segunda-feira, junho 30, 2008

Mas, afinal, que raios tem o José Mourinho que os outros não têm?!

A Espanha sagrou-se ontem campeã europeia de futebol. Falando com total honestidade, jamais equacionei a hipóteses dos peropomperos aqui do lado vencerem o Euro 2008. Julgava, até, ser mais difícil a Espanha sair vitoriosa do que Portugal. E não era só eu: mesmo os espanhóis estavam muito cépticos relativamente à sua selecção, como aliás vem sendo hábito: o descrédito de nuestros hermanos face à selecção de todos eles é - ou melhor, vinha sendo - insuperável, e ultrapassa mesmo o torcer de nariz dos adeptos sportinguistas quando lhes dizem que o clube ganhará, um dia, a Champions League (eu, que sou sportinguista, acredito tanto nisso quanto na possibilidade de Alberto João Jardim possuir um cérebro...).
Se eu e outros não ligávamos, antes do início do Euro 2008, à selecção espanhola, e muito menos equacionávamos que ela viesse a conquistar o ceptro, tal deve-se ao seguinte: os espanhóis só são bons em duas coisas, a saber, levar cornadas de touros e apanhar porrada de padeiras. Mais nada! Os espanhóis só são bem sucedidos nestas duas actividades, o resto é o resto. Futebol de selecções, então, não é com eles, e a prová-lo estão os títulos conquistados até antes de ontem: apenas um, também europeu, não obstante os espanhóis contarem com alguns dos melhores jogadores do mundo, e isto desde sempre.
O que eu quero dizer é: nada, absolutamente nada, apontava para que a selecção espanhola pudesse sagrar-se campeã europeia. E ninguém, absolutamente ninguém, acreditava no sucesso dos batedores de castanholas. Ninguém, excepto uma pessoa... o special one (agora, lo speziale) José Mourinho! Cerca de duas semanas antes do início do torneio, o arrogante treinador, quando questionado sobre qual a selecção com melhores possibilidades de vitória, declarou simplesmente "Espanha". Eu, é claro, fartei-me de rir, e julguei até que o setubalense estava a sofrer de jet lag, e portanto havia lançado o primeiro nome que lhe viera à cabeça, mas agora já não me rio... O tipo acertou mesmo na mosca, e isso irrita-me profundamente!
Porquê? Bom, porque jogadores havia melhores do que o Mourinho quando ele jogava (eu, por exemplo), comentadores há que são melhores do que ele (eu, por exemplo) e também existem treinadores que lhe dão um abafo (eu, por exemplo)! Mas, apesar disso, os prognósticos dele saem sempre correctos e os meus nem sequer dão para ganhar 5 euros quando jogo no Totobola! Que sabe ele que eu, e outros, não sabemos? O que levou Mourinho a garantir, com tanta certeza, que a Espanha - a Espanha, minha gente! - seria campeã?
Só há uma leitura possível: Mourinho tem um pacto com o demónio. Qual Fausto do futebol, Mourinho vendeu a sua alma em troca de conhecimento, e é por isso que ele acerta e os outros não, apesar de esses outros serem mais competentes, mais trabalhadores e mais inteligentes. E vejam bem como isto faz sentido: com quem Mourinho, durante a sua ascensão, esteve associado? Com os acólitos do mafarrico! Senão, vejamos: quem era o presidente do Benfica quando Mourinho foi contratado? Vale e Azevedo! E depois foi para onde? Para a União de Leiria, liderada pelo mefistofélico João Bartolomeu. E de Leiria foi para onde? Para o Porto, onde Pinto da Costa, mais do que Papa, é o segundo nome nas hierarquias infernais, somente abaixo do próprio Lúcifer. E do Porto, seguiu para Chelsea, onde o satânico Abrahamovic vem fazendo das suas. E depois do Chelsea, segue agora para o Inter de Milão, dominado por outro diabólico presidente, Massimo Moratti. É este o segredo do homem, e eu congratulo-me por o ter desvelado. É que, bem vistas as coisas, só um homem protegido pelas hordas infernais teria o sucesso que tem! E só um homem pactuado com o demo apostaria nos espanhóis e acertaria! Olhem que diabos!

sexta-feira, junho 27, 2008

E ainda dizem que a filosofia é uma actividade para choninhas...

Alguém quer saber o que é uma psicofoda (tradução do inglês mindfuck)? Então, nada como ler este artigo, que ripei do excelente site Crítica. Isto sim, é que é filosofia com tomates!!!!

O autor do livro discutido no artigo, Mindfucking: A Critique of Mental Manipulation, é o filósofo Colin McGinn, de quem a Bizâncio publicou, no ano de 2007, a obra Como Se Faz Um Filósofo (original: The Making of a Philosopher), notável auto-biografia que é simultaneamente um percurso pela filosofia analítica do século XX. É claro que também vou comprar este Mindfucking. E espero ficar extremamente psicofodido, mas no bom sentido, ao lê-lo!

E que se psicofodam os pseudo-filósofos e pseudo-escritores e pseudo-professores e pseudo-alunos de Filosofia! Isto é que é um conceito filosófico! "Psicofoda", enquanto categoria, bate qualquer outra, e duvido que algum dia seja utilizada de modo sensaborão pelos pensadores, tal como fizeram com "ontologia", "fenomenologia", "juízo", "imperativo", "metafísica", "dianóia epistémica do logos apofântico" e psicofodas semelhantes...

Só mais uma pequena curiosidadezinha: "psicofoda", ao contrário de "foda", é um termo autoexemplificativo, pois faz exactamente aquilo que diz. Enquanto "foda" não é uma foda, "psicofoda" é já de si uma psicofoda, e das boas! Perceberam, ou já estão tão completamente psicofodidos que nem entendem a subtil diferença?

A energia anda por aí...

Assisti recentemente – e também participei – a uma exibição de Tai Chi Chuan ao ar livre. Sim, é verdade, meti-me numa destas, e por favor não mandem bocas foleiras acerca do facto, já me basta o ar gay com que fiquei ao realizar aqueles exercícios. Felizmente, ninguém filmou ou fotografou o evento, assim sempre me posso esforçar por esquecer… e torcer para que todas as outras pessoas presentes também olvidem as minhas tristes figuras.

