segunda-feira, novembro 04, 2013

Não tentem fazer isto na rua!

Início da tarde de sábado. Levo o miúdo no carro para dar um passeio. Nisto, começo a sentir a direcção do veículo a ficar pesada. "Hmmm, aqui há coisa", penso eu. Paro o carro: o pneu frontal do lado esquerdo esvazia-se a olhos vistos. A razão? Um rasgão longitudinal. "Dass, bela hora para furar o pneu", cogito em ironia, como se houvesse uma boa hora para tal coisa ocorrer.

Nada a fazer: há que trocar o pneu. Rápido como um tiro, esvazio o porta-malas (que anda sempre cheiinho: carrinho de bebé, mais as coisas do carrinho do bebé (cobertura, etc. - enfim, baby tuning), macaco, pneu sobressalente, chave de cruz.

Tudo bem, isto é coisa a que um macho está habituado, pois tem gravado na sua matriz genética o saber mudar um pneu. Há apenas um pequenito (e, aqui, o termo não é inocentemente usado...) problema: sempre que me baixo para colocar o macaco/desaparafusar as porcas/tirar o pneu furado/colocar o pneu sobressalente/apertar as porcas/tirar o macaco, o puto, sentado no carro, deixa de me ver. E quando deixa de me ver, se num mundo ideal deveria ficar quieto e calado, no mundo real é berrario e pontapé de fazer inveja aos integrantes da Casa dos Segredos/Big Brother/demais programas da treta da TVI, incluindo as entrevistas ao prof. Marcelo.

Daí que a minha odisseia de mudança de pneu tivesse sido digna de uma modalidade olímpica, porque de 5 em 5 segundos tinha de me levantar para que o miúdo se calasse. Não contei o número de flexões de pernas efectuadas, mas foi elevadíssimo, estou certo, tão elevado quanto o número de vezes que o Paulo Portas deve dizer, em surdina, à Maria Luís Albuquerque a frase "nós não percebemos mesmo um cu disto!" Visto pela minha criança, eu devia parecer um daqueles bonecos do whack-a-mole: tão depressa estava lá em baixo quanto estava cá em cima outra vez.

Pressionado que estava pela choradeira do miúdo, tive uma prestação quase usainboltiana na troca do pneu. A pressa foi tanta e a atenção ao que ia fazendo tão pouca que temi pegar no carro e ver a roda saltar - ou, com a sorte que tenho, a roda trocada ficaria bem, mas saltariam as outras três dos respectivos eixos. Felizmente, nenhum destes cenários se verificou. Nenhuma roda saiu a correr pelo meio da estrada e chegámos a casa sãos e salvos, quer dizer, mais ou menos, porque ainda estou com um problema muscular nas pernas fruto de tanto sobe-e-desce.

Moral da história: não tentem mudar pneus com filhos menores sozinhos no carro. Da próxima vez, insisto em ficar eu no carro e o meu filho que mude o pneu!

3 comentários:

Unknown disse...

És o maior!! A vantagem é que sempre que mudares um pneu nestas condições, está a fazer uns belos agachamentos e a fortalecer as articulações coxo-femurais :-) Abraço!!!

Unknown disse...

Ups...sou o Bruno!!

Peter of Pan disse...

Bruno, mas como podes verificar se leres o meu post anterior a este, a minha forma física está lastimável. Precisaria de muitas sessões de troca de pneu para readquirir uns níveis aceitáveis.