Grupo de jovens prepara-se para a reunião semanal do círculo heideggeriano do Magoito
A melhor série de ficção dramática a ser exibida por aí é a The Walking Dead, onde sobreviventes de um apocalipse provocado pelo surgimento de zombies tenta perceber o seu lugar no novo mundo, ao mesmo tempo que se defende da ameaça morta viva. Admito que sempre gostei muito da imagética zombie: os zombies servem apenas de pretexto, em forma de carne putrefacta, para qualquer pessoa poder reflectir sobre uma situação limite como a de o planeta no qual vivemos sofrer uma mudança radical, e ser necessário colaborarmos uns com os outros para termos uma réstia de esperança de perpetuação não só nossa enquanto indivíduos mas principalmente enquanto espécie.
Mas, como filmes de zombies atrás de filmes de zombies nos têm ensinado - e eu já vi muitos -, a colaboração entre seres humanos nem sempre é fácil de alcançar. Dissidências são inevitáveis, preconceitos vêm ao de cima, discussões sobre a melhor conduta possível são geradas, debates sobre se a teoria da verdade como redundância faz algum sentido levam os sobreviventes à exaustão e, quando menos esperam, têm um zombie à perna a comer-lhes o cérebro (esta última parte da frase parece não estar bem, mas está! Não me chateiem!!!). Os zombies são, no fundo, uma metáfora da realidade e não apenas da defesa do Sporting que apanhou quatro batatas da selecção angolana aqui há uns dias.
The Walking Dead pega no background zombie e fabrica uma série bastante agradável de seguir. As dúvidas das personagens, os choques de personalidades, a escolha utilitarista sobre que acção trará a melhor consequência ou, em alternativa, a menos má e, claro, a mais valia que é zombies a comer pessoas, isso está tudo lá, e muito bem. O espectador, esse, é levado, episódio após episódio, a identificar-se com aquilo que vê, e pela minha parte digo desde já que estou a identificar-me com os zombies. Eu sei bem o que é ser mal visto (não descortino nenhuma diferença entre "ahhh, vêm aí os mortos vivos, fujam" e, como tantas vezes ouvi, "ahhhh, vem aí o Peter of Pan, salve-se quem puder"), mal interpretado e tratado como um ser inferior, o que acontece sempre que as outras pessoas descobrem que sou sportinguista. Tenho, pois, de ter alguma simpatia por eles, simpatia essa acrescida pela circunstância de os zombies, na realidade, serem a classe mais desfavorecida desde que o Marx e o Engels desenvolveram a tese da luta de classes: os zombies não têm mais nada na vida a não ser o desejo de comer. Tudo o que fazem é para se alimentarem; bem diferente, portanto, dos indignados que se manifestam pelas ruas do mundo defendendo o direito a comprarem iPads, iPods, iPhones, iCoisos e tal.
Se nunca viram um episódio de The Walking Dead, informo que a segunda temporada já está no ar, na Fox, e hoje dá mais um episódio. Eu vou estar pregado ao ecrã, e vocês?!
"O Vítor Gaspar tirou-nos os subsídios de Natal e de férias?! Como assim, pá?! Vocês agarrem-me senão como-o!"
Mas, como filmes de zombies atrás de filmes de zombies nos têm ensinado - e eu já vi muitos -, a colaboração entre seres humanos nem sempre é fácil de alcançar. Dissidências são inevitáveis, preconceitos vêm ao de cima, discussões sobre a melhor conduta possível são geradas, debates sobre se a teoria da verdade como redundância faz algum sentido levam os sobreviventes à exaustão e, quando menos esperam, têm um zombie à perna a comer-lhes o cérebro (esta última parte da frase parece não estar bem, mas está! Não me chateiem!!!). Os zombies são, no fundo, uma metáfora da realidade e não apenas da defesa do Sporting que apanhou quatro batatas da selecção angolana aqui há uns dias.
Agência Lusa: Zombie magoa-se com gravidade após tentar imitar o penteado de Justin Bieber
The Walking Dead pega no background zombie e fabrica uma série bastante agradável de seguir. As dúvidas das personagens, os choques de personalidades, a escolha utilitarista sobre que acção trará a melhor consequência ou, em alternativa, a menos má e, claro, a mais valia que é zombies a comer pessoas, isso está tudo lá, e muito bem. O espectador, esse, é levado, episódio após episódio, a identificar-se com aquilo que vê, e pela minha parte digo desde já que estou a identificar-me com os zombies. Eu sei bem o que é ser mal visto (não descortino nenhuma diferença entre "ahhh, vêm aí os mortos vivos, fujam" e, como tantas vezes ouvi, "ahhhh, vem aí o Peter of Pan, salve-se quem puder"), mal interpretado e tratado como um ser inferior, o que acontece sempre que as outras pessoas descobrem que sou sportinguista. Tenho, pois, de ter alguma simpatia por eles, simpatia essa acrescida pela circunstância de os zombies, na realidade, serem a classe mais desfavorecida desde que o Marx e o Engels desenvolveram a tese da luta de classes: os zombies não têm mais nada na vida a não ser o desejo de comer. Tudo o que fazem é para se alimentarem; bem diferente, portanto, dos indignados que se manifestam pelas ruas do mundo defendendo o direito a comprarem iPads, iPods, iPhones, iCoisos e tal.
Se nunca viram um episódio de The Walking Dead, informo que a segunda temporada já está no ar, na Fox, e hoje dá mais um episódio. Eu vou estar pregado ao ecrã, e vocês?!
2 comentários:
Eu??? gostei muito da 1ª série, mas a 2ª está uma valente cagada!
http://consc.net/zombies.html
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