Mas nem foi aquela confusão apaneleirada de, e cito a monitora, “movimentos lentos” para aqui, “levantar os braços” para ali, “e agora a perna esquerda” para acoli, “e agora a direita”, “e girar”, “fechar os olhos”, “coordenar tudo com a respiração” e “caramba, quem é aquele tipo que está a fazer isto à mariconço?” que me incomodou; o que me chateou verdadeiramente foi ela dizer, de modo impune, que devíamos “retirar a energia do que está ao redor, como as árvores ou os passarinhos, absorver essa energia e fortificarmo-nos com ela”.

É, eu ouvi isto, e ia caído para o lado, até porque só estava equilibrado numa perna! Não sei o que esta malta supostamente hippie, freak e zen acha, mas na minha opinião, sei lá, não deve ser assim muito boa ideia retirar energia às árvores, flores, pássaros, etc. Porque, não sei, tenho impressão de que, se retirarmos energia a alguma coisa, essa coisa fica sem ela (pelo menos, é o que me diz a lógica, não sei se a lógica que fala comigo é a mesma que fala a essa gente maluca… se calhar têm outra lógica, eles…). Ora, eu tenho demasiado respeito e admiração pela natureza e pelos bichinhos para andar por aí a sacar-lhes energia assim à parva, sobretudo por causa de exercícios de Tai Chi Chuan.

Só espero que nenhum magnata das energias venha a saber disto, pois se vier ainda é provável que veja no “retirar energia das árvores e dos passarinhos” uma óptima possibilidade de negócio. E a ser o caso, um dia ainda teremos bombas de gasolina substituídas por bombas que fornecem energia extraída, por exemplo, de plantas e aves, e as gasolineiras substituídas por empresas de Tai Chi Chuan, que funcionarão todas em cartel e possuirão slogans do género “faça exercício e ateste o seu carro com Pardal Sem Chumbo 95, agora só a 30 cêntimos o litro”.

Cena marada, não é? Estes totós destes tipos armados em hippies-freaks-zens só dizem porcaria…

quinta-feira, junho 26, 2008

Deves é ter o rei na barriga, deves... (2)

Na sequência do post de ontem, outras coisas que devemos à AI Portugal:

- Aumento das mamas da Pamela Anderson. Quando a Pamela resolveu aumentar os seios, não foi por razões de imagem. Foi porque um membro da AI Portugal se chegou junto dela e sugeriu, inocentemente: “Ó Pamela, se tivesses as mamas maiores, já viste quantas criancinhas subnutridas poderias amamentar?” Pamela anuiu e lá fez o implante; contudo, por vicissitudes que a vida às vezes não prevê, aquilo acabou por nunca servir para amamentar criancinhas... de qualquer das formas, a malta – incluindo o pessoal da AI Portugal – não pareceu ter ficado triste com isso...

- Fim da ocupação indonésia em Timor Leste. Não foi o Conselho de Segurança das Nações Unidas o responsável pelo fim dos conflitos na ilha de Lorosae. Nem a pressão da comunidade internacional. Não! Os indonésios retiraram porque uma comitiva, composta por vários elementos da AI Portugal, chegou junto do presidente Habibie, sucessor de Suharto, e exigiu eleições livres em Timor, caso contrário exibiriam, em todo o arquipélago indonésio, um dvd só com programas do Júlio Isidro.

- Demissão de Pedro Santana Lopes. O país considera ter sido Jorge Sampaio o anjo que resolveu demitir Pedro Santana Lopes das funções de primeiro-ministro. Nada mais falso. A benesse devemo-la a uma apoiante da AI Portugal. Sara, assim se chamava a moça, pediu uma audiência com o presidente da República dois dias depois de ter dançado com o primeiro-ministro n’A Kapital. Nessa audiência, Sara alegou que Santana Lopes, para além de ser mau dançarino (parece que pisava sempre os pés do seu par…), não chegou a levar a noite adiante, pois quando Sara o convidou para subir lá a casa, o primeiro-ministro preferiu responder: “Não, vou antes andar por aí”. Convencido por este depoimento que Santana Lopes não tinha o perfil necessário para ser chefe de governo, Sampaio resolveu demiti-lo no dia seguinte.

- Separação dos D’zrt. O fim desta boys band deve-se a um abaixo assinado levado a cabo pela AI Portugal, com o argumento de que as cantigas daquela banda atentavam contra os direitos do homem, da mulher, das crianças, dos animais, das plantas de estufa, das dunas de praia, das sardinhas em lata, dos afluentes de rios, e, ao fim e ao cabo, de todo o universo em geral. O documento contou com 10 milhões de assinaturas, incluindo os próprios membros dos D’zrt, que não tiveram outra opção senão acabar com a banda.

Prestemos a devida homenagem à AI Portugal. Sem eles, o mundo seria bem pior do que é!

quarta-feira, junho 25, 2008

Deves é ter o rei na barriga, deves...

Reproduzo aqui um e-mail enviado pela Amnistia Internacional - Portugal. Não sei se estou autorizado a fazê-lo, mas que se lixe!

Caros Amigos

Gostaríamos de partilhar convosco um sucesso, uma boa notícia, que resulta do trabalho empenhado e activo dos membros e apoiantes da AI Portugal.

Numa decisão sem precedentes, o Supremo Tribunal dos Estados Unidos e contra a posição oficial da administração Bush, decretou o direito dos detidos em Guantánamo de, ao abrigo da Constituição dos Estados Unidos da América, terem acesso aos tribunais civis para avaliação da legalidade da sua detenção (habeas corpus).

Esta decisão constitui um marco histórico no sentido da restauração da supremacia da lei no âmbito das medidas de combate ao terrorismo.

Desde a sua criação, a AI foi uma das organizações que mais lutou para que Guantánamo fosse encerrada e para que os direitos dos detidos fossem respeitados.

Seis anos depois e graças ao trabalho de denúncia e pressão das secções da AI e dos seus mais de dois milhões de membros e apoiantes, dos quais você faz parte, vemos uma decisão que reforça a nossa luta e pode significar o princípio do fim do centro de detenção.

Estamos todos de parabéns. Que esta decisão sirva de incentivo para que, com a sua ajuda e participação, continuarmos o trabalho de tornar os Direitos Humanos para todos uma realidade.


