais tarde, identificou como pertencendo aos "fantásticos Beatles". Lembro-me também de desatar a chorar para junto da minha mãe, aos gritos de "mãe, mãe, tenho medo dos Beatles" quando vi imagens do quarteto na televisão.
Pior reacção, só quando escutei, algures em 1985 (maldito dia!) o "Imagine" do John Lennon a solo. Estava eu numa festa com amigos e o que eu disse foi mais ou menos isto: "Porra, que música tão lamechas e pirosa. O que é isto?! Dá vontade de pegar num revólver e dar um tiro à queima-roupa no palhaço que escreveu e compôs esta porcaria, não dá?!" Para o facto de ter obtido como resposta somente os olhares reprovadores de todos os que naquela sala se encontravam, só anos mais tarde encontrei uma explicação. Aparentemente (e só soube disto em meados dos anos 90, vejam lá o meu alheamento a tudo o que diz respeito a essa bandeca...), a um iluminado cidadão norte-americano gordo e de óculos passou ideia semelhante pela cabeça, e decidiu mesmo colocá-la na prática. Poucas vezes terão sido os norte-americanos tão utilitarianamente produtivos para o bem no mundo quanto com essa atitude do senhor Chapman.
(é que a música é mesmo má, caramba. Má, má, má! Imagine all the people, o meu rabo!)
Atenção! Não é que eu não goste de uma coisinha ou outra. Há mesmo uma coisinha que eu gosto, não nos Beatles, mas no John Lennon a solo: chama-se Working Class Hero e, esta sim, é um verdadeiro hino que merecia ser cantado por todas as pessoas, não aquele nojo do Imagine, já para não falar na integralidade da discografia dos escaravelhos, cujo nome é adequado porque andavam sermpre a empurrar com bosta. Mas lá está, haver UMA música de jeito pelo meio das discografias de Beatles, John Lennon, McCartney (escarro!), Harrisson (gregório!) e Starr (defecação mole!) é menos do que uma gota em pleno oceano. Comparando, é como se o Passos Coelho decidisse, assim do nada, por uma medida positiva, digamos, enviar por e-mail fotografias da Sara Sampaio toda nua aos portugueses do sexo masculino (além de positiva, esta medida é, parece-me, rigorosamente constitucional!). Esta medida apagaria toda a incompetência a que tem sido votada a sua legislatura? Claro que não.
O mesmo vale, portanto, para os Beatles e os seus membros. Não há nada que atenue aquela baixeza. E como isso é assim, tê-los-ei sempre como meus ódios de estimação. Porque aquela onda de músicas ranhosas e visual oscilando entre o beto e o hippie revoltar-me-á até ao fim dos meus dias. E ai de quem, por ironia, gozo, ou desfaçatez, decida pôr o Imagine no dia do meu funeral. Não é que eu acredite em fantasmas, mas se alguém me fizer isso, arranjo maneira de me transformar num poltergeist e infernizar-lhe a vida.
Até à próxima e que os vossos cds dos Beatles se quebrem!
Sem comentários:
Enviar um comentário