terça-feira, março 06, 2012

Um gajo, quando vai almoçar, arrisca-se a escutar alarvidades destas

Saído de uma tipa que estava a almoçar junto de mim:

"Ai, não acho que a coisinha e o coisinho continuem a dar-se bem. Aquilo não é para casar. O coisinho tem cá uma cara de traidor"...

Quase me engasguei com a perna de frango que não estava a comer, sendo eu vegetariano. Como é que uma pessoa, seja homem ou mulher, pode ter cara de traidor(a)?!?!? Expliquem-me, que eu não percebo. Ter cara de parvo, percebe-se. Sinais característicos da parvoíce evidenciam-se: um olhar de... bem, de parvo, cabelo desgrenhado, sorriso de... pois, também de parvo... é fácil ver. Ter cara de puta, percebe-se igualmente: lábios pintados (na maior parte das vezes, mal) com cores garridas, olhar penetrante como quem diz "queres-me contra a parede, é?! 50 euros os primeiros 30 segundos, 100 euros a partir dos seguintes", todo o conjunto se torna óbvio. Mas cara de traidor, pá, isso não estou a ver. Que sinais associados à traição podem ser revelados por um simples rosto?!? E sendo que a traição é um engano, como é que alguém pode ser tão sincero que tem o engano estampado na cara?!?! É uma contradição, não é?!? Pois...

Ainda pensei, enquanto dava mais uma garfada no seitan, esclarecer esta dúvida com a tipa que mandou a atoarda, mas ao olhar melhor para ela, percebi que a sujeita tinha cara de assessor do primeiro-ministro na parte esquerda do rosto e cara de estudante de Erasmus que vai à praia a Sintra durante o fim-de-semana na parte direita, e então achei que não valia a pena meter-me em chatices por coisa tão pouca.

Já agora, termino dizendo que o Passos Coelho tem cara de José Sócrates, e isto também se percebe.

1 comentário:

Flávio Nunes disse...

Pois, está certo... realmente é um bocado contraditório e esquisito. Melhor dizendo, se olharmos na parte mais esquerda do problema, parece contraditório mas se formos a analisar bem a parte direita, temos toda a certeza de que é esquisito. São vidas, como se costuma dizer. Talvez estamos no limite do pensamento humano relativamente a estas temáticas, quem sabe?