Vá, leiam de novo, se preciso for. Se não quiserem ler, está aqui o mais importante: o Supremo Tribunal dos Estados Unidos declarou que os alegados terroristas presos em Guantánamo também possuem direitos, nomeadamente o de contestar a sua detenção.
O giro nem é o e-mail dizer que a Amnistia Internacional desempenhou um papel importante nessa luta: o verdadeiramente engraçado (ou triste, consoante o ponto de vista) é alegar-se (veja-se o primeiro parágrafo) que tal decisão “resulta do trabalho empenhado e activo dos membros e apoiantes da AI Portugal”.
Ora, segundo a malta da Amnistia Internacional – Portugal (muito wishful thinking vai naquelas carolas) esta associação tem uma influência directa e decisiva na justiça americana! Ó pá, e eu a pensar que nós, portugueses, éramos uns pequeninos, e que ninguém nos liga nenhuma, mesmo que batamos com força os pés, esbracejemos e choremos copiosamente. Foi a AI Portugal que pediu – mais, exigiu – ao Supremo Tribunal norte-americano que desse lá uma abébiazinha aos detidos em Guantánamo! É a AI Portugal a grande esperança dos direitos humanos no mundo! Será a AI Portugal que acabará com todos os males que nos atormentam! Vivas à AI Portugal: se não fossem eles, onde estaríamos nós?

Já agora, visto a AI Portugal deter assim tanta influência, por que não pedir ao mesmo Supremo Tribunal dos Estados Unidos que crie uma lei da rolha para a administração Bush? E que crie outra lei que obrigue a Denise Richards a despir-se no meu quarto? E, se não for pedir demasiado, que tal mais outra a permitir a poligamia, mas só para mim? Todas estas seriam medidas extremamente positivas para a defesa dos direitos DESTE homem…

terça-feira, junho 24, 2008

Lúcidos comentários acerca de O Sexo e a Cidade


Normalmente, os filmes baseados em séries de televisão ficam alguns furos abaixo destas; trata-se de uma regra semelhante àquela que existe entre clássicos da literatura e as respectivas adaptações ao grande ecrã: por melhores que os realizadores, os actores ou mesmo os guionistas sejam, fica sempre aquela sensação de faltar algo e, numa comparação honesta, os filmes saem na maior parte das vezes a perder.

Digo isto porque fui ver, no passado fim-de-semana, O Sexo e a Cidade. Ora, sabendo eu de antemão aquilo sobre o qual discorri acima, ou seja, que os filmes raramente chegam aos calcanhares das séries originais (e nem é preciso ir muito longe, basta pensarmos nos X-Files), por que é que fui, mesmo assim, ao cinema? Bem, porque, muito sinceramente, julgava eu na minha santa ingenuidade que o filme possuíria pelo menos alguns dos atributos que me levavam a ver O Sexo e a Cidade série; mesmo que não se revelasse tão engraçado quanto, pelo menos garantir-me-ia duas horas passadas numa saudável boa disposição.

E se era este o meu objectivo, posso afirmar que saí muito, muitíssimo defraudado, mais do que um holandês que pinocasse uma prostituta russa no bairro vermelho e soubesse por ela que a Rússia andava a espetar 3-1 à selecção laranja no Euro 2008, mais até do que a Amy Winehouse quando lhe disseram que tinha de ir cantar no Rock in Rio e não apenas ficar nos bastidores agarrada ao cachimbo de crack. O Sexo e a Cidade filme, lamento dizê-lo, é uma fraude e está longe, longe, longe de O Sexo e a Cidade série. Esta última, apesar de ser em sua grande parte direccionada ao público feminino (e também homossexual, já agora...), continha elementos igualmente capazes de cativar os indisputáveis heterossexuais, como eu, que viam os episódios mesmo quando a Kim Catrall/Samantha não mostrava as mamas. A série continha substância, e mostrava situações tão divertidas quanto ridículas e que, simultaneamente, ironizavam a condição da self-made woman nova-iorquina, independente a todos os níveis excepto no emocional, e que por isso procura à força toda um homem que lhe preencha esse vazio e aquele outro situado entre as pernas... Era justamente aqui que se situava a ironia, e não no facto de a protagonista Sarah Jessica Parker/Carrie ser uma colunista sentimental com desventuras nesse campo. O Sexo e a Cidade filme pouco ou nada tem disto, e é por isso que se revela tão decepcionante. A história não está à altura, o glamour é absolutamente exagerado e torna-se até quase como que uma personagem, ao contrário da série, em que não passava de simples acessório, o comic factor está praticamente ausente, muito porque a mui destrambelhada Samantha está demasiado atinada para o seu - e nosso - próprio bem e, numa simples ideia, o filme mostra ser irritantemente "de gaja", o que é dizer fútil como o caraças!

Provavelmente O Sexo e a Cidade, se um concurso do género houvesse, arriscar-se-ia a ganhar com facilidade o prémio de filme mais fútil da História, isto se não resolverem, um dia, levar ao grande ecrá os Morangos Com Açúcar (e agora bato três vezes com os nós dos dedos na mesa). Aliás, não devo estar longe da verdade se disser que O Sexo e a Cidade filme é uma espécie de Morangos Com Açúcar no qual as pitas têm mais 25 a 30 anos em cima! Acresce a isto o mau gosto nas cenas mais, digamos, explícitas e o abuso de corpos masculinos (mas qual foi a triste ideia de enfiarem para lá - literalmente - o mastruço de um italiano?!? E por que é que a sonsinha da Kristin Davies/Charlotte só mostra um pedacito das mamocas?!?) e ficamos com aquilo que, em última análise, o filme é: conversas de gajas + Christian Dior + cenas de gajas + Louis Vitton + birras de gajas + Vivienne Westwood + problemas de gajas + Prada + vidas de gajas + Vogue + fitas de gajas!


E gastei eu 5 €uros para ver isto... :(

segunda-feira, junho 23, 2008

Agora já não podem dizer que o Islão trata as mulheres de modo desigual...

Mulher-bomba comete atentado no Iraque

Ficou para trás a época em que só os homens podiam ser mártires. As mulheres, agora, também podem sê-lo. Uma pergunta, porém, fica: quando chegarem ao céu, para que raios quererão elas as 72 virgens?!?!

sexta-feira, junho 20, 2008

Astrologia 2008

Após uma cuidada observação dos astros, a que se seguiu um cálculo rigoroso, posso garantir - sem margem de erro - o seguinte: Portugal não vencerá o Euro 2008!

