Nietzsche, enquanto pensador, foi um voraz crítico do seu tempo. Uma das coisas para a qual chamava atenção era para a ineficácia da moral e dos valores judaico-cristãos, desadequados porque diminuíam e enfraqueciam os indivíduos. A este diagnóstico, o bigodudo filósofo contrapunha um novo tipo de moral, uma moral de vencedores, na qual os indivíduos de excepção (artistas, líderes, etc.) fariam as suas próprias regras. O projecto passava todo ele pela chamada transmutação de todos os valores, que consistia precisamente na substituição dos valores antigos e retrógrados pelos novos e, assim, o mundo podia esperar por uma nova espécie de homem, o super-homem.
Tudo muito bonito e tal, mas infelizmente Nietzsche, no seu final do séc. XIX, não pôde prever o rumo que essa transmutação tomaria no nosso início do séc. XXI. Houve mudança de valores sim, e a moral judaico-cristã está comatosa, mas os novos valores são bem diferentes da apologia da força, do instinto criador, do vigor, da masculinidade que Nietzsche apregoava nos seus escritos. Bem diferente, mesmo… O homem de hoje já não é o homem de há séculos atrás, nem sequer é o mesmo homem do séc. XIX, que não foi assim há tanto tempo. O homem de hoje, bem… o homem de hoje nem sequer homem é! E a culpa é do quê? Da moda metrossexual, pois claro!
Afirmação polémica e arrojada, eu sei. Mas deitem os olhos à vossa volta. Os valores foram de facto mudados. “Honra o teu pai e a tua mãe”? Isso era dantes! Agora é “honra o teu nutricionista”. “Vai à missa aos domingos”? Não há tempo para isso quando se é obrigado a malhar no ginásio pelo menos 3 vezes por semana. “Ama o teu próximo”? Também já passou de moda: o que está in é “ama o teu próprio corpo” (e isto, mais do que tudo, é bastante perigoso, pois um gajo que ama o seu próprio corpo musculado e bem definido, que se olha constantemente ao espelho a ver se não há ali um pelinho maroto que não foi arrancado, bom, um tipo assim está a uma distância demasiado próxima da homossexualidade…). Até o monogâmico “não cobices a mulher dos outros” sofreu um giro de 180 graus para “cobiça, e sempre, o creme hidratante alheio, mesmo que não combine com o teu delicado tipo de pele”.
O modo de vida metrossexual é, portanto, pernicioso, porque cumpre apenas metade do desiderato nietzscheano. Está a perseguir, de cabo a rabo, o comportamento de índole judaico-cristão? Está pois, mas para quê?! Apenas para fazer dos homens de rebanho, submissos e recalcados, seres cujas preocupações se reduzem a tratamentos de pele, depilações e “ai, o meu armário ainda só tem 207 perfumes, e só 10% desses é que pertence à casa Armani”. A tradição do homem feio, porco e mau está a ser desfeita pela noção do homem bonitinho, limpinho e delicadozinho, e isto corresponde a tudo menos ao modelo nietzscheano de “homem”. Afinal, o filósofo falhou: o homem do futuro, o novo homem, o homem que estaria para vir, o tão antecipado super-homem é, no fundo… uma super-mulher!
Tudo muito bonito e tal, mas infelizmente Nietzsche, no seu final do séc. XIX, não pôde prever o rumo que essa transmutação tomaria no nosso início do séc. XXI. Houve mudança de valores sim, e a moral judaico-cristã está comatosa, mas os novos valores são bem diferentes da apologia da força, do instinto criador, do vigor, da masculinidade que Nietzsche apregoava nos seus escritos. Bem diferente, mesmo… O homem de hoje já não é o homem de há séculos atrás, nem sequer é o mesmo homem do séc. XIX, que não foi assim há tanto tempo. O homem de hoje, bem… o homem de hoje nem sequer homem é! E a culpa é do quê? Da moda metrossexual, pois claro!
Afirmação polémica e arrojada, eu sei. Mas deitem os olhos à vossa volta. Os valores foram de facto mudados. “Honra o teu pai e a tua mãe”? Isso era dantes! Agora é “honra o teu nutricionista”. “Vai à missa aos domingos”? Não há tempo para isso quando se é obrigado a malhar no ginásio pelo menos 3 vezes por semana. “Ama o teu próximo”? Também já passou de moda: o que está in é “ama o teu próprio corpo” (e isto, mais do que tudo, é bastante perigoso, pois um gajo que ama o seu próprio corpo musculado e bem definido, que se olha constantemente ao espelho a ver se não há ali um pelinho maroto que não foi arrancado, bom, um tipo assim está a uma distância demasiado próxima da homossexualidade…). Até o monogâmico “não cobices a mulher dos outros” sofreu um giro de 180 graus para “cobiça, e sempre, o creme hidratante alheio, mesmo que não combine com o teu delicado tipo de pele”.
O modo de vida metrossexual é, portanto, pernicioso, porque cumpre apenas metade do desiderato nietzscheano. Está a perseguir, de cabo a rabo, o comportamento de índole judaico-cristão? Está pois, mas para quê?! Apenas para fazer dos homens de rebanho, submissos e recalcados, seres cujas preocupações se reduzem a tratamentos de pele, depilações e “ai, o meu armário ainda só tem 207 perfumes, e só 10% desses é que pertence à casa Armani”. A tradição do homem feio, porco e mau está a ser desfeita pela noção do homem bonitinho, limpinho e delicadozinho, e isto corresponde a tudo menos ao modelo nietzscheano de “homem”. Afinal, o filósofo falhou: o homem do futuro, o novo homem, o homem que estaria para vir, o tão antecipado super-homem é, no fundo… uma super-mulher!
Tanis
7 comentários:
Mas isso nem é de estranhar!!! As mulheres são e sempre foram, ainda que antes de uma forma mais escondida, a grande esperança deste mundo!
Portanto, aproveito e deixo a minha homenagem ás senhoras...
Se as mulheres são a "grande esperança deste mundo", estamos todos lixados...
:)
Há partes aí que me soam a recalcamento cristão, hein? AHAHA
Há duas coisas infinitas: o Universo e a tolice dos homens." (Albert Einstein) :)
Entre o cristianismo e a metrossexualidade, fico com a primeira opção. Deus sempre tem mais piada do que o Esquadrão G (e, além disso, veste-se melhor!).
@Ildita: "E há duas coisas finitas: a estrada para Barcelos e a inteligência das mulheres" (Tanis)
:)
(estou aqui, estou a apanhar...)
Ora ai está o que mais acertado disseste hoje: estás aqui está a apanhar!!!É que não tarda mesmo nada!!!
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