terça-feira, junho 03, 2008

À margem

José Sócrates, todo contente e inchado graças à possibilidade de se avançar definitivamente com o TGV, declarou que

"(...) não podemos ficar à margem da alta velocidade na Europa!"

Esta frase de efeito supostamente serve de justificação à política do governo, assim como quem diz "é bom termos o TGV, assim não ficamos a parecer um país atrasadito, pois andamos à mesma velocidade que os outros lá fora andam, temos transportes e comunicações do melhor e tal, por isso somos fixes, viva Portugal, viva o governo!". Se o primeiro-ministro fica satisfeito com isto (contenta-se com pouco, é o que é), parabéns para ele. Também acho que Portugal não deve ficar à margem da alta velocidade, só que, ao contrário do otário do primeiro-ministro, acho que seria melhor para o país se não ficasse à margem da educação, da saúde, dos níveis de emprego, da ciência, dos valores dos salários, e por aí adiante, que se vivem e praticam na Europa. E vem ficando, infelizmente. E vai continuar a ficar, de novo infelizmente, cada vez mais à margem. Não é o TGV que vem resolver isto. Portugal com o TGV vai dar ares de um sem-abrigo que, por sorte, se põe a fazer um test drive num Ferrari: aquilo é giro e tal, dá bom aspecto, anda rápido como o caraças e até serve para engatar umas miúdas, mas quando se sai do popó e se verifica que não se tem para onde ir é que é a merda!...
O Sócrates é que, quando aquilo estiver pronto, devia apanhar o primeiro comboio para Madrid... e ficar por lá!

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