(está bem, está bem: o sucesso do meu vaticínio é um bocadinho suportado na derrota de ontem frente à Alemanha. Mas só um bocadinho...)

quinta-feira, junho 19, 2008

Acerca do Portugal-Alemanha de hoje, uma dúvida

Por quem torcerão os nossos caros neo-nazis?! É que, hoje, eles estão perante um dilema de proporções gravíssimas, pior do que o exército alemão quando se viu a enfrentar, simultaneamente, os Aliados na frente ocidental e os soviéticos na frente oriental. Um neo-nazi digno desse nome apoiará Portugal, estou certo, porque a sua veia ultra-nacionalista e patriótica assim o exige. Porém, o mesmo neo-nazi apoiará a Alemanha, uma vez que é do país dos teutões que retira não só a sua inspiração ideológica, como ainda todo e qualquer motivo estético-artístico, por exemplo, as tatuagens com suásticas, os pins com o logótipo das SS, e por aí.
Bem sei que, no nosso país, os neo-nazis não abundam, mas como sou alguém preocupado com as minorias (1), não consegui evitar que esta dúvida irrompesse no meu espírito. Como descalçará um neo-nazi aquela bota tão habituada a pontapear cabeças de angolanos? Já estou mesmo a ver o filme: se Portugal perder, o neo-nazi ficará inconsolável, culpará o treinador brasileiro inferior e os estrangeiros miscigenados que actuam na selecção (Bosingwa, Pepe, Deco, Nani...), colocará a bandeira portuguesa sobre o corpo, cantará a Portuguesa e dará um tiro nos cornos; se a Alemanha perder, o neo-nazi ficará inconsolável, culpará Israel e os estrangeiros miscigenados que actuam na selecção (Kuranyi, Klose, Podolsky, Odonkor...), colocará a bandeira alemã sobre o corpo, cantará a Deutschland über Alles e dará um tiro nos cornos.
Pobres tipos... compadeço-me neste dia que lhes será tão doloroso!

__________________
(1) Este pormenor levanta outra questão não menos importante: de que lado se situam os bloquistas em relação aos neo-nazis? Se os bloquistas estão politicamente nos antípodas do nacional-socialismo, não é menos verdade que a extrema-direita continua a ser uma ideologia minoritária em Portugal, e o Bloco sempre se mostrou apoiante das minorias... Como é, então? (Há pouco, perguntei isto na rua a um bloquista; ele olhou para mim, disse "não sei, porra", sacou de um charro e foi-se embora. Alguém, por favor, faz chegar esta minha dúvida ao Francisco Louçã?)

quarta-feira, junho 18, 2008

Isto não é normal!...

Mandaram-me aqui há uns dias, via e-mail, a imagem que se segue:



e ainda não consegui parar de rir! Sim, bem sei, não se deve gozar com as figuras tristes dos outros, até porque eu próprio possuo uma figura bastante triste, mas é mais forte do que eu! Esta imagem provocou-me mais gargalhadas do que o célebre estatelanço do Fidel num comício em Cuba! Do que o Santana Lopes armado em ofendidinho quando se viu relegado para segundo plano à conta do José Mourinho! Do que a defesa do Benfica aquando dos 5-3 na meia-final da Taça de Portugal deste ano!

Por isso a pergunta: vocês têm a mesma reacção, ou isto é só de mim? Tenho de consultar um psiquiatra? Pensar 30 minutos seguintes na crise, para que esta avalanche de risota me abandone? Observem atentamente a imagem e digam qualquer coisa nos comentários, é que preciso mesmo de saber se a piada está na figura ou nos olhos de quem a contempla...

terça-feira, junho 17, 2008

Sexo e Futebol (2)

Tal como tinha prometido neste post, volto àquele assunto nunca antes resolvido: é aconselhável, a um futebolista, fazer sexo antes de um jogo? Comprometi-me, eu próprio, a investigar a fundo este tema, e portanto investiguei a fundo uma gaja que apanhei na rua meia hora antes de um jogo de futebol lá com a malta do bairro, o qual já tinha sido previamente marcado.
Em que ficamos, então? Bom, não sei quanto aos outros jogadores, também não sei se há aqui cenas internas ou externas, como o biorritmo ou a constelação de Júpiter aos saltinhos na casa de Oríon, a interferirem com o desempenho futebolístico de uma pessoa após o desempenho sexual da mesma, MAS cabe-me dizer, honestamente, que é má política dar numa futebolada imediatamente a seguir a dar uma pinocada. A minha experiência foi má, é o que tenho a dizer. O sexo foi bom, ao menos isso, mas a partida que se lhe seguiu deixou bastante a desejar. Primeiro, porque não conseguia ter com a bola uma relação íntima, ou, pelo menos, um desejo de tal forma forte que me levasse a procurá-la. Isto tem a ver com ter estado, minutos antes, a mexer numas belas mamocas; ora, para quem mexe numas tetas, a bola não passa de um fraco sucedâneo!... Segundo, porque as minhas forças estavam minadas a tal ponto que, quando me passavam a redondinha, eu nem sequer era capaz de esticar o pézinho para a receber, e então ela corria de encontro a um adversário. Terceiro, porque após várias bocas dos meus colegas ("Estiveste a f*der, meu cabrão", ou "Joga à bola, seu maricas de merda", ou ainda "Estamos a levar 15 a 0 na peida por tua culpa, ó palhaço"), desisti da jogatana e fui para casa dormir, que era aquilo que devia ter feito logo após ter comido a gaja.
Fica, pois, aqui uma máxima, em jeito de remate (e vice-versa):


“Gajo que acaba de descarregar a pistola não está em condições de jogar à bola”


