quinta-feira, janeiro 17, 2013

O mundo é estúpido e a vida não faz sentido nenhum

Vi ontem à noite o site d'A Bola, que continua a dar a notícia, e o facto de ela não ter sido desmentida esta manhã comprova que Deus não existe e o FMI não deveria existir: Liédson está prestes a assinar pelo Porto! Isto abala-me tanto como me abalaria uma hipotética descoberta de que as mamas da Denise Milani, afinal, fossem postiças - seria uma daquelas coisas que alteraria por completo a nossa forma de estar no mundo, pois as referências que julgamos intocáveis demonstrariam na verdade possuir pés de barro. Ou mamas de plástico.

A notícia da ida de Liédson para o Porto é grave para um sportinguista romântico como eu, não só porque o clube dos Corruptos (assim, com C grande, porque a corrupção lá é grande também) insiste em vir buscar gente que está ou esteve ligada a Alvalade, mas porque, neste caso particular, se trata do maior mito que o clube verde e branco teve, talvez, na última década. Se é verdade que a presença do Moutinho no Porto a mim causa raiva, se é certo que Quaresma, Varela e agora Izmailov (que seria um jogador de topo se não houvesse aquele pequeno detalhe de os seres humanos virem equipados com joelhos) não me provocaram mais do que desprezo, a situação do Liédson, que foi só dos melhores jogadores estrangeiros e dos melhores jogadores portugueses que passaram pelo meu Sporting, reveste-se de contornos diferentes. Porque era um mito. Porque era um ídolo. Porque se fartou de marcar golos. Porque era o maior. Porque, como assinalavam as tarjetas pelos vários campos deste país, Liédson resolvia. Se o vir a jogar de azul e branco vestido, vou sentir uma dor no peito.

Culpados? Muitos. Os dirigentes do Porto, para começar. E todos os adeptos que pactuam com as iniquidades e injustiças praticadas por este clube que faz do mercado da fruta a sua maior virtude. Mas culpo também o próprio Liédson, por preferir ganhar bem e ter a possibilidade de ser campeão a ganhar menos bem e a não conquistar porcaria de título algum. Culpo também o Godinho Lopes, claro, que já devia ter ido re-contratar o Liédson há muito. Mas culpo, sobretudo, um certo José Eduardo Bettencourt, que impediu o Liédson de ter o final de carreira que merecia, pendurando as suas chuteiras, como seria obrigatório, no clube onde mais e melhor actuou. Liédson, por uma questão de justiça cósmica, deveria eternizar-se no Sporting. Mas como todos sabemos, o Universo nem sempre actua como deveria actuar. O que é uma merda. Só por causa desta história, o Miguel Relvas devia ser demitido. Porquê?! Porque me apetece, eis porquê...

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