quarta-feira, junho 22, 2011

Pedalar até cair (3)

Estou absolutamente rendido às potencialidades da minha bicicleta não só enquanto instrumento de recreio mas também, e sobretudo, enquanto meio de locomoção. Com ela, invado estradas, passeios, descampados, gravilha, areia, betão, tudo se subsome debaixo daquelas duas rodas e das minhas vigorosas pedaladas.

A minha reverência para com esta velocipédica companhia é de tal ordem que começo a pensar se ela não será boa noutras coisas para além das voltinhas que nela dou. Recentemente, tenho sido dado a imaginar grandes cenários: eu e a minha bicicleta sozinhos, a fazer piquenique num jardim frondoso; eu e a minha bicicleta num cruzeiro pelo Mediterrâneo; eu e a minha bicicleta no camarote VIP do Alvalade XXI; eu e a minha bicicleta diante do Taj Mahal, posando para uma fotografia tirada por um hindu maltrapilho, que nem sequer pode fugir porque sabe perfeitamente, tivesse a ousadia de tentá-lo, que eu e a minha bicicleta apanhá-lo-íamos antes de ele acabar de dizer "Kali Ma, Kali Ma, Kali Ma... Shakti De!"; eu e a minha bicicleta na frente de combate de uma guerra justa que nos opõe à tirania do Pinto da Costa; eu e a minha bicicleta, já idosos, rodeados de pequeninos triciclos que brincam, felizes.

Se um destes dias, apanharem com uma notícia no Destak a rezar "Jovem esbelto, bem dotado, inteligente e fiel sportinguista é apanhado a mostrar um majestoso pénis à roda traseira de uma bicicleta", não se espantem... posso muito bem ser eu!

2 comentários:

Ilda disse...

Quer dizer que tenho ali uma rival!?

Pulha Garcia disse...

Gosto de bici e passo vária horas a pedalar por Lisboa. No entanto, não tenciono constituir família.

(vê lá quando passares em Alvalade se não apanhas nenhuma grade em cima, assim como o teu presidente no dia da eleição)