Tomem juízo e sigam os meus conselhos…

segunda-feira, junho 16, 2008

Metrossexualidades

Este post vai já começar por uma declaração-choque: hoje meteram-me algo que nunca ninguém antes me havia metido! Calma, calma, não é isso que vocês estão a pensar. Ninguém me furou a anilha, a qual continua tão virgem e inviolável como sempre. Aquilo que me meteram hoje tratou-se, simplesmente, de um creme hidratante para o rosto. Pronto, é verdade, isto é algo quase tão bicha quanto levar no rabinho, mas lá fui convencido (ou melhor, forçado) a fazê-lo.
Soube-me mal? Não, não soube, mas continuo a achar que há qualquer coisa de estranho no meio de tudo isto. Não sei se será de mim, mas - sei lá - tenho assim como que a impressão de que "homens" e "creme hidratante para o rosto" são duas coisas não conciliáveis. Que raio de homem (e tomo "homem" num sentido bastante restrito, sinónimo de "macho", que é para não incluir seres estranhos do tipo José Castelo Branco e afins) é que, no seu perfeito juízo, desata a besuntar a face com aquela porcaria? Eu não, obviamente, por isso é que foi preciso uma mulher chatear-me à brava para que me decidisse, contrariado, a fazê-lo.
E aqui reside o problema, digamos, metafísico da questão. Eu sou homem (sim, sou-o, não é a porcaria de um creme hidratante que vai alterar esta condição) e gosto de mulheres, ENQUANTO MULHERES, o que é dizer que não tenho o mínimo interesse em masculinizá-las. Nunca ninguém me vai ouvir dizer, para uma rapariga, "Ouve lá, e que tal deixares crescer esses pêlos dos sovacos?", ou "Bem, ficaria muito feliz se arrotasses na cozinha e ficasses 90 dias sem tomar banho!", ou ainda "Adoro o teu rosto quando não te barbeias..." Nunca, porque não quero que elas se pareçam comigo; para isso, já basto eu, certo?! Então, por que raios é que as mulheres querem que nós nos pareçamos com elas?!?!? Hummmmm?!?!? Porquê, raios parta?! As mulheres, que são fofinhas, e suaves, e delicadas, e bonitas, e limpinhas, e essas coisas todas que já me fazem ficar com meia erecção enquanto escrevo isto, têm algum interesse em fazer com que os homens - duros, árduos, ásperos, feios, porcos, e etc - se efeminizem? Ora, se eu gosto que uma mulher pareça uma mulher, porque é que uma mulher não há-de gostar que um homem pareça um homem? Que pérfido objectivo se esconde por detrás desta mania recente de querer metrossexualizar o mundo? É que há qualquer coisa de revolta político-sexual e de imperialismo feminino no meio disto tudo...
E os efeitos já se fazem sentir! Duas horas depois da administração do dito creme hidratante, o meu outrora rugoso rosto ainda se ressentia, e eu ainda mais! Enquanto caminhava pela rua, dois ou três homens olharam-me de soslaio, e outro perguntou-me se eu não era o Cláudio Ramos. Mais tarde, encontrei uma amiga, daquelas amigas verdadeiras, que, cumprimentando-me com os habituais dois beijos na cara, soltou um humilhante "Mas o que é isto?! Que rosto tão macio e cheiroso! Olha lá, por acaso deste em gay?!". É triste andar exposto a este género de comentários, e mais triste ainda é saber que há por aí homens em pior situação, pois se é verdade que hoje experimentei pôr creme hidratante no trombil, é ainda mais verdade que não pretendo repetir a façanha, ao contrário de muitos indivíduos, coitados, que, seduzidos por falinhas mansas femininas, já não podem passar sem o cremezinho, a loçãozinha, o perfumezinho, a depilaçãozinha, o banhinho com cheirinhos, o aloé com ph neutro-positivo e sei lá mais o quê!
Isto é que é ocasião para dizer que já não se fazem homens como antigamente...

domingo, junho 15, 2008

Notícia cultural

Polícia do Panamá detecta cocaína em livros infantis destinados a Portugal

A Polícia Nacional do Panamá detectou mais de dez quilos de cocaína que teriam como destino Portugal e Espanha. A droga estava escondida entre mais de vinte livros de contos infantis e de educação sexual.

(Fonte: RTP1)


Dois comentários:

1) Estas novas políticas de apoio ao livro e à leitura são surpreendentes! Pelos vistos, é assim que se pretende viciar as novas gerações na literatura. Literalmente!... Quando tomarão os nossos Ministério da Cultura, da Educação e do Ensino Superior a mesma atitude? E o Instituto Português do Livro e das Bibliotecas está à espera do quê? Ideias peregrinas como esta são de aproveitar!!!

2) Da próxima vez que alguém vier ter comigo para dizer "ontem estive a ler o livro do não-sei-quantos e senti-me como que a viajar por paisagens longínquas e belíssimas", já sei ao que se está a referir...

O meu terrorista favorito

SILENCE! I KILL YOU!!!

Divirtam-se.

quinta-feira, junho 12, 2008

Sexo e Futebol

Agora que o Euro 2008 está aí, urge recuperar um assunto já por diversas vezes debatido, mas sobre o qual ainda não há uma conclusão satisfatória: afinal, deve-se ou não fazer sexo antes de um desafio de futebol?

Se formos meros adeptos, a resposta é SIM! Antes, depois e até mesmo durante; não há nada melhor do que ejacular ao mesmo tempo que a nossa equipa marca um golo! É este o verdadeiro orgasmo simultâneo, e não essa palhaçada de nos virmos ao mesmo tempo que a gaja. (Na verdade, isto não passa de um artifício feminista, destinado a minorizar os homens no acto sexual; sempre ciosas de domínio, as mulheres vêem no sincronismo do clímax sexual uma vitória sobre a libido masculina, pois os homens, no seu habitat natural - é dizer, na selva - pouco ou nada estão preocupados com aquela simultaneidade: para o homem, desde que um dos parceiros goze, e que esse parceiro seja aquele que detém o pirilau, está tudo bem!)

Eu, por exemplo, recordo-me perfeitamente da ocasião em que estava a papar a Alexandra Lencastre e de ter jorrado uma verdadeira mangueirada de sémen no preciso momento em que o André Cruz apontava o primeiro golo da vitória do Sporting sobre o Salgueiros por 4 a 0, e que deu ao clube de Alvalade o título de campeão em 2000. Aquilo é que foi um orgasmo e pêras, seguido de outro orgasmo e pêras! (Pronto, está bem, confesso: não estava a papar a Alexandra Lencastre. Era a Margarida Marinho! Pronto, está bem, também não era a Margarida Marinho: era uma boneca insuflável com a fotografia da Sofia Alves colada no cimo! Pronto, está bem, também não era a boneca insuflável: era a Crítica da Razão Pura, numa edição alemã! Satisfeitos?!?)

