1) Em primeiro lugar, causa-me espécie pensar que fizeram tantos quilómetros só para observar a fronha do Bento XVI, unanimemente visto como o Papa mais mal-encarado em toda a história da Igreja Católica Apostólica Romana.
2) Seguidamente, custa-me a compreender o que se passa naquelas imberbes cabecinhas. Acho que os católicos portugueses andam com as ideias meio baralhadas. Em declarações à Comunicação Social, mostraram-se indignados com os problemas que assolam o mundo, a saber: o casamento entre homossexuais e a perda de valores cristãos na Europa (não sei o que isto significa e, pelos vistos, eles também não). Peço desculpa, mas sempre pensei que os grandes problemas do nosso planeta eram a fome, a guerra, o Alberto João Jardim, as telenovelas brasileiras e a defesa do Sporting! Mas pronto, se calhar estou enganado...
3) Terceiro, acho intrigante o modo como toda aquela juventude resolve passar o tempo. Entre as principais actividades, está o constante bater de palminhas e o tocar/cantar músicas evangélicas. Isto, por si só, já é suficientemente pateta, mas agrava-se mais ainda quando observamos os rostos daqueles adolescentes: eles sorriem, riem, gargalham. Por esse motivo, lanço aqui a seguinte questão: aonde foram eles buscar os charros?
4) Em quarto lugar, toda esta jornada acaba por ser ou contra-natura ou contra-ecclesia. Passo a explicar: qual é o objectivo de TODAS as concentrações de jovens? Sexo, é óbvio! Ninguém vai ao Festival do Sudoeste para ver as bandas; o sexo é o alfa e omega de acampamentos, manifestações e peregrinações. Todavia, a Jornada Mundial da Juventude levanta um dilema: os jovens querem ter sexo mas não o podem ter, por imposição da Igreja (é o que chamei de contra-natura); ou então marimbam-se para o Catolicismo e entram à mesma no coitus (é o que chamei de contra-ecclesia). De uma forma ou de outra, os jovens cristãos incorrem numa infracção grave.
5) Finalmente, o pormenor mais suspeito. Sejamos sinceros: qual é o jovem do sexo masculino que, estando no seu perfeito juízo, prefere deslocar-se à Alemanha ao invés de assistir em Portugal ao início da Liga de futebol? No nosso país, os homens que não gostam de futebol reduzem-se a três grupos: a) os que, por razões estéticas, nunca acharam piada ao jogo (cerca de 250 indivíduos); b) os homossexuais (40% da população masculina portuguesa); e c) o José Peseiro. Ora, sendo a hipótese a matematicamente impossível, uma vez que estavam nas Jornadas milhares de rapazes portugueses, só restam duas opções... cabe-vos descobrir qual é a correcta!
Eterno Entorno
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