Todavia, não é em relação aos adeptos que aquela pergunta se torna fracturante. O que é fundamental é saber se os futebolistas eles próprios podem, ou devem, fazer sexo antes de uma partida. E nisto os especialistas dividem-se! Ex-jogadores, como Paulo Futre, alegam que sim. Presidentes de clubes, como Pinto da Costa, alegam que os jogadores não podem, mas os árbitros podem. Alguns treinadores defendem que não, outros, como o saudoso António Oliveira, que pôs meia selecção portuguesa a comer uma prostituta brasileira nas vésperas de um jogo de qualificação para o Mundial 2002, consideram que sim. E do Cristiano Ronaldo desconhece-se a opinião, pois quando lhe perguntaram, limitou-se a responder "Não me chateiem, c*ralho, não vêem que estou a f*der esta espanhola?"

Portanto, em que ficamos? Nenhum agente ligado ao futebol é eminente q.b. para nos oferecer a posição definitiva. Não há nenhum estudo avalizado sobre o assunto. Nem o Marcelo Rebelo de Sousa tem qualquer comentário a fazer, e o Mourinho, essa suma autoridade em tudo o que diz respeito ao futebol, só lhe dá para afirmar: "Futebol? Sou o maior! Sexo? Sou o maior! Bacalhau à lagareiro? Sou o maior!"

Deste modo, só resta uma alternativa: a auto-investigação. EU vou marcar uma futebolada. EU vou marcar uma sessão de sexo para até, no máximo, 40 minutos e, no mínimo, 5 minutos antes da futebolada. EU irei jogar à bola após o sexo, e depois contar-vos-ei tudo. Aguardem!

quarta-feira, junho 11, 2008

Queimada Olímpica



Hoje, 11 de Junho, passam 45 anos desde que o senhor da imagem acima, Thich Quang Du’c, resolveu regar o corpo com gasolina em plena Saigão. O sr. Duc era um budista vietnamita e cometeu aquele acto como protesto contra a discriminação e perseguição sofrida pelos budistas às mãos do governo do Vietname do Sul. Um fotógrafo captou o momento da auto-imolação e a imagem correu tempo e mundo, tornando-se um ícone do século XX (os Rage Against the Machine chegaram, inclusive, a colocar como capa do seu primeiro e auto-intitulado álbum um close up do monge a ser consumido pelas chamas).
Não vou discutir aqui se este acto de sedição merece ser admirado ou repudiado; apenas acho piada às ironias a que a História, por vezes, se presta. É que neste ano de 2008 também assistimos aos protestos levados a cabo pela comunidade budista, neste caso tibetana, contra a ocupação chinesa. Todos nós vimos, através das televisões, o espancamento e a prisão de vários monges e simpatizantes do budismo e da causa tibetana, os quais, numa atitude não lá muito budista, aproveitaram o hype dado à China por causa dos Jogos Olímpicos e resolveram atirar-se, literalmente, à tocha. E é por isso que falo de ironia: Thich Quang Du’c, a quem foi dado postumamente o título de bodhisattva (1), insurgiu-se contra o governo sul-vietnamita transformando-se numa tocha humana; os tibetanos, por sua vez, insurgem-se contra o governo chinês tentando, por todos os meios, apagar a tocha olímpica.
Ora, visto que as manifestações e as acções dos monges tibetanos, bem como de todos aqueles que comungam da causa Free Tibet, poucos ou nenhuns resultados têm tido, não será altura, pergunto eu, de se enveredar por uma nova estratégia, a saber, aquela que tão bons dividendos trouxe a Thich Quang Du’c, mesmo depois de morto? (Além de ser “promovido” a bodhisattva, o sr. Du’c lá conseguiu, com o seu acto e depois de escaramuças várias, fazer com que o governo fosse deposto). Se todos aqueles que lutam pela autonomia do Tibete forem tão determinados e incisivos como Thich Quang Du’c, não demorará muito até que a China se veja obrigada a retirar daquele território. O passo é pois, e seguindo o exemplo daquele bodhisattva, essa malta toda pró-Tibete auto-imolar-se em plena pista do Estádio Olímpico de Pequim (2). Esta constituir-se-á como uma iniciativa forte e sem precedentes, e duvido que Hu Jintao e o partido comunista chinês permaneçam impávidos face à imagem de centenas ou até mesmo milhares de pessoas em chamas na capital do império amarelo. E – e esta é a grande vantagem do gesto – mesmo que a auto-imolação colectiva em favor do Tibete não funcione politicamente, pelo menos originará uma bela coreografia, digna dos Jogos Olímpicos da era moderna.

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(1) Um dos sentidos de bodhisattva é, curiosamente, iluminado. Não deixa de ser outra ironia: apelidar de iluminado um indivíduo que morreu todo esturricadinho…
(2) Eu também faço parte dos que criticam a ocupação chinesa do Tibete, e estou a favor da luta do povo tibetano. Só não alinho em protestos auto-imolatórios porque, bem, porque a gasolina está tão cara e eu tão pobretanas que não tenho sequer guito para mandar regar o meu corpo.

terça-feira, junho 10, 2008

segunda-feira, junho 09, 2008

Hoje é dia de anos... que gaita!

Descobri que estava a ficar irremediavelmente velho quando, aqui há uns anos, dei conta de, no Natal, andar a oferecer mais prendas do que aquelas que recebia. É esta uma característica ineludível da velhice: a balança entre o deve e o haver pende dramaticamente a nosso desfavor. Ora, tal constatação torna-se mais grave aquando do aniversário: dantes, era eu puto, levava prendas porreiras de todos os membros da família, amigos, professores, vizinhos, etc. (por "prendas porreiras", quero dizer coisas realmente fixes, como bolas de futebol, conjuntos lego ou playmobil, carrinhos, posters da Samantha Fox, cenas assim); agora, sou eu adulto, já tenho sorte se me calhar um par de meias ou de cuecas, cortesia dos meus pais.

O que quero eu dizer com isto? Que é mesmo verdade aquilo que o povo por aí alvitra: a partir de uma certa idade, ninguém nos respeita! Quando eu era petiz, era prendinhas, votos de parabéns, tudo e mais alguma coisa; agora que sou crescido, nicles! Ninguém me liga, ninguém me oferece prendas fixes, a própria Samantha Fox já está toda descaída e cheia de celulite... enfim, este não é o mundo em que fui criança!

É esta a situação deprimente que se me apresenta hoje, dia do meu aniversário. Há 15 anos atrás, salivava de antecipação pela chegada de tal data; hoje em dia só quero é que ela passe rapidamente, para que seja mais fácil de olvidar. Isto é uma gaita, uma grande gaita (curiosamente, a "gaita" é das poucas coisas que estão melhores agora, que sou velho, do que quando era criança), e desanima uma pessoa que até merecia passar um dia agradável, rodeado de momentos bons e felizes. Mas não, até isso me foi vedado, porque se antigamente um gajo podia ficar em casa a curtir o dia de anos, agora vejo-me obrigado a ter de bulir, para ganhar o dinheiro que, infelizmente, NÃO vai servir para comprar prendas a mim próprio! :(

Cena janada do caraças...

P.S.: Para as pessoas simpáticas que se compadeceram ao ler este dramático texto, aqui está uma pequena lista das prendas que me podem oferecer, antes do dia acabar:
1 - Visita Guiada à Mansão da Playboy
2 - Visita Guiada à Mansão da Monica Bellucci
3 - Destruição do Estádio do Dragão e do Estádio da Luz
4 - Mordaça no Alberto João Jardim
5 - Filmografias Completas de: Jenna Jameson, Tera Patrick, Jasmin St. Claire, Nikki Dial, Sylvia Saint, Sandra Shine
6 - Outra Mordaça no Alberto João Jardim (não vá ele ser capaz de roer a primeira)
7 - Ferrari F40, em cor verde
8 - Caixa com 340690369132686 garrafas contendo Pisang Ambon, Vodka, Porto, Moscatel, Blue Curaçao, Bailey's, Sheridans, Amêndoa Amarga, Rum, Absinto, e, para desenjoar, Sumo de Pêssego
9 - Mamas da Pamela Anderson
10 - Paz no Mundo
Obrigado.

domingo, junho 08, 2008

Declaração Pós-Jogo de Nuno Gomes

O avançado do Benfica e da selecção nacional, interpelado pelos jornalistas sobre a sua prestação no jogo de ontem frente à Turquia, saiu-se com estas palavras:

"Ficamos sempre muito tristes quando as bolas não entram!"

Também acho. Ando há anos a tentar que as bolas entrem, mas não dá, embatem sempre nos postes. Não importa que técnica utilize, as bolas nunca, mas nunca chegam ao destino que pretendo dar-lhes. Em jeito? Não dá! Com força? Debalde! Em jeito e com força? Nicles! Pela esquerda? Impossível! Pela direita? Inconsequente! Pelo meio? Inexequível! Resultado: fico muito triste, sim, pois é algo deveras frustrante: andar ali a rematar durante meia hora, uma hora, duas horas, o tempo que for, e não conseguir sequer meter uma bola é coisa de bradar aos céus! Ainda bem que o Nuno Gomes - ao menos ele - me compreende...

sábado, junho 07, 2008

Para as mulheres que lêem o Peter of Pan

Por ocasião da estreia do filme O Sexo e a Cidade, uma gaja qualquer lembrou-se de congeminar o seguinte quiz, que podem fazer neste link.

Até está engraçado. Eu próprio, apesar de não ser gaja, deu-me para responder. No fim das dez perguntinhas, o teste apresentou a sua conclusão e vai de dizer que eu sou como a Miranda e que gosto de homens ambiciosos, bem instalados e protectores. Fiquei surpreendido! Acho que vou escrever para a Maria: "Querida Maria, sou um homem mas no outro dia pus-me a fazer um inquérito feminino. O resultado foi inesperado, pois obtive a revelação de que gostava de homens ambiciosos, bem instalados e protectores. O que eu agora quero perguntar é: aonde é que arranjo um?! Obrigado."

sexta-feira, junho 06, 2008

Quando dizem que na internet há de tudo, é porque é mesmo verdade...

Andava eu todo contente por aí a surfar nas ondas do ciberespaço quando dei com isto:



Não sei se hei-de parabenizar os publicitários/criativos que tiveram a ideia de pegar num acontecimento tão fracturante e transformá-lo num anúncio ou se, pelo contrário, o melhor é mandá-los à gaita... ou até fazer-lhes aquilo que a aluna, agora transformada em boneco publicitário, fez à professora!

(mas confesso que a coisa até teve piada... não tanto quanto as declarações da ministra Maria de Lurdes Rodrigues na sequência do caso do telemóvel, mas ainda assim deu para rir um bocadinho)

quinta-feira, junho 05, 2008

Qual é a vossa filosofia?

Na sequência do post de ontem, em que disse mal - merecidamente - do José Gil, desafio os leitores desde blog, o mais filosófico de toda a internet (e quem opina o contrário devia levar com toda a Suma Teológica do São Tomás de Aquino no meio dos cornos!...), a fazer o seguinte teste:

A mim, deu-me isto:


You scored as Existentialism

Your life is guided by the concept of Existentialism: You choose the meaning and purpose of your life.


“Man is condemned to be free; because once thrown into the world, he is responsible for everything he does.”

“It is up to you to give [life] a meaning.”

--Jean-Paul Sartre



“It is man's natural sickness to believe that he possesses the Truth.”

--Blaise Pascal


Existentialism


80%

Justice (Fairness)


60%

Hedonism


55%

Utilitarianism


50%

Strong Egoism


45%

Kantianism


45%

Nihilism


30%

Apathy


15%

Divine Command


0%




Não está mal, não senhor. Até fico muito contente e, por uma vez que seja, acho que os resultados correspondem de certa forma à realidade. Enfim, depois de tantos anos a fazer os testes da Maria, da Men's Health, da Maxmen, da Cosmopolitan, da Happy e de outras tantas revistas, quer masculinas quer femininas, um dia algum tinha de dar certo...

quarta-feira, junho 04, 2008

É o devir, é o devir...

Passei há coisa de minutos pela montra de uma livraria e deparei-me, assombrado, com o título do mais recente livro de José Gil: O Imperceptível Devir da Imanência - sobre a filosofia de Deleuze. Tenho algumas observações a fazer relativamente a isto:

1ª observação: não dava para encontrar um título mais rebuscado?! Por que é que, em vez de O Imperceptível Devir da Imanência, não se baptizou a obra com um A Meta-Ontologia Dianóica do Logos Apofântico, ou com um O Inimaginável Fulgor da Crise da Aletheia, ou até mesmo com um A Abertura Fenomenológica do Ser em Questionamento do Sentido Tanatológico da Existência Por Via de uma Impossibilidade Ôntico-Holística? Para mim, estes são títulos tão bons quanto o escolhido por José Gil, e até se percebem melhor!

2ª observação: e porquê uma obra sobre a filosofia de Deleuze? Deleuze?!?! Um tipo que já estava morto ainda antes de morrer? Ou seja, como quer José Gil falar de imanência acerca de um tipo que sempre andou do lado da transcendência? Está José Gil senil? Ébrio? Drogado? Ou anos e anos a lidar com filosofia marada subiram-lhe finalmente à cabeça e deram cabo do resto do seu cérebro?!

3ª observação: juntando as observações 1 e 2, apetece-me dizer o seguinte: ainda bem que José Gil teve coragem para colocar na capa, imediatamente abaixo do seu nome, o título O Imperceptível Devir da Imanência - sobre a filosofia de Deleuze. Fico satisfeito, porque assim o público leitor já sabe ao que vai. Se as pessoas forem minimamente providas de bom senso, ficarão - como eu fiquei - assustadas com o livro e passarão ao lado dele. Talvez até, na sequência do movimento de fuga, se espetem contra uma boa obra de filosofia. É que também há disto por aí, basta ter sorte ou saber onde procurar.

4ª observação: e não, não li o livro (estão parvos?!?!) nem tenho curiosidade em ler (brincamos, ou quê? Tenho mais o que fazer com o meu tempo livre, tipo navegar em sites porno, que no fim de contas sempre me ensinam mais sobre o devir e sobre a imanência do que o José Gil ou o Gilles Deleuze).

5ª observação: a filosofia em Portugal vai mal, mal e mal. Sugiro, à maneira do que se fez com as gasolineiras, um boicote. Nem mais um cêntimo para esses livros da treta! Quem está comigo?

terça-feira, junho 03, 2008

Luís quê?

Hoje, no parlamento, discutiu-se se as gasolineiras têm agido em cartel de forma a inflaccionar os preços dos combustíveis. Manuel Sebastião, presidente da Autoridade da Concorrência, garantiu que não, nem mesmo quando foi questionado por Luís Fazenda, deputado do BE.
Ora, foi ao ver as interpelações do bloquista que pensei: ensandeceu?! É que, confesso, não sei se a Galp, a BP, a Repsol e outras estão a concertar os preços (a minha costela de esquerda diz "Sim"), também não sei se o problema está no ISP ou noutra coisa qualquer (a minha costela de esquerda diz "Está"), mas de uma coisa eu sei: o Luís Fazenda NÃO consegue articular decentemente um raciocínio (é o que me diz a minha meia costela de direita. Tenho de mandar arrancá-la...). O gajo a meio de uma frase já está a começar outra que nada tem a ver com a primeira, não é capaz de construir um discurso com princípio, meio e fim, aquilo é tudo desconexo, quase como se estivéssemos a ouvir flamenco durante 10 segundos, que depois descamba num brutal death metal, e logo a seguir dá origem a uma experimentação trip-hop.
Daí a pergunta: o Luís Fazenda sempre foi assim, ou os charros começam finalmente a fazer efeito?

À margem

José Sócrates, todo contente e inchado graças à possibilidade de se avançar definitivamente com o TGV, declarou que

"(...) não podemos ficar à margem da alta velocidade na Europa!"

Esta frase de efeito supostamente serve de justificação à política do governo, assim como quem diz "é bom termos o TGV, assim não ficamos a parecer um país atrasadito, pois andamos à mesma velocidade que os outros lá fora andam, temos transportes e comunicações do melhor e tal, por isso somos fixes, viva Portugal, viva o governo!". Se o primeiro-ministro fica satisfeito com isto (contenta-se com pouco, é o que é), parabéns para ele. Também acho que Portugal não deve ficar à margem da alta velocidade, só que, ao contrário do otário do primeiro-ministro, acho que seria melhor para o país se não ficasse à margem da educação, da saúde, dos níveis de emprego, da ciência, dos valores dos salários, e por aí adiante, que se vivem e praticam na Europa. E vem ficando, infelizmente. E vai continuar a ficar, de novo infelizmente, cada vez mais à margem. Não é o TGV que vem resolver isto. Portugal com o TGV vai dar ares de um sem-abrigo que, por sorte, se põe a fazer um test drive num Ferrari: aquilo é giro e tal, dá bom aspecto, anda rápido como o caraças e até serve para engatar umas miúdas, mas quando se sai do popó e se verifica que não se tem para onde ir é que é a merda!...
O Sócrates é que, quando aquilo estiver pronto, devia apanhar o primeiro comboio para Madrid... e ficar por lá!

segunda-feira, junho 02, 2008

Há videntes... e depois há o mestre Bambo!

Este blog questionava-se na passada semana, em sequência das notícias do interrogatório da polícia ao mestre Bambo, sobre as reais capacidades clarividentes do reputadíssimo senhor: afinal, como pôde ele não prever que a polícia viria interrogá-lo? A resposta, essa, parece-me óbvia: mestre Bambo tinha conhecimento da investigação policial, mestre Bambo QUERIA ser interrogado, mestre Bambo sabe que as viciosas acusações à sua pessoa e ao seu trabalho são tão fáceis de refutar quanto adivinhar o futuro através das vísceras de uma galinha.
Quanto à acusação de violação, mestre Bambo vai alegar que isso nunca aconteceu. Mestre Bambo, por meio de consultas à sua bola de cristal africana, sabe perfeitamente que as mulheres, no fundo, não só acabam por ceder como desejam ardentemente que isso aconteça. Por mais difíceis que elas se façam, não são rival para um vidente africano dotado de força na verga africana. E se cedem, não é violação.
Quanto à acusação de burla, mestre Bambo terá a dizer que qualquer pessoa suficientemente anjinha para perder tempo em consultar o mestre Bambo é uma pessoa que merece ser burlada.

Temos todos muito a aprender com mestre Bambo…